sábado, 29 de abril de 2017

[AÇÃO GAMES 006] BATMAN (Mega Drive) [#039]



Já muito antes de Christopher Nolan transformar o Batman em motivo de piada (uaiduanaquilme), o Cruzado Embuçado era um dos heróis mais populares com a garotada sendo o herói que mais tem jogos lançados para videogames. Curiosamente a maioria deles foram feitos pela finada Sunsoft e cada console recebia um jogo inteiramente diferente do outro, vai entender porque eles eram contra reaproveitar jogos né.

Mas enfim, é hora de ligar o Mega Drive e dizer "I'M BATMANNNNNN!"


Alguém realmente devia dizer a esse cara que
essa arma não é adequada a ambientes internos
Lançado no esquenta para Batman Returns (acho que é o último filme do Tim Burton que eu lembro sem o Johnny Depp), Batman se baseia no filme homonimo protagonizado pelo Birdman em pessoa.

Infelizmente, um detalhe que o desenvolvedor duplicou quase perfeitamente é o quão rígido Michael Keaton se moveu naquele filme. No jogo do NES, o Cavaleiro das Trevas é um personagem incrivelmente ágil que pode saltar de parede a parede com a maior facilidade - ele lembra bastante Ninja Gaiden na verdade. 

Aqui Batman se move e ataca a um ritmo de caracol com reumatismo. Assistir o Batman abrir seu caminho em frente é algo doloroso de se assistir, ainda mais quando você luta contra chefes injustamente ativos. Seus únicos ataques são um soco e um pontapé quando você está agachado, assim como um projétil de batarang que tem poucos usos a menos que você encontre mais dentro de um nível. 

Como é preciso uma eternidade para caminhar fisicamente em direção a um chefe para atingi-lo, a sua melhor aposta é usar os seus batarangs, No entanto, quando eles acabam você obviamente não tem escolha senão recorrer ao boa e velha Batbifa. Um chefe em particular salta para longe de você antes que você possa mover o Batman para atacá-lo e é hilário ver você indo de um lado para o outro tentando alcançá-lo. 

Quando você morre você gasta uma vida e continua do mesmo
lugar com a barra de vida enchida só até a metade...
because i'm Batman!
Você tem um número limitado de continues para terminar o jogo (4 no normal, 2 no hard), só que o jogo tira uma página do livro Silver Surfer e não comunica ao jogador este fato. Sério pessoal, é tão difícil colocar um contador de continues na tela? 

Lutar contra os chefes com sua velocidade de movimento nível cadeirante é uma coisa, mas atravessar as fases é um tipo totalmente diferente de dor também. O primeiro nível mantém a dificuldade um pouco pé no chão, sem pit falls e com inimigos que sucumbem com (ONE PUNCH BATMANNNNNNNN), mas isso é só na primeira fase.

Conforme o jogo progride issso muda rapidamente. Os inimigos dão respawn constantemente, não importa quantos você ataque, o jogo é repleto de saltos precisos para fazer com sua jogabilidade de Batman Adam West depois do churrasco e truques baratos para te tirar vida - como plataformas onde não tem como você chegar sem levar um hit. 

Jogando futuros Coringas no tanque de produtos
químicos ... BECAUSE I'M BATMAN!!!

Eventualmente você conclui que a melhor tática é tentar ignorar os inimigos o melhor possível - até porque você precisa guardar os batrangues para os chefes. O que fez Batman tão divertido no NES era aprender os padrões de ataque dos inimigos e como derrotá-los, com os desenvolvedores colocando suas oposições em pontos inteligentes que testavam o que você tinha aprendido ao longo do jogo. Nada disso faz parte do jogo aqui, o level design é primário e tenta apenas vencer pela quantidade mesmo. 

A ação não é nem de longe tão boa quanto na NES, apesar de rodar em um hardware superior, mas talvez a melhor parte de qualquer jogo da Sunsoft seja a trilha sonora e estou feliz em dizer que o Batman no Sega Genesis não falha nessa área. Algumas das melodias, como a música do chefe, são remixadas do jogo NES, mas muitas das músicas são exclusivas para este jogo em particular. 


Se você está procurando um divertido jogo de Batman baseado no filme do Tim Burton, faça um favor a si mesmo e fique com Batman: The Video Game no NES. Ser capaz de pilotar o Batmobile e Batwing neste jogo são uma distração divertida, mas controlar o próprio Cavaleiro das Trevas, o que talvez seja mais importante em um jogo chamado "Batman", é uma tarefa ingrata.

  Preview que saiu na edição 004

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 034 (Janeiro de 1997)