terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] ROBIN HOOD: PRINCE OF THIEVES (NES, 1991) [#122]



Pode parecer estranho dizer isso em 2018, mas acreditem ou não, houve um tempo em que Kevin Costner era um galã para Hollywood. Eu sei, hoje ele é conhecido por ter a morte mais imbecil da história dos filmes de super-heróis, mas nem sempre as coisas foram assim.


Quer dizer, morrer para salvar um cachorro é algo totalmente digno. Mas você parou pra pensar que a chave estava na ignição, Jonathan? Dava pra ao menos ter tentado sobreviver, Jonathan? Você parou pra pensar que o carro estava longe o bastante para ninguém ver o que quer que o Clark precisasse fazer para salvar o cachorro, Jonathan? Sério, não tinha motivo NENHUM para não mandar a porra do SUPER-HOMEM no teu lugar, Jonathan! Mas nenhum MESMO! SUPER. FUCKING. HOMEM. Puta merda, Jonathan, mas tu é tão retardado que só não faz parte da tripulação da Prometheus por uma questão de tempo.

Kevin Costner, senhoras e senhores.

Ele não é um mal ator, apenas tem um agente que deliberadamente o odeia e escolhe os piores papéis do mundo pra ele. Mas isso é agora, nos anos 90 ele era o gostosão do pedaço e, logo, foi a primeira escolha quando Hollywood decidiu que a lenda de Robin Hood daria um excelente épico de...



... breguice. Puta merda.

Anos 90, senhoras e senhores.

Mas enfim, o filme não é de todo ruim (eu acho, faz mais de vinte anos que eu assisti pela última vez) e tem um grande elenco: Morgan Freeman, Christian Slater (antes da carreira dele acabar naquele filme do Batman) e Alan Rickman foi indicado ao Oscar por esse filme.

Mas anos 90 sendo 90 como eram, seria de se estranhar se o filme não viesse acompanhado de um joguinho vagabundo para exponenciar os lucros, certo? Quer dizer, fizeram jogo até da Caçada ao Outubro Vermelho, pelo amor dos quarians!

Então eu esperava um jogo genérico de plataforma no qual apenas mudariam o sprite na última hora para o personagem licenciado - foi assim que o jogo do Batman do Nintendinho nasceu, saiba você. Surpreendentemente, Robin Hood do Nintendinho é uma boa adaptação. O que não quer dizer que necessariamente seja um bom jogo. Mas vamos a isso...



Previa na edição 004


Para ser sincero, eu lembro apenas vagamente do filme. Lembro de assistir alguns pedaços dele como uma pequena criança de sete anos, olhando por cima do ombro da minha mãe. Pensando nisso, ela estava tentando desesperadamente me fazer sair da sala o tempo todo, entre arroubos de ficar toda toda pelo Kevin Costner ... droga, eu sabia que tinha reprimido minhas memórias desse filme por algum motivo! Obrigado pelo excelente começo, Robin Hood!

Bem, supostamente, esse jogo as aventuras de Robin Hood e seu Bando de Homens Alegres (esse nome não significava na época o que significa hoje, ok?), um assunto que eu sempre achei fascinante quando criança. Quer dizer, o que poderia ser mais legal do que correr em seu quintal, batendo nas crianças vizinhas com varas e depois destruindo suas posses quando se recusam a brincar com você? (Protip: Isso também é divertido quando você é um adulto!) Infelizmente, não roubei dos ricos e / ou dei aos pobres uma vez neste jogo, e o "enredo" segue uma fórmula cíclica inteiramente não fantástica, começando no seu acampamento:

    
1. Este filho da puta aí de cima se queixa de alguma tarefa insignificante, como saúde pública gratuita para todos!
    
2. Você vai até a floresta Sherwood horrivelmente projetada e vagueia por cerca de três horas até descobrir que você tem o mapa do maroto e ele se atualiza sozinho!
    
3. Se os planetas de 8 bits estão em alinhamento adequado, você pode realmente encontrar sua missão!
    
4. Faça seu novo caminho de volta através da floresta
    
5. Enxague e repita!


 Agora que sabemos como o esqueleto do jogo funciona, vamos a pergunta realmente importante aqui: como eu mato coisas? Bem, felizmente a resposta a essa pergunta é uma muito satisfatória. Robin Hood, na maior parte, é um adventure (seja lá o que isso signifique) que funciona bastante como Zelda. Você tem visão de cima, você dá espadadas (ocasionalmente flechadas), boa diversão cristã.

QUE ESCOLHAS?!?


Ok, adaptar o filme do Robin Hood como um Zelda-like onde você faz várias quests não é a pior ideia de todos os tempos... Se tivesse parado por aí. Porque a Bits Studios (Terminator 2) decidiu que precisava tacar mais barbecue no seu churrasco e os resultados foram ... ambiciosos. Não necessariamente bons.

O jogo combina astutamente os tediosos menus de ação dos jogos de aventura old school com o diálogo sem inspiração e o sistema de party/HP/mecânica  de XP do RPG. Eu já joguei mais RPGs do que aquela garota assustadora "bissexual" que só se vestia de preto por quem você tinha uma queda e asseguro que este é um dos piores sistemas de menu que já vi.  

Por exemplo, se você realmente conseguir espetar alguém até ele morrer, o jogo não assume que você deseja saquear seu cadáver para roubar maçãs e band-aids (a vida valia pouco naquela época). Não, primeiro você deve selecionar "procurar" sobre o cadáver, então você deve escolher "pegar" o objeto, e então você pode verificar o menu "Jogador" para ver no inventário de qual personagem o item foi parar. Surpreenda-se você ao te dizer que os menus navegam MUITO lentamente.

Para recuperar vida, por exemplo, você precisa clicar no icone, arrastar até "Usar" ou "Comer", para recuperar 5 pontos de HP! Quando você terminar é hora de descer e pegar o seu primeiro cheque de aposentadoria do INSS. 

Falando nisso, o que é bonito sobre a cura é que não há absolutamente nenhuma maneira de dizer quais são os pontos de vida máximos dos personagens. Coisa fina, eu te digo!

Apesar da animação engraçada que rola sempre que você mata alguém, esta deve ser a primeira vez que me senti fisicamente pelos gráficos de um jogo. De cara, a paleta de cores é absolutamente horrível, com tons como "Rim que claramente precisa ser trocado" e "Papel higienico usado". Em segundo lugar, eles conseguem Pontos de Comédia por tentarem usar o NES para renderizar de maneira realista os rostos dos atores, o que acaba parecendo uma campanha contra os perigos do incesto. Tecnicamente, eu já vi muito pior, mas Robin Hood talvez tenha sido um pouco ambicioso demais para o que o Nintendinho podia fazer...

"Nos orgulhamos da pureza na nossa familia a muitas gerações!"

 No combate existem três modos de jogo: o estilo Zelda, que funciona muito bem... até você encontrar inimigos com arcos porque os feladaputas não erram um tiro! E todo mundo tem arco, puta merda achei que esse jogo se passasse na Inglaterra e não nos Estados Unidos!

O segundo modo de combate é o estilo RTS, que é onde os membros do seu grupo realmente lutam e honestamente eu achei divertido. Ambicioso para o NES tentar emular uma batalha campal, mas não dá para dizer que não é criativo.

O terceiro modo de jogo é o duelo, que é basicamente um jogo de luta. E como todos os outros  jogos de luta antes de Street Figher 2, é horrível. Me lembrou o swashbuckling pavoroso da Ilha da Garganta Cortada, só que lá aquilo é o jogo todo, ao menos aqui é só em algumas partes.

Narrativamente, bem... é um jogo de Nintendinho. Crédito tem que ser dado nessa area aos créditos de Golden Axe 2 onde no lugar de "roteiro" aparece escrito "responsáveis pelas mensagens". Isto dito, tem que se admitir que o jogo tenta seguir o filme - começando pela fuga da prisão com o muçulmano até terminar no duelo do enforcamento, e acrescenta algumas coisas de sua própria conta como buscar a Água da Vida para curar os olhos do Shiryu e fazer uma sidequest para o Scar matando o Pumba. Ou algo assim. Ou isso está no filme?

O que importa é que no fim o bem vence o mal, espanta o temporal e somos brincados com a cena de beijo mais constrangedora de toda geração 8 bits. Que também deve ser a única, pelo que eu lembro. O que vale é a intenção, eu suponho...






"Desculpe Marriam, estamos em um Nintendinho. Se eu chegar mais perto que isso, a censura fode a gente"
"Ótimo, ao menos alguém me ..."
"O que você disse?"
"Aff, nada não"

Robin Hood é um bom jogo de ação estilo Zelda, mas infelizmente é soterrado por muita gordura que, segundo a pensadora moderna Tati Quebra-Barraco, "você não tinha nem que estar aqui, linda!". Todo sistema de inventario e grupo é hediondo e complica desnecessariamente o jogo. A coisa de escolher ações no sistema de palavras é completamnte non-sense ao invés de simplesmente pegar itens e falar apertando um botão. Eu terminei o jogo sem entender como ou pra que o nível de personagem funciona. A dificuldade passa a ser abissal depois que você encontra os guardas com flechas, e você tem apenas duas vidas - sem saves ou passwords. É um jogo bem intencionado e criativo (em alguns momentos você usa itens criativamente a la Metal Gear, mas são bem poucos), mas com anos 90 escrito por toda cara demais para ser apreciavel hoje. Ou naquela época.

Vou encerrar premiando vocês com essa imagem digitalizada do Professor Snape no Nintendinho...

Mas o que ... Esse não é Alan Rickman! Isso parece um ator pornô alemão de meia idade. Pessoal, vocês entenderam errado, Alan Rickman é o cara que interpretou Hans Gruber em Die Hard, não o encanador em "Helga leva em todos buracos 7"!. Eu joguei todo o jogo para ver isso ?!