Existe uma regra bem clara nos jogos olímpicos é de que as olimpiadas não são disputadas por atletas profissionais, apenas amadores. Uma regra muito menos clara, no entanto, é o que exatamente a definição de "atleta profissional" significa.
Na prática, depende muito do interesse de cada entidade que gerencia o esporte. No futebol, por exemplo, a FIFA não tem interesse em ver uma Copa do Mundo a cada dois anos que não é controlada por ela, então só são permitidos jogadores até 23 nas olímpiadas. O mesmo caso para o boxe, onde as federações de boxe não tem interesse em emprestar seus milionários atletas para se socar em um torneio que elas não vão ganhar nada com isso.
Outros esportes que contam com muito menos recursos, como o atletismo e a natação, por exemplo, veem na Olímpiada uma oportunidade rara de publicidade e patrocinio. Então depende de cada caso.
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| Parou com a sardinhagem ae! |
No basquete, por exemplo, até as Olímpiadas de Seul em 1988 jogadores da NBA não podiam participar dos jogos - a seleção americana era formada apenas por universitários e amadores. Porém naquela edição dos jogos os EUA perderam nas semifinais para o time da União Soviética (que eram jogadores profissionais, mas o governo comunista inventava empregos fantasma para classifica-los como amadores). E em época de guerra fria isso não foi bem visto pela federação americana de basquete que chamou a organização mundial de basquete para "conversar" e como resultado em 1992 os jogadores da NBA jogaram uma olimpíada pela primeira vez na história.
O time que jogou aquela olímpiada era tão bom, mas tão bom que venceu os jogos com uma média de 44 pontos de vantagem! No primeiro jogo, contra Angola, o jogo já estava 46-0 quando os angolanos conseguiram marcar seu primeiro ponto. O time que jogou essas olímpiadas era melhor que o time dos Monstar de Space Jam!
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| Larry Bird, Michael Jordan e Magic Johnson. Os três melhores de todos os tempos aquela época jogando no mesmo time, que ainda tinha Charles Barclay, Scott Pippen, Karl Malone e Patrick Ewing |
E até hoje a seleção americana brinca de jogar nas olimpiadas, como em 2012 quando Kobe Bryant e Lebron James ganharam a medalha de ouro com uma média de 33 pontos de vantagem nas partidas. Em 2016 os jogadores americanos da NBA, como muitos atletas top de linha de vários esportes como o tênis, por exemplo, decidiram não participar das olímpiadas porque os jogos daquele ano foram no Rio de Janeiro e eu não preciso explicar muito mais que isso.
Então em 1992 era apenas questão de tempo até uma produtora decidir faturar os tubos com essa moda que assolou o mundo, e é onde entra esse jogo incrívelmente bosta da Ação Games. Mas puta que me pariu, tirando o jogo do Mickey que é ok, só tem desgraça e dor nessa edição!
Mas enfim, a Electronic Arts pegou seu jogo Bulls vs Lakers e criou o que seria semelhante a um DLC hoje em dia, relançando o jogo com seleções e os astros da NBA no time americano ao invés de ser um jogo de times de NBA. Para promover o jogo, a Skybox, uma empresa de cartões colecionaveis popular na época, tinha criado três cards dos Dream Teamers que foram embalados em cada jogo.
A EA também continuou sua tradição de lançar manuais cheios de informações. Você pode ler informações detalhadas sobre a equipe de cada país e um capitulo sucinto de cada membro da Dream Team. O jogo em si foi uma mini-aula de geografia com telas informativas sobre a história de cada país, seu híno e informações geopolíticas da época. Um verdadeiro esforço foi colocado em todas as áreas de apresentação do jogo.
O único problema é que o mesmo esforço não foi colocado na supervisão do jogo e tem um pequeeeeeeno detalhe que passou batido e compromete a diversão da coisa toda. Enquanto no modo de partida amistosa você pode escolher o nível de dificuldade, no modo torneio - que é onde você vai para emular a olímpiada de 92 e o motivo que qualquer criança compraria esse jogo - a única opção de dificuldade possível é a hardest.
Eu não sei porque o jogo faz isso, mas se você vai jogar o campeonato só tem como jogar no modo mais dificil possível. Isso quer dizer que mesmo uma partidinha contra Angola se torna um pesadelo onde o computador nunca erra um arremesso, bloqueia todos os seus e está sempre com alguém colado na marcação dos seus jogadores. O jogo podia muito bem vir com um mangual para você se açoitar enquanto joga, já que estamos nisso.
Os jogadores são lentos e o computador começa a te marcar logo na saída de bola na sua quadra, o que quer dizer que cada ataque você tem que lutar seu caminho até chegar a quadra do oponente... só que você avança tão lentamente por causa da marcação fechada que quando chega no campo do adversário já esta todo mundo marcando lá também! Sério, parece que o computador tem uns 150 caboclos em campo!
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| Quando você não faz a mais remota ideia de onde a bola está em um jogo de esporte é porque vai dar muito bom |
Isso torna o jogo terrivelmente lento e chato! Não importa se é o Dream Team jogando contra o sub-12 do Quirguistão, esse jogo vai fazer cada ponto ser uma desgraça suada e não era para ser assim! Eu entendo alguns times - especialmente os ultimos - serem dificeis, mas não Angola contra os Estados Unidos, pelo amor das coxas da Rikka!
Sério, quando você recebe a bola em um jogo de basquete e a sua sensação é de "ai meu deus que saco, lá vamos nós de novo...", alguma coisa está MUITO errada com esse jogo.
