domingo, 30 de abril de 2017

[AÇÃO GAMES 006] CRACK DOWN (Mega Drive) [#046]

De todas as várias capas do jogo, minha favorita é a primeira que mostra um capiroto pra lá de chapadão


Século XXI, o maligno Doutor K cria um exército de robôs malignos do mal que odeiam o bem. Em resposta a isso, o governo dos US and A tomou a medida cabível a altura: manda dois agentes bombadões da CIA explodir a porra toda. Dois. Andy Attacker e Ben Breaker. E tá mais que bom!

Seguindo a linha "jogos da SEGA para competir com os sucessos da Nintendo", Crack Down é a resposta da SEGA para Metal Gear no Nintendinho.

Embora os nomes dos inimigo sejam muito maneiros
eu acho que preferia estar usando essa outra metade da
tela quando jogo sozinho...
Como dito, toda jogabilidade da coisa toda é muito parecida com o jogo da Konami: inclusive você pode se esgueirar contra as paredes e tem algum tipo de furtividade no design no jogo. Só que ao contrário do clássico do Kojimão, o foco aqui não é a furtividade: Crack Down é um arcade e como tal seu principal objetivo é tirar fichas da molecada.

Isso não é ruim, mas transforma o jogo em algo completamente diferente.
Uma vez que você passa pela introdução com som mais horrível criada pela humanidade, o jogo começa com a tela dividida e você usa só 1/3 dela (mesmo jogando sozinho). Toda parte de cima é dedicada ao mapa e a metade direita para o press start. Embora seja um set-up bastante incomum, ela parece meio futurista depois de algum tempo de ajustes.

O que importa mesmo é que na parte de cima do mapa você tem um mapa com todas as colocações de bombas. Seu objetivo é ir até esses pontos e armar bombas, depois que armar todas é só sair da fase. É uma ideia simples, mas que funciona bem para a proposta de um arcade de 1989 e fica divertido se jogado de duas pessoas.

Pode não parecer grande coisa para essa molecada que
cresceu com Gears of War, mas poder dizer "vai que eu
te dou cobertura" nos anos 90 era algo bem raro
Os gráficos não são incríveis e às vezes tornam difícil ver se você está em perigo ou não, mas eles não são horríveis, uma vez que você entende o que está acontecendo (e completa uma parte com a sua imaginação). A visão de cima para baixo funciona bem, embora discernir balas seja bastante difícil às vezes e seu tempo de reação para evitá-los é muito pouco. Isso adiciona uma certa dificuldade, mas eu diria que é mais ruim do que bom

Controles são um pouco sensiveis (atravessar plataformas e areas de precisão é um papa-vidas desgraçado), mas já vi piores. O controlade sensível permitirá você desviar para balas de vez em quando e grudar às paredes para evitar balas é muito legal. Curiosamente seu agente pode disparar em 8 direções mas o inimigo só pode atirar em 4. Because America fuck yeah!

A maior parte do jogo tem uma dificuldade divertida e desafiadora de se jogar, mas as vezes o jogo lembra que é um arcade (ou adaptação de um, no caso do Mega Drive) e quer acabar com suas fichas como se não houvesse amanhã, criando estágios é impossível atravessar sem morrer muito. 
Por exemplo, você encontrará um campo elétrico onde seu movimento e sincronização tem que ser perfeitas para ter sucesso. Qualquer coisa além da perfeição leva à morte instantânea e você terá que tentar novamente desde o início. E com o relógio tique-taque independentemente, isso levará a alguma situação insana.
Nosso vilão criou um exército de super robos sem nenhum
senso de autopreservação... mas que nunca mexem nas bombas
que você coloca. Ufa!
Adicione a uma detecção de pixels estranha (as vezes você cai de plataformas moveis sem nem ter certeza do pq) e temos valas de dificuldade muito roubadas. Mas fora essas areas o jogo flui tranquilamente

Para variar, a maior armadilha para este jogo é o som. Desde o início, você notará que este jogo não tem os efeitos sonoros mais emocionantes. Praticamente tudo vai soar horrível - o que é muito comum nos jogos do Mega Drive

Em resumo, o jogo funciona bem e é muito divertido apesar de suas pequenas falhas. Depois de uma sessão curta de cerca de 20-30 minutos, você terá concluído o jogo e pode reiniciar para fazer uma corrida melhor, tempos mais rápidos ou menos mortes. E também jogar com 2 jogadores é divertido, embora o framerate cai consideravelmente ao jogar juntos (diferente de Toejam e Earl), se bem que isso torna o ritmo do jogo mais amigável para se termnar. Isso é outra falha que funciona bem no final das contas.

Apesar de usar as mecanicas de Metal Gear acabou saindo um jogo totalmente diferente - e um bem menos memorável, mas não é ruim ao seu próprio modo.

Preview que saiu na edição 002