quinta-feira, 31 de agosto de 2023

[#1149][Dez/97] GRANDIA


Chegando quase a review numero 1150, se tem algo que podemos estabelecer nesse blog é que os anos 90 foram os anos dos protagonistas trevosos darki angustiados (quase)dumau. Eu literalmente já falei disso dezenas (até centenas?) de vezes aqui como tudo nos anos 90 pra ser cool tinha ser mega trevosão e depressivo. E qualquer coisa além disso era visto como coisa de bebezinho nhenhé.

Ou ao menos era assim que os americanos viam as coisas. Os japoneses não tinham, e ainda não tem hoje, vergonha de fazer o protagonista da sua obra ser um herói incrivelmente otimista, positivo e até mesmo ingenuo por acreditar demais nas pessoas. Algo que seria um fracasso comercial retumbante na trevosidade dos anos 90 americanos, no Japão é apenas comum.


Verdade que depois do sucesso pan-giga-poli-goli galacticto de Neon Genesis Evangelion cresceu muito a trope do herói com uma crise existencial, especialmente pq a Squaresoft era a maior produtora de RPGs fora do Japão e realmente amava esse anime. Como dá pra notar pelo seu mais bem sucedido jogo,  FINAL FANTASY 7 (embora tambem tenham referencias em SUPER MARIO RPG: Legend of the Seven Stars pra vc ter uma ideia).


E pq eu estou falando disso? Bem, pq nesse grande afã de ambientações dark, trevosas, totalmente THE CROW: City of Angels e com protagonistas emocionalmente traumatizados ou algo assim, Grandia é frequentemente apontado como o "FINAL FANTASY 7 do Saturn"...

... e essa é a coisa mais imbecil que eu já vi em todos esses anos nessa indústria vital. Grandia não apenas não tem NADA haver com FINAL FANTASY 7 (exceto pelo fato de ser elencado como um dos melhores - se não o melhor - RPG do seu sistema), como é o exato oposto dele.

domingo, 20 de agosto de 2023

[#1148][Dez/97] MEGA MAN LEGENDS (ou "Mega Man Dash" no Japão e "Mega Man 64" no Nintendo 64)


No final de 1997, começou de 1998, haviam duas regras petreas não escritas na indústria dos videojogos: uma era que todo mundo e a mãe de todo mundo tentaria lançar uma franquia de jogos de luta pra ver se colava (sério, quando até a fodenda Sunsoft atirou um "vai que cola, né" com WAKU WAKU 7 né?).

A segunda regra era que todas as gentes e a senhora projenitora de todas as gentes também tentariam pegar uma franquia em 2D e passa-la para o 3D pq o futuro era o 3D, amirite? Quer dizer, vendo o quão espetacularmente bem SUPER MARIO 64 fez isso... o quão dificil pode ser, não é?


Oh boy...

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

[#1147][Dez/97] SAMURAI SHODOWN 64


A primeira vista, o jogo de hoje seria um caso bastante direto: SAMURAI SHODOWN, só que para o Nintendo 64, né? Afinal se o jogo se chama 64 é do console da Nintendo, né? Então, a coisa é que ao pesquisar sobre o jogo que acabei descobrindo que essa história é um pouco mais complicada do que eu poderia esperar. Mas vamos começar do começo...

sábado, 12 de agosto de 2023

[#1146][Dez/97] THE LAST BLADE


The Last Blade é uma ideia estranha para uma franquia. Quer dizer, a SNK já tinha uma série de jogos de luta envolvendo samurais e a temática do Japão feudal, e uma bastante bem estabelecida: a franquia SAMURAI SHODOWN. Então porque causa, motivo, razão ou circunstancia eles tentariam abrir uma nova franquia sobre isso?

Foi o que ninguém entendeu na época, e na real um dos grandes motivos da franquia ter fracassado em popularidade, afinal pra que tentar um jogo novo de luta da SNK quando já tem outro que vai muito bem, obrigado? É isso que veremos hoje. 

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

[#1145][Dez/97] SHINING FORCE 3: Scenario 1 - The Titan of Aspia

Após um longo inverno (tanto literal quanto metaforicamente), estamos de volta. E o motivo do afastamento não é aquela desculpa meia boca de quem tá perdendo o tesão no projeto ou algo assim, e sim que... bem, vamos dizer que fazer uma mudança sozinho não é algo que eu recomendaria nem pra gente que ouve música sem fone no busão, mas enfim. O outro motivo pelo qual essa review demorou, entretanto, é que esse é um jogo longo e um que eu queria conferir com bastante calma pq... bem, vamos começar do começo.

sábado, 29 de julho de 2023

[#1144][Nov/97] ONE


Ok, eu tenho que abrir essa review dizendo isso: na hora de nomear os generos de jogos videogame, as pessoas não tentavam inventar a roda ou ser poéticas. Beat'm up é literalmente "bata neles", pq é um jogo de bater neles (no Brasil a gente chamava de "briga de rua", pq era uma briga na rua". jRPG é um RPG, só que japonês. FPS é jogo de tiro em primeira pessoa, um jogo onde vc atira com visão em primeira pessoa. Como eu disse, ninguém está tentando ser poético aqui.

Isso sendo dito, entretanto, eu tenho que dizer que os criadores de One foram um pouco literais demais quando decidiram fazer um run'n gun: quero dizer, é um jogo cuja primeira fase é só correr e atirar. Sim, eu sei que é isso que vc espera, mas eu estou falando que é LITERALMENTE isso por vários minutos!


Quero dizer...


Pq mano, sério...


Achou que eu tava brincando?

quinta-feira, 27 de julho de 2023

[#1143][Out/97] THE CURSE OF MONKEY ISLAND

Videogames raramente são concebidos como visões artisticas. Na sua grande maioria, eles são concebidos e vendidos como brinquedos: vc acha que algo vai ocupar as pessoas o suficiente a ponto delas pagarem por isso, vc faz e vende esse brinquedo. E é isso. Não é que vc quer compartilhar sua visão sobre nada, ou falar artisticamente sobre um ponto, nem nada assim. Vc viu a chance de vender um brinquedo e vc vendeu, é assim que a imensa maioria dos jogos são feitos.

Não é que tenha algo errado com isso, diabos os jogos do Mario são feitos assim e o próprio Miyamoto diz se ver muito mais um fabricante de brinquedos do que um artista. E eu estarei morto e enterrado em meu gélido tumulo muito antes do dia que afirmar que Miyamoto está errado.

Porém, contudo, todavia, porém, entretanto... alguns jogos só são o que são pq eles são concebidos como mais do que um brinquedo, mais do que algo que vive e morre pelas suas mecanicas e cujo texto poderia ter sido escrito pelo chatGPT. THE SECRET OF MONKEY ISLAND é um desses jogos.

terça-feira, 25 de julho de 2023

[#1142][Nov/97] BLADE RUNNER

Dentre todos os cenários de ficção possíveis, eu diria que cyberpunk é o meu favorito. Veja, a coisa é que eu acho que a ficção funciona em seu melhor quando usa de seus elementos fantásticos para, através de simbolismos, falar de temas que dificilmente seriam abordados de outra maneira.

Um exemplo bem iconico disso que é que as fusões em Steve Universe são uma metafora para sexo. Porém se fosse feito de outra maneira e falado abertamente sobre tacatacalapetaca, a discussão seria completamente ofuscada por todas as neuras, traumas e incapacidade de lidar com o assunto que aflige as pessoas. Ou como X-Men pode servir para falar sobre racismo, homofobia ou até AIDS dependendo de como você aborda a coisa, enquanto falar diretamente sobre esses temas colocaria as pessoas em modo de defesa e ativar o instinto tribal de "nós contra eles". Nesse sentido, eu acho que a ficção é completamente sem igual para atingir esse objetivo.


O que nos leva, então, a questão do cyberpunk que eu acho que é a ficção no melhor do que ela pode ser. O tema de alta tecnologia em um mundo miseravel nihilista onde tudo é permitido e nada importa abre as portas de inúmeras metaforas possíveis. O problema é, entretanto, que se você gosta de cyberpunk e todas as suas possibilidades nos anos 90 você tinha bem poucas opções de entretenimento. Duas, mais precisamente: THE GHOST IN THE SHELL e Blade Runner. Bem, três se você contar Johnny Mnemonic, mas por alguma razão ou outra ninguém nunca lembra desse filme. Vamos ficar com THE GHOST IN THE SHELL e Blade Runner para esse caso.

Como eu já falei de THE GHOST IN THE SHELL na review daquele jogo, hoje é dia de falar sobre Lamina Corredora. E já adianto que é um filme bem complicado de analisar...

sábado, 22 de julho de 2023

[#1141][Dez/97] YOSHI'S STORY


A esse ponto da minha vida, eu posso dizer que já joguei muitos, muitos jogos da Nintendo. Com efeito, eu diria que já joguei a maioria deles em um momento ou outro. E de todos os muitos, muitos jogos que da Nintendo que eu joguei, eu posso afirmar pra vocês que nenhum deles me fez ter essa reação:


Nenhum, exceto por Yoshi's Story. Esse é um jogo puta esquisito.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

[#1140][Dez/97] CRITICAL BLOW


E no episódio de hoje de "pq causa, motivo, razão ou circunstancia como caralhas esse jogo ganhou uma continuação", temos a continuação de... GENEI TOUGI: Shadow Struggle.

CONTINUAÇÃO DO QUE?

Voce sabe, o jogo de luta do POWER OF SOLID.

OH. EU LEMBRO. QUERIA NÃO LEMBRAR, MAS EU LEMBRO.

Então, né? Tá, verdade que GENEI TOUGI: Shadow Struggle não é o pior jogo de luta ever a ganhar uma continuação, quer dizer, se o fodendo CRITICOM teve uma continuação, né... e de qualquer forma, GENEI TOUGI: Shadow Struggle não é um jogo quebrado ou tenebrível, ele é apenas é culpado de ser... desinteressante. Então a pergunta que cabe ser feita é: seria o seu sucessor um jogo mais interessante ou apenas a bilionésima oitava caixa empilhada no (enorme) canto de "jogos de luta 3D do PS1 que não são Tekken 3 ou SOUL EDGE"?