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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

[#1384][Dez/1999] KOUDELKA


Em 2002, o redator da prestigiada revista Famitsu, Jun Miura, estava fez uma matéria sobre um retro-jogo de 1985 chamado "Ikki" (não muito diferente do "Tunel do Tempo" que a Ação Games ou a SGP faziam). O que é relevante para nossa história, entretanto, é que Miura usou um termo "kusoge" para descreve-lo - que literalmente significa "jogo merda" (kuso = merda, Ge = gemu, a ingrishificação de "game").

Só que ele não se referia a qualquer jogo merda, oh não, e sim especificamente jogos tão ruins que chegam a ser fascinantes em toda sua medíocridade. É como assistir um acidente de carro, é uma coisa horrível, mas você não consegue tirar os olhos daquela catastrofe. É como assistir de The Room, é tão ruim, mas tão ruim, mas TÃO ruim que dá a volta completa e flerta com a genialidade.


Miura não inventou o termo, ele já rolava nas revistas japonesas a algum tempo (especialmente na Famitsu, que é extremamente exigente e crítica), mas é atribuído ao texto dele essa interpretação atual que a internet tem do termo. Seja qual for a origem, o fato que importa aqui é que hoje temos um kusoge tão kusogesco que você não tem como não esfregar as mãos de antecipação pq em toda catastrofe que vem pela frente, não tem como não pensar "ai papai, hoje tem!"

Então, sem mais delongas, vos apresento o estimado Kusoge do dia, Koudelkinha da Massa!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

[#1383][Ago/2000] DRAGON QUEST 7: Fragments of the Forgotten Past

A chuva cai torrencialmente, cortando a noite como pequenas lâminas cruéis. Uma substituição pobre para as lágrimas que eu não mais vertia, essa capacidade foi uma das coisas que eu perdi nessa longa jornada de sofrimento e dor. Mas a esse ponto, isso não importava mai. Sentei contra uma parede de tijolos em ruínas em algum beco esquecido, o fedor de podridão e arrependimento pairando no ar ao meu redor. O zumbido de neon de uma placa quebrada tremeluzia no alto, lançando rosas e verdes doentios no pavimento escorregadio pela chuva.

Procurei o maço de cigarros no bolso do meu casaco, apenas para lembrar que os tinha esmagado na ultima luta — ou talvez isso tenha sido três noites atrás. O tempo se tornou um borrão, cada dia se mesclando nas memórias com o seguinte, uma longa sequencia de miséria amarrada por uísque barato e decisões ruins. Minhas mãos tremiam quando acendi o último cigarro que consegui salvar, a chama do fósforo lutando para se manter viva contra o vento. Mais ou menos como eu.

Sabe, eu nem sempre fui essa... coisa. Essa casca vazia. Houve uma época em que eu tinha um nome que as pessoas diziam com respeito. Amigos que me olhavam nos olhos. Uma vida. Eu até pensei que tinha um futuro. Engraçado, né? Eu pensei que poderia interpretar o herói em uma história como a minha. Mas se tem uma coisa que aprendi, é que o mundo não lida com finais felizes — não para caras como eu.

Você quer saber como eu cheguei aqui? Como eu me tornei essa bagunça de ossos, bebida e promessas quebradas? Tudo bem. Você quer a verdade? Aperte o cinto. Porque não é o tipo de história que você sai se sentindo bem. É o tipo que fica com você. Que te mancha.

Essa é a história de minhas 150 horas com Dragon Quest 7.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

[#1381][Dez/1999] VALKYRIE PROFILE

Era uma noite gelada nos bosques que cercam a miserável vila de Coriander, o tipo de frio que faz o ar gelado da madrugada queimar seus pulmões e cortar seus lábios ao ponto que o simples ato respirar não é uma atitude que deva ser tomada levianamente. Ainda sim, duas crianças corriam por suas vidas, sem olhar para trás.

Um menino e uma menina, nenhum dos dois com mais de dez anos de idade, atravessam o véu da noite desabaladamente em direção a... nem eles sabem realmente. A única coisa que eles sabem é que não podem voltar a Coriander sob hipotese alguma.


Naquela tarde, homens estranhos vestidos de preto andaram pela vila. Lucian, o menino, já tinha visto eles algumas vezes antes: eles aparecem, se houve o barulho de algumas moedas, e então no dia seguinte alguém da vila não estavam mais lá. Traficantes de pessoas. E naquela noite em particular ele havia visto esses homens indo para a casa da sua amiga Platina.

Ele conseguiu entrar pela janela e tirar ela de lá instantes antes que os homens de preto a levassem, mas era só até aí que seu plano ia. Pouco atrás dele, Platina estava tão exausta quanto assustada. Ela podia ser apenas uma criança, mas sabia perfeitamente bem qual seria o seu destino se uma garota bonitinha como ela fosse vendida como escrava.


Após abrir uma distancia segura da vila, Lucian acha que eles podem parar para respirar um pouco - não que seus pequenos corpos de criança conseguiriam de outra forma. Platina está exausta. Não apenas da fuga, mas de sua vida toda. Das surras. Da fome. Do frio. Do medo. Da perspectivida de uma vida inteira miserável assim. Ser vendida como escrava por sua mãe por uma dúzia de moedas foi a palha que quebrou as costas do seu camelo, era a última, ela não aguentava mais.

E de fato seu corpo não aguenta mais. Seus joelhos cedem, ela cai no chão. Mas por causa dos seus sentimentos internos, mas pq Lucian não reparou que eles tinham ido parar em um campo de Lírios Lamuriosos, uma planta muito bonita mas altamente venenosa.


Lucian corre e a toma nos braços, mas Platina está sem mais forças para lutar contra o veneno, para lutar por sua vida miserável. Talvez seria melhor ela apenas fechar os olhos e aceitar o doce abraço do descanso eterno. Ela pode apenas desejar que talvez um dia ela e Lucian renasçam juntos, em uma vida melhor, em um mundo melhor. Desejando apenas esquecer todas as terríveis memórias de sua curta vida, Platina fecha os olhos pela última vez nesse mundo. O menino chama por ela desconsolado, mas é tarde demais.

Ao som de seus gritos do mais puro desespero, a camera vai se afastando e a tela fechando. Esse é o trágico fim da história dessa menina, mas apenas o começo de uma outra muito maior.

"Perfil de Valquíria", letras sóbrias informam na escuridão da tela. O jogo vai começar.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

[#1380][Abr/2000] BREATH OF FIRE 4


Bafo de Fogo 4 é o THE KING OF FIGHTERS 99: Millenium Battle dos jRPGs. E essa foi a review de hoje, até a próxima gente boa!


VOCÊ SABE, ESSA "PIADA"... VAMOS COLOCAR ASSIM... JÁ NÃO ERA ENGRAÇADA NA PRIMEIRA VEZ QUE TU FEZ ISSO A UNS SEIS ANOS ATRÁS. NÃO FICOU MAIS DIVERTIDA DE LÁ PRA CÁ.

Ah, bem, Jorge... suponho que eu precise me alongar sobre isso então, huh?

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

[#1370][Nov/1999] CHRONO CROSS


A coisa que eu mais gosto da Squaresoft no final dos anos 90 é que eles estavam indo tão bem, acertando tantas coisas que a esse ponto eles apenas não sabiam mais o que fazer com tanto dinheiro. Quero dizer, quando você tem dois dos cinco jogos mais vendidos da história do console mais vendido de todos os tempos até aquele ponto então você tem dinheiro para uma senhora caceta subaquática.

E isso é uma coisa boa pq com o pão garantido na mesa, eles podiam se permitir investir em projetos mais autorais e menos comerciais - da mesma forma que hoje os blockbusters garantem o estofo de dinheiro para os estúdios financiarem pequenos projetos independentes. Nenhuma outra soma de condições permitiria, por exemplo, o lançamento de um jogo tão autoral e tão esquisito como VAGRANT STORY.

Mas se eu achei VAGRANT STORY um jogo esquisito e tão autoral que mais frequentemente sim do que não faltou alguém ir lá dar um tapa na cara do Yasumi Matsuno, acredite em mim, aquilo é o nerd escoteiro mais bem comportado da história das salas de aula hipotéticas perto desse bad boy aqui. "Esquisito" sequer começa a descrever Chrono Cross, e mesmo após ter jogado 50 horas disso eu ainda estou com algumas dúvidas se esse jogo realmente existe ou é um delírio febril de um sonho de uma noite de verão em que você comeu 25 quilos de maionese vencida.

E honestamente, enquanto eu estou aqui escrevendo esse texto, eu meio que tendo a acreditar mais na hipotese da maionese estragada do que Chrono Cross realmente existir. Vamos a isso então.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

[#1366][Set/1999] WILD ARMS 2 (ou "Wild Arms: 2nd Ignition" no Japão)

 
Oieeeeeee...


OH NÃO, ESSE SORRISO, ESSE MALDITO SORRISO...

Oh sim, Jorge! Pq hoje é dia de um tipo de review muito especial, o meu tipo favorito de review: a review "C estava certo o tempo todo!". Você não adora quando isso acontece?

NÃO, NÃO POSSO DIZER QUE SEJA MEU MOMENTO FAVORITO DO DIA

Mas é o meu, Jorge, porque essa é a continuação de um jogo que os próprios desenvolvedores leram minha review e concordaram com tudo que eu disse nela. Com efeito, todos os principais pontos que eu aderecei que eram negativos no jogo original foram particularmente retrabalhados na continuação, o que prova que os próprios devs do jogo concordam comigo!

ISSO NÃO FAZ NÃO FAZ O MENOR SENTIDO CRONOLOGICO! E MUITO MENOS LÓGICO!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

[#1363][Ago/1999] HYBRID HEAVEN



Durante os anos 90, a Nintendo tinha (e ainda tem, verdade seja dita) uma politica bem estrita de ser family friendly, e por isso leia-se uma visão bastante estadunidense da coisa: violência é perfeitamente aceitável, enquanto mulheres são um big no-no.

Ciente disso, a filial da Konami de Osaka teve uma ideia bastante diferente:
- Hmm, chefe, pra fazer um jogo que chame atenção... a gente pode abrir ele mostrando uma bunda? Certamente todo mundo vai reparar nesse jogo!
- No Nintendo 64? A Nintendo vai parir um gatinho se a gente abrir um jogo com uma mulher pelada!
- Quem falou em mulher?
- ...
- Então, pode?
- Bem, é, o documento de regras que a Nintendo mandou cita especificamente mulheres...

domingo, 17 de novembro de 2024

[#1349 e #1350][Fev/96 e Abr/99] POKÉMON RED/BLUE e POKÉMON STADIUM (ou "Pokémon Stadium 2" no Japão)


Em 2018, a Sony lançou um dos jogos mais aguardados de todos os tempos: um reboot da franquia mais popular do Playstation com o orçamento de 147 indochinas. O resultado foi God of War, um jogo que foi um sucesso emocional e mecanico como poucas vezes visto na história dos videogames, resultando em vendas igualmente satisfatórias: 5 milhões de unidades vendidas apenas no seu primeiro mês de lançamento.

Em 2022, Pokémon Scarlet e Violet foi o nono jogo de uma franquia amplamente criticada por não mudar em absolutamente nada nos ultimos 25 anos, e pior que isso, um jogo lavado de bugs e falhas de perfomance que faziam o jogo rodar no Nintendo Switch a 12 quadros por segundo em algumas areas. É indiscutivelmente o pior jogo lançado em toda franquia Pokémon, na forma que saiu.

Pokémon Scarlet e Violet vendeu 5 milhões de unidade em apenas três dias. Isso é o quão grande Pokémon é.

domingo, 10 de novembro de 2024

[#1345][Set/98] GUARDIAN'S CRUSADE (ou "Knight & Baby" no Japão)

Faz pouco mais de uma semana que eu tive o desprazer de sofrer um dos piores jRPGs que eu já calhei  de sofrer violencia nesse blog - um que atende pelo nome de  SHADOW MADNESS. Ainda não acho pior que o acidente de trem que foi BREATH OF FIRE 2, mas não foi por falta de tentativa. Isso sendo dito, imaginem vocês minha surpresa ao pesquisar sobre o jogo de hoje e descobrir que ele é avaliado ABAIXO de  SHADOW MADNESS nas listas de piores jogos do PS.

... meu deus... o quão ruim esse jogo deve ser pras pessoas avaliarem abaixo de um jogo que consegue errar absolutamente tudo? Aí minha reação não pode ser outra que senão:

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

[#1334][Mai/1999] SHADOW MADNESS

Oh boy. Oooooooooooh boy. É. Por onde eu começo? Quero dizer, cara... assim... né?


... assim... eu entendo que no começo de uma geração podem sair jogos altamente questionaveis porque tanto os caras não sabem mexer no hardware ainda, como eles precisam lançar alguma coisa - qualquer coisa - porque fisicamente não existem jogos ainda para o sistema, então vai qualquer porcaria mesmo do jeito que der e vamo que vamo. Eu entendo isso.

Eu também entendo os shovelware de fim de geração porque a grande massa já migrou para o próximo sistema e ficam só aqueles jogos "pra tia dar de presente pro sobrinho", então meio que foda-se. Eu também entendo isso.



Agora, este não é nenhum dos casos do Playstation nesse momento. Estamos em 1999, o PS1 está no seu auge, seus melhores jogos estão esmerilhando por aí, todos os jogos definidores do console já estão na praça, não tem uma única causa, motivo, razão ou circunstancia para começar a compreender porque diabos, porque caralhas, porque bilongas voadoras não identificadas os caras me fazem um jogo que não consegue acertar uma, mas UMA, mas sério mesmo nem UMA ÚNICA coisa certa? Eu queria apenas entender como isso é sequer possível, pq LOUCURA SOMBRIA tem a façanha de não ter uma ÚNICA REMOTA coisa certa nesse jogo. Chega a ser estado da arte o quanto eles conseguem errar mas TUDO, é um negócio pra ser estudado pela NASA!

ESSE NÃO É AQUELE JRPG QUE FOI FEITO NOS ESTADOS UNIDOS?

Ah, tá explicado.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

[#1313][Out/98] LEGEND OF LEGAIA


Quando a Sony começou a levar a série seu projeto de ter seu próprio VIEJGUYM, eles imediatamente sabiam duas coisas: primeiro que eles iam entrar pra ganhar, segundo que isso só ia acontecer se eles tivessem um plano muito bom. O que, como todos sabemos hoje, eles tinham.

Resumindo bastante a história que eu já contei na A HISTÓRIA DO PLAYSTATION e na HISTÓRIA DO NINTENDO 64, o plano da Sony consistia em cooptar as developers fornecendo um sistema fácil de trabalhar (e fácil quer dizer rápido, o que quer dizer dinheiro), margens de lucro imensamente mais interessantes que as da Nintendo e praticamente nenhuma ingerencia no processo criativo. Ou seja, era o sonho do pãozinho molhado no hidromel pros devs.


O problema, entretanto, era que a Sony sabia que não podia parar por aí. Quer dizer, claro, é muito bacana ter jogos CARALHOSSAURICOS no seu sistema como FINAL FANTASY 7TEKKEN 3 ou RESIDENT EVIL 2. O problema, entretanto, é que esses jogos não são seus e vc não tem controle sobre eles nem sobre onde eles são lançados (tanto que RESIDENT EVIL 2 saiu para Nintendo 64), e é melhor ter controle do que não ter. Depender apenas de si mesmo sempre é preferível.

Tendo isso em mente, a parte 2 do plano da Sony consistia em criar ou adquirir second partys que criassem jogos exclusivos para o Playstation e alguns desses estúdios deram frutos, outros não. Por exemplo, a Polyphony Digital criada por eles acabou criando o jogo mais vendido da história do PS1, GRAN TURISMO.

Como não dá pra acertar sempre, outras dessas desenvolvedoras não tem resultados tão brilhantes assim e entregaram jogos... eh, okay-ish, pra dizer o minimo. Como por exemplo é o caso da Contrail, que é mais lembrada pelo sem absolutamente nada de especial (a não ser a abertura) WILD ARMS

Bem, depois do mediocre (no sentido literal da palavra, mediano em tudo) WILD ARMS, a próxima produção da Contrail... também não rendeu lá tantos frutos assim quanto a Sony esperava. Isso porque a Lenda das Gaias Legais é essencialmente o sucessor espiritural de WILD ARMS: melhor em todos os aspectos (exceto na trilha sonora) e enquanto isso é uma coisa obviamente boa... meio que só vai até aí tambem. E ser um pouco melhor que medíocre te faz no máximo bom. O que esse jogo é, Legend of Legaia é um bom jRPG... com várias ressalvas. Vamos a isso então.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

[#1294][Jan/1999] EVOLUTION: The World of Sacred Device


A minha ideia era contar a história do desenvolvimento do Dreamcast junto com algum jogo meio merda que ninguém liga, como eu normalmente faço. Bah, não, sério, não vem me dizer que alguém se importa com BATTLE ARENA TOSHINDEN que aí vira palhaçada! Mas enfim, originalmente eu ia contar essa história na review de GODZILLA GENERATIONS e acabou que eu descobri que tinha mais coisas para falar sobre aquele jogo do que eu esperaria. Não coisas boas, de fato, mas coisas. Várias delas.

Mas tá, tudo bem, o tempo passou e eu sofri calado chegou o jogo perfeito pra isso já que Evolution é uma coisinha que eu vou te contar, viu? Quer dizer, eu vou mesmo, no fim da história do Dreamcast eu dedico algumas palavras para falar sobre esse joguinho lindo de Deus. Isso sendo dito, vamos então começar a história do último console produzido pela Sega...

domingo, 8 de setembro de 2024

[#1293][Dez/95] TALES OF PHANTASIA


Lançado em 1995 para o Super Nintendo, Tales of Phantasia recebeu um remake para PS1 em 1999. O que no fim foi bom pra mim, pq ajuda o meu TOC não ter mais um número ímpar nas reviews de SNES, essa sendo a review 410 do console querido

De muitas formas, é uma experiencia bastante enriquecedora que o jogo que eu tenha jogado logo após FINAL FANTASY 8 não seja outro que não um Tales Of. Eu digo isso porque embora ambos sejam jRPGs, eles não poderiam ter propostas mais distintas: Final Fantasy sempre foi (ou tenta ser) o state of art dos jRPGs, sempre tentando puxar o que a mídia pode fazer um passo a frente seja em narrativa, desenvolvimento de personagem, gráficos ou mecanicas de combate. As vezes tem sucesso, as vezes não, mas tentar eles sempre tentam algo novo e diferente.

Já Tales Of, por outro lado, é o exato oposto disso: se Final Fantasy é a vanguarda, é a experimentação, é o novo, Tales Of é o fast food dos jRPG: básico, simples, antes de começar você já sabe o que ele vai entregar e ele entrega exatamente o que vc espera um jRPG. Nunca acima do mediano, mas tambem nunca abaixo. É o porto seguro, sem invencionice, sem riscos, apenas o jRPG raíz, o jRPG toco-y-mi-voy. E quer saber? Com certeza tem algumas coisas do RPG raíz e "antiquado" que a Squaresoft certamente poderia ter aprendido com ToP antes de tentar reinventar a roda...

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

[#1292][Fev/1999] FINAL FANTASY 8



Não é exatamente um segredo de estado nesse blog que eu sou um grande fã da série Final Fantasy. Quer dizer, diabos, esse blog literalmente nasceu da minha ideia de jogar e analisar todos os FF desde o primeiro, quando então evoluiu para analisar todos os jogos da Ação Games e aqui estamos nós, rumo a 1300 reviews.

Não apenas isso, mas todos os Final Fantasy que passaram por aqui sempre foram recebidos com grande carinho porque tinham todos os méritos para isso, tanto que para FINAL FANTASY 7 foi reservada a prestigiosa posição de review numero 1000 desse blog, e FINAL FANTASY TACTICS é um forte concorrente a ser o melhor jogo da quinta geração (que ainda está longe de acabar por aqui, mas ainda sim).

Isto sendo dito, hoje é dia então de falar de um Final Fantasy bastante especial para mim: o primeiro que eu joguei, e acredite ou não eu joguei ele em locadora de 1 real a hora. Sim, eu jogava RPG em locadora enquanto toda molecada estava no Wing É Leve, pra vocês verem como eu sou descoladão.


Mas seja como for, Final Fantasy 8 foi um jogo que eu revisitei algumas vezes ao longo da minha vida, e no fim sempre acabo tirando algo diferente dele. Em comum, entretanto, é que cada vez que eu jogo eu fico com a sensação de "... então... né?". Eu não vou enrolar morcilha aqui e vou dizer que FF8 tem sim problemas bem graves... ms curiosamente, fazia mais de uma decada que eu não jogava esse jogo e eu acabei descobrindo que os problemas que eu achavam que eram a pior coisa nesse jogo na verdade são sua melhor qualidade, ao passo que o que eu achava que o pessoal pegava pesado demais... na verdade merece mesmo.

E por isso eu quero dizer que, ao contrário do que eu lembrava, Squall é na verdade um bom protagonista - diabos, eu diria que um dos melhores da série - ao passo que eu achava a história não era tão ruim assim, mas jogando hoje... minha nossa senhora... é uma caçamba de lixo. Pegando foco. Repleta de cadaveres de bebês foca dentro. Mas vamos a isso...

segunda-feira, 18 de março de 2024

[#1257][Ago/98] THE KING OF FIGHTERS: Kyo


A primeira vista, a ideia de KoF: Kyo não parece apenas ridícula como um cashgrab desesperado. Quer dizer, uma visual novel de King of Fighters? Serião mesmo? Mas então, se vc pensar melhor sobre isso, na verdade faz bastante sentido sim.

quinta-feira, 7 de março de 2024

[#1248][Jul/98] STAR OCEAN: The Second Story

Uma das coisas que eu acho mais interessantes a respeito desse projeto é ser capaz de ver evolução dos jogos no seu contexto da época, o que me faz entender como e pq muitas coisas foram feitas do modo que foram feitas - uma visão que vc não teria de outra forma. E mais ainda, devo dizer, quando minha interpretação do contexto da época é confirmada pela continuação desse jogo que prova que eu realmente estava certo.

ESSE É MAIS UM DAQUELES DIAS QUE VC VAI OSTENTAR O QUANTO VC ESTAVA CERTO, NÃO É?

O que posso dizer, Jorge? Eu sou um homem que não passa frio, pois estou sempre coberto de razão. E Oceano de Estrelas: A Segunda História prova isso. Entretanto, para entender o que é Star Ocean 2, é primeiro entender o que é o primeiro STAR OCEAN e a situação da sua produtora Tri-Ace.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

[#1232][Abr/90] PHANTASY STAR 3: Generations of Doom


Phantasy Star é uma série de RPGs bastante única e por isso eu quero começar dizendo que ela se enquadra na especifica categoria "eu deveria realmente amar essa série, mas a Sega tem uma dificuldade colossal em entregar um jogo redondinho e polido". E uma categoria bastante especifica, eu sei.

O que eu quero dizer com isso é que - contando esse jogo agora - tendo completado a quadrilogia de jogos para o Mega Drive, e olhando o que eu escrevi no papel sobre o conceito da série (vide as reviews de PHANTASY STAR do Master System e no Mega Drive PHANTASY STAR 2 e PHANTASY STAR 4: The end of Millenium), eu deveria amar PS... só que não amo.

Porra, eu gosto imensamente mais de sci-fi do que fantasia medieval, então uma saga de quatro jogos que se passam em um mesmo sistema solar no intervalo de 1000 anos a cada jogo? Que idéia mais pica, irmão! Imagina que foda, vc vai e salva o mundo e tal, e no próximo jogo que se passa dali a mil anos os seus feitos do jogo anterior são contados como lendas de heróis lendários! Porra, arrepiei!

Que ideia grande pica, irmão!

Então, é, no papel eu devia amar PS pra caceta... só que na prática não. E nem é porque os jogos são ruins, o primeiro PHANTASY STAR do Master System batia de frente (e não raramente ganhava) dos RPGs de Nintendinho como Dragon Quest e Final Fantasy 1 em algumas areas... mas então entregava uma dificuldade inaceitavel (mesmo para os padrões da época), os menus eram abusivamente clunky (mesmo para os padrões da época), os picos de dificuldade eram fora de controle com inimigos de nivel infinitamente mais alto do que aquele ponto do jogo andando pelas areas como encontros aleatórios raros pra te wipar em um golpe (o que mesmo para a época era uma filha da putisse) e a história beirava o inexistente (isso sim era bem comum para a época).

Lançado dois anos depois em 1989, PHANTASY STAR 2 igualmente é um jogo surpreendente para sua época, e pensando bem até eu diria que a esse ponto é o RPG mais avançado do mundo. Infelizmente não foi apenas em sistemas e gráficos que o jogo avançou, mas também em dificuldade, necessidade de grinding e picos de dificuldade, fazendo desse um dos jogos mais dificeis de todos os tempos.

Então essa é a coisa, a série Phantasy Star sempre é tecnicamente impressionante mas nunca é realmente divertido de jogar. Minha reação de pegar um PS nunca é de empolgação, mas sim de "ai meu deus, não vai ser fácil mas vamo lá né...". O mais perto que um Phantasy Star chegou de ser um jogo top top dos top top pra mim foi PHANTASY STAR 4: The end of Millenium, se ele tivesse saído pra Sega CD e recebido o tratamento que LUNAR: The Silver Star Story recebeu no remake para PS1/Saturn pela Working Designs... foi quase QUAAAASE, mas não foi.


Ainda sim, eu gosto de Phantasy Star mais do que Dragon Quest, se isso serve de alguma coisa - o que não é muito, pq dos dois DQ que eu já joguei nesse blog meu santo não bateu com nenhum dele, nem e DRAGON QUEST 3: The Seeds of Salvation nem DRAGON QUEST 6: Realms of Revelation. E bem, agora que recapitulamos a franquia até então, podemos falar do ultimo jogo de PS que falta: Estrela Fantasia 3 - Geração da Perdição...

... que frequentemente é citado pelos fãs da série como o pior Phantasy Star ever. O que, saibam vocês, é uma coisa extremamente positiva no meu livro. Quer dizer, se fãs da Sega completamente abominam esse jogo é porque algo certo ele está fazendo, né? Se caras que acham que SONIC 2 é um puta jogo não curtem muito esse, definitivamente isso conta pontos a favor deles não gostarem de PS3... né?

Então... por mais que eu goste de zoar a Sega, e por mais ainda que eu tenha como dever moral zoar os fãs da Sega, eu também tenho o compromisso de falar sério sobre as reviews desse blog (apesar de todos os meus defeitos) e por isso sou obrigado a dizer que os fãs da Sega estão certos, PS3 é de facto a ovelha negra da série e que não fosse o título, sequer seria reconhecivel como um Phantasy Star.


Isso é uma coisa necessariamente ruim? Não exatamente, o que eles tentam fazer não é nada ruim - com efeito, mesmo que não pareça Phantasy Star ainda sim é absolutamente brilhante. Ao mesmo tempo, enquanto as intenções são estelares (estelares, pq Phantasy Star, hã hã?)... sua execução... hã... vamos conversar sobre isso, ok?