O Capitão Commando é o personagem mais antigo da Capcom, tendo sido criado como mascote para ilustrar os manuais da empresa. O nome vem justamente de CAPtain COMmando.
Em 1991 a Capcom estava morrendo de vontade de lançar uma continuação de Final Fight (seu maior sucesso dos Beat'm ups lançado em 1989) para os arcades, mas eles não podiam faze-lo já que tinham um contrato de exclusividade com a Nintendo: Final Fight 2 seria exclusivo do SNES.
O que fazer então? Ora, tirar seu antigo mascote do armário em uma aventura radical e ultrafuturista!
Bem, não tão radical assim já que o logo de Capitão Commando parece que cansou e deu uma deitadinha para descansar...
Então, Capitão Commando é a coisa mais próxima de uma sequencia que Final Fight recebeu nos arcades. Os dois jogos jogam muito similarmente e Capitão Commando se passa em Metro City no ano 2026. Sendo este o caso, então Mike Haggar deve ter se aposentado como prefeito, porque uma nova gangue criminosa surgiu atormentar a cidade e eles não seriam estúpidos o suficiente para fazer isso se o prefeito da cidade ainda fosse um wrestler com dois metros de altura por quase dois de largura.
Você tem que estar muito doido de dorgas para achar que é uma boa ideia sequestrar a filha do prefeito para ele deixar sua gangue em paz quando o prefeito é ESSE CARA! |
Em vez disso, a responsabilidade de proteger o lugar mais repleto de crimes que não é uma cidade do universo da DC cai com o heróico Capitão Commando e seus companheiros de ... comando? Hã, vocês precisam de um nome de equipe melhor, caras. Enfim, vamos conhecê-los agora!
Com um corpo bem treinado, um cérebro afiado e um penteado feito em um túnel de vento, eis o próprio Capitão Commando. Eu diria que é o personagem mais equilibrado do jogo, mas nenhum dos outros personagens jogáveis são realmente tão diferentes assim em termos de estatísticas, e a habitual formação de Beat-em-up com um cara médio, um cara rápido mas fraco e um cara forte e lento é ignorado a favor de ter quatro comandos de mesma potência.
Não que o Capitão Commando seja um homem comum, é claro. Ele é um cruzado incansável da justiça, uma maldição para aqueles que tramam o mal e presumívelmente salvador de puppys que luta contra o crime com o fogo e electricidade - produzindas dos suas Capitão Manoplas. Ele usa o Capitão Protector no peito e procura por bandidos com o seu Capitão Goggles. Será que ele chama suas botas de "Capitão Boots "? Pode apostar que sim. Capitão Boots também é um nome muito bom para um gatinho.
Sua ocupação é listada como "desconhecida", o que é estranho, porque ele é o líder desse time. Esse time é uma profissão, certo? Ou será só um bando de caras que se reunem fins de semana para lembrar dos seus tempos de glória que nunca decolaram e socar punks mutantes no processo?
Provavelmente o Capitão Commando é um tiozão de meia idade que lamenta que seus dias como mascote da Capcom nunca decolaram. "Podia ter sido eu", ele lamenta ao ver anunciarem um novo jogo do Mega Man enquanto lança fogo em um mendigo que ele confundiu com um punk.
Eu acho que podemos concordar que a mudança de design do personagem foi para melhor, e a versão do jogo do Capitão Commando é um personagem muito mais visualmente atraente do que um pirata espacial desinteressado com um penteado bizarro e gosto questionável em medalhões. Ele nem está olhando para onde está atirando. Não me admira que ele tenha que recorrer para socar pessoas neste jogo, ele foi despojado de sua licença de armas de fogo.
No jogo japonês o ninja se chama Sho, mas a Capcom da América achou que isso não era culturalmente ofensivo o suficiente e decidiu renomea-lo como aquelas facas chinesas que faziam muito sucesso na época.
Ginzu, o ninja, é ... bem, um ninja. Ele é muito bom em ser um ninja de videogame, mas ele ainda é "apenas " um ninja e que faz dele o personagem menos interessante dos quatro. Não é culpa dele, é só que o padrão da competição é muito alto. Sua bioa diz que ele pode cortar inimigos ao meio com um único golpe de sua espada. Ele pode, mas não faz isso no jogo. Você ainda tem que atingi-los várias vezes, o pode pode ser porque Ginzu é como os Daleks que podem matar imediatamente mas escolhem usar um raio da morte que causa dor e morte lenta por pura diversão maligna.
Na versão japonea do jogo ele se chama Jennety, porém estamos falando dos anos 90 e qualquer coisa vagamente androgina é banida do alcance das criancinhas porque ALGUÉM PENSE NAS CRIANCINHAS!!! Decada retardada, puta merda...
Enfim, Mack é uma mumia-espacial e... o manual do jogo nunca explica realmente o que isso significa. Você poderia achar que "mumia espacial" é uma descrição que cabe maiores informações, mas a verdade é que o jogo acha que já disse o bastante. Viu, Ginzu, é por isso que você está muito abaixo na ordem de escolha de persoanens da equipe Commando. As faixas de Mack são na verdade uma "bandagem genética" (seja lá o que isso for) necessária para a sua sobrevivência aqui na Terra, e suas facas são armas especiais que podem aparentemente "derreter toda a matéria". Não que ele faça isso também, bando de cuzões esse time comando, viu. E por fim, tanto quanto eu estou ciente, seu boné é apenas um boné comum mesmo.
Por último, mas não menos importante (ninguém que pode lançar mísseis de seus joelhos será menos importante) temos Baby Head, AKA Hoover. Sério, quem é que olha para um bebê e decide nomea-lo como Hoover? Quer dizer, eu faria isso, claro, mas isso porque eu detesto bebês e faria como piada só para ter um motivo para rir toda vez que pensasse nele. Enfim, suponho que Hoover seja o "Enzo" de 2025.
Baby Head usa uma armadura robótica para superas o handicap de ser, bem, um bebê. Algo que geralmente obriga você a ficar fora do negócio espancar bandidos a menos que seus pais sejam a) extremamente negligentes ou b) o Batman.
Hoover também construiu sua própria armadura de robô porque ele é um bebê gênio. Não genio suficiente para adicionar algum tipo de cabine protetora para sua moleira de bebê, mas talvez ele esteja contando com a hesitação dos inimigos em perfurar um bebê para protegê-lo.
Nossos heróis de unem para enfrentar o vilão overlord do mal que gosta de manipular DNA. Seu nome é Escóriacidio, ou Genocídio na versão japonesa. Genocídio é um nome mais ameaçador. "Escóriacidio" soa como se fosse um herói de filme de ação dos anos 80 com um bordão bem cafona. Porque ele mata a escória escória. Ou algo assim.
De alguma forma, quando você é um capanga que trabalha para o GENOCÍDIO, enfrentar um maluco fazendo cosplay do Signalman não é tão preocupante quanto poderia ser. |
Para um jogo que é o descendente direto de Final Fight, não é nenhuma surpresa que Capitão Commando compartilha o mesmo sistema de luta. Há um botão de ataque, e atacar um inimigo repetidamente resulta em um combo curto. Tem um botão de pulo que faz bem pouca coisa (como em quase todos os beat'm ups) e apertando pulo e ataque juntos tem um golpe especial que gasta energia (muita energia para o dano que eles causam, na minha opinião).
Você pode agarrar os inimigos encostando neles para atingi-los algumas vezes ou jogá-los no chão. Capitão Commando não tem nenhuma inovação realmente, sendo a maior adição de novidade é que enquanto em muitos jogos os inimigos derrubam armas para serem utilizadas, aqui é algo bastante frequente. Dificilmente você passará mais do que poucos minutos sem encontrar uma metralhadora, arma laser, pistol ou robo gigante para pilotar (o que é particularmente legal de ser usado com o Hoover, porque é um bebê pilotando um armadura que está pilotando uma armadura).
Quando eu digo que o jogo é generoso com as armas, não é exagero. Aqui você tem dois lança misseis, um shuriken e um mecha para enfrentar o chefe da primeira fase! |
Capitão Commando tem 9 fases em um jogo de 45 minutos, o que quer dizer que cada fase dura aproximadamente 5 minutos (contemplem meu poder de matemática, novinhas!). Isso impede que o jogo se torne muito cansativo ou repetitivo, já que você está frequentemente visitando locações novas e socando... bem, os mesmos caras de sempre, para um cara que se vangloria de manipulação genética Genocídio não é um cara muito interessado em variedade.
Por exemplo, a segunda fase se passa em um museu que reproduz a era das cavernas onde você luta contra homens gordos e baixinhos que podem baforar fogo. Ainda verei uma explicação convincente do porque sempre os inimigos gordos em Beat-em-ups que podem cuspir fogo. A gasolina é particularmente rica em calorias ou algo assim?
Além disso, os inimigos com as barbas não são animatronicos de homens das cavernas que vieram à vida, a fim de proteger a santidade do diorama que chamam de casa ou qualquer coisa, eles são apenas caras peludos do futuro. Toda a sua carne derrete fora de seus ossos quando eles levam alguns socos, o que torna estranho que muitos deles se inscreveram para uma vida como capanga de gangues. Deve ter sido tudo o que estava disponível no centro de empregos, o que torna Capitão Commando uma critica social poderosa a administração de uma cidade ficticia.
Beat'm ups são, IMHO, um genero bastante limitado e que não por acaso desapareceram quase totalmente hoje. Porém dentro do que o genero permite fazer para a época, Capitão Commando faz tudo muito certinho. Não é particularmente incrível mais porque o genero não permite coisas particularmente incríveis do que por culpa do jogo.
Os personagens são carismáticos o suficiente para você lembrar deles, e eu gosto deste elenco de desajustados muito mais do que a maioria das coisas que a Capcom lançou depois (não por coincidencia, Capitão Commando se tornou um personagem bastante popular na série de jogos Marvel vs Capcom anos mais tarde). Quero dizer, você tem uma múmia alienígena e um bebê gênio usando um mecha que ele mesmo construiu!
"Hã, caras, eu não acho que alguém tenha falado sobre um bebê pilotando um mecha pilotando outro mecha que lança chamas na preleção..." |
Os estágios não são excessivamente longos, mas o jogo é excessivamente difícil como tudo que saia para os arcades daquela época, por razões obvias. Enfim, eu não vejo como daria para fazer muito melhor do que isso.
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