sexta-feira, 23 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 011] MICROMACHINES (NES, 1991) [#139]


Acelera Senninha!
 A Nintendo sempre foi notória pelo controle que exercia sobre seus desenvolvedores de jogos na época dos cartuchos, e no NES isso se devia à inclusão do chip de bloqueio chamado 10NES incluído em todos os consoles NES-001. O chip funcionava como um autenticador de baixo nível, com controle total sobre a linha de reset do sistema. Um chip idêntico precisava ser encontrado em cada jogo; a comunicação entre os dois chips permitia que o console inicializasse corretamente. Se o chip no console não pudesse se comunicar com um chip idêntico no cartucho do jogo (as vezes porque estava com sujeira no conector do jogo, daí nasceu a lenda da soprada de fitas) , ele forçaria o console a um loop contínuo de 1 Hz, resultando na luz vermelha piscando tão comum no NES original.

Infelizmente para os desenvolvedores de jogos, o 10NES foi patenteado e disponível apenas através da Nintendo, permitindo que a Nintendo tenha controle quase total sobre quais jogos foram feitos para o seu console. Eventualmente, vários desenvolvedores não licenciados criaram sistemas para derrotar a proteção de bloqueio do 10NES, permitindo que jogos fossem feitos sem a aprovação da Nintendo.

Normalmente, esses jogos não licenciados são completo lixo. Estou falando de perolas como Action 52, Bible Buffet, TITENIC e POCOHONTOS. Sim, isso existe.


Então, é. Entre os jogos não licenciados do Nintendinho e cancêr na mãe, eu recomendaria a segunda opção. Exceto aquela vez que a Codemasters (mais conhecida hoje pela série Formula One e... POR TER INVENTADO O GAME GENIE! ME ENGRAVIDA SUALINDA!) lançou como jogo não licenciado apenas o melhor jogo de corrida do Nintendinho, pq ela é dessas.


segunda-feira, 19 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 009] DEVIL'S CRUSH (Mega Drive, 1991) [#138]



É com grande alegria que eu anuncio que o jogo de hoje será um dos meus jogos favoritos! A insana história um homem em dúvida a respeito de abraçar de vez a vida adulta que é tentado por um demônio por quem se apaixona! Senhoras e senhores, eu vos apresento Cather... hã? Como é que é, produção? ... hm, então o crush pelo capiroto não é o jogo que eu to pensando? ... tá, sei... aham, um pinball lançado para PC-Engine e portado para o Mega Drive?

Bem, mudança de planos pessoal. Contrariando totalmente o inicialmente projetado, parece que o jogo terá bolas mas nenhuma teta! Provavelmente.

domingo, 18 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 006] POPULOUS (PC, 1989) [#137]



Peter Mollyneux é uma das figuras mais exóticas da indústria de videogames. Ele é conhecido por suas promessas absurdamente ambiciosas e seus jogos totalmente fora da curva. Quando estava desenvolvendo Fable, por exemplo, Mollyneux prometeu que o jogo compassaria toda a vida do personagem, com direito a ter filhos, e se você cortasse uma arvore ao longo dos anos você poderia vê-la crescendo novamente.

Nada disso nunca chegou ao jogo final, obviamente. Ninguém sabe se se Peter é um visionário genial que pretende fazer suas afirmações se tornar realidade, se é um mentiroso compulsivo, se simplesmente é fantasticamente ansioso para agradar ou até mesmo um megalômano louco que acredita em sua própria hipérbole. Eu suspeito que seja uma combinação de todas as coisas anteriores.

A coisa é que Peter tem verdadeira paixão pelo que faz (ou é um puta mentiroso), mas não tem como negar que ele pensa muito, muito fora da curva. Como em 1989 onde ele imaginou um jogo completamente diferente de qualquer outro que havia sido feito até então. Um jogo em que você era simplesmente ... Deus.

Não, não um Deus como os deuses gregos ou vikings que tinham corpo, poderes e aprontavam altas aventuras, nada disso. Estou falando do cara invisível que criou as supernovas, as ondas gravitacionais, o sistema circulatório, a febre amarela e planejou toda existência do universo do começo ao fim... mas joga tudo isso fora se você disser na sua cabeça que você é um bosta e puxar o saco dele. "O" Deus.

Ambicioso, para dizer o mínimo.


sexta-feira, 16 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 011] EARNEST EVANS (Sega CD, 1991) [#136]



Vocês conhecem aquele velho e conhecido ditado: se falhar na primeira vez, tente novamente até virar um meme e o Omelete continuar usando ele nos seus vídeos pelos próximos três anos. Hm, acho que não é bem isso que o ditado diz, mas enfim, eu nunca fui muito bom com senso comum mesmo. 

Meu ponto é que após o primeiro jogo do Sega CD ser um dos primeiros jogos já produzidos na parte de baixo da ionosfera, bem, não é isso que vais nos fazer desistir, não é mesmo? Claro que não! Então vamos para o segundo jogo do lineup de lançamento do Sega CD, as aventuras de EVARISTO COSTA!

Eu tenho um bom pressentimento sobre isso, acho que agora vai!

quarta-feira, 14 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 009] SKATE OR DIE (NES, 1988) [#135]



Quem está afim de mais um daqueles joguinhos que são uma coleção de minigames que ficavam repetitivos antes que você consiga dizer "ragatanga"? Bem, você não tem muita escolha porque estamos em 1988 e o jogo que tornou essa definição legal, Warioware só será inventado daqui a QUINZE anos! 

Então é hora de preparar o mohawk mais respeitavel que você conseguir, porque é hora de ser totalmente radical e conhecer o precessor de Antonio Gavião! É hora de andar de skate ou morrer!

terça-feira, 13 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 006] STARFLIGHT (PC, 1986) [#134]



Eu vou te dar a descrição e você me diz que jogo te vem a mente, certo?

Vamos lá: você é o capitão de uma nave, recrutando uma tripulação humana / alienígena das raças mais influentes da galáxia, treinando-as e enviadas em uma missão para a sobrevivência da vida organica. Ao longo do caminho, você para em planetas, procura por ruínas, pousa e desembarca em um veículo utilitario como qual você minera minerais raros, combate inimigos hostis e descobre um segredo sobre uma raça antiga que se pensa estar extinta.



Se você acha que eu estou falando de Mass Effect, então você precisa olhar um pouco mais para trás. Bem mais, na verdade, já que eu estou falando de um jogo lançado apenas VINTE E UM anos antes. Starflight, jogo de computador de 1986.

Não  tem como um gamer moderno falar sobre Starflight sem mencionar o quanto Mass Effect é absurdamente inspirado nele. Sabe as missões de escanear planetas, descer com seu Mako para pegar minerais e fazer sidequests? A parte de viajar pela galáxia e fazer coisas? Pois é, agora imagine isso com gráficos e uma interface de 1986 e você vai te ruma boa ideia do que Starflight é.

segunda-feira, 12 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 011] HEAVY NOVA (Sega CD, 1991) [#133]



Antes da internet, quando uma empresa pensava em lançar um novo videogame a sua primeira preocupação era responder uma pergunta dos fãs: "ok, fanfarrão, porque eu deveria comprar o seu pedaço de plástico?". Hoje isso não importa, as pessoas compram videogames mesmo que seja para jogar remasters (com 5% de melhora apenas) de jogos que sairam a menos de 5 anos (cof *The Last of Us HD Remaster *cof), mas em 1991 ter um lineup foda pra caralho era algo vital.

Por isso quando a Sega lançou o seu drive de CD para o Mega Drive em 1991 (um acessório que permitiria rodar jogos em CD ao invés de cartucho, o que tinha apenas 200x mais espaço!), eles quiseram mostrar que não estavam pra brincadeira nessa merda e soltaram uma linhagem de jogos para o lançamento do Sega CD de encher os olhos. Entre eles estava este pitoresco título: Heavy Nova, que enchia os olhos da molecada com essa abertura:



Uau, se isso não dá vontade de pegar o seu mecha e salvar o mundo, eu não sei mais o que faria. Quer Exceto talvez J-Pop farofa, Hideaki Anno é um genio mesmo. Quer dizer, eu não sei ainda qual o contexto aqui, mas meu coração já está repleto de esperança e sonhos de alcançar o amanhã (ou qualquer porcaria assim que eles cantam nas letras de anime)

Por melhor que o chip de som do SNES fosse, simplesmente não tem como competir com um fodendo CD rodando músicas. Para deixar rodando na prateleira da loja é lindo, e não é absurdo dizer que muitos Sega CDs foram vendidos por causa dessa abertura.

Na verdade toda trilha sonora desse jogo é espetacular, feita pela banda japonesa Studio River Kids. Mais uma vez, nada que o SNES pudesse sonhar em competir mesmo nos seus sonhos mais loucos.

Bem, então... o que poderia sair errado? Ora, muito simples: a Holocronet (uma empresa criada exclusivamente para fazer esse jogo e dissolvida depois, xiiii...) bolou uma abertura matadora para o jogo e depois pensou: bem, passada a abertura... OS TROUXAS JÁ COMPRARAM O JOGO MESMO, ENTÃO PAU NO CU DELES HUAHUAHAUHAUHAUHAUHA.

E assim  nascia um dos piores jogos da história dos videogames.

Parabéns, Sega! Porque nada diz mais ao que o seu acessório veio do que colocar no lineup dele um golpe deste quilate.

sábado, 10 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] TEDDY BOY (Master System, 1986) [#132]

No episódio de hoje, um menino escapa por pouco de uma granada perdida. Aparentemente este jogo se passa no Rio de Janeiro.
Sabe, jogando esses jogos antigos uma coisa que você certamente me verá fazendo é reclamando da Sega e das trambicagens que ela aprontava para tentar vencer a Nintendo. Mas sabe de uma coisa? Com o tempo eu passei a apreciar mais o que a Sega fazia.

Ela é tipo o Dick Vigarista dos videogames, sabe? Você sabe, o cara que tentava vencer a Corrida Maluca com artimanhas mirabolantes ao invés de simplesmente ser o melhor carro na corrida, e é justamente isso que torna o show interessante de se assistir (a Sega também se dá mal no final da corrida, tal qual o citado vilão).

Como não apreciar a Sega quando ela decidiu que o segredo para vencer a Nintendo era associar uma cantora pop adolescente ao seu arcade complemente genérico? Mas claro, é agora que a coisa vai!

sexta-feira, 9 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] TIME SOLDIERS (Master System, 1987) [#131]


Essa capa me faz perguntar o que pode ser tão terrível que o cara laranja decidiu atirar nisso ao invés de UM DINOSSAURO MONTADO NUM TANQUE atravessando o portal. Suponho que apenas H.P. Lovecraft pode responder isso adequadamente.

Durante todos estes muitos, muitos, muitos, muitos e muitos anos jogando VIDJEGAMES, eu já muita coisa. Tipo muita mesmo. Entretanto hoje foi o dia em que a SNK me apresentou algo completamente novo, veja só você.

Você sabe a SNK, certo? Mais conhecida por seus jogos de luta apelões como King of Fighters e seus shooters sem noção como Metal Slug, pouco crédito é dado a façanha incrível, inimaginavel, épica do dia em que eles conseguiram fazer a versão de Master System de um jogo ser melhor que a de Arcade.

QUE?!?

quinta-feira, 8 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] WORLD GAMES (Master System, 1986) [#130]



A Epyx era uma empresa com um único objetivo em mente: nos dar opções de jogos em qualquer situação. É inverno? Então podemos jogar o Winter Games deles. Opa, ficou verão? Nada tema, Summer Games! Ih, agora você está na California? California Games, como não?

No entanto, eventualmente eles começaram a fazer as contas e perceberam que esse modelo de negócios não ia dar certo. Quer dizer, existem muitas situações possíveis na vida, talvez eles não conseguissem abranger todas elas. Foi então que uma ideia genial ocorreu em nossos grandes designers: fazer o jogo definitivo da série Games! Um jogo que servisse para qualquer situação!

E foi assim que nasceu World Games, pois bastava você estar em um mundo! Infelizmente a Epyx faliu (sim, também estou surpreso que isso aconteceu!) antes do lançamento da Estação Espacial Internacional, do contrário já teriamos um Universal Games a este ponto.

De qualquer forma, World Games tem uma ideia interessante: pegar um esporte tradicional porém inusitado de cada país e fazer um VIDJEGAME sobre isso. Infelizmente a outra ideia que eles tiveram foi colocar os piores controles da história da humanidade nesse jogo.

Hora de viajar pelo mundo conhecendo os piores esportes já concebidos pelo homem para por em um videogame!

domingo, 4 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] GHOST HOUSE (Master System, 1986) [#129]



Antes de começar, permita-me preparar o cenário ... 

Eu estava sozinho em uma sala modestamente iluminada com um silêncio que era perturbadoramente palpável. O ar frio passou passivamente pelo pescoço, me mantendo tenso e alerta. Com a abundância de videogames como minha única companhia, eu exibi coragem e cautela cartucho após cartucho em busca do espécime perfeito para o próximo review. 

Quando meus olhos começaram a vagar, notei um canto escuro e estranho com um console que havia sido negligenciado pela internet: o Sega Master System. 



Sim, o videogame que foi uma piada de mau gosto no Japão e nos Estados Unidos, porém prosperou no Brazil-zil-zil e na Europa. O que significa que todas as reviews de jogos exclusivos de Master System majoritariamente estão em português, e se tem uma verdade na vida é que brasileiros nunca falam mal da nostalgia. Quer dizer, sério, esse é um país em que Cavaleiros do Zodíaco é visto como um anime bom... mas divago. Eu tinha que fazer algo a respeito, lançar uma nesga de luz neste passado pantanoso dos videogames. Sim, eu recomecei a narração.

Era minha missão.

Com apenas um momento de hesitação, arrisquei-me a me perder nas brumas do esquecimento e fiz um inventário cuidadoso do que estava no meu caminho, sempre ciente da presença sobrenatural permeando o ar. À medida que a mão trêmula pegava Golvellius: Valley of Doom, algo me atingiu pelas costas! 

Eu caí para a frente - coração batendo, medo dançando dentro do meu estômago. Era isso. Meu fim com certeza. A visão borrada entrou em foco depois que eu corri tudo que pude para longe do objeto nefando como pude. Lá estava. A ameaça. Eu temi pela minha vida. 

Era um cartão Sega. 

Não! Não pode ser! 

Mas era! 



Tenho certeza que muitos de vocês já sabem, mas o Master System originalmente foi equipado com um slot de cartucho e um slot para cartão. Os cartões do Master System (que parecem com o que hoje conhecemos como cartões de SD) eram mais baratos e vendidos no Japão em lojinhas tipo R$1,99.

O que, honestamente, não era uma ideia ruim. Eu sei que zoar a Sega é uma das minhas paixões mundanas, mas créditos onde créditos tem que ser dados. Claro que para isso eles tinham uma capacidade de memória da Dory depois de assistir um pornô alemão, sendo que seu limite máximo era 250k (quando os cartuchos de Master System podiam ter até 2MB de jogo).

O jogo mais popular lançado neste formado foi Hang On, o clássico do arcade. E entre os menos, estava Ghost House. E embora cartões de Master System nunca tenham sido lançados  no Brasil, foi justamente aqui que este jogo encontrou a imortalidade na infância de milhares de crianças como o jogo do Chapolin... sobre o qual eu totalmente não vou falar aqui hoje!

Então, hoje conheceremos a sombria história de Ghost House. Quem pode dizer que tipos de horrores me esperam? É um bom jogo? Ou é uma horrível monstruosidade? Em breve, descobriremos!