sábado, 28 de outubro de 2017

[AÇÃO GAMES 009] MERCS (Arcade, 1990) [#085]



No temível ano de 199X (sério gente, colocar um X no último digito do ano não vai impedir o jogo de parecer datado), um ex-presidente dos US and A é sequestrado durante um tour pela África central onde promovia a paz mundial.

Para evitar um incidente internacional maior, o governo dos Estados Unidos não envia seu exército para salvar o cara e sim apenas três soldados arianos que adoram acariciar freudianamente suas armas enormes.



 Vestir apenas tiras de couro já era cool muito antes de Holy Avenger transformar em modinha

Ou seja, o governo americano não poderia estar se fodendo menos. Aposto que esse ex-presidente é o Bush. Certeza.

De qualquer forma, essa trama desnecessariamente elaborada é o nosso ponto de partida para o segundo jogo da série “Wolf in the Battlefield”, que no ocidente foi lançado apenas como “Mercs” sem relação nenhuma com o jogo anterior da série – que por sua vez foi lançado como “Comando”, cagando para o nome original para aproveitar o embalo do filme do Schwarzenneger de 1985 de mesmo nome, mas sem nenhuma ligação com o jogo.

Dito isso, vamos ao que interessa: pew pew pew motherfucker!

Ah sim, o primeiro cara no canto superior esquerdo é Joseph Gibson (apelidado pela Capcom de Super Joe), o mesmo protagonista de Bionic Comando e do Comando original. Não que isso faça alguma diferença, mas então o que realmente faz neste universo entrópico onde o tempo não é nada senão uma medida para a progressão do vazio de nossas almas mortais?



O jogo abre com uma bela cutscene em pixel art mostrando o helicóptero largando nosso herói (ou até três, se você estiver jogando com amigos ou se a máquina de King of Fighers 97 estiver ocupado e o maluco do fliperama estiver chapado demais para ver que você está jogando também).
O que não é atirar em cabeças de cachorro empalhadas, mas conta como uma boa abertura do no meu livro


Descendo na praia, começa a matança. Ondas de inimigos parecem querer reencenar a batalha da Normandia, aparentemente sem ter ideia de como isso terminou para os caras que estavam defendendo a praia. Nosso Super Joe avança solitário, apenas para descobrir que esse é um jogo que permite matar as árvores a tiro também.

Você pode estar achando que matar árvores com metralhadora não é algo realista ou crível, mas então me permita te lembrar disso:



Gosto da forma como você pensa, Super Joe.

Na verdade muitas coisas nesse jogo são destruiveis, o que conta pontos a favor dele. Ainda mais com gráficos tão bonitos. Falando em gráficos, vamos ver como as coisas andam nesse exato ponto do jogo para a adaptação no lendário ZX Spectrum?



Hm, atirando em árvores com folhas de bananas. Ponto pra você, ZX, ponto pra você…

Dentre as coisas de que se pode acusar os inimigos nesse jogo, estar mal preparado não é uma delas. Quer dizer, você não pode realmente sequestrar o George Bush e esperar que de um a três soldados arianos genéricos subam pela praia matando todo mundo, não é? Estrategicamente, a linha de defesa deles é impecável. 



Só não é perfeita porque ela não é páreo para as mais poderosas arma já concebida pelo homem nos dias atuais: meu ódio pela apropriação cultural e fichas infinitas no emulador.

Chupem essa, exército de caras brancos genéricos que são o exército de um país africano!

O primeiro chefe é tematicamente apropriado: uma cena com um caça Harrier parado no ar. Isso é adequado porque esse jogo é uma continuação de um jogo baseado em  um filme do Schwarzenegger, e o caça é uma referência a cena de True Lies outro filme do Arnoldo… que só será lançado dali a cinco anos. Ah, bem, dane-se isso. O tempo é uma grande bola de coisa coisada mesmo, como já diria o Doutor.

A propósito, o primeiro nível é bem curto, mais dois Screenshots e eu teria mostrado a fase inteira.


Ok, adiante porque aquele Bush não vai se salvar sozinho! (honestamente eu não tenho certeza nem que ele consegue amarrar os sapatos sozinho).


Na segunda fase nosso herói Super Joe decide atravessar a cidade metendo bala em todo mundo, mesmo que para contornar a cidade bastaria apenas andar três metros para o lado.
Dane-se. Se os Cavaleiros do Zodíaco não contornam as casas, não será Super João que o fará. Não quando ele está armado com sua poderosa arma que… dispara ervilhas… e que de alguma forma é mais eficiente que os raios azuis… Enfim, após descobrir que meu armamento consiste de rejeitos de Plantas vs Zumbis, avanço e mato todo mundo, tomando seus veículos no processo. O que foi bastante cool na verdade, esse jogo é meio que o predecessor de Metal Slug.

Ponto pra você, Capcom!



Oh, Noes! Fui atingido! Fui atingido! May day, may day, mei dei mal! Lá se foi o o jeep do Joe. O pobre rapaz simplesmente não tem um momento de sossego, porém mal sabiam os inimigos que ser catapultado de meu veículo me dá uma chance de correr e pegar essa super bomba (marcada com M por algum motivo). Cara, é difícil esquivar todas essas balas e tanques no arcade, me pergunto como será a experiencia em versões menos potentes de 8 bits…


Ok, parece que tiraram os tanques para lavar, huh? Fine, vou continuar  atrás dessa parede onde os tiros passam. Deve ser baseado em um arco obscuro dos quadrinhos quando a Kitty Pride trabalhou desenvolvendo munições para as indústrias Stark.



Já na versão do Master System meu inimigo é… o tanque com o menor canhão que eu já vi na minha vida. Sério, eu sei que o videogame é limitado, mas eu falho em ver o que fazer um canhão tão curtinho ajuda. Imagino que o programador desse jogo deve ser o Kid Bengala, porque ele claramente NÃO sente que precisa compensar alguma coisa…

Ah sim, e na versão do Master você só tem uma vida e não tem música. Além do tanque-piroquinha.


Em comparação ao tanque que usa camisinha PPP, o chefe da segunda fase é desnecessariamente bem armado.

Metralhadora dos dois lados, lança chamas, disparador de morteiros teleguiados, além de tentar te atropelar … Aqui também é onde a Capcom decide que você já jogou o bastante e suas fichas devem acabar, porque todos os chefes desse ponto em diante terão ataques teleguiados. Eles sequer tentam disfarçar mais.



Se eu te disser que eu sei como eu fui parar em um porta-aviões com o nome da Capcom , eu estarei mentindo. Aliás porque a Capcom cedeu um navio para milícias inimigas sequestradoras de ex-presidentes? E porque ele dispara bolas azuis? Sério, uma arma que dispara bolas azuis logo depois do tanque peru pequeno é claramente um pedido desesperado de alguém dentro da Capcom sobre sua vida sexual. Possivelmente se o cano do seu tanque fosse maior você não estaria disparando bolas azuis, cara.
De qualquer forma, depois de fuzilar muitos ninjas cor-de-rosa (o cerne de qualquer exército africano), o chefe é… adivinhem só? Outro veículo com tiros teleguiados. Porque essas fichas não vão se gastar sozinhas, né?




Na quarta fase somos agraciados com um lança-chamas, e as coisas se tornam bem divertidas daqui pra frente. Afinal, nada pode divertir mais alguém do que infligir queimaduras de todos os graus, curso técnico e nível superior em alguém e ver essa pessoa correndo pela tela em chamas gritando em desespero e implorando por qualquer tipo de morte rápida desde que termine com esse tormento.
Yep, me sinto bem comigo mesmo agora.



Bem, o resto do jogo é mais ou menos isso: fases que duram de um a três minutos seguidas por chefes com tiros teleguiados que te tiram uma ficha por ataque. Isso leva a cinco níveis graficamente impressionantes para a época, juntamente com música e o som não muito dignos de nota. O jogo é apenas OK e, em geral, não é muito provável que te atraia para jogar uma outra vez. Exceto talvez para ver os protagonistas que se parecem mais com estrelas pornôs gay, se esse é o seu tipo de coisa.

MATÉRIA PARA O MEGA DRIVE NA EDIÇÃO 011


EDIÇÃO 013