segunda-feira, 12 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 011] HEAVY NOVA (Sega CD, 1991) [#133]



Antes da internet, quando uma empresa pensava em lançar um novo videogame a sua primeira preocupação era responder uma pergunta dos fãs: "ok, fanfarrão, porque eu deveria comprar o seu pedaço de plástico?". Hoje isso não importa, as pessoas compram videogames mesmo que seja para jogar remasters (com 5% de melhora apenas) de jogos que sairam a menos de 5 anos (cof *The Last of Us HD Remaster *cof), mas em 1991 ter um lineup foda pra caralho era algo vital.

Por isso quando a Sega lançou o seu drive de CD para o Mega Drive em 1991 (um acessório que permitiria rodar jogos em CD ao invés de cartucho, o que tinha apenas 200x mais espaço!), eles quiseram mostrar que não estavam pra brincadeira nessa merda e soltaram uma linhagem de jogos para o lançamento do Sega CD de encher os olhos. Entre eles estava este pitoresco título: Heavy Nova, que enchia os olhos da molecada com essa abertura:



Uau, se isso não dá vontade de pegar o seu mecha e salvar o mundo, eu não sei mais o que faria. Quer Exceto talvez J-Pop farofa, Hideaki Anno é um genio mesmo. Quer dizer, eu não sei ainda qual o contexto aqui, mas meu coração já está repleto de esperança e sonhos de alcançar o amanhã (ou qualquer porcaria assim que eles cantam nas letras de anime)

Por melhor que o chip de som do SNES fosse, simplesmente não tem como competir com um fodendo CD rodando músicas. Para deixar rodando na prateleira da loja é lindo, e não é absurdo dizer que muitos Sega CDs foram vendidos por causa dessa abertura.

Na verdade toda trilha sonora desse jogo é espetacular, feita pela banda japonesa Studio River Kids. Mais uma vez, nada que o SNES pudesse sonhar em competir mesmo nos seus sonhos mais loucos.

Bem, então... o que poderia sair errado? Ora, muito simples: a Holocronet (uma empresa criada exclusivamente para fazer esse jogo e dissolvida depois, xiiii...) bolou uma abertura matadora para o jogo e depois pensou: bem, passada a abertura... OS TROUXAS JÁ COMPRARAM O JOGO MESMO, ENTÃO PAU NO CU DELES HUAHUAHAUHAUHAUHAUHA.

E assim  nascia um dos piores jogos da história dos videogames.

Parabéns, Sega! Porque nada diz mais ao que o seu acessório veio do que colocar no lineup dele um golpe deste quilate.

sábado, 10 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] TEDDY BOY (Master System, 1986) [#132]

No episódio de hoje, um menino escapa por pouco de uma granada perdida. Aparentemente este jogo se passa no Rio de Janeiro.
Sabe, jogando esses jogos antigos uma coisa que você certamente me verá fazendo é reclamando da Sega e das trambicagens que ela aprontava para tentar vencer a Nintendo. Mas sabe de uma coisa? Com o tempo eu passei a apreciar mais o que a Sega fazia.

Ela é tipo o Dick Vigarista dos videogames, sabe? Você sabe, o cara que tentava vencer a Corrida Maluca com artimanhas mirabolantes ao invés de simplesmente ser o melhor carro na corrida, e é justamente isso que torna o show interessante de se assistir (a Sega também se dá mal no final da corrida, tal qual o citado vilão).

Como não apreciar a Sega quando ela decidiu que o segredo para vencer a Nintendo era associar uma cantora pop adolescente ao seu arcade complemente genérico? Mas claro, é agora que a coisa vai!

sexta-feira, 9 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] TIME SOLDIERS (Master System, 1987) [#131]


Essa capa me faz perguntar o que pode ser tão terrível que o cara laranja decidiu atirar nisso ao invés de UM DINOSSAURO MONTADO NUM TANQUE atravessando o portal. Suponho que apenas H.P. Lovecraft pode responder isso adequadamente.

Durante todos estes muitos, muitos, muitos, muitos e muitos anos jogando VIDJEGAMES, eu já muita coisa. Tipo muita mesmo. Entretanto hoje foi o dia em que a SNK me apresentou algo completamente novo, veja só você.

Você sabe a SNK, certo? Mais conhecida por seus jogos de luta apelões como King of Fighters e seus shooters sem noção como Metal Slug, pouco crédito é dado a façanha incrível, inimaginavel, épica do dia em que eles conseguiram fazer a versão de Master System de um jogo ser melhor que a de Arcade.

QUE?!?

quinta-feira, 8 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] WORLD GAMES (Master System, 1986) [#130]



A Epyx era uma empresa com um único objetivo em mente: nos dar opções de jogos em qualquer situação. É inverno? Então podemos jogar o Winter Games deles. Opa, ficou verão? Nada tema, Summer Games! Ih, agora você está na California? California Games, como não?

No entanto, eventualmente eles começaram a fazer as contas e perceberam que esse modelo de negócios não ia dar certo. Quer dizer, existem muitas situações possíveis na vida, talvez eles não conseguissem abranger todas elas. Foi então que uma ideia genial ocorreu em nossos grandes designers: fazer o jogo definitivo da série Games! Um jogo que servisse para qualquer situação!

E foi assim que nasceu World Games, pois bastava você estar em um mundo! Infelizmente a Epyx faliu (sim, também estou surpreso que isso aconteceu!) antes do lançamento da Estação Espacial Internacional, do contrário já teriamos um Universal Games a este ponto.

De qualquer forma, World Games tem uma ideia interessante: pegar um esporte tradicional porém inusitado de cada país e fazer um VIDJEGAME sobre isso. Infelizmente a outra ideia que eles tiveram foi colocar os piores controles da história da humanidade nesse jogo.

Hora de viajar pelo mundo conhecendo os piores esportes já concebidos pelo homem para por em um videogame!

domingo, 4 de março de 2018

[AÇÃO GAMES 005] GHOST HOUSE (Master System, 1986) [#129]



Antes de começar, permita-me preparar o cenário ... 

Eu estava sozinho em uma sala modestamente iluminada com um silêncio que era perturbadoramente palpável. O ar frio passou passivamente pelo pescoço, me mantendo tenso e alerta. Com a abundância de videogames como minha única companhia, eu exibi coragem e cautela cartucho após cartucho em busca do espécime perfeito para o próximo review. 

Quando meus olhos começaram a vagar, notei um canto escuro e estranho com um console que havia sido negligenciado pela internet: o Sega Master System. 



Sim, o videogame que foi uma piada de mau gosto no Japão e nos Estados Unidos, porém prosperou no Brazil-zil-zil e na Europa. O que significa que todas as reviews de jogos exclusivos de Master System majoritariamente estão em português, e se tem uma verdade na vida é que brasileiros nunca falam mal da nostalgia. Quer dizer, sério, esse é um país em que Cavaleiros do Zodíaco é visto como um anime bom... mas divago. Eu tinha que fazer algo a respeito, lançar uma nesga de luz neste passado pantanoso dos videogames. Sim, eu recomecei a narração.

Era minha missão.

Com apenas um momento de hesitação, arrisquei-me a me perder nas brumas do esquecimento e fiz um inventário cuidadoso do que estava no meu caminho, sempre ciente da presença sobrenatural permeando o ar. À medida que a mão trêmula pegava Golvellius: Valley of Doom, algo me atingiu pelas costas! 

Eu caí para a frente - coração batendo, medo dançando dentro do meu estômago. Era isso. Meu fim com certeza. A visão borrada entrou em foco depois que eu corri tudo que pude para longe do objeto nefando como pude. Lá estava. A ameaça. Eu temi pela minha vida. 

Era um cartão Sega. 

Não! Não pode ser! 

Mas era! 



Tenho certeza que muitos de vocês já sabem, mas o Master System originalmente foi equipado com um slot de cartucho e um slot para cartão. Os cartões do Master System (que parecem com o que hoje conhecemos como cartões de SD) eram mais baratos e vendidos no Japão em lojinhas tipo R$1,99.

O que, honestamente, não era uma ideia ruim. Eu sei que zoar a Sega é uma das minhas paixões mundanas, mas créditos onde créditos tem que ser dados. Claro que para isso eles tinham uma capacidade de memória da Dory depois de assistir um pornô alemão, sendo que seu limite máximo era 250k (quando os cartuchos de Master System podiam ter até 2MB de jogo).

O jogo mais popular lançado neste formado foi Hang On, o clássico do arcade. E entre os menos, estava Ghost House. E embora cartões de Master System nunca tenham sido lançados  no Brasil, foi justamente aqui que este jogo encontrou a imortalidade na infância de milhares de crianças como o jogo do Chapolin... sobre o qual eu totalmente não vou falar aqui hoje!

Então, hoje conheceremos a sombria história de Ghost House. Quem pode dizer que tipos de horrores me esperam? É um bom jogo? Ou é uma horrível monstruosidade? Em breve, descobriremos! 


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 005] DANAN: THE JUNGLE FIGHTER (Master System, 1990) [#128]



Um dia, numa terça-feira preguiçosa de 1990, dois funcionarios da Sega estavam coçando o saco e jogando Uno - não necessariamente nessa ordem - quando a seguinte conversa emergiu:

- Véi, esse ano tá fraco, né?
- Ô! Esses filmes novos não tem como kibar sem colocar esforço... Hollywood nunca pensa na gente
- Mas escuta, E SE, olha só, E SE ao invés de um filme a gente kibasse... um jogo nosso?
- Você quer dizer copiar algo que nós mesmos fizemos? Uau, isso é o fundo do poço até para os nossos padrões. Me fale mais, fiquei interessado!
- Então, sabe o que faria o Master System bombar e sozinho totalmente derrubar o Super Nintendo?
- Ter bons jogos?
- Seja realista, cara! Estou falando de um bom jogo de bárbaro!
- Ah, você quer dizer que deviamos copiar Golden Axe?
- Nah, estava pensando em um jogo de plataforma...
- Sei, tipo Rastan então?
- É! Isso! Vamos refazer Rastan, só que com outro nome!
- Que nem Conan?
- Usado...
- Que tal Rahan?
- Excelente ideia, mas já foi usado também... e agora vou passar o resto do dia com essa música na cabeça. "Rahan, mais rápido que o vento! Leal, amigo até do oceano! Sempre mais forte Rahan!"
- É, acho que todas boas ideias já foram... sei lá, a gente pensa nisso depois do almoço. Falando nisso você viu meu Danoninho?
- É isso! Que tal Danan?
- Acho que temos mais um clássico Sega nascendo!

E foi assim que terminamos com o jogo de hoje: Danan, o guerreiro da selva. Pouco surpreendentemente, este jogo nunca foi lançado no Japão ou nos Estados Unidos - o que normalmente significa "lá vamos nós..."

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 005] GAIN GROUND (Master System, 1990) [#127]



Estamos no ano 3000. A raça humana atinge o ápice da sua civilização: não há mais pobreza, guerra ou discriminação. Crime e violência são conceitos que pertencem apenas aos bancos de dados de história. O ser humano é essencialmente bom e sabe viver em harmonia com seu semelhante.

Isso levou o Governo Unido da Terra a uma preocupação: e se, por qualquer motivo, a raça humana precisar se defender? Vai ser muito ruim termos um planeta habitado apenas por moloides inofensivos. Então, para reviver os instintos de sobrevivência dessa sociedade perfeita eles desenvolveram um incrível simulador de guerra, o Gain Ground System.

Como você já pode deduzir, isso deu filhadaputamente errado. O sistema entrou em berserk, e todos seus criadores se tornaram seus refens. O Governo Global enviou um grupo de resgate, que com sua habilidade em ser moleirões acabou apenas sendo cooptado pelo sistema. E então mais outro, mais outro, e mais outro.

Na última tentativa, porém, três soldados voltaram com vida. Agora o governo tentará mais uma última vez, enviando esses sobreviventes. Se eles falharem, a única opção remanscente será explodir a coisa toda com todas as pessoas que estão refens lá dentro. É aqui que você entra, jogando com  um desses três bravos guerrilheiros que terá que entrar novamente no coração da besta e não sair até ter GANHO TERRENO.

... o que também significa que as pessoas que você mata no jogo são aquelas que você deveria estar salvando. Mas hey, bem vindo a maravilhosa lógica dos games dos anos 80!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 004] THE SECRET OF MONKEY ISLAND (ou nunca pague mais que 20 paus num jogo) [#126]


Quando eu escrevi sobre Maniac Mansion, disse que o legado que o jogo deixava era muito mais seu conceito de engine que criou os jogos point'n click do que o jogo em si. Bem, isso é compreensível: a equipe da Lucas Arts gastou boa parte do tempo e dos recursos trabalhando em criar a SCUMM engine do que no jogo em si.

Bem, imagine esse texto como uma sequencia dessa narrativa: a continuação começa alguns anos no futuro agora. Quatro jogos depois, Ron Gilbert e Gary Winnick não são mais novatos na area, pelo contrário: são profissionais respeitadíssimos que sabem exatamente o que funciona e o que não funciona em um jogo. Aliado a isso, a SCUMM engine está em seu mais pleno funcionamento.

O que significa que nossos amigos da Lucas Arts agora tem o equipamento, o tempo, os recursos e a experiência para fazer um dos melhores jogos de suas carreiras. E foi isso que eles fizeram. Hoje falaremos sobre o Segredo da Ilha do Macaco!

sábado, 24 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] RUNNING BATTLE (Master System, 1991) [#125]



Hoje falaremos de um jogo do qual ninguém nunca ouviu falar, estou muito animado com isso porque tenho certeza que essa é uma perola perdida a ser descoberta e... como é que é, produção? É um jogo de Master System... sei, e o que mais? Da Opera House, a empresa que fez "My Pet Dolphin" pro DS? Hm, e o que mais? Hã, ele foi lançado só na Europa e no Brasil?

Ok pessoal, não vou enganar ninguém. Esse jogo vai ser uma bosta, mas vamo que vamo...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

[AÇÃO GAMES 010] THE CYBER SHINOBI: Shinobi Part 2 (Master System, 1990) [#124]



Conseguir criar o pior jogo de Master System de todos os tempos não é tarefa fácil, dado que a concorrência é avassaladora. Eu ainda acho que essa honra duvidosa ainda pertence a Indiana Jones e a Última Cruzada, Jesus no pogobol como esse jogo é ruim, mas as calças boca de sino da Micky James são testemunhas que a Sega tentou o quanto pode levar essa taça pra casa com tCB:SP2.

Mas se eu estou surpreendido com isso é por culpa minha, eu devia ter percebido os sinais, eles estavam bem claros desde o começo. A Ação Games deu nota mínima no quesito "Diversão" para esse jogo e puta que pariu, eles nunca dão nota mínima pra nada! (ao menos nessa época). Ok, talvez o Ioiô estivesse chateado porque um dos coleguinhas começou a engrossar a voz e perdeu o charme, e por isso deu nota ruim para o jogo.

Mas ai então pesquisando a respeito no cenário retrogamer brsileiro percebo que até para os fãs de jogos antigos esse jogo é uma bosta. Mas puta que me pariu 2: a vingança de putanga, brasileiros nunca falam mal de nostalgia! Quer dizer, eu moro em um país onde Cavaleiros do Zodiaco é visto como um anime EXCELENTE (eu nem disse bom)! O quão ruim alguma coisa precisa ser para que a nostalgia brasileira não passe a mão na sua cabeça com peninha?

E então, o coup' de grace!


Tá, não esse Coup de Grace...

O golpe de misericordia é que esse jogo, apesar de ter sido feito por japoneses, nunca foi lançado no Japão. Nem nos Estados Unidos. Agora pense, o quão ruim precisa ser um jogo para que você não tenha coragem de lançar ele em qualquer lugar com que você tenha algum contato pessoal ou profissional?

Por esse motivo, THE CYBER SHINOBI: SHINOBI PART 2 foi lançado apenas no Brasil, Europa e Australia. Oh boy, isso é um mal sinal, não é?