Na edição 10 da Ação Games eu joguei o Star Wars que foi feito para o NES antes do lançamento do SNES. Não era o que o Darth Vader vira um escorpião e não foi um bom jogo. Eu serei honesto: foi um jogo bem bosta. Os controles eram ruins, e alguns dos inimigos usavam truques baratos como uma boneca da Alcione na 25 de Março.
No entanto, agora temos um jogo baseado na segunda parte da trilogia e por isso vamos ver as melhorias que eles fizeram na edição anterior da série. Dedos cruzados, afinal esse jogo foi feito pela própria Lucasfilms Games. O que é um nome bem estranho para uma empresa, você nunca tem certeza se ela é a divisão de games da Lucasfilms ou... não, é só isso que eu consigo pensar mesmo. Não é um nome tão ruim, pensando bem.
Posteriormente a Lucasfilms Games mudou seu nome para Lucas Arts, mostrando que para o tio George games e filmes são ambos arte. Essa e suas opiniões sobre areia são as bases morais da vida de George Lucas, saiba você. Agora, você pode achar que eu estou enrolando porque não quero falar sobre o jogo... no que você estaria totalmente correto. Bem, enfim, vamos lá...
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| WAMPA: UHH EU VOU TE PEGAR, SEU LUKE! |
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LUKE: Um mestre jedi nada teme, pois eu tenho o poder o Tetris!
WAMP: Fucking nerd, i'm out!
A PREMISSA
Se você não conhece a premissa do The Empire Strikes, vá até a biblioteca local, a videolocadora do seu bairro, o Pirate Bay ou a casa da sua vó. Nos dias de hoje é impossivel levantar uma pedra e não ouvir sobre Star Wars, então se você não sabe o que é Star Wars... Bem, essa possibilidade não existe realmente. Porém na eventualidade das leis da fisica não mais se aplicarem, eu espero você se informar.
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Pronto, voltou? Boa. Ok, o jogo segue esse enredo, apesar de se concentrar inteiramente em Luke e ignorar os outros personagens. O que significa que não temos muito destaque para o melhor e mais importante personagem do filme: Boba Fett.
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Estou só zoando você, Boba Fett é só um figurante bobo e os nerds são idiotas incapazes de diferenciar o que o filme é do que eles gostariam que fosse. Alias esse jogo é do tempo que Star Wars era coisa de nerd, não é doido isso?
O BOM
Mas enfim, agora não temos mais inimigos que sejam impossíveis de vencer e que te matam com um hit só. Além disso, eles reequilibraram os danos das armas, onde a maioria dos inimigos regulares caem com um tiro de um blaster, alguns inimigos mais durões (como mini-droids) precisam de vários tiros, e os chefes eles são essencialmente a prova de balas. Em compensação o sabre de luz é uma arma adequada para as batalhas mais dificeis, causando dano audaciosamente onde nenhum tiro jamais funcionou.
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| Quando você abre o menu de poderes da Força uma voz digitalizada (muito boa para os padrões do NES) diz "Luke, choose the Force". Ok, essa foi uma boa sacada. |
Além disso, agora você pode disparar seu blaster em seis direções, como em Contra, e você não precisa segurar o D-Pad em uma direção específica para continuar disparando nessa direção. Uma vez que você define seu blaster para atirar para o canto inferior direito, superior direito, reto ou qualquer outra coisa, ele continua disparando nessa direção até você apertar outro botão. Isso facilita posicionar-se em um local onde um inimigo mais forte (ou um chefe) não pode bater em você, e você pode continuar atirando na diagonal sem sair andando.
O jogo também inclui um super salto, que você pode ativar segurando o D-Pad até você piscar, e então você pode pular para alturas maiores. Parece que alguém andou jogando Mario 2 aqui... me pergunto se o Luke também voa como a princesa agora e...
... ah, bem, o que eu sei da vida?
Além disso, o jogo tem poderes de força, como force jump e force run, que permitem que você faça o salto sem ter que segurar pra baixo primeiro, ou se mover mais rápido, enquanto usa um pouco da sua barra de força. O jogo também inclui power-ups que permitem que você use sua barra de força para aumentar o dano do seu sabre de luz ou do blaster, e você ainda tem um poder que permite rebater disparos, uma habilidade que, neste ponto da série, só tinha sido usado na cena de treinamento no Falcon no primeiro filme e não tinha sido usado em combate. Alias eu não acho que essa coisa de rebater tiros com o sabre de luz não é usado na trilogia clássica, então mais um ponto de coisas legais que as prequels fizeram e ninguém da valor. Assim como a areia.
O MAU
Inimigos têm um re-spawn ilimitado. Como os níveis do jogo são muito grandes, o fluxo interminável de inimigos torna a exploração mortal. Além disso, o jogo não tem um "tutorial" por assim dizer. Sim, tutoriais formais são uma característica dos jogos mais modernos, mas jogos como Mario e Castlevania davam ao jogador uma espécie de "tutorial", exigindo que o jogador fizesse tarefas mais simples no início em areas relativamente seguras para que ele entendesse os fundamentos do jogo para só depois exigir coisas mais complicadas mais tarde. No entanto, o Empire Strikes Back só te atira na agua e se vira maluco.
O FEIO
Embora o jogo seja menos injusto que o seu antecessor (não exige sessões de pulo insanas com dezenas de instakills na mesma tela), isso não quer dizer que ele seja melhor também. O principal problema é a falta de recursos já que a unica chance de vencer os inimigos-chaves em cada fase é usar os poderes da Força adequadamente... e o jogo não é nada generoso para recompo-los.
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| Eu gosto de como Luke usa várias roupas diferentes de acordo com a fase em que ele está para representar como ele se vestia naquela cena do filme, isso gasta sprites e poucos jogos fazem isso. Na verdade, eu gosto disso na mesma medida que eu odeio a trilha sonora desse jogo: alguém achou que fazer samples de 6 segundos dos temas de Star Wars e tocar aleatoriamente eles seria uma grande ideia. Spoiler: não foi. |
Na fase de Dagobah, por exemplo, a única forma de passar pelas aranhas que caem do teto é usar a corrida da Força OU tomar dano. Seja o que você escolher, sua barra de HP ou Força vão diminuir... e tem pelo menos mais uma dez aranhas dessas para passar nessa fase.
Esse é o principal problema do jogo, as fases são muito grandes e não tem como passar pelos desafios sem gastar recursos (seja Força ou HP), recursos esses que não voltam tão facilmente até que você chegue em um ponto em que não tem mais como prosseguir.
E quando eu digo que os mapas são grandes, eles são REALMENTE grandes...
... do tipo feito para vender revistas de detonados. Alias eu particularmente detesto esses jogos de plataforma estilo labirinto, que você tem que rodar como o pião da casa própria para achar o fim da fase e...
... HOLY MOMOLI, aquilo era só METADE da fase? Poooouta que o pariu!
Novamente, ter fases tão grandes em um jogo de Nintendinho é legal sim, mas quando a coisa do jogo é ir drenando os seus recursos que te possibilitam avançar a coisa se torna uma topada na canela no meio da noite. E ainda tem que você pode se enfiar em um dead end porque caiu em um buraco antes de pegar um item que precisava no outro lado fase que só morrendo e reiniciando a fase. Ou seja, vão se foderem.
Como o AVGN disse, se o jogo não se esforçasse tanto para ser tão filhadaputamente dificil eu não teria muita coisa contra ele realmente. Mas do jeito que é, é como se ele pegasse um monte de coisas que os fãs gostariam de ver em um jogo de Star Wars em videogame (poderes da Força legais de usar, vozes digitalizadas, inimigos temáticos dos filmes) e tentassem fazer o jogo menos divertido possível com isso.
Parabéns, se o objetivo era esse, vocês conseguiram. Ao menos é melhor que o primeiro, embora nesse o Darth Vader também não vire um escorpião.
