quinta-feira, 16 de setembro de 2021

[SNES/SAT] SEIFUKU DENSETSU PRETTY FIGHTER (Dezembro de 1994) [#758]


E lá vamos nós, e não estamos sós, e lá vamos nós num sabado cantar! Olá abiguinhus, bem vindos a mais um dia daqueles! Sim, vc sabe, daqueeeeeeeeles, exatamente daqueles.

Isso porque ainda vivemos dias do frenesi apoplético de jogos de luta e as desenvolvedoras se acotovelam para conseguir emplacar o próximo grande sucesso, como eu já descrevi aqui algumas vezes. E igualmente eu já descrevi algumas vezes, todas elas frequentemente buscam um diferencial, aquele algo a mais, aquele schutzpah pra passar a frente dos coleguinhas.


A Imagineer, como não tem tempo para essas merdas, foi direto a raíz do problema e mandou na lata um "eu sei o que vocês querem, e vocês terão". Nascia assim "A Lenda das Belas Lutadoras Uniformizadas" e eu não estou zoando, esse é o título original do jogo.

8 cocotinhas na versão de SNES, 11 na de Saturn, todas competindo entre si para ver quem consegue e mostrar mais as pernas e não abotoar uma blusa até o fim. Ah, e tem um jogo de luta genérico no meio, porque eu suponho que alguma coisa elas deviam fazer.


Seja como for, nosso elenco é composto por garotas usando todo tipo de uniforme que vc possa imaginar, embora se vc já assistiu algum anime na vida já deve estar imaginando: policial, enfermeira, ninja, líder de torcida, kunoichi, judoca, uniforme de educação fisica... you know the drill.

Com essa proposta seria fácil imaginar que esse é um daqueles jogos hentão-like, como METAL & LACE: The Battle of Robo Babes em que você é "recompensado" por imagens mais a vontade das garotas entre uma luta e outra, porém esse não é o caso aqui. O que você vê na superficie é o que você tem realmente, até porque esse jogo saiu para Super Nintendo também e vc não verá magumbos pré-adolescentes de fora em um console da Nintendo. Não, aqui o lance é apenas olhar menininhas bonitinhas com as pernas de fora, o que ainda hoje tem seu publico através da venda de garage kis e isso é um mercado bem grande no Japão.


Pretty Fighter está em um gênero chamado de “galge”, que é a abreviação de “gal game”. Galge são jogos que colocam o foco em garotinhas bonitas sendo bonitas e tendem a minimizar o foco na jogabilidade mesmo. Normalmente esses jogos são baseados em generos ultra simples de fazer como shmups, dungeon crawlers (RPGs só com a parte das dungeons), obviamente visual novels e , nesse caso, jogos de luta medíocres.

E por "medíocre", eu quero dizer que Pretty Fighter simplesmente é mediano. Não é particularmente bom ou ruim, funciona mais ou menos como Street Fighter 2... a versão que saiu em 1992. Não é ruim, mas é um jogo de luta com qualidade de 1992 lançado em 1995, então ... meh.


As personagens são grandes e tem um visual arcade com uma animação relativamente boa na maioria dos casos. O maior problema é COMO elas atacam que é genérico: bolas de fogo como do Ryu e muitos ataques de "bundada" como so da Cammy basicamente constituem esse jogo. Alguns são criativos (como a cheeleader que arremessa o sapato), mas não conte muito com isso.

Uma coisa que é um pouca estranho sobre Seifuku Densetsu é que enquanto você pode arremessar as oponentes, você não pode arremessá-las enquanto elas estão bloqueando. O que é estranho, porque em jogos de luta o agarrão é justamente a ferramenta que o jogo te dá para resolver quando o oponente fica só defendendo o tempo todo. Nesse jogo defender o tempo todo é uma estratégia válida já que os agarrões não foram programados para quebrar isso. 

A IA do jogo também não é lá grandes coisa, você pode colocar a CPU em um canto e literalmente espanca-la até a morte (mesmo com a defesa diminuindo o dano). Uma lista de oito personagens também não é tão impressionante para um jogo de 1995, assim como o jogo não ter guarda aérea ou ataques especiais. O modo de história também é coxo e não tem um enredo real por trás deste jogo. Como eu disse, um jogo que tem "medíocre" tatuado na barriga de fora das lutadoras.

No Saturn pelo menos ainda tem cutscenes em anime mostrando a "história" das lutadoras, o que é legal para a época, mas o mesmo não pode ser dito da versão para SNES. Em uma época sem internet suponho que esse jogo possa ter atendido algum publico ( ͡° ͜ʖ ͡°), mas nem isso dá pra contar muito também. Acho que nessa época em particular que eu estava doidão de otakice (ao contrário de hoje, claro) eu teria considerado esse jogo com mais carinho, mas então mesmo naquela época haviam formas melhores de conseguir waifus.

Não tantas quanto eu gostaria, verdade, mas tinham.

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