[#1282][Out/98] ASTEROIDS

O ano é 1978 e SPACE INVADERS é a coisa mais quente do mercado desde a invenção do chuchu na manteiga quente, como eu já expliquei toda a história naquele texto. O que veremos a seguir hoje, entretanto, é o que aconteceu depois desse giga fenomeno que mudou para sempre a história dos videogames!

HÃ, A ATARI TIROU LEITE DESSA VACA ATÉ AS PESSOAS NÃO AGUENTAREM MAIS PENSAR EM SPACE INVADERS?

Da esquerda para direita, de cima para baixo:  Space King (1978), SF-HiSplitter (1979), Rotary Fighter (1979), Attack UFO (1980), Cosmic Monsters (1979), Invinco (1979), Space Fever (1979), Space Attack (1979), Space Fighter Mark II (1980)

É, tá, sim, mas eu digo para além disso. Isso pq na Atari, dois caras incumbidos de fazer o bilionésimo clone de SPACE INVADERS decidiram fazer um jogo espacial sim, mas um bastante... diferente, vamos dizer assim. Lyle Rains e Ed Logg decidiram se insirar não exatamente em SPACE INVADERS como todo mundo e a mãe de todo mundo tava fazendo, mas sim no primeiro videogame ever que eles fizeram o calo no toba de tanto jogar na universidade: Spacewar

Você pode argumentar, não sem uma certa dose de razão, que Asteroids é essencialmente o sucessor espiritual do primeiro jogo ever. Só que em Asteroids, os jogadores controlam uma nave triangular flutuando no meio de um campo minado móvel de asteroides e cada vez que você atinge um asteroide, ele se quebra em asteroides menores e mais rápidos - uma fisica surpreendentemente realista para 1979

E não apenas isso, mas todo controle da nave obedecia alguns conceitos de inercia e sua nave patina - o que torna mais desafiador. E isso que estamos falando de 1979, ter algum tipo de fisica no seu boneco era algo totalmente mindblowing. Com cinco botões você pode para girar para a esquerda e para a direita, impulsionar e disparar mísseis, alem de um botão de "hiperespaço" para um lugar aleatório na tela.

E como eu disse, o grande diferencial desse jogo é que sua enfase na fisica, não apenas na movimentação da nave como cada vez que o míssil de um jogador atinge um asteroide, as pedras se quebram como estilhaços em rochas menores e mais rápidas que fazem sentido com a direção que o asteroide estava indo. 

Adicione a isso um gráfico vetorial no jogo, que o tornava bastante diferente de tudo mais que havia na época - e que pessoalmente eu acho que considero que combina bem com o jogo ser espacial, em especial com a nave deixando um rastro de vapor em gráficos vetoriais.

Historicamente, Asteroids tambem pode ser lembrado como o primeiros videogame a permitir que os jogadores adicionassem suas iniciais de três letras a uma lista de pontuações mais altas. Se bater o recorde da máquina era uma grande motivação jogando SPACE INVADERS, bater o recorde e deixar seu nome fazia ser o garoto mais descolado de 1979, isso com certeza.

E isso é Asteroids de 1979, então uma palavra rapidinha sobre o remake de PS1 em 1998. "Então, o que há de novo?" é uma pergunta justa. Bem, agora você tem mais do que asteroides para atirar. Existem quatro variações de asteroides, sem incluir o Asteroide Indestrutível, que você deve simplesmente evitar bater nele. 

Os Asteroides de Cristal são particularmente interessantes, pq ele absorve seu poder de fogo e o rebate de volta para você. Lixo espacial, cometas e ovos alienígenas também são jogados nesses cinturões de asteroides para animar as coisas. Mas provavelmente a única inovação interessante neste remake são os Power-Ups. 

Agora você pode coletar uma variedade de armas secundárias, escudos ou até mesmo naves auxiliares em cada nível. Minas, mísseis, lasers, bombas inteligentes e muitas outras armas tambem estão nesse jogo, fazendo ele parecer mais um shmup moderno. Você pode até escolher entre três naves diferentes - seu desempenho tem pouca influência no seu sucesso. 

Mas no fim do dia, pode ser mais um shmup moderno - especialmente com o modo coop, ainda não deixa de ser Asteroids. Até porque se não está quebrado...

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
EDIÇÃO 136 (Fevereiro de 1999)

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
EDIÇÃO 053 (Agosto de 1998)

EDIÇÃO 059 (Fevereiro de 1999)