domingo, 25 de agosto de 2019

[AÇÃO GAMES 017] HOOK (Nintendinho, 1992) [#263]



No jogo de hoje, eu vou ensinar um truque para vocês crianços: como reconhecer um jogo bosta imediatamente. É um bem simples, mas que até hoje em todos estes anos nesta industria vital jamais me falhou. Lá vai: se os desenvolvedores do jogo não se deram ao trabalho de colocar esforço no PERSONAGEM PRINCIPAL do jogo, quase certamente todo o resto será uma merda também.

Veja, eu não estou falando do cenário, dá música ou do inimigo que só aparece uma vez na fase 4-1. Não, é a porcaria do seu personagem principal, o filho da mãe para quem vamos olhar apenas O TEMPO INTEIRO! Se você não colocar esforço nisso, você já perdeu antes mesmo de começar.

Exemplo em caso: Peter Pan nesse jogo é branco. 


TÁ, MAS E DAÍ ELE SER CAUCASIANO? NÃO VEJO COMO NÃO TER UM PETER PAN ETNICO PODE SER TÃO...

Acho que você não me entendeu. Eu não disse que ele é caucasiano. Eu disse que ele é branco. BRANCO.


Os filhos de lavadeira manca deixaram o personagem na cor que vem na paleta de edição de sprites do NES e foda-se. Nem se deram ao trabalho de pintar algum tom de pele nem nada. Cara, se na sua pré-escola você entregasse um desenho assim sem pintar para a professora, ela fazia um canudo com ele e enfiava no seu olho! Tá, ok, talvez a sua pré-escola não foi tão hardcore quanto a minha, mas a verdade é que nem uma criança colorindo faz isso.

E não me venha  me dizer que o NES não suportava tons de pele na sua paleta de cores que isso é merda de touro!

Adventure Island, um jogo lançado TRÊS ANOS ANTES!!
Mega Man, um jogo lançado QUATRO anos antes e onde o personagem nem humano é!
Enquanto isso, esses calhordas da Ocean Software não colocaram esforço nem no personagem principal, que esperança tem para o resto do jogo?


Meu deus, caras! A espada é da mesma cor da pele dele! Os olhos são da cor de qualquer que seja o background que estiver atrás, Jesus sambando em cima de um pogobol, mesmo os jogos lixentos do NES não tem um protagonista tão porcamente desenhado assim!

Para piorar, esse jogo é baseado no filme do Robbin Williams. Em que universo paralelo onde as particulas não ousam ir que isso é o Robbin Williams? Vocês ao menos sabem de quem eu estou falando, Ocean?


NÃO! Esse é o Robbie Willians! O cara que canta "des a angel can plei mai fai! I love angels instagram!" ! Diabos, eu tenho que explicar tudo por aqui?!

Mas ok, vamos lá... vamos ver então a história desse jogo. Bem, suponho que eles não tem como cagar essa, afinal é um jogo baseado em um filme, é só colocar um resumo do plot do filme em uma tela e estamos conversados. Eu não acho que seja possivel estragar isso, apenas não tem como.


"Peter, meu nome é Think e..." mas sacripantas holísticas me mordam, sai da frente Sininho! Quem, mas quem diabos achou que seria uma boa ideia colocar a porcaria da fada na frente do texto! Que ideia retardada do inferno! Ah, foda-se essa fada e foda-se esse texto e também foda-se esse tecladonuyjhujhnjhn. Sim, eu dei cabeçadas no teclado porque foda-se.

A seguir, falaremos sobre o sistema de combate, ou do trágico acidente que foi colocado no lugar disso. Aqui, este é o ataque de Pedro Pão:


Parece curto? Então vamos olhar mais de perto, agora com a magia de ver como as hitboxes desse jogo funcionam:


Repare que para o seu ataque (vermelho) entrar na hitbox do seu oponente (roxo), ele tem que estar quase encostando em você (amarelo). Agora imagine com o mandrião em movimento e temos um jogo onde não é possível atacar ninguém sem sofrer dano. 

Basicamente, pense em Prince of Persia mas com a espada com 1/5 do tamanho. Sounds fun.


Basicamente, penRepito: o ataque nesse jogo é tão inútil quanto eu fazer um perfil no Tinder.

Oh god, mas será possível que vocês não acertam uma?


Oh, ok, o mapa desse jogo é bem grande e bastante vistoso. Parece bom. Seria uma pena se alguém estragasse ele fazendo um sistema de navegação mais contra intuitivo já criado pelo homem!

Aqui, eis como você troca de fase em Super Mario 3:


Simples, prático e ingeligivel. Mesmo quem não joga videogames pode entender como isso funciona. Agora eis como o overworld map de Hook funciona:


Basicamente, você tem que rodar essa roda dos ventos e Pedro vai naquela direção. O problema é que ele só vai em direções pré-programadas, em outras palavras existe um caminho. Uma trilha... que você não tem nenhuma indicação visual na tela! Então para você caminhar nesse mapa, você precisa 

a) decorar o direcionamento entre as fases (depois de passar da Pirate Forest, para chegar na Ghost Mine vai noroeste, sul, leste, sul que não tem erro!)

Pronto, só fazer isso já resolveria o problema! Custava, pelo amor de Thessalia?

b) ficar girando a porcaria da rosa dos ventos como o pião da casa própria até aparecer algum caminho possível!

Eu te juro que não consigo pensar em uma causa, motivo, razão ou circunstancia que justifique esse sistema medonho de mapa de jogo. Na palavras do grande Angry Video Game Nerd: WHAT ARE THEY THINKING?

Caralho, fazia tempo que eu não via tanta ideia ruim reunida em um jogo só...

 Falando em coisas bizarras, se você assistiu Hook (pretendo falar mais sobre o filme na versão de SNES na próxima Ação Games), com certeza já sabe o que esperar enfrentar nesse jogo como piratas, cobras penduras nas arvores e gurus voadores.

Espera, o que?!


Não faço ideia de qual é a desse cara, parece um cara sábio que totalmente me daria um conselho, exceto que ele é um inimigo e não tem como ser derrotado, só desviado. Porque esse cara está atacando o Peter Pan? Porque? Porque me odeias, sabio eremita da montanha?

Eu não tenho palavras para descrever o quão primário é esse jogo. Sério, esse jogo parece algo que um estudante de programação de jogos entregaria em seu primeiro semestre porque ele faz as coisas mais básicas do jeito menos polido possível. 

Quando você encosta na água, você toma dano. Ok, estranho, mas alguns jogos tem isso. O problema é como você toma dano:


Você apenas sai quicando pela água e tomando dano até morrer! Que coisa absurdamente amadora, mesmo para os padrões da época! Jesus H. Cristo Superstar Vampire Hunter, o que diabos eu estou jogando aqui?!

É como tudo que poderia ser feito errado em um jogo de plataforma.., rodando a metade da velocidade! Porque eu juro pelo cara acima citado que esse jogo se passa na Lua ou alguma coisa assim: a gravidade é toda zoada, seu personagem dá saltos de 6 metros de altura sem bullet time, na verdade tudo nesse jogo parece sempre estar rodando em camera lenta! Não é apenas como seu personagem anda, tudo é tão lento o tempo todo!


Olha esse dragão disparando bolas de fogo a 3km/h. Não apenas a velocidade é o problema, eles não conseguem nem acertar os sprites dele! Ele deveria ser verde, mas por algum motivo a cabeça tem a cor vazada e é da mesma cor que o cenário de fundo, e quando ele abre a boca o sprite quebra e a boca também passa a ser da cor do cenário de fundo!

É muito amadorismo para um jogo só! Eu tenho certeza que eles notaram isso, apenas disseram "ah, foda-se, vai assim mesmo!" e é isso! Se imperfeições são o tempero da vida, esse jogo é um maldito chilly de acarajé!

Eu não vou nem falar sobre a bagunça que é a apresentação dos itens na tela, ou das features que foram implantadas e abandonadas pela metade, como um tipo de minigame de basquete ou um detector de metais que você usa para desencavar tesouros e... não fazem nada. Sério, eles apenas não programaram uma consequência para isso, apenas está lá!


Apenas TRINTA anos me perguntando pra que diabos isso servia. A resposta: nada. Absolutamente nada.

E sabe o que é pior? Eu joguei muito esse jogo quando era criança, só que a versão japonesa. Eu lembro distintamente dessas cestas de basquete e do detector de metais e não fazer a mais remota ideia de qual era o meu objetivo aqui. 

Na verdade, quando eu era criança eu costumava ter enxaquecas terríveis que duravam a tarde inteira, as vezes eu passava a noite sem dormir de dor. Eram horas que pareciam se arrastar como uma eternidade no inferno. E eu lembro distintamente de jogar Hook durante várias destas tardes de sofrimento e desespero.

Claro, você pode se perguntar porque diabos eu estava jogando videogame com enxaqueca aos 7 anos de idade, mas honestamente, eu não era uma criança muito esperta. Tanto que eu jogava videogame com dor de cabeça, mas principalmente porque eu jogava Hook do Nintendinho.