sábado, 8 de abril de 2017

[AÇÃO GAMES 003] THE SIMPSONS: Bart vs. the Space Mutants (NES) [#021]



Quando você parar e analisa todos os jogos, é incrível que existam apenas três ou quatro bons jogos de Simpsons. Com o show tornando-se um sucesso estrondoso após a estreia eu tenho certeza que havia muitos potenciais licenciadores se acotovelando para explorar a licença em busca de um troco rápido, o que a Acclaim mais do que prontamente fez lançando dois jogos para ... bem, para tudo que havia na verdade. NES, Mega Drive, Master System, Game Gear, 15 tipos de computadores/videogames que ninguém lembra mais, etc. 

Só que enquanto Konami iria abençoar os arcades com um dos mais agradáveis ​​beat em ups de todos os tempos (ao menos eu lembro assim, tenho que jogar ainda), nada nos preparou para a mediocridade de  Bart vs Space Mutants.


Dispare um foguete na cabeça da estátua, que vai cair e
lhe dar alguns segundos de invencibilidade para passar pela
fase Battletoads-estile que de outra forma seria dolorosamente dificil.
. Esse é um dos exemplos dos elementos de point'n click no jogo.

Se alguma coisa, o jogo não pode ser acusado de se não ser criativo. Bart Simpson é o único em Springfield que testemunha um par de alienígenas tramando planos para dominar o mundo. Para tal eles precisam completar sua arma genérica de dominação global e para isso precisam de ... itens roxos de Springfield... ok, estranhamente especifico, mas enfim. 

A julgar pela quantidade de pensamento e criatividade que entrou no nível de abertura do jogo, este parecia ser um projeto ambicioso. Mas em algum lugar ao longo do caminho aconteceu uma mudança repentina na direção (provavelmente restrições de orçamentos ou acabou o tempo, algo assim), porque depois de uma primeira fase muito criativa esse jogo vira um jogo de plataforma padrão da época, e fica bastante que os controles nunca foram pensados para esse fim. 

Bart vs Space Mutants tem o seu melhor conteúdo em seu primeiro nível, que é muito bem feito - apesar dos controles hediondos. De fato, é um dos melhores níveis de abertura no NES.

Como eu disse, você tem que se livrar de todos os objetos roxos para que os aliens não dominem o mundo, então as ruas de Springfield são suas para explorar conforme você vai colorindo ou destruindo todos os itens roxos espalhados pela cidade. Enquanto a lata de spray é suficiente para cuidar da maioria dos objetos, como caixas de correio e hidrantes, existem alguns há mais complicados que exigem algum pensamento lateral. Lembra um pouco A Boy & His Blob - o que faz sentido já que ambos David Crane e Gary Kitchen trabalharam nesse jogo também.


Há uma quantidade grande de itens precisa pintar (ou destruir) para passar para o próximo nível e felizmente você não precisa de todos eles. Agora o interessante é que tem algumas sacadas muito boas, como por exemplo você pode usar uma moeda no orelhão para passar um trote no Moe que vai sair do bar puto da cara com seu avental roxo, e aí você pode pintar ele.

Ou você pode comprar foguetes, que parecem inúteis no início já que você não usa ele como armas, mas pode assustar animais, como alguns passarinhos roxos espalhados pela fase. Ou então no começo da fase a placa do cinema diz que a sessão começa as 2h e as 4h, se você esperar o relógio timer da fase dar 400 ou 200 segundos um cara de roxo aparece para entrar no cinema. Ou então ainda usar o apito de cachoro que aparentemente não ser para nada na frente do asilo de Springfield para chamar o vovô Simpson. Enfim, a primeira fase é muito legal e repleta de coisinhas para fazer.

Na segunda fase você tem que coletar chapéus (porque os
aliens precisam disso para fazer uma arma está além de mim
explicar). Só que você precisar tirar eles das cabeças das pessoas
e se você pular na cabeça de alguém que não for alien, toma dano.
O que é muito fácil de acontecer.

O problema é que passando a primeira fase as ideias dos produtores (ou o tempo, ou o dinheiro, ou uma combinação de ambos) simplesmente acaba e parece que o jogo foi feito por outra pessoa. Simplesmente esqueça tudo o que foi mencionado acima uma vez que você deixar as ruas da cidade. 

Da segunda fase em diante seu objetivo é apenas coletar objetos que aparecem no caminho em um dos piores jogos de plataforma da biblioteca do NES. Não existem mais puzzles inteligentes nem nada do tipo, apenas siga para a direita e pegue itens.

BvSM (essa sigla parece amaldiçoada, não?) seria apenas um jogo de plataforma ruim nesse caso não fosse o fato que tem os piores controles da história do Nintendinho - o que o torna abismalmente ruim. Para começar, o botão de correr é o mesmo que o de pulo. É. Boa sorte correndo e pulando, porque para executar um salto longo você tem que pular, manter o botão segurado para correr, então soltar e apertar o botão denovo para pular com embalo. O resultado é tão ruim quanto a descrição dá faz imaginar. 

Super Mario Bros resolveu isso no primeiro jogo do NES e todos com bom senso seguiram o exemplo, mas não, você tinha que ser um floquinho de neve especial, não é? Mesmo na versão de Mega Drive, que tem mais botões no controle, essa bizarrice continua acontecendo. 

Os controles desastrosos são ignoraveis no primeiro nível, porque você não precisa fazer nada mais complicado do que evitar um perigo ocasional, mas uma vez retirado deste elemento as deficiências da jogabilidade são gritantes. 

Sem a ideia boa que era adicionar elementos de point'n click a um jogo de plataforma, a única coisa lembrando que este é um jogo de Simpsons são ocasionais cameos de personagens do show. Você poderia facilmente substituir Bart com outra pessoa a partir do segundo nível e isso não importaria muito. 



Enfim, do segundo nível em diante temos um jogo de plataforma pavoroso com uma dificuldade "arcade-me-de-seu-dinheiro-da-mesada" díficil (ou "putaria de fliperama", como minha assistente tão bem colocou) em controles que fazem você logo ter vontade de não ter mais um, porque você vai atirar essa porra na parede. Simplesmente não há razão para se preocupar em jogar depois do primeiro nível. 

O jogo teve o potencial para ser muito mais, mas em vez disso terá de perecer nos poços do inferno dos vídeogames junto com os outros jogos terríveis dos Simpsons.











MATÉRIA DA EDIÇÃO PARA MEGA DRIVE NA EDIÇÃO 018