Em 1999, a Sony estava bastante certa que o futuro dos videogames envolvia o uso de controles analógicos - ao invés de apertar um botão, você deslizaria seu dedo para mover o boneco, a camera ou fazer o que quer que fosse. Eles sabiam disso pq foi um dos grandes fatores que deu super certo no Nintendo 64... apesar da bizarrice do seu controle... foi que controles assim permitiam uma jogabilidade mais fluída, especialmente para jogos 3D.
Ciente disso, a Sony desenvolveu um novo controle analógico que não apenas seria o padrão de fábrica do futuro Playstation 2, como em dado ponto passou a ser o controle padrão que vinha com os modelos mais recentes do PS1 mesmo.
Como a história prova, a analise da Sony estava correta: os controles com analógico não eram apenas o futuro dos videogames, 25 anos depois eles ainda são o presente e bem pouca coisa mudou realmente de lá para cá.
Porém um ponto pouco lembrado da história é que em algum momento, em algum dia especifico esse ponto de corte teve que ser feito. Para um jogo utilizar as duas alavancas analogicas perfeitamente (o que hoje é utilizado principalmente para mover o personagem com uma e a camera com outra), ele teria que ser desenhado assumindo que o jogador tenha tal controle - não tem como usar essa opção extra e ao mesmo tempo enjambrar para funcionar em um controle com 8 opções de entrada de comandos a menos.
Hoje, como eu disse, isso não é sequer uma questão, esse é o padrão da indústria a decadas, mas então algum dia teria que ser o primeiro dessa nova era e marcar o fim da linha e dizer claramente: "esse jogo exige controle analógico, sem ele não vai rolar e acabou". Essa não é uma decisão que a Sony queria tomar bruscamente, alienar quem tinha o modelo antigo de controle é alienar vendas e isso não é desejável.
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Como de costume, a capa japonesa é mais fofeeenha, e não tem foco no MACACO COM A METRALHADORA. Por outro lado, tem um destaque maior no dualshock na contracapa |
Dessa forma, a Sony decidiu ser cautelosa com isso e testar as águas com um joguinho que exigisse o uso de controle analógico: se ele vendesse bem, então o mercado estava mais que aceitando ter que comprar um controle novo para jogar os jogos e podiam meter pau na casa de máquinas para esse ser o padrão. O que nos leva então ao jogo de hoje e o motivo de eu ter contado todo esse contexto, pq Fuga dos Primatas é essa demo tecnica criada especialmente para mostrar as funcionalidades e vender o controle analógico do PS1.
Então a pergunta que realmente cabe aqui é: e aí, o jogo cumpre ao que ele se propõe a fazer? Ou ele é um bom jogo, pelo menos? E a resposta para essas perguntas são "não" e "sim".