sábado, 6 de junho de 2020

[AÇÃO GAMES 051] ETERNAL CHAMPIONS (Mega Drive, 1994) [#392]



Matéria na GAMERS

Estamos no ano de nossa waifu de 1993, e as coisas não estão boas para a Sega. O Super Nintendo tem metade do tempo de vida do Mega Drive e nos Estados Unidos já passou o console da Sega, no Japão simplesmente varreu o Mega Drive para fora do mapa. Não ajuda que o SNES já tivesse o jogo mais desejado pela garotada da época a quase um ano antes da Sega: Street Fighter 2.

Ou seja, a Sega precisava fazer alguma coisa, e precisa fazer urgentemente. Uma solução inteligente que provavelmente resolveria o problema seria um jogo de luta exclusivo para o Mega Drive, feito pela própria Sega. Jogos de luta eram o equivalente da época de Battle Royales multiplayer online hoje, e se você acredita que um jogo pode mudar a sorte do seu console, um bom jogo de luta era uma aposta sólida.



Para isso, a Sega entregou a produção do jogo que mudaria a sorte do Mega Drive a um dos seus mais criativos produtores: Scott Barfield. Talvez o nome não seja muito famoso hoje, mas ele é o responsável por alguns jogos que pensavam fora da caixa como ToeJam & Earl (que até hoje eu não sei dizer que genero exatamente é isso, senão que é um jogo bastante bom), Art Alive (o “Mario Paint” do Mega Drive, um ano antes da Nintendo ter tido a ideia) e Evander Hollyfield Real Deal Boxing (o primeiro jogo de boxe a incorporar elementos de RPG como customização de personagem e ganhar XP para subir os atributos).

Barfield tinha a visão certa para o jogo, o que provavelmente foi o que fez com que a Sega desse o trabalho a ele. Sua ideia era fazer um jogo com a jogabilidade de Street Fighter, a violencia de Mortal Kombat e a criatividade própria dele para criar os personagens. Realmente não tem como um jogo de luta de 1993 possivelmente ficar melhor que isso.




A ideia de Scott era fazer um jogo de luta com lutadores das mais varias eras da história da humanidade, não muito diferente de World Heroes, só que ao invés de jogar com figuras históricas você jogaria com esterótipos escrachados de cada época. Uma de suas ideias, por exemplo, era um barbaro da época do império romano com a falta de higiene e modos que você esperaria de um barbaro: teriam moscas voando ao redor dele pela falta de banho, e ele coçaria suas partes devido a... bem, deixa pra lá.

O ponto é que Scott e sua turma estavam realmente trabalhando duro em fazer um jogo memorável, com bons controles, personagens iconicos e fatalities. Porém o fato de que provavelmente você nunca ouviu falar de Eternal Champions até agora já spoileia que algo claramente saiu errado no meio desse processo, mas o que poderia ter sido?




Bem, em uma bela tarde de terça-feira (sempre ela), Scott foi chamado pelo seu chefe para conversar. E foi aí que a coisa desandou de vez. Acontece que naquela época a Sega estava promovendo o seu “controle que funcionava por movimentos”, o Sega Activator. O executivo da Sega queria usar Eternal Champions como demonstrativo de venda do seu acessório e que o jogo fosse adaptado para funcionar em função do Activator.

Scott argumentou que aquela era a pior ideia possível. Em primeiro lugar, aquela merda mal funcionava direito e eles sabiam disso. O Activator era vendido nas propagandas como “transpõe o movimento do seu corpo para dentro do jogo”, então se você desse um pulo com chute o personagem faria a mesma coisa. Mas eles sabiam (eram eles que faziam o acessório afinal) que aquilo era só pra tapear criança. O Activator não transpunha nada, apenas cada lado do octogono tinha um sensor infravermelho que ativava um botão do controle do Mega Drive.

COMO DAR UMA VOADORA NO JOGO USANDO O ACTIVATOR:
EXPECTATIVA:
Essa foto em particular foi a imagem de divulgação da Sega e saiu em todas as revistas da época, lembro muito bem dela
REALIDADE:


Era uma tapeação safada, e fazer um jogo de luta baseado nesse truque de publicidade barato era uma receita para o desastre. A discussão escalonou e Scott disse que não ia colocar o seu tempo e o seu nome em uma bomba relógio dessas, o executivo insistiu na sua ideia brilhante de transformar Eternal Champions em um “jogo do Activator” e o que resultou que Scott pediu as contas e foi trabalhar na Eletronic Arts (com quem ele tinha uma boa relação dado os jogos de esportes que a EA fazia em parceria com a Sega).

Assim o projeto foi passado a Michael Latham com instruções claras de que esse deveria ser “um jogo para vender o Activator”. Pegando o bonde andando, com menos da metade do tempo e tendo que amarrar seu jogo a um acessório que é um crime contra os videogames, não é realmente dificil de imaginar onde tudo isso foi dar



Dado esse background do desenvolvimento do jogo, não deve ser surpresa para ninguém que os controles desse jogo não são descritos como nada senão “tentativa de canibalismo”. Pra você ter uma ideia do quão ruim, do quão hediondos, do quão criminalmente ruim esse jogo é, eu gostaria de citar aqui a matéria do site Sega-16 sobre o jogo. Um pouco de background antes: o Sega-16 é, obviamente, um site de fãs da Sega e que nesse texto defende Eternal Champions como um jogo de luta complexo e que tem que ser compreendido para poder ser apreciado. Tenha isso em mente, porque essas são as palavras de alguém que gostou do jogo e está defendendo ele.

Bem, os fanboys do Sega-16 dizem que a forma de se dar bem nesse jogo é conseguir uma vantagem no começo da luta e então administrar sua vantagem, ou seja, ir defendendo até acabar o tempo, já que atacar é dificil e o computador sempre reage imediatamente (as vezes até antes) ao que você faz. Eu realmente gostaria que você absorvesse essas palavras, os caras que estão defendendo o jogo dizem que a melhor coisa a se fazer aqui é tentar ganhar por tempo, de tão injogavel que esse jogo é.

Cara, sem exagero, o Velberan que é o maior fanboy da Sega, o cara que paga pau pros jogos lixo de Master System como Alex Kidd, acha que esse jogo foi longe demais. E se os fanboys que aceitam qualquer merda que a Sega fizer como se fosse a maior maravilha do mundo, o que resta então as pessoas racionais?


O manual vinha com as tabelas de gráficos para usar o Activator. Pois é.

Eternal Champions é um dos jogos de luta mais injogaveis que eu já vi na minha vida. Os movimentos são travados e o computador está sempre dois passos a sua frente, qualquer coisa que você for fazer a máquina já tem o contraataque preparado duas semanas antes. Sabe a sensação de jogar contra os chefes da SNK? Bem, imagine isso aplicado a todos os inimigos do jogo. Rugal apelão não tem nada contra esses caras... exceto pelo último chefe que você é mais dificil que todos os inimigos do jogo juntos... E VOCÊ PRECISA VENCER ELE 5 VEZES COM UMA BARRA DE VIDA.

Sim, eu repito, o último chefe tem CINCO barras de vida. CINCO. Cara, você faz ideia do que é necessário para vencer um chefe nível SNK cinco vezes usando controles que foram desenhados para funcionarem com não-funcional Activator?



Ah, mas tudo bem, se você perder é só tentar de novo, certo? SHIGAU!!! Você tem apenas uma, e apeans uma, chance de derrotar o último chefe. Se falhar, já era, babaus. Não que perder nas lutas antes do chefe final seja muito melhor que isso realmente, é até pior. Isso porque em uma tacada genial que encompassa todo ódio pela raça humana de uma vez só, a Sega decidiu que se você perder uma luta nesse jogo você volta DUAS lutas! Então você está na décima segunda e última luta e perde, volta para a décima. Se perder de novo, volta para a oitava luta e assim por diante.

Uau, apenas uau. Nunca antes na minha vida eu tinha visto tamanhos niveis de malignidade e desprezo para com os jogadores de Mega Drive. Quer dizer, eu achei que eu esculhambava com os fãs da Sega, mas eu não odeio realmente ninguém, é mais pela zoeira mesmo. Agora isso que a Sega fez não é nada senão o mais puro e abjeto ódio contra o seu publico. Se tivesse como teletransportar o seu jogador para um gulag siberiano, certamente a Sega teria implementado essa função no jogo. Isso são niveis patogenicos de raiva que eu sequer julgava serem possíveis...

Sério, o que mais eu posso dizer de um jogo que implementa um sistema de mana, onde seus ataques especiais gastam seu medidor de yng-yang?

O QUE ISSO TEM DE MAIS? ALGUNS JOGOS DE LUTA FAZEM ISSO, COMO DRAGON BALL Z OU ULTRAMAN. É SÓ RECARREGAR ELE, SIMPLES.

... recarregar? Recarregar, você diz?



Só o computador pode recarregar seus ataque especiais, os seus são limitados e contadinhos!

HOLY PUTA QUE PARIU!!!

Sono Toori! Eternal Champions não é apenas um jogo que acidentalmente é ruim, ele ativamente se esforça para inventar novas formas de filhadaputice e sofrimento ao seu infeliz jogador! É um negócio inacreditável esse jogo! É surreal (ou surrealismo, como a Ação Games gosta de dizer)!

Puta merda, é cada uma viu...

MAS... AO MENOS O JOGO TEM FATALITIES. ISSO É ALGUMA COISA, CERTO?

Então... tecnicamente sim (os fatalities são de acordo com o cenário e não com os personagens, mas enfim), embora na prática você não vai conseguir fazer nenhum deles. Isso porque os fatalities aqui não funcionam como em Mortal Kombat que após a luta aparece "Finish Him" e você tem alguns segundos para fazer o comando, não.

Aqui para dar o fatality você quando você vencer o segundo round da luta (não que você vá vencer, mas enfim), o adversário tem que estar no pixel exato de cada cenário para desencadear a animação. Pode ser qualquer golpe, mas ele tem que estar no lugar certo. Agora me diz, quem foi o sacripantas que nunca SEQUER VIU um jogo de luta na vida que teve essa ideia? 

Sabe qual é a probabilidade do adversário POR ACASO estar parado no lugar certo na hora que você dá o último golpe para sair o fatality? Sabe qual é a chance disso acontecer?

PORRA... SÓ TENHO UMA COISA A DIZER NESSE CASO:



E não é?

E sabe o que é o pior? Qual a pior parte de tudo isso, além de... bem, tudo? É que as ideias desse jogo não são ruins. O conceito do jogo é legal e os personagens são interessantes! Claramente Scott Barfield estava criando algo memoravel aqui antes de algum JENIO (com J de jumento mesmo) na Sega achou que era uma boa ideia usar esse jogo para enfiar a trambicagem que era o Activator goela abaixo das crianças. Puta merda Sega, se vocês usassem 1% da pangolice de vocês para terem boas ideias já teriam um monopolio dos videogames a essa altura.

Vamos lá: em algum ponto do futuro, um evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”. A boa noticia é que existem alguns humanos ao longo da história da humanidade capazes de impedir que essa hecatombe de acontecer, a noticia ruim é que a entidade maligna opressora por trás do evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel que será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”, está ciente disso e interferiu no espaço-tempo para que essas pessoas morressem antes da hora e não pudessem evitar nada.

Super bummer, dude.


Já vi como isso termina...

Felizmente existe uma entidade atemporal zelando pelo equilibrio da realidade, o Eternal Champion. Enquanto o Eternal Champion não pode interferir diretamente no plano material, o que ele pode fazer é abduzir essas pessoas especiais que impediriam o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel que será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia” no momento das suas mortes e dar sua vida para que essa pessoa não morra e possa cumprir o seu destino manifesto. O problema é que o Eternal Champion só tem uma vida para dar, então como escolher o melhor chosen one para ter uma segunda chance na Terra com mais chances de impedir o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”?




Super easy, barely an inconvenience! O Eternal Champion organizou um torneio de luta, aquele que vencer volta pra sua vida e como o melhor de todos terá a melhor chance de impedir o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”. O que é um enredo bastante bom para um jogo de luta, saiba você.

Quer dizer, a maior parte dos jogos de luta se foca em “ter que derrotar um inimigo comum” e ao invés das pessoas se juntarem pra socar o salafrario, elas se degladiam entre si primeiro por razão nenhuma. Quer dizer, mesmo que vocês tenham diferenças entre si, primeiro enche o filho da puta de piaba, depois vocês se acertam entre vocês! Muitos jogos são culpados de fazer isso, até mesmo Street Fighter 2, embora o exemplo mais iconico de todos seja HEY PUNK! ARE YOU TUFF E NUFF? MASTER THE MOVES TO MASTER ME!

VOCÊ SÓ QUERIA UMA DESCULPA PRA USAR O NOME DESSE JOGO, NÉ?

Também. Mas é verdade que eu gostei da ideia do jogo, embora o jogo em si seja a Sega descarregando uma arma contra os próprios joelhos. Dito isso, vamos ver mais de perto os candidatos a Eternal Champion, assim como o stage fatality disponível na fase de cada um.

SLASH
Origem: ano 50000 AC



Slash sempre foi um cara a frente do seu tempo. O que não é tão dificil assim quando você é um cara do ano 50.000 AC, onde “ser a frente do seu tempo” não exige muito mais do que lavar as mãos ou não morrer de velhice aos 18 anos de idade. Ainda sim, ele sempre foi um cara repleto de ideias de como melhorar a vida na sua tribo. Coisas doidas, como plantar a própria comida para não depender da sorte na caça ao risco de muita gente morrer de fome.

Infelizmente os anciões da sua vila eram protocomunistas, e achavam ofensivo uma ideia de mundo onde metade da população não morresse de fome a cada inverno (PROTIP: 52 mil anos depois, tem gente que ainda pensa assim) e mandaram ele parar com essas putarias de “ter ideias”. O que, obviamente, teve o efeito contrário e Slash passou a publicamente discursar contra os anciões e divulgar suas ideias loucas e revolucionarias.

O resultado disso foi um bom e velho apedrejamento reservado a todos aqueles que ousam não serem densos como uma porta de madeira (PROTIP: 52 mil anos depois, tem gente que ainda pensa assim).

STAGE FATALITY:


FINAL: Ao vencer o torneio e ser mandado de volta, Slash usa suas aprimoradas habilidades de luta para se soltar das amarras e desviar do apedrejamento. Usando ainda alguns truques que aprendeu com outros lutadores no torneio, ele faz um pouco de mágica e isso é suficiente para que sua tribo primitiva o veja como o escolhido. Slash se torna líder de sua tribo, e sua sabedoria e bom senso fazem a raça humana evoluir de uma forma bem menos beligerante do que deveria ser - resultado assim em uma sociedade pacifica onde o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia” jamais veio a acontecer.

BLADE
Origem: ano 2030



Sem nenhuma relação com o caçador de vampiros da Marvel de quem eles claramente inspiraram o visual, ele nasceu na Siria e foi criado na Africa, Blade é o tipico policial sangue quente de filme que não para por nada e não é limitado por bobagens como “regras”. O que, pouco surpreendentemente, lhe rendeu alguns processinhos por abuso de violencia assim como casos arruinados no tribunal já que ninguém é condenado se a policia não seguir o procedimento correto - não importa o quão culpado o meliante seja.

Assim Blade foi demitido da policia de Nova Chicago e voltou a sua terra natal onde passou a trabalhar como caçador de recompensas. O que acabou sendo bastante fortuito, já que na Siria um cientista louco desenvolveu um vírus capaz de matar 95% da população da Terra. Blade pegou o contrato para caçar o cara, sob a condição de que o governo não interferisse no seu trabalho.

Blade poderia ser um ótimo caçador de recompensas, mas não era o lápis mais bem apontado da caixa se ele acreditou no que algum governo disse. Quando encurralou o cientista louco que estava com a amostra do vírus, Blade não apenas descobriu que ele foi seguido por agentes do governo como eles abriram fogo (laser, no caso) imediatamente nele e na sua presa. A última coisa que Blade viu antes de morrer foi frasco com o vírus caindo e espalhando o seu conteúdo no ar.

STAGE FATALITY:


FINAL: Quando foi mandado de volta, Blade conseguiu não apenas desviar dos tiros como evitar que o cientista fosse fuzilado - fazendo assim com que o frasco não quebrasse e evitando espalhar o vírus. Após esse incidente que quase deixou o Thanos no chinelo, os governos perceberam que deixar cada país resolver tretas como essa do jeito que lhe desse na telha era uma receita para a desgraça.

Assim foi criado um conselho mundial da paz, tendo Blade como líder de organizar a porra toda. Começou assim uma nova era de paz na segurança mundial, o que em última instancia levou a evitar o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”.

LARCEN
Origem: ano 1928



Nosso representante gangsta do jogo, Larcen era um ítalo-americano que, como não podia deixar de ser, trabalhava para a mafia. Entretanto ele não “pintava casa” e sim era excelente gatuno, onde fez diversos trabalhos para o seu chefe, Don Tagliani. Com efeito, a única coisa que ele se recusava a fazer era matar, de resto tudo era jogo.

Qualquer coisa mesmo, inclusive quando Don Tagliani mandou entregar um presente a um chefe da mafia que estava se recuperando no hospital. Ao chegar no hospital, Larcen descobriu que não tinha chefe de mafia convalescente nenhum ali e o presente que ele estava entregando na verdade era uma bomba a um policial incorruptivel que estava atrapalhando os negócios de Don Tagliani. Por acaso o policial estava ali justamente para o nascimento do seu filho.

Quando Larcen percebeu o que estava acontecendo, tentou jogar a bomba pela janela. Porém foi tarde demais, não só ele morreu na explosão como quase todo mundo naquele hospital.

STAGE FATALITY:


FINAL: Sendo mandado de volta, Larcen dessa vez rapidamente conseguiu se livrar da bomba salvando assim a vida do policial honesto e tantas outras. O policial ficou tão grato com o ato de altruísmo de Larcen que o convidou a fazer parte de uma organização especial da policia que combatia o crime organizado. Larcen aceitou e essa organização deu tão certo que o modelo foi copiado no mundo inteiro - efetivamente extinguindo com o crime organizado em algum ponto futuro da história humana. E a ausencia de crime organizado levou a evitar o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”.

MIDKNIGHT
Origem: ano 1969




Mitchell Middleton Knight era um bioquimico trabalhando para o governo americano durante os anos 60, tentando desenvolver uma arma quimica que pudesse por fim a guerra do Vietnam - e todas as guerras, na verdade. Sua ideia era desenvolver um vírus que levasse as pessoas a um estado de debilidade, mas que não matasse ninguém realmente. Depois quando as coisas estivessem acertadas, era só administrar o antitodo e todo mundo ficava bem. A guerra parava e ninguém morria, era brilhante.

Claro que falar é mais fácil de fazer, e Mitchell tinha apenas desenvolvido um vírus que matava as pessoas - ele ainda estava trabalhando em melhorar isso. O governo americano, entretanto, estava mais do que satisfeito em usar o vírus do jeito que ele estava e apenas matar geral mesmo. Quando soube disso, Mitchell pegou sua pesquisa e fugiu.

Na fuga ele acabou sofrendo um acidente, seu carro bateu em um carregamento de produtos tóxicos e a mistura dos produtos quimicos com o vírus que ele carregava acabou o transformando em uma espécie de vampiro. Infelizmente ele não foi o único afetado por essa situação única, e nos próximos anos relatos de assassinatos atribuídos a “vampiros” começaram a aparecer pelo mundo todo.

Durante os próximos 133 anos Mitchel trabalhou em uma formula para curar a praga de vampirismo que assolou o mundo, porém era dificil conforme seu corpo ia se decompondo dado que ele recusava a se alimentar da vida dos outros. Quando ele estava prestes a descobrir uma cura, a Interpol descobriu o eu paradeiro e ele acabou morrendo com uma estaca no coração.

STAGE FATALITY:



FINAL: Ao ser enviado, Midknight conseguiu facilmente evitar o agente da Interpol com a estaca. Tendo sobrevivido, ele pode finalmente encontrar a cura para o vampirismo livrando o mundo de uma praga que já durava mais de um século. A cura, por algum motivo, funcionou apenas parcialmente nele entretanto. Midknight parou de apodrecer, mas também não voltou ao normal. Agora ele lidera a Organização Mundial da Saúde onde se dedica a encontrar a cura para as maiores doenças da humanidade - o que em última instancia imperirá o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”.

R.A.X.
Origem: ano 2345



No século XXIV, a grande coisa da moda são os torneio de luta entre ciborgues. Apenas humanos comuns se degladiando se tornou careta e ultrapassado, o quente mesmo são pessoas com partes bionicas usando todo poder da tecnologia para esmerilhar a cara metalica de seus oponentes. O que acabou sendo uma grande oportunidade para um cara chamado Coswell, porque como humano ele era um lutador bem meia boca.

Assim sendo, ele se submeteu a cirurgia para ter partes robóticas e se tornar um R.A.X. (Robot Artificial Xoskeleton... sim, é Xoskeleton mesmo). Mais máquina do que gente, Coswell logo subiu na carreira como lutador e certamente teria se tornado campeão do mundo... não fosse o seu empresário achar que faria muito mais grana apostando no outro cara e sabotando Coswell no meio da luta com um vírus. Bom para ele que ganhou uma puta grana, menos bom para Coswell que morreu quando seu sistema travou no momento decisivo da luta e ele foi estraçalhado pelo outro lutador.

STAGE FATALITY:


FINAL: Quando voltou, e já sabendo do que iria acontecer, Coswell rapidamente virou para o publico e disparou uma rajada de energia no seu empresário, que morreu antes de poder ativar o vírus via controle-remoto. E só de brinde ainda se virou e ganhou a luta no mesmo movimento. Depois da luta ele trouxe a tona o que o seu empresário pretendia fazer, e isso acabou gerando uma grande revolta popular contra as putarias dos cyber-esportes.

Com efeito, cybernética se tornou tão impopular que os investimentos minguaram substancialmente. Isso levou uma estagnação da tecnologia, o que levou a ser impedida uma rebelião das máquinas que geraria               o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”.

SHADOW
Origem: ano 1993



Como é comum em muitas empresas japonesas, a Black Orchid Corporation também tinha sua quota de ninjas treinados para lidar com a concorrencia. Ora, se até a Nintendo tem os seus ninjas assassinos mortais, como é que uma empresa com o nome trevoso de Black Orchid Corporation não vai ter? Shadow era a melhor ninja assassina da da BOC, até o dia que ela foi encarregada de se livrar de colega seu que falhou em uma missão.

Ela rapidamente se deu conta que era só uma questão de tempo até ela também receber um plano de aposentadoria não remunerado da empresa e decidiu saltar fora do negócio. Infelizmente para ela, a empresa não lida muito bem com pedidos de demissão e ela realmente saltou fora. Do centésimo andar da sede da Black Orchid Corporation.

STAGE FATALITY:


FINAL: Uma vez campeã do Eternal Champion, não foi dificil para Shadow se livrar dos seus perseguidores e sair viva da BOC. Bem, talvez um pouco dificil. Ainda sim, ela sobreviveu ao seu pedido de demissão e a próxima coisa que fez foi caguetar pro mundo o que essas mega corporações malignas faziam nas sombras. As denuncias de Shadow mudaram para sempre o mundo corporativo, minando definitivamente o poder dessas empresas e impedindo que em um futuro distópico ocorresse o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”.

TRIDENT
Origem: ano 110



Uma história pouco conhecida é que no auge do Império Romano, eles tinham uma grande rivalidade com outra grande civilização: os atlantes. Só que enquanto os romanos focavam em guerra e conquista, os atlantes focavam em ciencia e ter o cabelo como o Jason Momoa - tanto que os atlantes até mesmo desenvolveram cidades submarinas. Como uma guerra era inevitavel, e como esta guerra arruinaria as duas civilizações, romanos e atlantes chegaram a um acordo: haveria um duelo, e o perdedor seria banido para as cidades no fundo do mar enquanto o vencedor ficaria com a terra.

Os atlantes então enviaram seu campeão desenvolvido com o melhor da engenharia genética atlante: o nosso Trident boy. Por sua vez, os romanos enviaram o campeão deles e um truque de derrubar uma coluna em cima do Trident “acidentalmente” durante a luta. E é por isso que você nunca ouviu falar dos atlantes.

STAGE FATALITY:


FINAL: ao ser enviado de volta, Trident não apenas desviou facilmente da coluna que o matou como venceu a luta. Entretanto, ele não eliminou seu oponente. Na verdade, ele percebeu a futilidade daquilo tudo, porque as pessoas estavam lutando umas contra as outras quando seria tão melhor para todos se eles trabalhassem juntos? Assim, a partir daquele momento Trident iniciou um movimento que deixou as pessoas com hálito fresco, e que uniu o melhor dos dois povos: a disciplina militar romana com a ciência atlante. A civilização então evoluiu de uma forma muito melhor que a nossa, e uma muito mais pacífica onde nunca ocorreu o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”.

XAVIER PENDRAGON
Origem: ano 1692



Xavier sempre pode ser chamado de muitas coisas, mas certamente jamais de ser o lápis mais bem apontado da caixa. Ele sempre foi um fracasso em tudo que tentou fazer, mas quando foi demitido de ser ferreiro porque colocou ferraduras ainda quentes no cavalo do prefeito, aquilo foi a gota d’água. Desempregado, Xavier decidiu usar sua grande paixão, a ciência para ver se fazia a alquimia dar certo e viver de transformar metal em ouro.

Essa parte não deu certo, obviamente, mas acidentalmente ele descobriu uma fonte ilimitada de energia limpa. Quais as chances, hã? Entretanto o mundo jamais ouviu falar dessa tecnologia revolucionária porque ele foi queimado por bruxaria em Salem. Quando você acha que a lista de coisas cagadas pela religião não tinha como aumentar, hã?

STAGE FATALITY:


FINAL: Ao ser enviado de volta, Xavier devisa um plano para salvar sua pele. Ele pergunta aos seus executores se os seus instrumentos poderiam ser queimados junto com ele, ao que todo - ainda que meio confuso com o pedido - concorda afinal é tudo coisa do capiroto mesmo, né? O que aqueles ignóbeis racionais não sabiam (bem, muita coisa na verdade) é que colocar uma fonte de energia infinita no fogo talvez possa não ter o melhor resultado possível.

Com efeito, ao ser jogado na fogueira o dispositivo de energia infinita de Xavier explodiu causando uma falha no contínuo espaço-tempo que lhe deu poderes de viajar no tempo. Agora Xavier atravessa as eras levando ciência e iluminismo as pessoas, e um mundo com mais esclarecimento e menos religião é um mundo onde nunca ocorreu o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “A Tragédia”.

JETTA
Origem: ano 1899



O nome real de Jetta é Catherina Dimitri Romanoff, e ela na verdade é prima do czar russo Nicolau II. Entretanto ela sempre foi uma rebelde por natureza, e não curtia muito essa vida de nobreza. Com efeito, ela entrou para uma trupe de circo tão logo teve idade para isso com o nome de Jetta Maxx e assim poder ver o mundo. Em uma das viagens do seu circo, a trupe de Jetta acabou indo parar na China justamente durante a época pesada da rebelião Boxer.

A rebelião Boxer foi um dos eventos mais importantes do século XX, quando chineses começaram a se rebelar contra a presença estrangeira do seu país e sairam matando geral de comerciantes a diplomatas. Isso levou aos paises do ocidente criarem uma aliança de 8 nações para acabar com essa putaria, e masssacraram uma pá de gente na China.

Antes que as coisas chegassem nesse ponto, entretanto, a trupe de Jetta iria se apresentar para o imperador da China e ela pretendia convencer ele a acabar com essa putaria antes que os países de fora o fizessem. E ela teria feito exatamente isso, salvado inumeras, inumeras vidas... se os seus planos de falar com o imperador não tivessem sido descobertos e sua apresentação sabotada. A corda do seu trapézio foi sabotada e ela caiu de cara para sua morte.

STAGE FATALITY:


FINAL: Tendo sido mandada de volta, Jetta imediatamente conseguiu evitar uma queda fatal graças as suas acrobais ninjisticas kung-fuzescas. O imperador da China ficou muito impressionado com aquilo, e mais ainda por ter havido uma tentativa de assassinato dentro da sua corte - o que foi a oportunidade perfeita para Jetta falar com ele.

Assim, o imperador foi convencido por ela a sufocar a rebelião antes que ela tomasse proporções maiores. O resultado disso é que o paises do ocidente acabaram nunca se envolvendo nessa treta, e sem as pesadas perdas que uma guerra contra seu vizinho causou, a Russia nunca chegou a entrar na situação de miséria que fomentou o golpe de estado que viria a derrubar a monarquia e implantar o regime comunista.

Não apenas o comunismo na Russia nunca tomou o poder, como sem o massacre da rebelião Boxer a China nunca teve que pagar as contas da guerra aos paises vencedores, nem teve pesada influencia estrangeira no seu território (após a derrota na rebelião Boxer, a China foi tão dominada que passou a ser conhecida como “colônia de todas as metrópoles”). Sem essas condições, a sangrenta revolução comunista de Mao Tse Tung jamais teve solo fértil para prosperar e o comunismo nunca chegou a ser uma coisa na China também.

Ou seja, em uma tacada só Jetta evitou que acontecesse o evento terrível, incompreensível, aterrador e cruel será a pior coisa que acontecerá na história da humanidade, mais conhecido como “Comunismo”.





Então esse foi Eternal Champions para Mega Drive. Eu realmente gostei dos personagens e do conceito da coisa toda, e definitivamente teria sido um dos grandes jogos de luta de todos os tempos não fosse o singelo fato de que o jogo em si é uma bosta injogavel. E não é falta de interesse dos criadores, eles realmente estavam tentando o melhor que podiam - por exemplo, o manual tem algumas páginas falando sobre os estilos de luta dos personagens, o que é um esforço que eles não precisavam fazer e ficou bem legal. 

Então realmente não foi má vontade do pessoal, só que nessas condições de trabalho realmente não tinha Kojima que faria sair algo decente daí. Realmente uma pena.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES

EDIÇÃO 051


Pra ajudar, a Ação Games ainda dá os golpes errados. Que 5 segundos o que!


PREVIEW NA EDIÇÃO 038





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