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sábado, 13 de setembro de 2025

[#1551][Jun/2000] ACONCAGUA


Em 2000, era normal — quase esperado — que boa parte dos jogos japoneses nunca saíssem do Japão. As publishers frequentemente acreditavam que o custo da localização não compensaria: esses títulos pareciam muito específicos, muito imersos na cultura local para venderem o suficiente no exterior... o que era verdade na época. Também é verdade agora que a cultura japonesa está muito mais inserida na vida global do que há mais de vinte anos — você certamente vai ter bem mais facilidade para encontrar um público hoje disposto a pagar por um gacha com garotas-cavalo do que na era do PS2.

Dito isso, a maioria dos jogos que ficaram no Japão não são tragédias pelas quais devemos chorar. Mais frequentemente sim do que não, eram mais curiosidades esquisitas do que experiencias para levar para toda sua vida — pense bem mais em ROOMMANIA #203 do que em WONDER PROJECT J. Ainda assim, de vez em quando, um jogo verdadeiramente notável ficava sem tradução, um crime que só encontraria justiça décadas quando uma tradução feita por um fã mostraria ao resto do mundo tudo o que perdemos. Aconcágua é um desses casos.

[ESPERA UM MINUTO, EU JÁ VI VOCÊ JOGAR ESTE JOGO. É OKAY E TAL, MAS EU DIFICILMENTE O CHAMARIA DE "OBRA-PRIMA".]

E não é, nem de longe, Jorge. O que torna Aconcágua memorável não é o roteiro ou os puzzles. O verdadeiro presente que nos foi negado por décadas não é a jogabilidade, mas sim o fato que esse jogo tem o melhor nome de personagem da história dos videogames: PACHAMAMA. Isso mesmo, tem uma personagem literalmente chamada PACHAMAMA neste jogo, e por anos nos foi negada essa glória. PACHAMAMA, Jorge!

[...OK, ESTOU REVOGANDO SEUS DIREITOS DE ASSITIR RICK AND MORTY AGORA MESMO — ESTE TIPO DE HUMOR CLARAMENTE TE AFETANDO.]

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

[#1531][Dez/1999] Y2K: The Game



Estamos em 31 de dezembro de 1999. Você olha o relógio, marca 23h21.
O mundo vai acabar precisamente em 39 minutos, isso era um fato.

Mas não por causa de alguma profecia biblica, não porque Nostradamus disse, nem a NASA previu um asteroide com um timing absurdamente dramático, e sim por causa do Bug do Milênio. Ah, o bug do milênio. O grande bicho-papão digital do final dos anos 90. Dependendo de para quem você perguntasse, seria um pequeno contratempo ou o fim da civilização como a conhecíamos. Bancos quebrando, aviões caindo do céu, bombas nucleares disparando — basicamente O Exterminador do Futuro, mas causado por um bug de programação em vez da Skynet.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

[#1528][Jan/2000] ROOMMANIA #203


Você está sentado em frente a um monitor CRT bege. O zumbido fraco do seu PC se mistura com o zumbido de um modem de 56k, aquele guincho agudo que você consegue ouvir na sua memória mesmo decadas depois. Você está online — mas a internet ainda não é o oceano estrondoso de dancinhas do TikTok, vídeos sensuais e conteúdo alimentado por algoritmos. É mais como um pequeno arquipélago de ilhas pessoais, cada uma construída à blogs pessoais.

Em algum lugar, enterrado a três cliques de profundidade no diretório do Yahoo, você encontra: "Mark's Dorm Cam – Ao Vivo do Quarto 204". A página tem um fundo HTML simples, talvez com Comic Sans para dar um toque especial. Uma única imagem carrega no topo — 240×180 pixels, ligeiramente granulada. Mark está em sua mesa, curvado sobre um livro didático. Você espera. Depois de dez segundos, a imagem pisca e atualiza. Agora ele está pegando uma caneca.

É isso.
Isso é tudo que tem para ver.
E ainda assim... você não consegue parar de olhar.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

[#1494][Dez/1999] WILD WILD WEST: The Steel Assassin


Nos anos 90, Will Smith era uma singularidade em Hollywood. Parecia que fracassar era fisicamente impossível pro cara. Praticamente um Rei Midas moderno — tudo que ele encostava virava ouro. A série "Um Maluco no Pedaço" foi um fenômeno global que até hoje é lembrada com carinho,  e sua carreira no cinema foi ainda mais quente. Bad Boys, INDEPENDENCE DAYMIB: MEN IN BLACK, Inimigo do Estado? Puro dinamite nas bilheterias. Era hit atrás de hit atrás de hit.

Aí, em 1999, a Warner Bros. chega pro Will com uma coisa… diferente. Um filminho esquisito de ficção científica com kung fu e uns papos filosóficos. O Will olhou o roteiro, franziu a sobrancelha e passou longe. Muito esquisito. Muito arriscado. Em vez disso, ele foi na certeza: uma superprodução baseada numa série dos anos 60 que todo mundo amava, Wild Wild West. A Warner então ofereceu o papel de kung fu pra uma estrela bem menos famosa na época — mas um cara que já tinha lidado com cyberbizarrices em Johnny Mnemonic: Keanu Reeves.


E essa, meus caros, é a história de como o Will Smith recusou Matrix… pra fazer Wild Wild West. Uma decisão que ele até hoje diz ser o maior arrependimento da carreira. O resto, como dizem, é história. Matrix reinventou o cinema e virou um dos filmes mais influentes de todos os tempos. Wild Wild West? Bom, aquilo foi… um acidente de trem (literalmente, tem trens steampunk no meio e tudo.)

Então a questão que cabe ser feita é... será que Wild Wild West é realmente o lixão radioativo que dizem? E já adianto que a resposta curta é não. Porque é MUITO, mas MUITO pior.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

[#1483][Dez/1999] D2


Então, para o jogo de hoje...

WOW, WOW, ESPERA AÍ, TEMPO!

Começou cedo hoje, Jorge.

VI QUE VOCÊ MARCOU ESTE JOGO COMO RPG DE AÇÃO, RAIL SHOOTER, SURVIVAL HORROR E POINT'N CLICK. POR QUE NÃO MARCAR COMO JOGO DE CORRIDA ENQUANTO ESTAMOS NISSO?

Olha, eu entendo. Parece que eu fui colocando tags aleatoriamente, mas juro que não estou de sacanagem — D2 realmente é tudo isso e possivelmente mais. Se Shinji Mikami e David Lynch tivessem um tórrido fim de semana de amor em uma cabana isolada pela neve com um kit de desenvolvimento do Dreamcast, nove meses depois este seria o resultado.

E de muitas maneiras, D2 é o microcosmo perfeito do Dreamcast, porque de alguma forma o Dreamcast se tornou o lar das grandes tolices, de jogos tão genuinamente japoneses que dão a volta completa no espectro da ruindade e se tornam fascinantes no sentido de "mas que porra eu acabei de ver?" - você sabe, jogos como BLUE STINGER ou SPACE CHANNEL 5.

No Japão, foram colocadas três capas variantes a venda. Because ART.

Então pegue uma garrafa térmica, feche o zíper da sua parka e vamos passear juntos pela tundra, onde os monstros parecem caras com roupas de borracha, as cutscenes nunca terminam e seu único amigo está lentamente se transformando em uma salada.

Bem-vindo a D2. Você não está preparado.
Mas o Dreamcast também não estava

quarta-feira, 2 de abril de 2025

[#1436][Out/97] BROKEN SWORD 2: Smoking Mirror

Hum, eu não posso dizer que sei exatamente o pq caralhas a Super Game Power decidiu fazer uma matéria sobre o port desse jogo no final de 1999 já que o mesmo existia a mais de dois anos a esse ponto. Não é nem que teve um relançamento em portugues na versão PC nem nada, apenas DUNEIDA decidiram tacar um jogo de 1997 e foi bom. 

Bem, enquanto eu não sei exatamente o pq disso, o que eu SEI é que em 1997, o gênero point-and-click era um mundo a beira da irrelevancia, lutando para sobreviver. A Sierra afundava a olhos vistos, a LucasArts apostava em experimentos 3D, e os jogadores trocavam quebra-cabeças pixelados por polígonos e headshots. Nesse cenário, surge então "Espada Quebrada 2: O Espelho Fumegante"  sequência do aclamado primeiro jogo da Revolution Software. 

ESPERA, QUE "ACLAMADO" JOGO? EU NUNCA TINHA OUVIDO FALAR DE BROKEN MIRROR ATÉ ENTÃO!

Pois é, aclamado pelos poucos que o jogaram, eu devia ter esclarecido. O primeiro BS, de 1996, foi um sucesso de crítica mas não de vendas. E sabe qual é a coisa interessante a respeito de críticas positivas? Por melhor que elas façam você se sentir, não dá realmente pra pagar boletos com elas. Sim, eu tentei... bem, teria tentado se recebesse alguma... mas você pegou a ideia aqui.



O resultado disso é que por mais que a Revolution estivesse orgulhosa do seu primeiro jogo, eles tinham preocupações mais preementes no momento. Tipo ter eletricidade, água e aquecimento no rigoroso inverno Yorkino (a York original britanica, não o spin-off mais famoso americano). O resultado disso é que o segundo jogo da franquia acabou sendo um jogo dilacerado entre duas identidades: a intriga hitchcockiana do original e o canto da sereia do absurdo estilo THE SECRET OF MONKEY ISLAND na tentativa de atingir um publico maior. O que resta é um artefato fascinante, porém falho, de um gênero em colapso — um jogo que tenta ser tudo e acaba não sendo nada.  

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

[#1286][Fev/98] BLACK DAHLIA

Vocês tão de sacanagem com a minha cara, só pode. Não tem outra explicação. Eu digo isso pq no texto sobre GRIM FANDANGO, eu fiz um texto todo bonitinho explicando sobre o fim dos point'n click, sobre como aquele jogo terminava uma era, sobre como esse era o ultimo grande título do genero e tal. Moh fofinho o meu texto e pah.

Aí o que a Take Two faz depois disso, sem a menor consideração sobre o meu texto? Foi e investiu um caminhão de dinheiro para fazer um point'n click que é uma superprodução de qualidade estelar, apenas e exclusivamente pra me deixar com cara de tacho. Sim, foi exclusivamente apenas por isso. Mas essa sacanagem da Take Two a parte com a minha pessoa, sobre o jogo em si, bem, sim, é um baita de um puta de um jogo. Mais sobre isso a seguir. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

[#1277][Out/98] GRIM FANDANGO


Este jogo não é apenas um jogo, é o fim de uma era inteira. E usualmente no mundo dos videogames, quando um genero, quando um console morre, usualmente é de forma lugubre e esquecível, uma nota de rodapé que ninguem mais lembra a respeito, só ver o glorioso e querido Super Nintendo cujos ultimos jogos nesse blog são coisinhas altamente pouco dignas de nota, tipo SPACE INVADERS e ARKANOID: Doh It Again

Porém essa é a regra, e toda regra tem uma exceção. E essa é a história dessa exceção: como o jogo que sepultou definitivamente o genero point'n click é nada senão uma obra-prima. Hoje falaremos do Fandango Ominoso.

terça-feira, 5 de março de 2024

[#1247][Jun/98] THE X-FILES GAME


Eu... tenho uma confissão a fazer para vocês. Não é uma simples, e não é uma esperada, mas definitivamente é uma coisa que eu preciso dizer: eu não sou um nerd perfeito.

SABE, EU NÃO ACHO QUE EXISTA EM QUALQUER UM DOS INFINITOS MULTIVERSOS POSSÍVEIS, UMA ÚNICA CRIATURA - MESMO CONTADAS AS UNICELULARES - QUE POR UM ÚNICO MOMENTO QUE FOSSE CONSIDEROU A POSSIBILIDADE DE VOCÊ SER PERFEITO.

Em primeiro lugar: ouch, demasiadamente elaborado, Jorge, ainda que verdadeiro. Em segundo lugar, eu disse sobre ser um nerd perfeito. Isso quer dizer que minha formação nerd não tem a checklist de todas as coisas pivotais da nerdice que um autentico nerd deveria conhecer.


Por exemplo, até iniciar o projeto desse blog, eu nunca realmente tinha jogado SUPER MARIO 64. Indesculpável, eu sei. Ou então algo mais recente, até começar 2024 agora eu nunca tinha parado pra sentar e assistir todos os episódios do desenho da Liga da Justiça (apenas tinha visto por cima uma coisa ou outra que passava no SBT de meio-dia). São coisas que eu já deveria ter assistido ou jogado, mas por uma dessas coisas da vida - e como a vida tem coisas - eu nunca o fiz.

Assim sendo, como dá pra imaginar pelo jogo de hoje, eu gostaria de falar sobre como foi a experiencia de ter assistido Arquivo X pela primeira vez depois de todos estes anos nessa indústria vital.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

[#1143][Out/97] THE CURSE OF MONKEY ISLAND

Videogames raramente são concebidos como visões artisticas. Na sua grande maioria, eles são concebidos e vendidos como brinquedos: vc acha que algo vai ocupar as pessoas o suficiente a ponto delas pagarem por isso, vc faz e vende esse brinquedo. E é isso. Não é que vc quer compartilhar sua visão sobre nada, ou falar artisticamente sobre um ponto, nem nada assim. Vc viu a chance de vender um brinquedo e vc vendeu, é assim que a imensa maioria dos jogos são feitos.

Não é que tenha algo errado com isso, diabos os jogos do Mario são feitos assim e o próprio Miyamoto diz se ver muito mais um fabricante de brinquedos do que um artista. E eu estarei morto e enterrado em meu gélido tumulo muito antes do dia que afirmar que Miyamoto está errado.

Porém, contudo, todavia, porém, entretanto... alguns jogos só são o que são pq eles são concebidos como mais do que um brinquedo, mais do que algo que vive e morre pelas suas mecanicas e cujo texto poderia ter sido escrito pelo chatGPT. THE SECRET OF MONKEY ISLAND é um desses jogos.

terça-feira, 25 de julho de 2023

[#1142][Nov/97] BLADE RUNNER

Dentre todos os cenários de ficção possíveis, eu diria que cyberpunk é o meu favorito. Veja, a coisa é que eu acho que a ficção funciona em seu melhor quando usa de seus elementos fantásticos para, através de simbolismos, falar de temas que dificilmente seriam abordados de outra maneira.

Um exemplo bem iconico disso que é que as fusões em Steve Universe são uma metafora para sexo. Porém se fosse feito de outra maneira e falado abertamente sobre tacatacalapetaca, a discussão seria completamente ofuscada por todas as neuras, traumas e incapacidade de lidar com o assunto que aflige as pessoas. Ou como X-Men pode servir para falar sobre racismo, homofobia ou até AIDS dependendo de como você aborda a coisa, enquanto falar diretamente sobre esses temas colocaria as pessoas em modo de defesa e ativar o instinto tribal de "nós contra eles". Nesse sentido, eu acho que a ficção é completamente sem igual para atingir esse objetivo.


O que nos leva, então, a questão do cyberpunk que eu acho que é a ficção no melhor do que ela pode ser. O tema de alta tecnologia em um mundo miseravel nihilista onde tudo é permitido e nada importa abre as portas de inúmeras metaforas possíveis. O problema é, entretanto, que se você gosta de cyberpunk e todas as suas possibilidades nos anos 90 você tinha bem poucas opções de entretenimento. Duas, mais precisamente: THE GHOST IN THE SHELL e Blade Runner. Bem, três se você contar Johnny Mnemonic, mas por alguma razão ou outra ninguém nunca lembra desse filme. Vamos ficar com THE GHOST IN THE SHELL e Blade Runner para esse caso.

Como eu já falei de THE GHOST IN THE SHELL na review daquele jogo, hoje é dia de falar sobre Lamina Corredora. E já adianto que é um filme bem complicado de analisar...

domingo, 4 de junho de 2023

[#1119][Dez/96] CLOCK TOWER


A primeira vez que eu ouvi falar de Clock Tower, nas curtas palavras da Ação Games, o jogo me impressionou muito e fez com que eu até hoje lembrasse dele com curiosidade. Quer dizer, um point'n click de terror? Uau, isso é completamente diferente de QUALQUER outra coisa que eu já joguei na vida!

Porém, isso sendo dito, aquilo foi a decadas atrás. Hoje, um mestre supremo dos games adulto e calejado pelos golpes que os jogos dão, eu entendo o quão idiota é essa premissa. Quer dizer, é um point'n click, pelo amor de Vixisgrostolv, o quão assustador pode ser jog...

HOLY PUTA QUE PARIU É O TESOURÃO! CORRE MULHER! MEXE ESSAS PERNAS LOUCAS O TESOURÃO VAI TE PEGAR! CORRA POR SUA VIDA! CORREEEEE BERGUEEEEE!

MEU DEUS DO CÉU CORRE BERGUE, O TESOURÃO TÁ VINDO CORRE BERGUE!

Tá, okay, tenho que conceder que esse jogo é SIM interessante...

segunda-feira, 6 de março de 2023

[#1063][Mar/97] THE CITY OF LOST CHILDREN


Ao longo de todos estes anos nessa industria vital, eu meio que já vi todo tipo de jogo licenciado que vc possa imaginar. Jogos baseados em filmes que eram o grande lançamento do verão como CUTTHROAT ISLAND, em RPGs como ADVANCED DUNGEONS & DRAGONS: Iron & Blood: Warriors of Ravenloft, em desenhos animados de 70 anos atrás (como PINOCCHIO), em mascotes corporativas como COOL SPOT, em desenhos animados da época como WIDGET e até mesmo baseados em desenhos nunca lançados como X-MEN para arcade. Eu joguei até mesmo um jogo de uma linha de brinquedos baseada em manequins de teste de colisão. Sério, THE INCREDIBLE CRASH DUMMIES existe, o que vocês querem que eu faça?

Enfim, o que vc imaginar eu já joguei. E até pior que isso. Porém, o que eu nunca vi em todos esses anos nessa indústria vital foi... um jogo como esse. Quer dizer, sério, de todas as coisas do mundo que poderiam virar um videogame, uma das últimas que eu apostaria seria A Cidade das Crianças perdidas!

domingo, 22 de janeiro de 2023

[#1036][Nov/96] PHANTASMAGORIA: A Puzzle of Flesh


Quando se fala dos famigerados jogos com cenas filmadas, os famigerados FMV, algumas palavras vem a mente... sendo que "qualidade" não é uma delas. Usualmente esses jogos são filmados com o orçamento de um Toblerone de morango e dois pistaches, e mesmo quando tem uma graninha sobrando eles são assolados por um mal gosto na produção que deixaria um filme da Troma ruborizado.

Por exemplo, SUPREME WARRIOR tem locações realmente muito bonitas na China, mas as atuações variam entre pessoas aleatórias que eles ofereceram um pastel de palmito para recitar algumas falas na frente da camera a pessoas que eles ofereceram um pastel de queijo. THE DEADALUS ENCOUNTER, por outro lado, tem uma atriz de verdade no elenco (Tia Carrere), mas meio que é só ela e o resto da produção foi gravada no quarto dos fundos de um youtuber.

Como dá pra ver, jogos em FMV não é algo que dá pra colocar a mão e dizer "uau, isso é BOM"... e com certeza o primeiro Roberta Williams' PHANTASMAGORIA não é exceção a essa regra, oh bom mediano e mau deus, como esse jogo não é...

Quem não lembra da infame cena em que nossa heroína tenta seduzir o seu marido... com uma atuação de alguém que não faz a mais remota ideia de como seres humanos se comportam perto de outro da sua espécie? Então realmente me desculpem se eu não prendi o folego esperando Phantasmagoria 2, no máximo seria outro daqueles FMV candidatos ao premio "tão ruim que é bom" e olhe lá.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

[#962][Set/96] MUPPET TREASURE ISLAND


Agora "The Muppets" é um caso curioso na minha vida: embora o programa nunca tenha passado em TV aberta, ainda sim é algo pelo qual eu tenho bastante carinho. Em primeiro lugar, eu conheci os Muppets pelo desenho animado spin-off "The Muppet Babies" que era uma versão dos personagens como bebês (o que era uma moda na época, vide Tom e Jerry Kids ou O Pequeno Scooby-Doo). Durante muitos anos eu nunca soube que Muppet Babies era um spin-off de outro programa, pra vc ver como a informação funcionava naquela época...

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

[#956][Nov/95] FRANKENSTEIN: Through the Eyes of the Monster


Eu sempre considerei que o período entre 95 a 98 - a era clássica do Playstation - fosse uma das eras dos videogames que eu mais conhecia. Afinal eu passava a tarde nas locadoras jogando 1 real a hora (ou assistindo na maior parte do tempo, não é como se eu tivesse 1 real naquela época)  tinha acesso a uma grande miriade de jogos. Além disso eu acompanhava religiosamente a Ação Games, então eu estava por dentro de tudo, certo?

sábado, 21 de maio de 2022

[#889][PC] ALIENS: A Comic Book Adventure [Outubro de 1995]

Cryo. Em uma embalagem mostrando um Xenomorfo babando em busca de sangue, seu logotipo ainda consegue ser a coisa mais assustadora da capa. Mas tá, não vou dizer que eles nunca fizeram jogos decentes. Por exemplo, tem o ... hã.... hum, acho que LOST EDEN não é tão horrível. Ouvi dizer que algumas pessoas gostaram de Megarace ... por algum motivo. Eles fizeram três deles, então alguém deve ter comprado. E então, é claro, tem TIMECOP... é, não. Por Deus, não.

Bem, parece que estou realmente dizendo que eles nunca fizeram nenhum jogo decente. No entanto, eles fizeram, hmm... Espera! DUNE! Eles fizeram o DUNE original! DUNE foi muito bom, então eles tem um jogo bom no seu acervo... e esse aqui definitivamente não é o segundo. Mas nem perto disso, nem fodendamente perto.

De qualquer forma, Aliens definitivamente não é um jogo que ajudou a reputação da Cryo em tentar fazer point'n clicks bons. Bonitos, com certeza. Mas bom? Vamos apenas dizer que no espaço ninguém pode ouvir você gritar, mas uau, eles totalmente podem ouvir você ser uma merda.

domingo, 24 de abril de 2022

[#866][SNES] SCOOBY-DOO MYSTERY [Novembro de 1995]


Frequentemente quando se discute a famosa disputa entre o Super Nintendo e Mega Drive, dois jogos em particular são citados para ilustrar a diferença entre os dois consoles. Isso porque frequentemente os jogos eram montados basicamente iguais... com a diferença que o Mega Drive tem menos cores que uma caixa de lapis de cor comprada no R$1,99, e o chip de som soa como um lobisomem com impotencia tentando se transformar durante um ataque de asma.

Esses dois jogos, entretanto, são radicalmente diferentes na sua versão de SNES e Mega Drive: DISNEY'S ALADDIN e o jogo do SCOOBY-DOO MYSTERY. Só que enquanto no caso das noites da Arábia e os dias também é sempre tão quente mas faz com que a gente se sinta tão bem é incrívelmente superior no console da Nintendo, no caso de Scooby-Doo ... é complicado. E eu digo isso porque um jogo não é melhor do que o outro, dado que eles tentam coisas bastante diferentes.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

[#853][PC] SPACE QUEST 6: Roger Wilco in the Spinal Frontier [Julho de 1995]


Com a progressão dos jogos para o modelo 3D, meio que foi também o fim da era de ouro dos point'n click - muitos de seus elementos migraram para generos com mais ação, mas os PnC entraram em fase de extinção e hoje só existem se reproduzidos em cativeiro. Isso não quer dizer que nunca mais veremos um jogo do genero (ou que nunca mais veremos um grande jogo do genero), mas é seguro dizer que vai chegando ao fim essa fase de ver um por varejo e um por atacado.

E é curioso que justamente essa fase final é marcada pelas duas maiores competidoras do genero - a Lucas Arts e a Sierra - lançando seus jogos na mesma revista. Nenhum dos dois particularmente brilhante, diga-se de passagem, o que comprova o ponto que esse genero já tava perdendo o gás da Coca mesmo. E enquanto eu falei ontem de THE DIG, hoje é dia de falar do representante da Sierra: Busca Espacial 6 - Rogerio Wilco na Espinha Final.

quinta-feira, 31 de março de 2022

[#852][PC] THE DIG [Novembro de 1995]

Suponho que a esse ponto eu não precise realmente apresentar Steven Spielberg, grande cineasta, conhecido por alguns dos filmes mais memoraveis da história do cinema como Jaws, ET e Jurassic Park. Pelo que Estevão da Massa é menos conhecido, entretanto, é que ele tem um dedo sexual para videogames: ele fode tudo que toca.

A história do desastre do jogo de ET para Atari é bem documentada (embora o jogo MUITO ruim, não é  tão ruim quanto se diz também), porém um caso mais pitoresco é a infame desventura conhecida como "The Dig". Vamos então nos aprofundar nesse buraco... pq "Dig"... sacaram? Hã? Hã? 

Humor y Piadas, gente.