terça-feira, 4 de julho de 2017

[AÇÃO GAMES 008] INDIANA JONES AND THE LAST CRUSADE (Master System) [#068]



Videogames são estranhos, quando você pensa sobre isso. Porque é tão dificil fazer um bom jogo sobre um filme que tem um ótimo conceito para um jogo - ainda mais quando você não vai seguir o filme e tem total liberdade para criar as fases que você quiser?

Robo policial passa fogo em todo mundo. Ótimo filme, péssimos jogos. Aventureiro se mete em altas confusões em busca de artefatos biblicos enfrentando nazistas no caminho. Ótimo filme, jogos piores ainda que o anterior.

O que exatamente acontece aqui?

Vamos começar do começo: os gráficos são bonitos. Indy é um personagem grande na tela, a movimentação tem quadros o bastante e a paleta de cores é aceitavel... até porque se comparar a versão do Nintendinho, que é dolorosa de ver... sério, aquele jogo parece um jogo de Game Boy, sem brincadeira!

Essa é a versão do NES, feita pela Ubisoft. E você achando que eles lançarem jogos incompletos era coisa recente, né?
Falando em versão do NES... Ok, onde eu começo? Eu pensei que a versão NES deste jogo era ruim. Bem, no Master System eles portaram um jogo originalmente ruim e os controles são os mesmos se não piores do que o NES.

Para começar, você tem a barra de energia mais estranha da história dos videogames. Ela serve para medir dano apenas de queda e encostar no cenário (sim, exatamente isso), porque qualquer inimigo te mata encostando nele. Eu não entendo porque tem uma barrinha de vida para que você evite tocar no teto e nas paredes, mas tem. Na verdade nem o jogo parece entender isso, porque não tem itens para recuperar life nesse jogo.



Essa tarefa de não tocar em nada fica mais dificil ainda porque na maioria do jogo que você sente está em uma pista de patinação no gelo. Para piorar o jogo tem um limite de tempo leonino, então você tem que jogar em um time atack ferrado.

Sim, porque nada como ter que correr como um desesperado em um mapa labirintico (onde a saída pode ser em qq lugar, sequer tem um marcador de saída), com controles que ou escorregam ou são duros demais, sem poder tocar em nada. Rapaz, se isso não é diversão, não sei mais o que seria...

Bem, acho que o jogo percebeu como ficou ruim sua jogabilidade, porque ele te dá vidas de começo. Porque é mais fácil aumentar o numero de vidas que reprogramar o jogo inteiro, isso é.

De qualquer forma, isso não resolve o problema. Seu ataque de socos é ridiculo, mas felizmente logo você encontra o famoso chicote do personagem titulo. Se Castlevania nos ensinou algo, é que dar chicotadas em videogames é divertido, certo? Bem... ERRADO! Por algum motivo que nem o Saci da Vila da Folha pode explicar, seu chicote tem um número limitado de usos.

Eu achei que já tinha visto de tudo, mas chicote com munição? É o numero de ataques que Indy pode dar antes de ter tendinite? Por que? Deve ser para você ficar louco, só pode. Além disso, o chicote é lento pra caralho e só ataca alto.

Se voce pular, bate no teto e perde vida.
Se cai, perde vida.
Se tocar em um inimigo, morre direto.
A única coisa pior que o chicote são os pulos de Indy. Porque não bastava ele ter aquele pulo travado que não dá pra mudar no ar (como em Strider), só que com um plus: as plataformas tem em suas beiradas um buraco negro de sucção. Então se você cair na beirada da plataforma seu personagem é sugado para baixo, cai e morre. E isso acontece com uma frequencia que abisma.
Sério, eu ainda estou tentando pensar em outro jogo do Sega Master System com controles tão ruins. Esse é pelo menos duas vezes piores que o Virtua Fighter Animation, mas a maioria das pessoas não jogou esse jogo.

Imagine então Choplifter, o bom e velho estágio da caverna. Lembra de como era difícil não bater em nada? Bem, é assim só que controles com lag. Consegue imaginar isso? Não imagine, jogue Indiana Jones. Alias, não jogue porque eu tenho que dizer que este jogo é provavelmente o pior jogo já feito no  Master System. O jogo é curto e sem morrer ele dura cerca de dez minutos, mas mesmo assim serão os dez piores minutos que alguém pode ter com um console da Sega.