Oh não.
O suor frio escorria de minha testa, minhas mãos tremiam, meu coração palpitava em terror... e eu sequer tinha encaixado a fita de "Batalha Ogra 64: Pessoa de um Calibre Senhorio" (belo nome, isso tem que ser dado a ele) no Nintendo 64.
Isso porque antes mesmo que eu ligasse o videogame, fui bombardeado por memórias de OGRE BATTLE: The Marsh of the Black Queen como um sobrevivente de guerra que acorda com flashbacks terríveis no meio da noite, gritando em puro horror.
Como um cadaver mal enterrado nas minhas lembranças, se arrastaram para a superficie lembrança de horas intermináveis gastas tentando descobrir como o sistema de alinhamento funcionava, apenas para ter minha reputação inexplicavelmente despencando porque ousei libertar uma cidade em vez de ocupá-la. Lembrei da frustração de gerenciar unidades com uma interface que parecia ser uma piada interna da equipe de desenvolvimento que eu claramente não estava pegando lembrei da exaustão total das missões que pareciam durar para sempre, sem nenhum feedback claro de progresso ou realização.
O jogo de SNES era um jogo que punia você por não entender suas regras enigmáticas, oferecia pouco para explica-las e menos ainda em capacidade de perdoar os erros que você nem entendia que estava cometendo. Era um jogo que exigia perfeição, mas não dava nenhuma das ferramentas para alcançá-la.
ESTOU PEGANDO A SENSAÇÃO QUE VOCÊ NÃO GOSTA MUITO DE OGRE BATTLE: The Marsh of the Black Queen
O que te deu a deixa? Mas tá, verdade seja dita, apesar de tudo isso eu não posso ignorar completamente o fato de que tem boas ideias enterradas sob toda a frustração. Algo que, se feito corretamente, poderia ser realmente incrível.
Seria esse então o caso deste jogo de uma Pessoa de Calibre Senhorio que realmente iria consertar tudo que deu errado com o jogo de SNES? Ou seria outra prova na grande verdade da vida que nada é tão ruim que não tenha como piorar?