quarta-feira, 8 de agosto de 2018

[AÇÃO GAMES 011] THE SIMPSONS: Bart vs The World (NES, 1991) [#149]



Jogos licenciados sempre foram um  problema para os gamemaníacos - como diria a Ação Games. Primeiro que, quanto maior a marca, maior parte do orçamento do jogo se destina adquiri-la. Em segundo lugar tem o problema da falta de interesse por parte da desenvolvedora: ela sabe que o jogo vai vender as pencas apenas por causa do nome, não importa o que tem dentro do cartucho.

Isso mudou em 1991 quando os caras da Imagineering - responsaveis pelo jogo anterior "Bart vs Space Mutants" - decidiram mudar tudo ao apostar em um ousado crossover com Jojo's Bizarre Adventure onde, neste jogo, Bart enfrenta ninguém menos do que a stand do vampirão Dio e sua habilidade de parar o tempo! Que doido!

Shinee... ZA WARUDOOOOOO!!!
Hã? Como é que é, produção? Esse jogo não é sobre o Dio? Alarme falso, gente, alarme falso! Esse jogo vai ser uma bosta...



Bart Vs The World foi lançado para NES em 1991, e é um jogo de plataforma que usou a mesma programação de Bart Vs The Space Mutants, mas já chego a isso. O enredo do jogo, que é provavelmente a melhor coisa, se não a parte que mais parece com um episódio dos Simpsons, é que Bart vence uma competição de desenho no show do Krusty, o palhaço porque a competição foi manipulada por Smithers. Por que Smithers montaria um esquema para que o menino Bart - agora não consigo dizer essa frase em imaginar ele rolando no chão - vencesse uma viagem ao redor do mundo com sua família? 

Bem, ele está fazendo isso para ajudar o Sr. Burns a se livrar da família Simpson de uma vez por todas. O Sr. Burns recebe ajuda de outros Burns ao redor do mundo para ajudar acabar com o menino de camisa vermelha. Então o enredo não pode ser criticado, é mais plausível do que alienígenas tentando dominar o mundo e para isso você tem que impedi-los de coletar chapéus e objetos roxos. Sério caras, o que vocês fumaram para fazer Bart vs Space Mutants?

Então você sopra o cartucho, liga o consolee é apresentado a duas opções - começar ou praticar. Sem saber o que de fato você está praticando, e com os pensamentos de "prática" fazendo o jogador ter flashbacks horrendos de "Ski or Die" com o seu "treino", naturalmente você vai escolher Iniciar. Bart se parece muito com o de Vs The Space Mutants, ao qual este deve ser o primeiro sinal de perigo, de uma sensação de déjà vu, aquele sentimento em seu estômago que talvez os desenvolvedores não tenham aprendido com seu jogo anterior.

A primeira fase é na China e tem a opção de quatro modos de jogo diferentes: o junco (que é a "fase de plataforma" de verdade), um jogo de memória, uma seção de trivia dos Simpsons e um maldito, nefasto, horrendo minigame de sliding puzzle.



Kami-sama seja minha testemunha, como eu ODEIO esses joguinhos de deslizar peças. Quem inventou essa desgraça deve ser primo do cara que decidiu que fazer testes de cosmeticos nos olhos de bichinhos fofinhos era uma boa ideia, e quem decidiu que colocar isso em um videogame deve ser o mesmo cara que encheu o rabo de xilocaína para escrever a ideia de Bart vs The Space Mutants.

Não, sério, mesmo em Professor Layton - que é uma série de jogos um bazilhão de vezes que esse - isso já é uma ideia ruim, aqui é um tapa de desprezo que você não desejaria levar nem do inimigo do seu crush. Ou desejaria, se você tiver um fetiche muito especifico, mas enfim...

Você consegue pensar em alguma coisa melhor para fazer em um domingo a tarde modorrento do que um bom e velho sliding puzzle? EU CONSIGO. Mesmo como uma criança dos anos 90 sem amigos eu conseguia pensar em algo melhor que isso, ok?
 O jogo da memória e a trivia sobre episódios dos Simpsons são legais, mas duram 14,73 segundos cada, o que nos deixa apenas com a fase de plataforma. Que, para surpresa de todos lendo até aqui, é horrível.

Em primeiro lugar, é uma daquelas fases "ache a saída" em que você tem que explorar o mapa e achar o lugar onde a fase termina. O que não é tão ruim assim se o jogo for bem feito - Decap Attack tem boas fases nesse sentido e é um jogo de qualidade bastante decente, por exemplo - mas adivinhem se este é o caso aqui? Vamos lá, adivinhem!

Em termos de controles, bem, o botão A faz Bart pular e o botão B dispara um projétil se você tiver alguma bola para atirar. Para dar um pulo correndo em algo como Super Mario Bros, você segura o Botão B para correr rápido e então o botão A faz Mario pular. Nice e simples e é um padrão que é definido como uma referência usada em todos os outros jogos do NES. Bart Vs The World seguiu este método experimentado e testado? Não, é claro que não.



Assim como no jogo anterior, o botão de pulo e de corrida é o mesmo, então boa sorte tentando correr e pular. O jogo ainda oferece a opção "Super Pulo", apertando A+B ao mesmo tempo, o que faz Bart disparar como se tivesse usado um foguete a jato sobre uma pista de patinação. A única coisa mais impressionante sobre o quanto o "Super Pulo" é impreciso, é o quanto o jogo te exige precisão dele nos brindando com algumas das sessões de plataforma mais irritantes conhecidas pelo homem.

Os efeitos sonoros soam como algo que poderia facilmente ter se originado do Atari 2600 - para um jogo do Atari 2600 eles seriam bons efeitos sonoros, embora já meio batidos. Tendo em mente que este jogo foi feito em 1991 e após o advento do Mario 3, você pensaria que mais esforço poderia ter sido feito. Em termos de música, você ouve a música do tema dos Simpsons em 8 bits, que, embora seja boa, para ouvi-la várias vezes, é melhor colocar um DVD dos Simpsons, deixar e o tema principal tocando constantemente, o que seria mais divertido.

Eu gosto especialmente como o que já era normal a VINTE E SEIS anos atrás ainda é a 100% verdade no Brasil de hoje.

Verdade que o jogo tenta oferecer mais variedade do que a maioria das coisas na biblioteca do NES - ainda na China temos uma fase de skate na grande muralha - mas essas boas intenções esbarram nos controles tenebrosos e pouco uteis do jogo, ou em minigames que terminam mais rápido que a sua primeira vez sem deixar muito rastro na sua memória.

Bart Vs The World teve todas as chances de melhorar tudo o que era ruim sobre Bart Vs The Space Mutants, como a história tosca, os controles toscos e muito mais coisas toscas. Verdade, eles melhoraram o enredo, e é bom que você parece ir ao redor do mundo, com níveis que vão desde a China, o Pólo Norte, Egito e Hollywood, mas como mencionado anteriormente, estas boas intenções empalidecem com a falta de ter controles decentes e boa jogabilidade - o que este jogo infelizmente não tem.

É triste que uma marca como Os Simpsons não tenha um jogo decente para o Nintendinho - ainda mais tendo um Arcade Beat'm up tão bom que nunca foi adaptado para os consoles - porque após o desastre de Bart Vs The Space Mutants, os desenvolvedores tiveram a chance de melhorar o jogo e também fazer o jogo parecer que foi cuidadosamente pensado e desenvolvido. As cópias do jogo são um pouco mais raras do que o título anterior, então vale a pena como item de colecionador para os fãs de Simpson, mas, como descrito anteriormente, você teria mais diversão em colocar o DVD e assistir ao menu inicial. Só se pode esperar que o Krusty's Fun House seja menos pior...