quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 005] DANAN: THE JUNGLE FIGHTER (Master System, 1990) [#128]



Um dia, numa terça-feira preguiçosa de 1990, dois funcionarios da Sega estavam coçando o saco e jogando Uno - não necessariamente nessa ordem - quando a seguinte conversa emergiu:

- Véi, esse ano tá fraco, né?
- Ô! Esses filmes novos não tem como kibar sem colocar esforço... Hollywood nunca pensa na gente
- Mas escuta, E SE, olha só, E SE ao invés de um filme a gente kibasse... um jogo nosso?
- Você quer dizer copiar algo que nós mesmos fizemos? Uau, isso é o fundo do poço até para os nossos padrões. Me fale mais, fiquei interessado!
- Então, sabe o que faria o Master System bombar e sozinho totalmente derrubar o Super Nintendo?
- Ter bons jogos?
- Seja realista, cara! Estou falando de um bom jogo de bárbaro!
- Ah, você quer dizer que deviamos copiar Golden Axe?
- Nah, estava pensando em um jogo de plataforma...
- Sei, tipo Rastan então?
- É! Isso! Vamos refazer Rastan, só que com outro nome!
- Que nem Conan?
- Usado...
- Que tal Rahan?
- Excelente ideia, mas já foi usado também... e agora vou passar o resto do dia com essa música na cabeça. "Rahan, mais rápido que o vento! Leal, amigo até do oceano! Sempre mais forte Rahan!"
- É, acho que todas boas ideias já foram... sei lá, a gente pensa nisso depois do almoço. Falando nisso você viu meu Danoninho?
- É isso! Que tal Danan?
- Acho que temos mais um clássico Sega nascendo!

E foi assim que terminamos com o jogo de hoje: Danan, o guerreiro da selva. Pouco surpreendentemente, este jogo nunca foi lançado no Japão ou nos Estados Unidos - o que normalmente significa "lá vamos nós..."

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 005] GAIN GROUND (Master System, 1990) [#127]



Estamos no ano 3000. A raça humana atinge o ápice da sua civilização: não há mais pobreza, guerra ou discriminação. Crime e violência são conceitos que pertencem apenas aos bancos de dados de história. O ser humano é essencialmente bom e sabe viver em harmonia com seu semelhante.

Isso levou o Governo Unido da Terra a uma preocupação: e se, por qualquer motivo, a raça humana precisar se defender? Vai ser muito ruim termos um planeta habitado apenas por moloides inofensivos. Então, para reviver os instintos de sobrevivência dessa sociedade perfeita eles desenvolveram um incrível simulador de guerra, o Gain Ground System.

Como você já pode deduzir, isso deu filhadaputamente errado. O sistema entrou em berserk, e todos seus criadores se tornaram seus refens. O Governo Global enviou um grupo de resgate, que com sua habilidade em ser moleirões acabou apenas sendo cooptado pelo sistema. E então mais outro, mais outro, e mais outro.

Na última tentativa, porém, três soldados voltaram com vida. Agora o governo tentará mais uma última vez, enviando esses sobreviventes. Se eles falharem, a única opção remanscente será explodir a coisa toda com todas as pessoas que estão refens lá dentro. É aqui que você entra, jogando com  um desses três bravos guerrilheiros que terá que entrar novamente no coração da besta e não sair até ter GANHO TERRENO.

... o que também significa que as pessoas que você mata no jogo são aquelas que você deveria estar salvando. Mas hey, bem vindo a maravilhosa lógica dos games dos anos 80!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 004] THE SECRET OF MONKEY ISLAND (ou nunca pague mais que 20 paus num jogo) [#126]


Quando eu escrevi sobre Maniac Mansion, disse que o legado que o jogo deixava era muito mais seu conceito de engine que criou os jogos point'n click do que o jogo em si. Bem, isso é compreensível: a equipe da Lucas Arts gastou boa parte do tempo e dos recursos trabalhando em criar a SCUMM engine do que no jogo em si.

Bem, imagine esse texto como uma sequencia dessa narrativa: a continuação começa alguns anos no futuro agora. Quatro jogos depois, Ron Gilbert e Gary Winnick não são mais novatos na area, pelo contrário: são profissionais respeitadíssimos que sabem exatamente o que funciona e o que não funciona em um jogo. Aliado a isso, a SCUMM engine está em seu mais pleno funcionamento.

O que significa que nossos amigos da Lucas Arts agora tem o equipamento, o tempo, os recursos e a experiência para fazer um dos melhores jogos de suas carreiras. E foi isso que eles fizeram. Hoje falaremos sobre o Segredo da Ilha do Macaco!

sábado, 24 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] RUNNING BATTLE (Master System, 1991) [#125]



Hoje falaremos de um jogo do qual ninguém nunca ouviu falar, estou muito animado com isso porque tenho certeza que essa é uma perola perdida a ser descoberta e... como é que é, produção? É um jogo de Master System... sei, e o que mais? Da Opera House, a empresa que fez "My Pet Dolphin" pro DS? Hm, e o que mais? Hã, ele foi lançado só na Europa e no Brasil?

Ok pessoal, não vou enganar ninguém. Esse jogo vai ser uma bosta, mas vamo que vamo...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] THE CYBER SHINOBI: Shinobi Part 2 (Master System, 1990) [#124]



Conseguir criar o pior jogo de Master System de todos os tempos não é tarefa fácil, dado que a concorrência é avassaladora. Eu ainda acho que essa honra duvidosa ainda pertence a Indiana Jones e a Última Cruzada, Jesus no pogobol como esse jogo é ruim, mas as calças boca de sino da Micky James são testemunhas que a Sega tentou o quanto pode levar essa taça pra casa com tCB:SP2.

Mas se eu estou surpreendido com isso é por culpa minha, eu devia ter percebido os sinais, eles estavam bem claros desde o começo. A Ação Games deu nota mínima no quesito "Diversão" para esse jogo e puta que pariu, eles nunca dão nota mínima pra nada! (ao menos nessa época). Ok, talvez o Ioiô estivesse chateado porque um dos coleguinhas começou a engrossar a voz e perdeu o charme, e por isso deu nota ruim para o jogo.

Mas ai então pesquisando a respeito no cenário retrogamer brsileiro percebo que até para os fãs de jogos antigos esse jogo é uma bosta. Mas puta que me pariu 2: a vingança de putanga, brasileiros nunca falam mal de nostalgia! Quer dizer, eu moro em um país onde Cavaleiros do Zodiaco é visto como um anime EXCELENTE (eu nem disse bom)! O quão ruim alguma coisa precisa ser para que a nostalgia brasileira não passe a mão na sua cabeça com peninha?

E então, o coup' de grace!


Tá, não esse Coup de Grace...

O golpe de misericordia é que esse jogo, apesar de ter sido feito por japoneses, nunca foi lançado no Japão. Nem nos Estados Unidos. Agora pense, o quão ruim precisa ser um jogo para que você não tenha coragem de lançar ele em qualquer lugar com que você tenha algum contato pessoal ou profissional?

Por esse motivo, THE CYBER SHINOBI: SHINOBI PART 2 foi lançado apenas no Brasil, Europa e Australia. Oh boy, isso é um mal sinal, não é?

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] BONANZA BROTHERS (Master System, 1991) [#123]



Por mais resmungão que eu seja, a verdade é que no fundo eu sou bastante indulgente com videogames - no sentido que eu dou colheres de chá aos seus defeitos que eu não daria a outras mídias. Mais ainda quando o jogo tenta algo novo e diferente, algo criativo.

Por exemplo, como a vez em que a Sega criou um jogo de furtividade em 1990.

TÁ, GRANDE COISA, METAL GEAR FEZ ISSO TRÊS ANOS ANTES!

Eu não terminei. Criou um jogo de furtividade para os ARCADES em 1990.

ESPERA, ISSO NÃO FAZ SENTIDO! ARCADES ERAM FEITOS PARA TIRAR FICHAS DAS CRIANÇAS, COMO SE FAZ ISSO EM UM JOGO QUE TEM O RITMO MAIS LENTO E QUE PRECISA DURAR MAIS DO QUE 30 SEGUNDOS PARA SER DIVERTIDO?

Exactamundo! Viu como foi criativo?

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] ROBIN HOOD: PRINCE OF THIEVES (NES, 1991) [#122]



Pode parecer estranho dizer isso em 2018, mas acreditem ou não, houve um tempo em que Kevin Costner era um galã para Hollywood. Eu sei, hoje ele é conhecido por ter a morte mais imbecil da história dos filmes de super-heróis, mas nem sempre as coisas foram assim.


Quer dizer, morrer para salvar um cachorro é algo totalmente digno. Mas você parou pra pensar que a chave estava na ignição, Jonathan? Dava pra ao menos ter tentado sobreviver, Jonathan? Você parou pra pensar que o carro estava longe o bastante para ninguém ver o que quer que o Clark precisasse fazer para salvar o cachorro, Jonathan? Sério, não tinha motivo NENHUM para não mandar a porra do SUPER-HOMEM no teu lugar, Jonathan! Mas nenhum MESMO! SUPER. FUCKING. HOMEM. Puta merda, Jonathan, mas tu é tão retardado que só não faz parte da tripulação da Prometheus por uma questão de tempo.

Kevin Costner, senhoras e senhores.

Ele não é um mal ator, apenas tem um agente que deliberadamente o odeia e escolhe os piores papéis do mundo pra ele. Mas isso é agora, nos anos 90 ele era o gostosão do pedaço e, logo, foi a primeira escolha quando Hollywood decidiu que a lenda de Robin Hood daria um excelente épico de...



... breguice. Puta merda.

Anos 90, senhoras e senhores.

Mas enfim, o filme não é de todo ruim (eu acho, faz mais de vinte anos que eu assisti pela última vez) e tem um grande elenco: Morgan Freeman, Christian Slater (antes da carreira dele acabar naquele filme do Batman) e Alan Rickman foi indicado ao Oscar por esse filme.

Mas anos 90 sendo 90 como eram, seria de se estranhar se o filme não viesse acompanhado de um joguinho vagabundo para exponenciar os lucros, certo? Quer dizer, fizeram jogo até da Caçada ao Outubro Vermelho, pelo amor dos quarians!

Então eu esperava um jogo genérico de plataforma no qual apenas mudariam o sprite na última hora para o personagem licenciado - foi assim que o jogo do Batman do Nintendinho nasceu, saiba você. Surpreendentemente, Robin Hood do Nintendinho é uma boa adaptação. O que não quer dizer que necessariamente seja um bom jogo. Mas vamos a isso...



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] GOLDEN AXE 2 (Mega Drive, 1991) [#121]



Não é muito segredo para as 3,15 pessoas que acompanham esse blog que eu não sou um grande fã da SEGA. Quer dizer, eles tinham uma boa visão de mercado no começo dos anos 90 e algumas boas ideias, que só eram superadas por sua falta de recursos e/ou talento para executa-las.

Uma das boas ideias da SEGA daquela época foi kibar filmes famosos em seus arcades. Funcionava assim: Top Gun está fazendo sucesso? Então vamos fazer um arcade de aviões para surfar nessa onda mas não usar o nome Top Gun para não gastar um centavo no licenciamento disso. Assim nasceu After Burner. Opa, agora a molecada quer policiais-robos que passam o fogo em tudo? Tá na mão E-Swat.

Nenhum desses jogos era particularmente complexo, no sentido que ninguém se deu muito ao trabalho de pensar qualquer coisa mais profunda de "hey, que filme da moda podemos chupinhar agora?". A SEGA é mais ou menos o equivalente dos anos 90 daqueles DVDs piratex sem vergonha como "Carrinhos" ou "Ratatoing" - colocando tanto esforço nos seus jogos quanto.

E como não poderia deixar de ser, teve o dia em que a SEGA decidiu criar o seu próprio "Conan, o Barbaro" só que sem o Arnoldo socando camelos. 

Fino.

Então Axé Dourado saiu para os arcades e foi um grande sucesso na época, porque convenhamos, o padrão de competição não era exatamente elevado. Se bem que estou sendo ranheta aqui: Golden Axe é um jogo decente para o que propõe a fazer. Desculpem, eu não sou exatamente um grande fã de beat'm ups, e realmente não estou surpreso que esse genero tenha morrido nos dias de hoje - exceto quando vende exclusivamente por nostalgia. 

De qualquer forma, a adaptação Axé Dourado foi um dos títulos iniciais de lançamento do Mega Drive e até eu sou obrigado a reconhecer que ter jogos de fliperama em casa era um grande ponto a favor do seu videogame.

Então eu concedo que Golden Axe foi uma grande coisa para o Mega Drive. Mas aí a SEGA, sendo a SEGA, because SEGA, pensou "hm, como eu posso tirar mais leite dessa vaca fazendo o mínimo esforço possível?"

E a resposta foi: "Já sei, refazer o jogo usando o mínimo esforço possível!". Clássico SEGA.
E é aqui que entra Golden Axe 2.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] SNOW BROTHERS (NES, 1991) [#120]



O rei QUEIMADURA era um homem... ou demônio... ou o pior cosplayer do David Bowie de todos os tempos ... Mas enfim, dizia eu que o rei QUEIMADURA tinha um sonho. Mas ao contrário de muitos de nós, que sonhamos com coisas simples e inspiradoras como ter um emprego melhor, encontrar o seu grande amor ou que o Cinesystem mude o seu videozinho de instruções antes dos filmes, o rei QUEIMADURA sonhava em dominar o mundo.

O que o impedia, você pergunta? Ora, ele era impedido por nada senão os príncipes Nick e Tom. Sim, eu sei, esses nomes parece tirados daqueles perfil de mãe solteira no Tinder que levou um pé na bunda depois de embuchar e posta algo como "Tenho um principezinho que é a minha vida, se não curtir nem dá like". Mas enfim, os nomes são esses mesmo.

Não é dito como, exatamente, os príncipes Nick e Tom conseguem impedir que ele domine o mundo. Teremos que viver com o fato de que jamais saberemos. É dito apenas que eles são os príncipes da BRANCOLANDIA. O que me faz imaginar que o jogo se passa no Brasil em 2019 se o Bolsonaro ganhar a eleição.

Mas estou divagando, adiante com essa pandêmica história: após muito matutar, o rei QUEIMADURA descobriu um modo de se livrar dos seus maiores inimigos. Isso, é claro, seria usando uma complicadíssima magia antiga para transforma-los em bonecos de neve.

Porque, tal qual Valdemar, o rei QUEIMADURA não acredita na boa e velha magia do TREZOITÃO. Não, claro que não. E tal como Valdemar, o rei QUEIMADURA tomou bonitaço no toba por causa disso. Claro que sim, como não?

Acontece que os principes Nick e Tom não só sobreviveram ao processo como ganharam incríveis poderes congelantes. Parabains, Queimadura. Mas parabains mesmo! Isso é pra tu aprender a só usar a porra de um trabuco pra matar duas porcarias de crianças! Parabains a todos os envolvidos, dez horas de parabains para todos!

BOA CINDY, MUITOS PARABAINS!

Parabains pra ti também, Valdemar. Cabeçudo da porra...

Mas enfim, continuando a epopeia, mal suspeitava o rei QUEIMADURA que seus maiores inimigos agora estavam mais bombados que a panturrilha da Graciane Barbosa e seguiu seu plano de dominação global ... sequestrando as princesas gemeas Tina e Terri do minúsculo reino da NEVELANDIA.

Espera, o que? Como isso pode ajudar a dominar o mundo? Tá vendo, Queimadura, é porque tu pensa com o cotoco de cigarro e não com a cabeça que tu se mete nessas situações e acabava sempre sendo derrotado pelos filhos da mãe solteira do Tinder! Mas puta que me pariu, foco homem! Ou demônio. Ou Goblin com hepatite, sei lá que porra tu é.

De qualquer forma, domina o mundo primeiro e DEPOIS corre atrás das princesas gemeas. Que merda, quando tu dominar o mundo tu pode criar um imposto de princesas gemeas menores de 12 anos se isso é tão importante assim pra ti. Sim, porque as duas princesas juntas claramente não tem idade sequer pra assistir Domingo Maior.


Mas enfim, nossos heróis que entraram numa fria descobrem seus recém adquiridos poderes e vão até o castelo do rei QUEIMADURA resgatar as princesas gemeas porque... bem, são princesas gemeas, acho que é meio obvio porque qualquer um enfrentaria hordas infinitas do mal pela magia do capo de fusca sincronizado. Até porque a outra opção seria fazer um perfil no Tinder e dar de cara com a mãe deles, melhor não.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 003] JAMES POND: UNDERWATER AGENT (Mega Drive, 1991) [#119]



Ok, vamos tirar isso do caminho. Seu nome é Pond, James Pond. Agente bolha-bolha-sete, agente sea-creto, licença para nadar. Considere essa sua inoculação contra a incessante barragem de trocadilhos aquáticos de James Bond que compõem o jogo de hoje: a versão Megadrive de "James Pond: Underwater Agent"! Por que estou jogando a versão Megadrive em vez original no Amiga? Uma enorme razão: os controles respondem um pouco melhor, mas o verdadeiro bônus do port para o Mega Drive é que a barra de status é de um tom sensível de laranja e não as cores punitivas da versão Amiga que fazem seus olhos sangrarem!

Sério, olha isso! Olha só isso!