sexta-feira, 10 de abril de 2020

[AÇÃO GAMES 029] IMPOSSIBLE MISSION (Master System, 1993) [#347]

 

Existe apenas uma certeza nesta vida: onde houver fraqueza, onde houver ranger de dente e pranto, haverá alguém lá vendendo lenços. E talvez nenhuma empresa na história dos videojogos represente esse aspecto de abutre do ser humano (ao ponto que provavelmente eles devem ter virado uma empresa de jornalismo) do que a U.S. GOLD.

Mas o que é a U.S. GOLD? Bem, eles foram uma empresa britanica que tinha uma missão e uma missão apenas: pegar arcades e jogos de PC que ninguém mais lembrava e relança-los em consoles da geração atual dez anos depois. Ok, mas porque as pessoas fariam isso, comprar jogos ultra ultrapassados assim?




Ai é que está o pulo do salame: a U.S. GOLD fazia isso apenas com consoles morimbundos, onde seus jogadores estavam desesperados por algo novo porém não tinham dinheiro (ou pais que se importassem com eles) para seguir em frente na história dos videojogos. Onde houver alguem chorando, terá outro alguém vendendo lenços. Em 92/93 eles portavam porcarias para o Master System, como Gauntlet. Em 94/95 seu alvo passou a ser os já desesperados donos de Mega Drive e em 95 a vitima da vez eram os não menos infelizes donos de Sega Saturn. Impressionante como a Sega pavimenta toda uma industria de scavengers pelo caminho, não?

Entretanto, quando as estrelas estão certas e o vento sopra favoravelmente, acontece a rara ocasião da US GOLD portar jogos que não bombas peçonhentas radioativas, saiba você. Até um relógio quebrado acerta duas vezes por dia, é o que dizem.

Impossible Mission, por exemplo, não é um jogo repulsivo. De fato, eu senti um certo charme nele.



Em primeiro lugar, Impossible Mission não deve ser confundido com Mission Impossible, a série de TV com a música iconica e que posteriormente virou a série de filmes do Tom Cruise. Embora se você confundir... bem, é examente isso que eles queriam mesmo. Safadeeenhos.

Mas vamos lá: neste jogo seu objetivo é recolher códigos nos objetos do cenário. Esses códigos vem na forma de ... cartões parcialmente preenchidos... e você tem que combinar eles para ter um cartão inteiramente pintado.


Seu objetivo é ter um cartão inteiro vermelho, verde e azul, sendo que você pode girar as imagens ou mudar as cores delas. Existem um total de 36 cartões para você encontrar no jogo, mas você não precisa achar todos eles e se combinar, girar e pintar os cartões direitinho dá pra terminar o jogo em 10 minutos.

Porém dizer que o jogo dura 10 minutos se você souber o que está fazendo não é o mesmo que dizer que o jogo tem 10 minutos de duração. Até você aprender a jogar, tem diversão por algum bom tempo, então eu não classificaria esse jogo como um roubo, o que é legal.

Mas então, como você consegue esses cartões?


Cada sala tem uma diversidade de mobilia e você tem que ir até ela e checar se tem alguma coisa. Não me pergunte porque teria um cartão de código na geladeira, mas é assim que Elvin Dobratomo rola, vai saber.

A coisa é que as salas são cheias destes robos que você não pode encostar neles, alguns até disparam raios. Você também não tem armas, então comofas?


Existem três formas que você pode dibrar os robos: saltar sobre eles, usar essas plataformas amarelas que sobem ou descem, ou utilizar passwords (na forma de itens descartaveis) para paralisar os robos de uma sala que você encontra enquanto está fuçando por códigos.

Saltando sobre o robo, ma oe!
Essa combinação de formas diferentes de mobilidade com um mapa bastante grande e cartões de acesso gerados aleatoriamente acabam criando um puzzle mais interessante do que você poderia esperar. 

Já dizia o ditado que da onde menos se espera, daí sim que não sai nada... mas as vezes não. Olha só.