Já adianto pra vocês que o jogo de hoje é mais importante pelo contexto que cerca esse texto do que o jogo em si, que realmente não tem muita coisa
de especial realmente. Mas já chegamos lá. Nossa históra começa, diferente de quase todos os outros jogos desse blog, não nos anos 90 mas mês passado.
O ano era 1992. Todos os jovens dinâmicos da nação respiravam Street Fighter 2, transpiravam Street Figher 2 (no caso dos fliperamas, dava para sentir de longe). Saporra estava em toda parte: chaveiros, camisetas, revistas em quadrinhos, desenhos animados e até mesmo um filme com Van Damme.
Os meninos se dividiam em dois grupos: os que tinha um Super Nintendo e jogavam isso dia e noite, e os que ainda estavam no já ultrapassado Nintendinho e tinham que torcer para conseguir uma chance de filar Street Fighter já que o jogo nunca foi lançado para o console passado da Nintendo.
Você pode gostar ou não, mas é um fato que não existe gamer no mundo e a mãe dele que nunca tenha ouvido falar de Mortal Kombat. Um projeto
maroto nascido enquanto dois funcionários da Midway fumavam maconha e jogavam Pit Fighter assistindo o Ultimo Dragão Branco até inevitavelmente Ed Boon fazer a pergunta: “cara, e se a gente fizesse
um desses jogos de imagens digitalizadas só que tipo com o filme do torneio de luta do Van Damme”, e John Tobias responder “muito bom, mas tijolo não revida”. Bem, eles estavam chapados, o que
você esperava?
Em 1993 a Sega teve a ideia que resultaria no mais legal beat'm up de todos os tempos. Quer dizer, uma ideia melhor que usar uma fonte no nome do jogo que lembra muito a de Streets of Rage, achou que eu não perceber isso?
Sendo uma das poucas pessoas sãs na internet, eu já disse aqui que Prince of Persia é um jogo bem merda. Mas tipo muito merda. Puta merda que jogo merdalhão merdalhoso. Mas sendo alguém sabio e comedido como eu sou, não me escapa o fato que o Principe da Pérsia tem seus méritos. Tecnicos, isso é, esse jogo não é nada divertido de se jogar.
No começo dos anos 90, a Capcom tinha quase um monopolio nos generos de briga de rua e jogos de luta. A Konami ameaçava as vezes (os arcades de Tartarugas Ninja e Simpsons), mas a verdade é que a concorrencia não tinha muito o que oferecer em contrapartida a Final Fight, Captain Commando e sobretudo o fenômeno que foi Street Fighter 2.
Isso não quer dizer que as empresas pequenas não pudessem tentar, e Deus, como elas tentaram. Um caso especial de estudo são os jogos da produtora japonesa Culture Brain. Qual era a coisa da CB, você pergunta? Bem, eles olhavam para os jogos de beat'm up e luta da Capcom e pensavam "hm, talvez a gente não possa fazer um jogo de luta tão bom quanto Street Fighter 2 ou um beat'm up tão bom quanto Final Fight... mas e se nós juntassemos os dois e colocássemos RPG no meio também!".
Estamos no ano de nossa waifu de 1993, e as coisas não estão boas para a Sega. O Super Nintendo tem metade do tempo de vida do Mega Drive e nos Estados Unidos
já passou o console da Sega, no Japão simplesmente varreu o Mega Drive para fora do mapa. Não ajuda que o SNES já tivesse o jogo mais desejado pela garotada da época a quase um ano antes
da Sega: Street Fighter 2.
Ou seja, a Sega precisava fazer alguma coisa, e precisa fazer urgentemente. Uma solução inteligente que provavelmente resolveria o problema seria um jogo de
luta exclusivo para o Mega Drive, feito pela própria Sega. Jogos de luta eram o equivalente da época de Battle Royales multiplayer online hoje, e se você acredita que um jogo pode mudar a sorte do seu console,
um bom jogo de luta era uma aposta sólida.
Após um longo dia de mineração na pedreira de Bedrock, tudo o que Fred Flintstone quer é uma cerveja, um bom jantar e um pouco de paz e tranquilidade à noite. No entanto, se houvesse isso, não teria jogo então uma crise familiar se segue à outra e de alguma forma Fred tem que resolver todos os problemas do seu circulo de amizade. Wilma perde suas jóias, quem é que tem que virar a cidade atrás delas? Claro que é o Fredão da massa. O Barney perdeu a vara de pescar, você tem que procurar em outros lugares que não dentro da bunda dele. A filha deles Pedrita sai engatinhando e se perde no deserto, quem tem que resolver isso? Sim, o coroa, claro.