[#993][Dez/96] VIRTUA FIGTHER 2

Então, Virtua Fighter 2 ...

OW, OW, OW, TEMPO, TEMPO. EU ENTENDO QUE TU TÁ NA PIRA PRA CHEGAR A MARCA DE 1000 JOGOS, MAS AÍ TAMBÉM JÁ É SACANAGEM! VIRTUA FIGHTER 2 JÁ TEVE REVIEW!

Minha inocente criança do verão, eu estou plenamente ciente que VIRTUA FIGHTER 2 não apenas já teve seu próprio texto como seu patch de update VIRTUA FIGHTER KIDS tambem teve. O que eu vou falar aqui é algo totalmente diferente: lutadores virtuais 2... para Mega Drive!

ENTÃO A SEGA SE DEU AO TRABALHO DE FAZER UM PORT QUE TEM COMO EFEITO DAR MENOS RAZÕES AINDA PARA AS PESSOAS COMPRAREM UM SATURN QUANDO ESSE JÁ NÃO IA BEM DE VENDAS? PQ?

Uma razão bastante simples de entender e relacionavel a todos nós:

A situação tava ficando complicada na casa do ouriço azul. O Saturn ia muito mal na América e muito dinheiro tinha sido gasto nele e no desenvolvimento do 32X. E os boletos empilhando na porta. Então a Sega fez o que qualquer um de nós faria no lugar dela: deu um jeito de meter dinheiro pra dentro a qualquer custo.

Olhando friamente, lançar um port do seu principal jogo de luta para Mega Drive não era um bom negócio a longo prazo. VIRTUA FIGHTER 2 é uma das principais franquias da Sega em 1996, especialmente durante a era de ouro dos jogos de luta, então lançar o jogo para Mega Drive é dizer para as pessoas "não precisa comprar um Saturn pra jogar os jogos que vc quer jogar, taqui ele no Mega Drive mesmo".

Então, sim, essa foi uma decisão bem bosta do ponto de vista estratégico. Por outro lado, a Sega precisava de dinheiro e precisava urgente, e VIRTUA FIGHTER 2 para Mega Drive era uma das poucas vendas faceis que lhe restavam.

Bem, isso sendo dito... e o jogo em si?

Então, VIRTUA FIGHTER 2, a série que vendeu a ideia dos jogos 3D para o mundo, que é indissociavel dos jogos 3D... no Mega Drive? É mesmo possível? A resposta é, claro...

Virtua Fighter 2 no Mega Drive em 1996 era mais um jogo de luta 2D que emulava os golpes e a velocidade do jogo da Arcade/Saturn... naquelas, né?

Bem, é óbvio que o Mega Drive não podia fazer gráficos 3D, e 3D era meio quase que todo o ponto de venda para a série Virtua Fighter. Então é óbvio que o Mega Drive não teria todos os golpes ou combos. Ou mesmo todos os personagens. O que chegou no sistema de 16 bits da Sega pode ter escrito Virtua Fighter 2 na caixa, mas definitivamente está mais para um bootleg do que um port.

Mas então, que tipo de jogo de luta 2D essa coisa é então? Bem, a animação aqui é meio empoladas e com poucos quadros de animação, mas não é a pior coisa que eu já vi em um Mega Drive. E defininitivamente não é o pior problema desse jogo, mas nem de perto.

O principal problema aqui vai para a seleção de golpes limitada e superficial. Mesmo renunciando às comparações com a versão arcade do VF2, o jogo como ele existe aqui não se compara sequer aos outros jogos de luta da época. Ou de épocas passadas, já que sem a emulação de artes marciais e fisica do jogo 3D, Virtua Fighter é só um jogo de luta com socos e chutes.

Sem ataques especiais, sem pirotecnias, sem especiais, nada. Apenas golpes normais... e é isso. 

Virtua Fighter 2 no Megão não é um jogo ruim em seus fundamentos, apenas que ele nao tem nada para colocar em cima disso. Ontem mesmo eu falei de SHADOW STRUGGLE, que é um jogo de luta 3D que atende essa mesma descrição só que em 3D... e agora VF2 faz isso em 2D.

O que é isso, algum tipo de concurso sobre lançar o jogo de luta mais básico possível e considerar o trabalho feito? O jogo liga, tem socos e chutes e tá feito? Hmm, tá verdade que esse jogo tem ring-out e a batalha final contra a Dural embaixo d'água é em slow motion para emular a sensação do arcade de lutar embaixo d'água. 

Então ao menos VF2 do Mega pode ser elogiado por ter mais esforço do que SHADOW STRUGGLE... o que não é dizer muita coisa, temos que combinar.

Mas tá, né, se a ideia era empurrar um VF2 para quem não tinha Saturn... ao menos é o que o nome na capa do jogo diz. É o que a casa oferece, é pegar ou largar.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES

Edição 111 (Janeiro de 1997)

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER

Edição 034 (Janeiro de 1997)

MATÉRIA NA GAMERS

Edição 016 (Março de 1997)