E hoje é dia. Sim, tem dia que é noite, mas hoje é um dia que é dia. Dia de que, você pergunta? Ora, dia de cerrar os dentes e partimos com a cara a falta de amor próprio para mais um episódio deeeee... JOGO DE LUTA DO NINTENDO 64! Claro, o genero favorito de absolutamente ninguém terá mais um representante hoje!
Mas bem, depois do que vimos até na categoria lutarias acho que cabe se perguntar o quão ruim pode realmente ficar. Quer dizer, já não estamos vacinados e preparados para o pior de qualquer jeito?
Ao que minha reação foi, obviamente:
Oh boy, esse vai ser um dia daqueles... mas vamos lá, né?
Bem, para começar de uma forma justa com esse jogo suponho que devamos começar pelo começo que seria o nome do jogo, que é... enganoso, para dizer o minimo. Quer dizer, o jogo se chama "Artes Mortais", mas esse jogo não é nada mortal como sequer é particularmente violento, na verdade. Não é nem que não tenha fatalities, não tem sequer golpes particularmente brutais e a coisa mais selvagem que você verá nele será... isso:
Eu não sei vocês, mas issoo não é exatamente a arte mais mortal do mundo.. Agora, se o nome americano do jogo é enganoso, o nome japonês do mesmo é fantabuloso a niveis
HEY PUNK! ARE YOU TUFF E NUFF? MASTER THE MOVES TO MASTER ME!. Pq sério, quem foi o djneio que teve a ideia de chamar esse jogo de G.A.S.P. FIGHTERS NEXTream merece um aumento.
Existem várias questões que precisam ser explicadas sobre esse nome. Diversas. Como... pq exatamente a onomatopeia de surpresa em inglês (gasp)? O que é um ream? Eles estavam tentando fazer um trocadilho com "next extreme"? G.A.S.P. é o acronimo de "Geração de Arte, Poder e Velocidade" e o que isso remotamente significa?
Todas essas são excelentes perguntas para as quais jamais teremos uma resposta. Quer dizer, se nem a Konami de 1998 se preocupou em responder isso, certamente não será a Konami de hoje que o fará, né? E por "não respondeu nada", eu estou falando literalmente: o manual do jogo não tem uma única linha explicando... nada, na verdade. Tem apenas informações obvias para um jogo de luta (como começar o jogo, o que é a barra de energia na tela, etc) mas não os golpes.
Se você quer alguma informação realmente vc precisa ir atrás do manual europeu do jogo que explica que alguns lutadores receberam uma carta os convidando para um torneio de luta. E é isso.
COMO ASSIM "É ISSO"?
É isso sendo isso.
MAS... OS PERSONAGENS NÃO TEM AO MENOS UMA HISTORINHA - POR MAIS BREGA QUE SEJA - PARA JUSTIFICAR OS FINAIS DO JOGO PELO MENOS?
Que finais do jogo?
COMO ASSIM "QUE FINAIS DO JOGO"? ESSE JOGO TEM ANIMAÇÕES QUANDO VC TERMINA ELE, NÉ? ISSO É UM JOGO DE 1998, O MINIMO QUE SE PODE ESPERAR DELE É QUE TENHA UMA CENINHA - MESMO QUE IDIOTA - QUANDO TERMINA, ELES NÃO PODEM SIMPLESMENTE ENCERRAR A ULTIMA LUTA E ROLAR OS CRÉDITOS SEM NEM DAR TCHAU!
Ah, não podem é?
HOLY PUTA QUE PAREO! NEM EM JOGO DE LUTA DO AMIGA ISSO ACONTECIA!
Pois é, esse é o nível da coisa aqui. Agora, não é inteiramente correto dizer que o manual europeu do jogo não dá nenhuma informação sobre os personagens, ele dá, apenas... não tem nada de útil que possa ser feita com elas. Eu quero dizer, sério:
Quero dizer, o que "aprecia cometer crimes para seus próprios propositos" ao menos significa?
Eu gosto como o manual especifica que ele é um viajante externo, pq do contrário obviamente nós iriamos assumir apenas que ele tem profundas viagens espirituais internas, ou que ele mora numa casa realmente grande que ir de um comodo a outro é uma verdadeira viagem de autodescobrimento.
Mas de todos, meu favorito é o chefão final do jogo:
Se eu disse que não estou intrigado do pq o chapéu-de-palha kun revelar a idade mas não a altura e o peso é um dos grandes mistérios da humanidade que jamais serão revelados eu te digo. Mas enfim, vc pegou a ideia da coisa.
Isso sendo posto, vamos então dar uma olha na intro do jogo! Sim, pq embora seja incrivelmente raro para um jogo de N64 (devido as limitações de espaço do cartucho e tal), esse jogo tem uma abertura e eu tenho certeza que será... algo. É, algo...
Gasp!
Defeat!
Originate!
Reason!
Do It!
... que? Assim, tipo, o cara que estava escrevendo isso estava tendo um AVC? Ele escreveu isso com uma arma apontada pra ele e isso é um pedido oculto de ajuda?
Eu tenho que dizer que adoro como não existe absoluta nenhuma relação entre os personagens e o que está escrito na tela. Tipo "ARTS" e tem um cara aleatório em pose de luta, "SPEED" outro cara parado. Podiam colocar "PAPIBAQUIFRAFO" ou "PLATELMINTO"
Poder!
Drogas!
Divei!
Close no genital do afrodescendente!
ISSO É GASP! O LUTADORES PRÓXIMOream!
Minha nossa, quanta tolice... mas enfim, chega de enrolar e vamos falar do jogo... não que falar de um jogo de luta do Nintendo 64 seja o ponto alto do meu dia, mas chega de enrolar. Então, a coisa sobre esse jogo é que ... ele não é terrível, na real. Quer dizer, nao é bom booooom, mas definitivamente já vi piores.
Em primeiro lugar, tem uma quantidade bastante decente de lutadores... embora os personagens sejam genéricos e parecem saídos do grande livro de clichés dos jogos de luta, até que eu os designs bastante decentes. Os estágios são um pouco chatos e genéricos, mas apresentam um nível de interatividade bem raro nessa época. Tipo seus personagens podem quebrar os bambus em um dos cenários, por exemplo, ou outro cenário tem caixotes que podem atrapalhar seus movimentos.
Agora, a parte realmente importante é que esse jogo tem um criador de personagem com quantidade razoável de personalização, já que você pode escolher o gênero e selecionar entre uma dezena de cabelos, rostos, tipo de corpo, roupas, cores, etc. Mas tem mais: quando você cria um personagem ele sai sem golpe nenhum, você tem que derrotar oponentes para ir aprendendo os golpes deles e assim ir construído seu moveset (que não tem slots infinitos, então vc pode trocar movimentos mas não aprender todos).
É uma ideia decente com execução justa, o que é mais do que eu esperaria de um jogo de luta do Nintendo 64. Até pq vc pode salvar o seu personagem no memory card e levar para bater nos coleguinhas, o que sempre é cool. GASP! O LUTADORES PRÓXIMOream andou para que Street Fighter 6 pudesse correr!
... não que você queira compartilhar esse jogo na improvavel situação de ter amigos dado o quanto Deadly Arts é terrivelmente genérico. Como eu disse antes, a Konami sequer se preocupou em inventar uma história de fundo para qualquer um dos personagens, o que não impacta tanto o jogo mas mostra quanto esforço eles colocaram nisso.
A mecanica de combate é o clone terrivelmente enfadonho número 8476 de
VIRTUA FIGHTER: cada personagem tem soco, chute e bloqueio, direções diferentes no direcional resultam em uma infinidade de ataques especiais, mas honestamente não consegui dizer muita diferença dos ataques normais. Os golpes aqui tentam ser “realistas”, o que significa que você verá golpes e agarramentos de artes marciais, não projéteis e personagens voadores. Infelizmente, nesse caso isso quer dizer que eles são realmente desinteressantes e pouco diferentes dos ataques normais. Os golpes especiais dificilmente valem os comandos extras para serem executados.
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O que chama a atenção MESMO é o quão ruim é a mecanica de física. Cada vez que você é derrubado, seu personagem cai como um saco de batatas - o que não apenas torna o juggling impossível como o tempo de recuperação é extremamente longo. Isso faz com que pareça que você é forçado a gastar uma quantidade significativa de tempo em cada partida “esperando” que seu personagem ou o oponente se levantem, o que só tem efeito de tornar um jogo chato ainda menos interessante.
Existem algumas coisas que aumentam a frustração. Cada partida é extremamente curta (trinta segundos), e como ataque tira tão pouca vida do seu oponente, você precisa trabalhar rápido para vencer o relógio, e o tempo de recuperação entre a queda e o cara levantar não ajuda em nada.
Para piorar a situação, quando o tempo acabar, você pensaria que o vencedor seria automaticamente o lutador com mais vida restante, certo? Errado! Em vez disso, o jogo avalia você em várias categorias, como saúde, estilo, etc. E é isso que determina o vencedor. Eu não cheguei a ver um personagem terminar a luta com mais vida e ainda sim perder a luta, mas em algum momento deve ter acontecido para alguém. O que faz desse sistema desnecessário e estúpido nas raras vezes que funciona.
Enfim, a árdua busca por um bom jogo de luta no Nintendo 64 continua e Deadly Arts certamente não se enquadra nesse projeto. É estranho que a Konami nessa época lançasse um jogo tão... meh. Tá, eu entendo que eles estavam tentando lucrar com a falta de bons jogos de luta e produziram esse o mais rápido possível. Não é o pior jogo de luta que já joguei, mas definitivamente é um dos mais esquecíveis.
MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 045 (Dezembro de 1997)
Edição 050 (Maio de 1998)
MATÉRIA NA SUPER GAME POWEREdição 035 (Novembro de 1998)
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