Salvando a galáxia como um herói masculo e musculoso, lutando contra invasores alienígenas, destruindo robôs malignos, abatendo combatentes do espaço e resgatando a garota dos seus sonhos. Soa como algo que todo adolescente sonha, não é? Bem, nos anos 80, o animador/diretor Don Bluth e sua equipe pensavam da mesma forma.
Depois do bem-sucedido jogo de disco-laser, Dragon's Lair, eles decidiram seguir com uma aventura de ficção científica na mesma linha. O resultado foi Space Ace, um épico de herói espacial com um twist
O personagem título, Space Ace é, mais do que o primo futurista de Dirk the Daring. Antes de começar o jogo, você recebe uma pequena introdução, que conta a história do nosso herói. Ele é tudo o que você imagina sobre o seu tipico durão de animação celulósica: ele é musculoso, forte, esperto, armado com um blaster e pega a garota, sempre com uma frase de efeito na boca para despachar bandidos.
Infelizmente, quando o vilão do mal que odeia o bem, Borf (dublado por Don Bluth) ataca, ele é atingido por sua arma secreta, a nefasta Infanto Ray, que transforma Ace em um garoto nerd chamado Dexter. Você pode se perguntar porque diabos Borf apenas não atirou com um laser normal, mas então ele é um vilão chamado BORF. É o tipo de cara que você esperaria gastando dinheiro com a coisa do laser que guia o dinossauro do Jurassic World 2... deus que ideia idiota...
Enfim, batalhando não só com as forças do mal, mas também com as desvantagens de um corpo de quem consegue nomear todos os arcos de Doctor Who sem ser britanico, Dexter/Ace agora não só tem que parar os planos malignos de Borf, mas também precisa resgatar Kimberly, a garotas de seus sonhos, que foi capturada pelo invasor.
O jogo controla como a maioria dos outros FMVs: pressione o botão no momento certo, ou você terá uma morte instantânea. Como em Dragon's Lair, você controla a maioria das ações de Dexter com o direcional, enquanto ocasionalmente usa uma arma (no caso do Space Ace, um blaster) com outro botão. No entanto, existe um novo recursos que diferencia este jogo do seu antecessor, além do cenário de ficção científica.
De vez em quando uma tela com as palavras “Energize” pisca. Aperte o botão no momento certo, e Dexter volta a ser Space Ace, extraordinário herói de ficção científica. Como Dexter, você está reduzido a se esquivar e fugir a maior parte do tempo. Como Ace, é hora de revidar e chutar alguns traseiros! Infelizmente, o tempo como herói é muito limitado, e uma vez que o Energizing acabou, Ace volta a ser o Dexter novamente.
Infelizmente, fazer isso vai contra seus melhores interesses de terminar o jogo. É. Isso porque enquanto tornar-se Ace é uma refrescante mudança de ritmo, também torna o jogo mais difícil. Você ganha cenas adicionais para lutar, e uma vez que você volta a ser Dexter, o jogo na maioria das vezes continua de onde parou antes de você energizar. Você simplesmente não ganha nada como Space Ace senão cenas adicionais para falhar.Você é obrigado a se transformar em Ace apenas uma vez (durante a batalha final) para ganhar o jogo, no entanto.
Fora isso, outra novidade (que depois viria a ser reaproveitada em Dragon's Lair 2) é que o jogo geralmente lhe dá algum tipo de pista visual do que fazer a seguir. Se uma área na tela (ou sua arma) piscar, geralmente é uma sugestão de qual ação fazer em seguida. Nem sempre funciona dessa maneira, no entanto. Às vezes, uma área diferente pisca e você tem que evitar ela, outras vezes o flash não ocorre e você tem que chutar. Basicamente, isso reduz o jogo a menos de um jogo de reação e mais de um caso de tentativa e erro.
Enfase em "tentativa e erro", porque o ritmo do jogo é incrivelmente rápido! Mesmo se você receber uma dica do que fazer a seguir, a janela para apertar o botão correto é minúscula. Você continuará morrendo sem saber o que o atingiu ou quando se defender. A maior parte do tempo você tem que saber de antemão quando uma cena irá aparecer e quais botões apertar, e então apertar o botão um pouco ANTES que a pista visual ocorra na tela. O jogo é dividido em uma série de 13 sequências - morra, e você tem que jogar toda a seqüência novamente desde o começo! Dessa forma, o jogo basicamente se transforma em uma versão animada de Genius, com dificuldade crescente - quanto mais você avança, mais longas as sequências ficam
Agora está aí algo que eu não via a muito tempo... |
A animação tem o padrão de qualidade esperado de Don Bluth, mas a verdade é que a menos que você esteja assistindo alguém jogar não vai ter tempo para apreciar nada, dada a freneticidade do jogo. O jogo realmente poderia usar um ritmo mais lento, dando ao jogador tempo de apreciar a animação como recompensa por ter acertado o comando e não exigir que ele apenas avance como se estivesse em uma faixa de pedestres no centro de Tóquio as 6 da tarde.
Adicionalmente, toda a produção tem um aspecto mais apressado do que o anterior já que o jogo não é só consideravelmente mais curto (6 minutos mesmo se você optar pelas cenas de Energize), como as cenas de morte são menos engraçadas, tem menos do humor negro do primeiro jogo
Enquanto isso, no jogo feito um ano antes...
A impressão que dá é que Don Bluth gastou todas as boas ideias no primeiro jogo e esse aqui saiu apenas porque... bem, o primeiro deu dinheiro, não?
Enfim, poucos jogos envelheceram tão mal quanto Dragon Lair e Space Ace. Isto é em grande parte porque os bons elementos destes títulos que inicialmente foram impressionantes (como a animação em desenho animado) foram usados muito melhor muitas vezes nas últimas décadas, enquanto os elementos ruins (ou seja, dificuldade, controles ruins, repetir a mesma cena infinitas vezes) tornaram-se arcaicos e frustrantemente baratos para os jogadores modernos.
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 018
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Edição 005
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