domingo, 6 de outubro de 2019

[AÇÃO GAMES 018] CYBER SPIN (Shinseiki GPX Cyber Formula) [#270]



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Quando um jogo baseado em anime chegava ao ocidente nos anos 90, normalmente sua licença não era comprada porque, honestamente, não fazia o menor sentido. Antes da internet e do boom dos animes nos anos 90, não fazia nenhum sentido pagar para usar personagens e marcas que não significavam nada para o seu publico.

Então o que as empresas era adaptar os sprites do jogo. Hokuto no Ken virou Karateca, Last Battle e Black Belt (sim, teve três jogos trazidos para o ocidente e em nenhum deles podemos dizer "você já está morto")



 É claro que isso dá um puta trabalho já que não é só traduzir o texto e sim desenhar os sprites e programar partes do jogo novamente. Uma solução mais simples é apenas cortar tudo relacionado ao anime de origem, só meter a faca mesmo.

Não, espera, como assim?

Cyber Spin é a versão americana de Shinseiki GPX: Cyber Formula, que é o jogo do anime um Future GXP Cyber Formula. Então... o que foi cortado na versão americana do jogo? Quase tudo, na verdade.


O jogo japonês tem o modo campanha (scenario), um modo de corridas individuais (free)  e um modo GPX que existe passwords para ... fazer alguma coisa. Que foi, eu não sei tanto assim de japones também, tá? Enfim, três modos de jogo, legal. 

O que a versão americana nos dá?


Ok, isso foi... direto.

Caso você esteja se perguntando o que mais foi cortado nisso, entra aí uma boa cutscene de introdução. Isso porque o anime é um anime de uma modalidade de corrida futurista feito pela Sunrise - o que torna mais do que justo que esperemos que os carros virem mechas a qualquer momento. Enquanto isso não acontece exatamente, os carros ainda se tranformam em uma forma mais potente no meio da corrida because Sunrise.

É um anime muito bonito de se ver, e as cutscenes do jogo tanto na abertura quanto entre as corridas transmitem isso bem ... desde que você não esteja jogando a versão americana, se esse é o caso, no cutscenes for you



Sendo um anime de esporte, é claro que GPX tem dialogos enormes em momentos que deveriam transcorrer dentro de um segundo, e o jogo faz uma boa tentativa de colocar esse feeling aparecendo os rivais do anime quando eles se aproximam do seu carro, seja para ultrapassar ou ser ultrapassado.

Alias GPX tem uma trama animensamente rocambolesca: Hayato é um piloto tão rápido que ele acaba entrando na "Zero Zone", uma dimensão especial da velocidade que lhe dá poderes de clarividencia. Assim, usando sua habilidade pilotistica combinada com sua capacidade de prever breves momentos do futuro, Hayato luta para subir nos ranks da disputada Formula GPX mesmo tendo um carro tecnicamente inferior aos demais.

Animes, senhoras e senhores.

"Esse poder de pilotagem... como um simples humano consegue... não pode ser..."
Agora a coisa que mais faz falta nesse jogo é a opção de jogar com outros carros, que foi totalmente limada da versão americana. No cartucho japones você tem oito personagens do anime para escolher, com carros diferentes e respondabilidade (não queria usar "responsabilidade") diferentes. Na versão americana... já sabe, né?

E, bem, agora que você já sabe tudo que não vai fazer na versão americana, vamos falar um pouco como o jogo é.


O problema mais recorrente dos jogos de corrida no Super Nintendo é que eles não parecem rápidos. Isso ocorre principalmente porque o SNES tem uma CPU lenta (2,6 MHz, enquanto o Mega Drive processava a 7,8 MHz) e não consegue renderizar ambientes com rapidez suficiente para alcançar essa ilusão sem ter que usar alguns truques de ilusão de ótica (como em F-Zero, por exemplo). Cyber Spin resolve esse problema dando uma visão aerea com cenários que passam muito rápido, o que dá uma sensação de velocidade bem grande. Não é o jogo mais impressionante visualmente, e é difícil reagir rapidamente a voltas repentinas, mas é uma troca aceitável.


O twist de Cyber Spin é o medidor de energia. Ao pressionar o botão X, o seu carro ativa um impulso nitroso e esgota o medidor de energia enquanto o botão está sendo pressionado. No entanto, bater em paredes ou colidir com outros carros também afeta o medidor de energia, e se acabar a corrida acabou. Então você tenta espaçar o seu nitro através das três voltas ou guarda tudo para o final? É uma escolha tática interessante que faz você pensar antes de usá-lo.

Não que você vá querer bater nos outros carros de qualquer jeito, parece que você é uma moto entre uma legião de tanques, pois todas as colisões fazem com que você saia girando e deixe o outro motorista intacto. Isso é combinado com a inclusão de carros não participantes na pista, o que pode facilmente fazer com que você seja eliminado de uma corrida a qualquer momento.

Eu realmente gostei de Cyber Spin, mas poderia ser mais fácil. Levei algumas tentativas para sequer me classificar para a primeira corrida. E eu nem ganhei essa corrida, os outros Cyber Spinestradores são brutais. Um toque faz meu carro girar fora de controle enquanto eles continuam correndo seus traçados quase perfeitos.

Cyber ​​Spin é um jogo bonito de se olhar, cada pista parece bastante diferente uma da outra, da Inglaterra nebulosa ao Quênia coberto de lama. As pistas parecem vibrantes e apresentam um grau de detalhe decente, como plateia e espaços na beira da estrada, como patios de casas. 



O jogo roda suavemente, o que significa que a sensação de velocidade é boa. Os carros principais são bem desenhados, embora um dos adversários pareça mais um táxi do que um piloto futurista. Os seus ouvidos também não serão muito torturados, com músicas cativantes que se encaixam perfeitamente no estilo futurista. Os ruídos do motor soam bem, mas o efeito de turbo é mais parecido com o vazamento de um cano de gás. 

Cyber ​​Spin é o esqueleto do que poderia ter sido um ótimo jogo de corrida. Dirigir é agradável, e enquanto ele é dificil demais para o seu próprio bem, é esteticamente agradável também, com bons gráficos e áudio sólido. Infelizmente, Cyber ​​Spin é frustrado pela falta de conteúdo. Seu torneio de 10 pistas certamente é uma montanha para se escalar, mas depois que você passa, há pouco o que fazer depois. Isso é especialmente desanimador quando você pensa nos recursos cortados da edição japonesa do jogo, o que facilmente faroa Cyber ​​Spin render algumas voltas extras. 

Tal como está, é um jogo de corrida mediano com uma base sólida, mas não o suficiente para manter o interesse por muito tempo.