O primeiro Turricão é um jogo absolutamente bosta cuja única diversão dele pode ser extraída tentando adivinhar de onde os criadores roubaram os sprites, mecanicas e efeitos sonoros que eles usam no jogo. Sem mentira, o jogo é tão safado que eles usam a trilha sonora do filme de Transformers (a animação de 1986 que traumatizou uma geração inteira) como se fosse deles e fica por isso mesmo.
Então, para a continuação Manfred Trenz resolveu mudar algumas coisas. Hmm, quem sabe resolver problemas que tornam o jogo injogavel como os inimigos drenarem sua vida porque não tem knockback nem invencibilidade temporária depois de tomar um hit? Nah, trabalho demais. É claro que Manfred estava trabalhando em novas formas de ganhar dinheiro fácil em cima do trabalho dos outros. A única real questão é... mas como?
Bastante simples, na verdade: naquela época o grande hit do verão nos cinemas era Soldado Universal, filme de ação bronistica em que Van Damme e Dolph Lundgreen interpretavam zumbis militares que precisavam ficar cool o tempo todo.
Ora, porque não apenas mudar as sprites de Turricão para vender como um jogo do Soldado Universal? Faz umas fases novas na corrida, embale e lucre.
Exceto que fazer jogos licenciados custa dinheiro, certo? Você tem que, pelo menos, notificar o estúdio que está fazendo um jogo baseado no filme deles, certo? Bem... Manfred não pensava assim. Seguindo sua filosofia de vida de roubar dos outros e nunca olhar para trás, ele lançou seu Soldado Universal como se tivesse os direitos para isso e estava tudo certo.
Mais ou menos certo. De fato, Soldado Universal foi lançado para o Mega Drive porque a Sega é a casa da mãe Joana e tudo pode. Quando chegou a hora de lançar o jogo para o Super Nintendo, a Nintendo apenas respondeu "Amigo, vocês beberam água do parto de canudinho, né? Nem fodendo que vocês vão meter a gente no meio desse rolo!" e por isso o jogo foi "cancelado".
E o que quer dizer "cancelado" entre aspas? Simples: Manfred apenas mandou um "legal legal" para a Nintendo e depois disso a programação do jogo "acidentalmente" vazou, "acidentalmente" foi colocada em cartuchos e "acidentalmente" vendida assim mesmo. Porque "eu estou pouco ou nada me fodendo" era o mantra pessoal que Manfred tinha tatuado no saco.
E assim temos Soldado Universal que, para surpresa de absolutamente ninguém, é um jogo pavorosamente ruim.
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| Eu não sei vocês, mas a minha parte favorita do filme Soldado Universal é definitivamente quando Van Damme é um cara negro que pula na cabeça de abelhas com metade do tamanho dele. |
Os controles demoram tanto a responder que eu frequentemente confundia que botão atirava e pulava, eu juro! A música consegue ser pior ainda, frequentemente ela buga e fica só um piiiiiiii agudo. Os efeitos sonoros são irritantes, os gráficos são, obviamente, ripados de Turrican, e a detecção de colisão é além do terrível.
Isso em cima de todos os problemas que Turrican já tinha, que ressalto que é um jogo bem merda.
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| Como fazer o jogo passar por Soldado Universal? Muito simples, só trocar o robo gigante da primeira fase por um Dolph Lundgreen de cinco metros de altura. Ninguém vai desconfiar. |
O primeiro Turricão era um jogo ruim e repleto de sprites e músicas roubadas de outros jogos, mas ao menos eles faziam algum esforço para ganhar dinheiro fácil. Aqui nem isso, e tudo que você são reciclamentos dos sprites utilizados na primeira fase ou apenas formas geométricas aleatórias porque dá menos trabalho que os inimigos sejam bolas, bolas, bolas.
Nem pra ser picareta mais eles estão se esforçando, impressionante isso.
VERSÃO PARA MEGA DRIVE
EDIÇÃO 037
MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 030
Edição 030
