O vôo para a Tailândia foi longo. Stephen de Souza gostaria que fosse mais longo. Na década anterior, de 1982 a 1992, de Souza havia se firmado como um prodígio do roteiro. A maioria dos roteiristas não consegue UM sucesso de bilheteria: ele tinha uma dúzia, incluindo Commando, The Running Man, 48 Hours, e Die Hard 1 e 2. Yippee Ki Yay, motherfucker.
Como um verdadeiro criador de sucessos, o roteirista acumulou contatos e capital criativo suficiente para fazer o que tantos roteiristas de sucesso aspiravam antes dele e tantos outros aspirariam depois: se tornar um diretor. Mas em Hollywood, nada vem sem um preço. E se há uma lição nessa história, é essa.
Meses antes do vôo, o quarentão de nariz arrebitado e óculos grossos assinou seu primeiro contrato de diretor. Esse vôo deveria ter sido um momento de descanso, um último respiro após o árduo trabalho de pré-produção e o inicio das filmagens, um ultimo cochilo antes do avião pousar em Bangkok e começar a produção de um filme de U$ 30 milhões - o SEU filme de U$ 30 milhões. Devia ser um momento mágico com o qual ele sempre sonhou, apenas... bem, algo o estava incomodando.
De Souza ainda não tinha escalado a protagonista feminina.