domingo, 2 de junho de 2019

[AÇÃO GAMES 016] BATTLE BLAZE (SNES, 1992) [#229]



Existe uma mística, uma magia completamente única que só é encontrada na maior criação do homem: os videogames bosta. Bem, a segunda maior, logo depois dos peitos da Jessica Nigri. Agora, quando eu digo "videogame bosta" eu não estou me referindo a um jogo que apenas não é do meu gosto, ou um jogo ruinzinho, nem mesmo a um que poderia ser bom mas é cagado por um pequeno detalhe.

Não, oh não.

Quando eu digo "videogame bosta" estou falando de videogames realmente ruins, tão ruins que te inspiram a construir uma  máquina do tempo só para voltar e mostrar aos proto-macacos para eles desenvolverem um idioma apenas para poder dizer "gente, volta pras arvores que deu ruim!". Esse nível de bosta.

E Battle Blaze é um jogo dos bostolões como a muito tempo eu não jogava. Uma delicia!


Nossa história começa em 1991, quando Street Fighter II tomou o mundo de assalto iniciando uma febre nunca vista nos videojogos desde Super Mario Bros em 1985. Do dia para noite, desenvolvedoras passaram a virar noites em claro tentando lançar o máximo de jogos de luta possiveis para entrar nesse oba-oba. Porque para cada Street Fighter 2 que você pedia para seus pais de natal, sempre haveria duas ou três tias comprando algum genérico para te empurrar de presente.

A Aicom era uma dessas desenvolvedoras. Agora, a Aicom era uma desenvolvedora decente com bons títulos sob o seu cinturão, como Tottaly Rad e VICE: Project Doom. Nada estelar, mas jogos de plataforma solidos. E esse era todo o problema: o que eles sabiam era fazer jogos de plataforma para o NES, eles nunca haviam mexido com nada sequer parecido com um jogo de luta, tampouco com o SNES.

E como se resolve esse problema? Ora, muito simples: não resolve. Se a publisher está pagando por um jogo de luta e você só sabe fazer jogos de plataforma para controles de dois botões... então faça um jogo de plataforma com apenas dois botões e venda como um jogo de luta! Espera, o que?!

Então, apesar do Super Nintendo ter oito botões em seu controle, Battle Blaze utiliza apenas dois: o B pula e o Y ataca. O que é uma coisa completamente bizarra quando tudo que você tem no jogo são dois caboclos trancados numa tela se estapeando. Quando seus dois unicos movimentos são pular e dar espadada, suas opções de diversão são bastante limitadas, acredite. Os golpes especiais de Street Fighter não foram inventados porque a Capcom estava entendiada e com tempo ocioso demais.

E para garantir que o jogo fosse lançado o mais rápido possível, antes que a febre de Street Fighter passasse, apenas um personagem é jogavel no modo campanha, os demais só podem ser usados no modo versus... e só pelo controle dois. Por algum motivo é muito importante que o controle 1 SEMPRE seja Kerrel.

Genius. 

Para ver a história do jogo é necessário esperar um minuto inteiro sem apertar nada na tela de apresentação. É mais rápido você começar a jogar e vencer uma luta do que esperar o texto da história.


Enfim, esse é o "jogo de luta" Battle Blaze: você pula, dá tacapada e torce pelo melhor. Mas então você pode estar pensando: ué, esse jogo não tem nenhuma graça salvadora? Ora, mas é claro que tem! Se até a série do Punho de Ferro tem algo bom (oi Claire e Madame Gao), não será BB que nos deixará na mão, né bebê?

O ponto alto de Battle Blaze é a sua história, o que o sacramenta como uma perola absoluta dos jogos bosta. Vamos a isso:

O pacífico reino de Virg tem um sistema bastante único para escolher seu próximo rei, porém um que o faz permanecer pacífico evitando uma guerra civil cada vez que um novo monarca precisasse assumir (fazendo com que eles tivessem que refazer todas as placas de "Bem-vindos a Pacífica Virg!", o que seria um grande transtorno). Quando a hora chega é organizado o "torneio dos campeões", onde cada feudo que compõe o reino envia o seu campeão e eles lutam em um torneio, quem vencer é o novo rei.

AH, JÁ SEI, ENTÃO BATTLE BLAZE É ESSE TORNEIO, NÉ? BOOOOORINGGGG!

Bem, quase. Na verdade...

*IMITA SONS DE PEIDO*

Muito maduro da sua parte, Jorge, realmente muito maduro. Bem, tudo ia bem até que o torneio desta edição teve uma reviravolta súbita: o capiroto decidiu que ia foder com a porra toda apenas porque sim. Afinal, ele é o tranca-rua, o exu, o coisa-ruim, o mochila-de-criança, o satanás, cramulhão, o Suco de Sangue. Bem, você entendeu a idéia.

Então, pelo prazer de foder a porra toda, o tinhoso mandou espiritos das trevas possuirem todos os campeões e desta forma cada um deles se tornou escravo do zoiudo. Exceto um.

E ESSE É O PERSONAGEM QUE VOCÊ JOGA, JÁ VI TUDO...

Quase, Jorge, quase. Verdade que um dos campeões resiste a ser possuído pelas trevas do tripa-exposta, porém na luta para preservar sua alma mortal ele acaba perecendo no processo. Assim, agora cabe ao seu filho jurar vingança, espancar todos os encostos para fora dos outros campeões na base da porrada e assim abrir o portal para o castelo demoníaco do Mefistófeles e...

O poder de Cristo te comprime!


SENTAR A PORRADA NELE!

Isso, Jorge! Tu acertou uma, parabéns!

Bem, agora que já sabemos pelo que estamos lutando, vamos conferir os nossos campeões possuídos, sim?


Da região das montanhas, os homens-bestas enviam seu campeão... SCHNOUZER! Agora, tenho que dar aos parabéns pelo povo dos homens bestas das montanhas por escolherem alguém com nome de doguinho para ser seu representante e possível futuro rei.

Em uma realidade alternativa Schnouzer venceu o torneio, se tornou rei e foi assim que São Leopoldo foi fundada. Alem disso muito progressista do povo de Virg estar totalmente ok com um possível futuro rei que tem como maior preocupação o barulho de fogos de artificio. Realmente progressista.


Da região de Flynn, vem a campeã Tesya. Esta é a representante da cota de personagens femininas do jogo e que, por mais improvável que soe em um jogo de luta dos anos 90, não é um gostosona ultra-sexualizada. Na verdade, ela esta usando mais roupa que o personagem do jogador! Uma surpresa inesperada, mas bem vinda.


 Exceto que esse é o "agarrão" dela. Eu devia ter parado enquanto estava ganhando.


Na região de Naxus, enfrentamos Adric - cujos maiores poderes são sempre passar para o lado do inimigo e ter uma espada REALMENTE grande. Parece que os Naxurenhos estão tentando compensar alguma coisa, provavelmente eles são conhecidos por terem minusculos... desempenhos no ENAD.



Também me assombra um pouco o quão parecido com o Kylo Ren esse cara é.


Lord Gustoff tem nome de cheff francês, mas é um meio-orc líder de uma vila pacifica. De fato, parece bastante pacífica mesmo, embora eu não tenho certeza se isso se dá pela líderança gentil e exemplar de Gustoff, ou porque ele cria galos que tem metade da altura de um orc. Eu certamente não criaria problemas em um vila assim.

E estes são todos os personagens do jogo. Sim, já acabou. Sério. Resta apenas mostrar o terror das moçoilas, o temível...


Autarch é o demonio que bagunçou a porra toda, e após exorcizar cada um dos campeões possuídos (e por exorcizar entenda espanca-los até o encosto sair), é sua chance de vingar seu pai, tornar-se rei e baixar o imposto sobre videogames para sempre. 

Obviamente que no final o bem vence o mal, espanta o temporal e Autarch toma na toba.


Felizmente, não de forma literal. Bem, esse foi Battle Blaze, um jogo ruim de jogar, curto e cujo maior objetivo criativo era agarrar uns trocos de quem não conseguia alugar Street Fighter para jogar no fim de semana (sem mentira, eu vi a fita de Street Fighter UMA vez na locadora dando sopa e apenas uma).

Nota quatro de cinco bostosidades.