quinta-feira, 26 de abril de 2018

[AÇÃO GAMES 011] RPM RACING (SNES, 1992) [#142]



Sabe uma coisa que eu acho engraçada a respeito das pessoas? Que elas acreditam em "dom", sorte ou qualquer coisa assim. Ok, eu sei, isso não deveria me surpreender porque estamos falando de uma espécie que inventou a astrologia e a homeopatia, mas mesmo assim é impressionante.

Tipo recentemente Stephen Hawkings morreu, e eu vejo as pessoas falando dele como se ele fosse algum tipo de predestinado que simplesmente desceu um raio de luz na cabeça dele quando ele era criança e o tornou uma das pessoas mais inteligentes de todos os tempos. Embora genética tenha um papel nisso, eu diria que esforço dos pais dele de dar uma boa educação e, principalmente, horas e horas e horas e puta horas estudando matemática tão pesada que faria Cthullu adiar o seu despertar em mais alguns séculos.

Com empresas não é diferente, afinal companhias são feitas por pessoas. Vejamos o caso de uma empresa acerta com uma frequencia tão recorrente em tantas areas diferentes que é tentador achar que sempre foi assim, que um dia magicamente os portões do firmamento se abriram e as musas da inspiração disseram "vem, é tu mesmo".

Não é, o sucesso vem de muito trabalho e, principalmente, de muita tentativa e erro.

Em 1991 foi fundada a Silicon & Synapse, uma empresa literalmente de fundo de quintal que não sabia muito bem o que queria da vida. Tanto que antes de lançar seu primeiro jogo ela mudou seu nome para Interplay. Seu primeiro projeto era uma tentativa de copiar o jogo de corrida muito bem sucedido da Rare, o famoso RC Pro-AM (aquele que você controlava carrinhos de controle remoto) lançado em 1988 para o Nintendinho, mas adicionando algumas ideias próprias.

O que nasceu disso foi RPM Racing... e foi um desastre.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

[AÇÃO GAMES 011] JOE & MAC (Super Nintendo, 1991) [#141]


Se você nunca alugou esse jogo por causa dessa capa... eu totalmente te entendo

Houve um tempo em que os homens eram homens de verdade, as mulheres eram mulheres de verdade e os protozoarios tinham flagelos de verdade. Bons tempos em que a alimentação era pura, a água limpa e o ser humano vivia em harmonia com a natureza (ou seja, sendo parte da cadeia alimentar e uma parte bem embaixo). Bons e velhos tempos que os hipsters hoje tentam resgatar, aqueles tempos mágicos em que a expectativa de vida era 18 anos e todo mundo andava com a bunda cagada o dia todo. Bons tempo, eu te digo. Bons tempos.

E direto desses tempos aureos em que ter uma refeição implicava em caçar sua presa para então porretea-la na cabeça, vem as incriveis aventuras de João e Marcelo!

Jão e Mac são dois homens das cavernas que são muito bons no que os homens são bons até hoje: resmungar, bater em coisas desconhecidas com um porrete e ficar ridiculamente furiosos com coisas que eles não entendem! Mas mesmo homens das cavenas não podem ficar satisfeitos com apenas sua pura masculinidade, afinal não existe proposito em ser tão másculo se não tiver ninguém para impressionar! E é aqui que entram as gatas das cavernas!

terça-feira, 10 de abril de 2018

[AÇÃO GAMES 010] BATMAN: RETURN OF THE JOKER (NES, 1991) [#140]



A Sunsoft foi uma empresa com um modo de trabalhar bastante peculiar: eles tinham alguns títulos semi-desenvolvidos na gaveta, e quando o marketing da empresa conseguia uma licença eles alteravam o jogo para se encaixar naquela marca.

Sua lista de titulos licenciados é bastante extensa: A Bela e a Fera, A Morte e o Retorno do Super Homem, Gremilins 2, Justice League Task Force, O Natal Assombrado do Gaguinho, e todos esses jogos tem em comum que se você trocar os sprites dos personagens por absolutamente qualquer coisa não vai fazer diferença nenhuma.

Não é muito diferente do que eles fizeram com o clone de Ninja Gaiden que virou "Batman: The videogame", o jogo baseado no filme do Tim Burton e que claramente precisava desse subtítulo para que as pessoas não tentassem socar o cartucho de Nintendinho no videocassete. E também não é muito diferente do que eles fizeram na sequencia (apenas na distribuição brasileira o jogo se chama Batman II, alias), só que aqui os jogos copiados são Contra e Mega Men. Ou seja, muitos, muitos, mas muitos tiros MESMO.

O que totalmente funcionaria para um jogo do Justiceiro, mas o Batman meio que tem uma politica bastante especifica com armas de fogo, pelo que eu lembro...


Mas então, o que eu sei realmente sobre alguma coisa, né?


Em tempo: vai se foder, Zack Snyder. Dito isso, comecemos os trabalhos.

sexta-feira, 23 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 011] MICROMACHINES (NES, 1991) [#139]


Acelera Senninha!
 A Nintendo sempre foi notória pelo controle que exercia sobre seus desenvolvedores de jogos na época dos cartuchos, e no NES isso se devia à inclusão do chip de bloqueio chamado 10NES incluído em todos os consoles NES-001. O chip funcionava como um autenticador de baixo nível, com controle total sobre a linha de reset do sistema. Um chip idêntico precisava ser encontrado em cada jogo; a comunicação entre os dois chips permitia que o console inicializasse corretamente. Se o chip no console não pudesse se comunicar com um chip idêntico no cartucho do jogo (as vezes porque estava com sujeira no conector do jogo, daí nasceu a lenda da soprada de fitas) , ele forçaria o console a um loop contínuo de 1 Hz, resultando na luz vermelha piscando tão comum no NES original.

Infelizmente para os desenvolvedores de jogos, o 10NES foi patenteado e disponível apenas através da Nintendo, permitindo que a Nintendo tenha controle quase total sobre quais jogos foram feitos para o seu console. Eventualmente, vários desenvolvedores não licenciados criaram sistemas para derrotar a proteção de bloqueio do 10NES, permitindo que jogos fossem feitos sem a aprovação da Nintendo.

Normalmente, esses jogos não licenciados são completo lixo. Estou falando de perolas como Action 52, Bible Buffet, TITENIC e POCOHONTOS. Sim, isso existe.


Então, é. Entre os jogos não licenciados do Nintendinho e cancêr na mãe, eu recomendaria a segunda opção. Exceto aquela vez que a Codemasters (mais conhecida hoje pela série Formula One e... POR TER INVENTADO O GAME GENIE! ME ENGRAVIDA SUALINDA!) lançou como jogo não licenciado apenas o melhor jogo de corrida do Nintendinho, pq ela é dessas.


segunda-feira, 19 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 009] DEVIL'S CRUSH (Mega Drive, 1991) [#138]



É com grande alegria que eu anuncio que o jogo de hoje será um dos meus jogos favoritos! A insana história um homem em dúvida a respeito de abraçar de vez a vida adulta que é tentado por um demônio por quem se apaixona! Senhoras e senhores, eu vos apresento Cather... hã? Como é que é, produção? ... hm, então o crush pelo capiroto não é o jogo que eu to pensando? ... tá, sei... aham, um pinball lançado para PC-Engine e portado para o Mega Drive?

Bem, mudança de planos pessoal. Contrariando totalmente o inicialmente projetado, parece que o jogo terá bolas mas nenhuma teta! Provavelmente.

domingo, 18 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 006] POPULOUS (PC, 1989) [#137]



Peter Mollyneux é uma das figuras mais exóticas da indústria de videogames. Ele é conhecido por suas promessas absurdamente ambiciosas e seus jogos totalmente fora da curva. Quando estava desenvolvendo Fable, por exemplo, Mollyneux prometeu que o jogo compassaria toda a vida do personagem, com direito a ter filhos, e se você cortasse uma arvore ao longo dos anos você poderia vê-la crescendo novamente.

Nada disso nunca chegou ao jogo final, obviamente. Ninguém sabe se se Peter é um visionário genial que pretende fazer suas afirmações se tornar realidade, se é um mentiroso compulsivo, se simplesmente é fantasticamente ansioso para agradar ou até mesmo um megalômano louco que acredita em sua própria hipérbole. Eu suspeito que seja uma combinação de todas as coisas anteriores.

A coisa é que Peter tem verdadeira paixão pelo que faz (ou é um puta mentiroso), mas não tem como negar que ele pensa muito, muito fora da curva. Como em 1989 onde ele imaginou um jogo completamente diferente de qualquer outro que havia sido feito até então. Um jogo em que você era simplesmente ... Deus.

Não, não um Deus como os deuses gregos ou vikings que tinham corpo, poderes e aprontavam altas aventuras, nada disso. Estou falando do cara invisível que criou as supernovas, as ondas gravitacionais, o sistema circulatório, a febre amarela e planejou toda existência do universo do começo ao fim... mas joga tudo isso fora se você disser na sua cabeça que você é um bosta e puxar o saco dele. "O" Deus.

Ambicioso, para dizer o mínimo.


sexta-feira, 16 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 011] EARNEST EVANS (Sega CD, 1991) [#136]



Vocês conhecem aquele velho e conhecido ditado: se falhar na primeira vez, tente novamente até virar um meme e o Omelete continuar usando ele nos seus vídeos pelos próximos três anos. Hm, acho que não é bem isso que o ditado diz, mas enfim, eu nunca fui muito bom com senso comum mesmo. 

Meu ponto é que após o primeiro jogo do Sega CD ser um dos primeiros jogos já produzidos na parte de baixo da ionosfera, bem, não é isso que vais nos fazer desistir, não é mesmo? Claro que não! Então vamos para o segundo jogo do lineup de lançamento do Sega CD, as aventuras de EVARISTO COSTA!

Eu tenho um bom pressentimento sobre isso, acho que agora vai!

quarta-feira, 14 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 009] SKATE OR DIE (NES, 1988) [#135]



Quem está afim de mais um daqueles joguinhos que são uma coleção de minigames que ficavam repetitivos antes que você consiga dizer "ragatanga"? Bem, você não tem muita escolha porque estamos em 1988 e o jogo que tornou essa definição legal, Warioware só será inventado daqui a QUINZE anos! 

Então é hora de preparar o mohawk mais respeitavel que você conseguir, porque é hora de ser totalmente radical e conhecer o precessor de Antonio Gavião! É hora de andar de skate ou morrer!

terça-feira, 13 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 006] STARFLIGHT (PC, 1986) [#134]



Eu vou te dar a descrição e você me diz que jogo te vem a mente, certo?

Vamos lá: você é o capitão de uma nave, recrutando uma tripulação humana / alienígena das raças mais influentes da galáxia, treinando-as e enviadas em uma missão para a sobrevivência da vida organica. Ao longo do caminho, você para em planetas, procura por ruínas, pousa e desembarca em um veículo utilitario como qual você minera minerais raros, combate inimigos hostis e descobre um segredo sobre uma raça antiga que se pensa estar extinta.



Se você acha que eu estou falando de Mass Effect, então você precisa olhar um pouco mais para trás. Bem mais, na verdade, já que eu estou falando de um jogo lançado apenas VINTE E UM anos antes. Starflight, jogo de computador de 1986.

Não  tem como um gamer moderno falar sobre Starflight sem mencionar o quanto Mass Effect é absurdamente inspirado nele. Sabe as missões de escanear planetas, descer com seu Mako para pegar minerais e fazer sidequests? A parte de viajar pela galáxia e fazer coisas? Pois é, agora imagine isso com gráficos e uma interface de 1986 e você vai te ruma boa ideia do que Starflight é.

segunda-feira, 12 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 011] HEAVY NOVA (Sega CD, 1991) [#133]



Antes da internet, quando uma empresa pensava em lançar um novo videogame a sua primeira preocupação era responder uma pergunta dos fãs: "ok, fanfarrão, porque eu deveria comprar o seu pedaço de plástico?". Hoje isso não importa, as pessoas compram videogames mesmo que seja para jogar remasters (com 5% de melhora apenas) de jogos que sairam a menos de 5 anos (cof *The Last of Us HD Remaster *cof), mas em 1991 ter um lineup foda pra caralho era algo vital.

Por isso quando a Sega lançou o seu drive de CD para o Mega Drive em 1991 (um acessório que permitiria rodar jogos em CD ao invés de cartucho, o que tinha apenas 200x mais espaço!), eles quiseram mostrar que não estavam pra brincadeira nessa merda e soltaram uma linhagem de jogos para o lançamento do Sega CD de encher os olhos. Entre eles estava este pitoresco título: Heavy Nova, que enchia os olhos da molecada com essa abertura:



Uau, se isso não dá vontade de pegar o seu mecha e salvar o mundo, eu não sei mais o que faria. Quer Exceto talvez J-Pop farofa, Hideaki Anno é um genio mesmo. Quer dizer, eu não sei ainda qual o contexto aqui, mas meu coração já está repleto de esperança e sonhos de alcançar o amanhã (ou qualquer porcaria assim que eles cantam nas letras de anime)

Por melhor que o chip de som do SNES fosse, simplesmente não tem como competir com um fodendo CD rodando músicas. Para deixar rodando na prateleira da loja é lindo, e não é absurdo dizer que muitos Sega CDs foram vendidos por causa dessa abertura.

Na verdade toda trilha sonora desse jogo é espetacular, feita pela banda japonesa Studio River Kids. Mais uma vez, nada que o SNES pudesse sonhar em competir mesmo nos seus sonhos mais loucos.

Bem, então... o que poderia sair errado? Ora, muito simples: a Holocronet (uma empresa criada exclusivamente para fazer esse jogo e dissolvida depois, xiiii...) bolou uma abertura matadora para o jogo e depois pensou: bem, passada a abertura... OS TROUXAS JÁ COMPRARAM O JOGO MESMO, ENTÃO PAU NO CU DELES HUAHUAHAUHAUHAUHAUHA.

E assim  nascia um dos piores jogos da história dos videogames.

Parabéns, Sega! Porque nada diz mais ao que o seu acessório veio do que colocar no lineup dele um golpe deste quilate.