sexta-feira, 11 de novembro de 2022

[#1001][Jan/96] RISE 2: Ressurection

Passadas as épicas, mastodonicas e ululantes celebrações do milésimo do jogo desse blog, voltamos a nossa programação normal e não tem como ser mais normal do que... oh... oh boy... voltamos ao normal com a corda toda, heim?

Bem, então a continuação de RISE OF THE ROBOTS. A minha vida não é nada fácil.

Eu realmente recomendo ler o meu texto sobre o jogo original, mas a ideia geral da coisa é que A Ascensão dos Robôs é um dos maiores golpes (no sentido de picaretagem, não no sentido de  golpe de luta) contaminou quase tudo que tocou. Este acidente de tem em forma de jogo de luta (grande liberdade criativa para usar esse termo aqui) arruinou o natal de muitas crianças que passaram o ano esperando esse jogo, dado que o marketing e a cobertura do desenvolvimento dele pelas revistas gringas foi realmente grande. E todo mundo sabe como isso terminou.

O jogo destruiu a reputação de seu desenvolvedor, Mirage, que faliu pouco tempo depois. Mas não antes de soltar uma continuação no apagar das luzes, porque obviamente Deus não existe ou se existe não se importa com a gente. Então vamos lá, é sobre isso que falaremos hoje...


Bem, vamos começar então com as boas notícias: esse jogo é infinitamente, colossalmente melhor que o seu antecessor por anos-luz de distancia. Mas tipo muito mesmo. A notícia ruim é que ser 4.86 gigawatts melhor que o primeiro RISE OF THE ROBOTS não realmente te coloca muito alto na cadeia das coisas. Com efeito, eu diria que sequer te coloca at all.

Nossa história aqui é que, após os eventos do jogo anterior, o ciborgue ALGODÃO (eu não estou inventando esse nome) derrotou seus oponentes e acabou com o Supervisor, então usou sua habilidade de metamorfose para assimilá-lo. Agora a entidade ALGODÃO-SUPERVISOR passou a controlar a porra toda, e apenas pq ele é um ALGODÃO-SUPERVISOR decidiu criar uma nova geração de robos capazes de se autoupgradear. Yay, o que possivelmente poderia dar errado, não é mesmo?


Só que piora. Os cientistas da Electrocorp, a mega corporação genérica nesse jogo, não sabe de nada disso. Eles não sabem que o ALGODÃO assimilou o Supervisor, então eles acham que  a IA maligna do mal que o odeia o bem está no controle das coisas. Assim, já que mandar o ALGODÃO para resolver a coisa na porrada aparentemente falhou, eles tentaram o plano B: lançaram um vírus para foder a porra toda e foda-se. O Anarchy Virus foi lançado no prédio principal da Electrocorp e infectou a maioria dos robôs anteriormente sob o controle do Supervisor - o que fez os robôs atacarem uns contra os outros e acabarem rapidamente com os seus números. 

Nosso amigo ALGODÃO então viu que deu ruim e upload sua consciência para outro robô para picar a mula dali, só que ele vai ter que lutar seu caminho para fora - o robo especificamente que ele upou sua consciencia é o que você escolhe no modo campanha.


Tá, a história é interessante e hey, vc agora pode jogar com mais de um personagem no modo campanha! Com efeito, são 16 personagens com design interessante, o que definitivamente é mais do que eu poderia esperar de um jogo do Erguimento dos Robos.

Outra coisa a ser elogiada nesse jogo é que é muito claro onde o Rise 2 pegou emprestado da competição. O jogo tem sistema de fatalities, só que aqui é chamado de “E-x-e-c-u-t-e-d”. Os cenários também parecem interessantes, e alguns estão cheios de armadilhas que permitem fatalities únicos (novamente, a-la Mortal Kombat) e o novo locutor tem uma entrega MUITO melhor das suas falas. 


Os coitados que cairam no golpe do primeiro também ficarão surpresos ao saber que dessa vez o jogo efetivamente conta com uma música do Brian May. UMA. O que ainda é um golpe de marketing safado, mas definitivamente é mais do que apenas um sample de 8 segundos como era no jogo anterior.

Então, como podem ver, o jogo é realmente um upgrade do original em todas areas! Mais de um personagem selecionavel no modo campanha, uma faixa da trilha sonora de um compositor que eles prometeram que ia estar no jogo e está no jogo! Uau, definitivamente um avanço, não?

TER MAIS DE UM PERSONAGEM SELECIONAVEL EM UM JOGO DE LUTA E CUMPRIR PORCARMENTE SUAS PROMESSAS DE MARKETING NÃO É ALGO DO QUE ALGUEM DEVERIA SE ELOGIAR, É APENAS O MINIMO DO MINIMO QUE UM JOGO DEVERIA FAZER!

Fato. Porém outro fato é que se tirarmos isso desse jogo... ele não tem muita coisa a favor dele , realmente. Como eu posso descrever a jogabilidade desse jogo? Ah, já sei! Pegue o KILLER INSTINCT do Super Nintendo (não o do Arcade, o do Super Nintendo) e faça um port desse jogo para o Game Boy. Taí, é essencialmente isso, alguém tentou portar KILLER INSTINCT para Gameboy e isso é a jogabilidade desse jogo.


Então espere essencialmente as mesmas coisas que KI no papel (projeteis, combos, alguma sensação de peso) só que controles pavorosamente lagados que quando respondem não são capazes de fazer nada particularmente impressionante. 

Se alguma coisa esse jogo é apenas levemente mais jogavel do que bombas termonucleares como STREET FIGHTER: THE MOVIE, mas não por uma margem realmente grande. Felizmente esse jogo cai mais para o spectro de "meh, esquecível" do que fisicamente doloroso. Com efeito, esse jogo tem tão pouca coisa nele que não fosse ele o sucessor de um dos piores jogos de todos os tempos eu sequer teria muito o que falar dele na real.


Tá, pra dizer que esse jogo não tem nada naaaaaada de curioso... a dificuldade dele é medida em porcentagem. Sim, vc pode jogar com a dificuldade 22%, ou 21%... embora eu realmente não veja o ponto disso em um jogo de luta, mas hey, ao menos é alguma coisa, né?

... minha nossa senhora da patada molhada, que bosta heinhô Batista?

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES

Edição 112 (Fevereiro de 1997)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 020 (Novembro de 1995)