quarta-feira, 24 de abril de 2019

[AÇÃO GAMES 022] SPANKY'S QUEST (SNES, 1991) [#212]

 

Sábado a tarde e muitas pessoas estão no parque, jogando futebol ou fazendo photoshop nas suas fotos do perfil do Tinder. Muitas pessoas, mas não eu. Aqui estou eu, em um quarto escuro espancando o macaco. Ao que eu te convido prontamente a dar uma espancadinha no macaco comigo, bem vindos ao maravilhoso mundo de Spanky Quest.

Ok, em primeiro lugar, a Natsume tá de sacanagem. Obviamente. No original japonês o jogo se chama Hansei Zaru: Jirō-kun no Daibouken, o que pode ser traduzido como "As Reflexões do Macaco: as aventuras do Sr. Jiro". O que, obviamente, não pegaria muito bem no ocidente porque esse titulo parece uma tentativa de fazer o Saramago parecer cool para os jovens.

Então como a Natsume decide nomear seu jogo no ocidente? Spanky Quest. Obviamente. Para os que não pegaram a piada, "espancar o macaco" (spanking the monkey) é uma giria para masturbação, então super adequado que o jogo protagonizando um macaquinho vá se chamar Spanky Quest. Como diria a Ação Games: tem verossilhança, isto é, tem lógica. Deeeemais.


Você sabe que os caras estão pro crime quando o personagem tem ASS escrito na cara na tela de título
Honestamente, eu não sei o que esperar de um jogo sobre a jornada de espancar o macaco que não é sobre qual hentão escolher no Nhentai e que tem frutas jogando volei na tela título. O mistério se aprofunda.

Nossa história é bastante simples: Spanky estava por aí de boa na lagoa pensando em novas formas de fazer jus ao seu nome quando... uma bruxa construiu um castelo ao redor dele! Não, eu não estou de zoeira, essa é a história do jogo. Spankinho agora tem que escapar desta fortaleza de insalidade e frutas revoltadas.




Infelizmente, essa é uma versão editada da abertura. A abertura real tem um minuto e meio e não tem como pular porque FODA-SE, basicamente por isso. Sério, aproveite esse tempo para ... droga, meu estoque de piadas com masturbação era menor do que eu esperava. Enfim, o que a bruxa não contava era que ela não estava construindo um castelo ao redor de qualquer macaco e sim um macaco que domina a arte das BOLAS DE MACACO!

Sim, eu sei.

A este ponto a Natsume achou que seu jogo não estava com referencias sexuais o suficiente, então eles fizeram de colocar esta pagina de história no seu manual com dialogos tirados dos primeiros minutos de um filme pornô



De qualquer forma, uma vez começando o jogo uma noticia ruim e uma notícia boa. A ruim é que este jogo que não tem nada haver com volei de praia de legumes, ao contrário do que a tela título tenta te vender. A  boa é que, apesar de não ter tomates de fio dental pulando em camera lenta atrás de uma bola, Spanky Quest é um jogo surpreendentemente original e criativo.

Eu vou explicar como o gameplay funciona, e explicando pode parecer complicado mas te garanto que na prática é super simples e intuitivo. Quando você aperta o botão de ataque, Spanky atira uma bolinha para cima. Se você fizer ela quicar na cabeça de Spanky, a bola aumenta e muda de cor. Você pode fazer isso até quatro vezes, terminando com uma bola grande e laranja.



Todo mundo comigo até aqui? Bom.

Agora, essas bolas - independente do tamanho - não fazem muita coisa contra os inimigos. Eles ficam atordoados alguns segundos, mas isso é tudo. O segredo é que se você apertar o botão uma segunda vez, a bolha se transforma em uma bola. Cada cor faz virar uma bola diferente (de baseball, futebol, volei ou basquete) que tem efeitos diferentes.

A bolha azul vira a bola de baseball, que é a mais basicona e não faz nada de especial.




A bolha verde faz virar uma bola de futebol, que fica mais tempo na tela e tem chance de acertar mais inimigos.




A bola amarela transforma em bolas de volei. Esse ataque é o melhor para lutar contra chefes, porque é o que fica mais tempo causandodano.

 
A bolha laranja faz virar cinco bolas de basquete, que é o melhor ataque para as fases porque pega quase a tela inteira. Como equilibrio para isso não se tornar a estratégia dominante (quando uma opção em um jogo é tão mais eficiente que as outras que não vale a pena usar outra coisa), não é sempre que você vai ter tempo ou espaço para conseguir quicar a bolha quatro vezes na cabeça até ela ficar laranja.




A jogabilidade inovadora faz muito para tornar a Spanky Quest interessante, porque o jogo é de outra forma bastante simples. Há cinco mundos, cada um composto de dez estágios e uma luta de chefe. O objetivo em cada etapa é coletar todas as chaves para que você possa seguir em diante. Os inimigos vão tentar pará-lo, mas eles não são muito inteligentes e geralmente seguem o mesmo padrão repetidamente. Em compensação, o fato de que você não pode atacá-los diretamente significa que eles podem encurralar você muito facilmente.



O jogo ainda faz algumas coisas adicionais para manter o gameplay diferenciado, como esse corvo perseguidor que aparece se você demorar demais na fase (as fases não tem tempo, entretanto). Outra mecanica diferenciadora é a dos chapéus, mas honestamente eles são meio raros e não fazem tenta diferença assim, então eu não posso dizer que senti grande uso deles.




Não tem muito mais o que dizer a respeito de Spanky's Quest. É um jogo que pode lembrar Bubble Bobble (embora sem uma música tão viciante), mas que vai por um caminho bem diferente devido ao seu gameplay único. A música é agradável o suficiente, os gráficos são bem bonitinhos (principalmente os chefes) e o personagem é um pouco lento mas obedece todos os seus comandos.

Claro, não é um jogo sobre um macaco filosofico como o titulo japonês promete, nem sobre vegetais jogando volei de praia como a tela de Start dá a entender. Mas ainda sim, é bacaninha e criativo.