Poucas coisas nos anos 90 indicavam mais que você estava começando um bom jogo do que assistir este logo aparecer na tela de abertura:
Houve um tempo que você podia colocar sua mão no fogo de que se o jogo era feito pela Rare, era bom. Não havia um gênero que eles não se metessem que não ficasse absurdamente legal. Jogo de plataforma? Donkey Kong. FPS? Goldeneye. Luta? Killer Instintc. Corrida? Diddy Kong Racing. Esportes? California Games. Entendeu um padrão aqui?
Mas talvez nenhum jogo seja mais amado pelos fãs do que aquele que justamente é o pior jogo da história da Rare: Battletoads. Sim, pior que Starfox Adventures
Ma benne, vamos começar do começo: como muitas experiências da Rare, Battletoads foi eles se metendo a fazer... bem, um pouco de tudo. As pessoas acham que BT é um beat'm up porque só jogaram as duas primeiras fases, e isso já diz muito sobre o jogo... mas já chego a isso.
Enfim, Battletoads tem uma ideia puta legal: é uma paródia de Tartarugas Ninja. Que por sua vez já era uma paródia dos quadrinhos de super-heróis. Enfim, de toda sorte Battletoads é visualmente muito bem feito para o Nintendinho: os personagens são grandes, eles tem muitas animações diferentes (os sapos se transformam para dar combos), tem modo cooperativo, a variedade de fases é absurda (quase todas as fases são um GENERO de jogo diferente)!
Como a Rare conseguiu socar tanta informação em um cartuchinho de NES não pode ser atribuido a nada senão um pacto com Shub Niggurath. O jogo tem tantas boas ideias, tanta variedade, tanta coisa interessante empacotada para um console bem limitado que Battletoads poderia facilmente ter sido o melhor jogo da história do Nintendinho, um dos melhores de todos os tempos.
E teria sido. Se eles não tivessem programado o jogo errado e sequer testado o cartucho.
Todo mundo lembra Battletoads por ser o jogo mais dificil do Nintendinho, e por nunca ter passado da terceira fase. Bem, Battletoads não é dificil, ele é abissalmente mal programado mesmo. Ghouls and Ghosts é dificil, Silver Surfer é um programador que desmaiou em cima do teclado e saiu aquilo. Battletoads está mais para o segundo do que para o primeiro.
Para começar, o modo cooperativo está todo bugado. O AVGN fez um video sobre isso, mas resumidamente o modo de dois jogadores é tão mal programado que tem uma fase que o segundo jogador sequer funciona. ESSE é o nível do quão mal programado é esse jogo.
E então tem a coisa da dificuldade, que é não existente. O jogo não tem dificuldade, ele é um longo quick time event. Porque sério, a terceira fase que todo mundo lembra como ter sido a última que jogou é uma das mais faceis do jogo! Dali para frente o jogo fica mais dificil. Tem outra fase de jet sky mais para frente, só que é mais rápida e dessa vez os obstaculos são aleatórios, não tem nem como memorizar!
Além disso o jogo é atulhado de mortes baratas, mortes com 1 hit, aliado a uma programação ruim tornam o jogo apenas frustrante. Não divertido, não desafiador, apenas frustrante.
E sabe o que é o pior? É como eu disse o jogo é atulhado de boas ideias que são estragadas por uma execução ruim. Cada nível proporciona uma experiência completamente única e fascinante, muitos dos quais são diferentes de qualquer outra coisa em toda biblioteca do NES.
Como isso é divertido, eu queria que fosse possível jogar mais desse jogo. Só que não é. |
A trilha sonora é uma das melhores do NES tem para oferecer. Sério, YouTuba isso. Realmente, é triste que não tem como jogar mais que um quarto do jogo.
Battletoads não envelheceu mal porque já não era divertido na época. Eu não recomendo a ninguém. Continues limitados funcionam em jogos de quinze a trinta minutos, como Gradius, mas cada um dos doze níveis de Battletoads demoram tanto tempo quanto um filme. Cada novo nível significa horas de sua vida escorrendo pelo ralo.
Deveria ser um jogo incrível, mas sua execução não é uma que eu posso recomendar. É apenas muito tempo gasto em muito pouca substância, espetacular no que poderia ter sido. Os únicos jogos em que passei tanto tempo são RPGs que, na verdade, têm vinte e cinco a trinta e cinco horas de material para experimentar, ao invés de 80 minutos de material repetido duzentas vezes. Isso não é replay value, isso é tortura.
EDIÇÃO 005
EDIÇÃO 006
EDIÇÃO 002 (preview)
Edição 053 (Agosto de 1998)