Ah, Tetris. O pilar de quatro lados sobre o qual os videogames foram construídos. O jogo que nunca morre. Um jogo tão atemporal, tão onipresente, que já agraciou todos os consoles, todos os computadores e até alguns micro-ondas a essa altura. E, no entanto, aqui estamos nós novamente, com o The New Tetris para o Nintendo 64, um jogo que audaciosamente se declara "novo"... enquanto entrega mais uma repetição da mesma jogabilidade de blocos caindo que existe desde o final dos anos 80.
Olha, para ser justo, eu entendo. Tetris é um clássico. É o tipo de jogo que todo sistema precisa ter em algum ponto da vida e...
MAS O NINTENDO 64 JÁ TEM TETRIS.
Mas oi?
VÁRIOS, MAIS DE UM ATÉ: MAGICAL TETRIS CHALLENGE E TETRIS 64
Hã, é, verdade. Desculpe o lapso, após a 28a versão de Tetris essas coisas meio que começam a se tornar um único borrão na minha memória. Então, sim, Tetris é realmente o tipo de coisa que você pode colocar em qualquer sistema e pronto. Porém este aqui não é QUALQUER Tetris, saiba você, porque é o NOVO Tetris!
Bem, a intro é de fato maneira, não posso tirar isso deles
... ou deveria ser, porque quando você coloca a palavra "novo" em alguma coisa, as pessoas meio que esperam que você traga algo realmente, você sabe... novo? Em vez disso, o que temos aqui são gráficos com uma mão nova de tinta, alguns modos que existem para nos lembrar que Tetris ainda é Tetris e uma trilha sonora que tenta muito fazer com que empilhar blocos pareça uma jornada épica através dos tempos.
Então o que exatamente torna The New Tetris... você sabe, "novo"? Bem, primeiro, ele tem uma estética mais arrojada. O jogo tem esse tema estranho de viagem pelo mundo, onde limpar linhas contribui para a construção de marcos famosos como as pirâmides do Egito e a Torre Eiffel. Porque quando penso em limpar Tetrises de quatro linhas, meu pensamento imediato é: "Sim, é exatamente assim que a Grande Muralha da China foi construída." Aposto que eles não te ensinam isso nas aulas de História.
Então temos a grande inovação da jogabilidade: construção de quadrados. Se você conseguir criar um quadrado 4x4 perfeito de Tetriminos, você ganha pontos de bônus e uma explosão chique. É isso mesmo — depois de décadas de Tetris, alguém em uma sala de reuniões finalmente disse: "E se recompensássemos os jogadores por fazerem quadrados em vez de apenas linhas?". E assim, a marcha inexoravel do progresso deu mais um passo.
O jogo também adiciona um recurso de segurar peça, o que, claro, é útil, mas também foi visto em outras versões. E, falando sério, se você precisa segurar uma peça para ter sucesso no Tetris, talvez Tetris não seja o jogo para você.
Como qualquer jogo de Tetris, o The New Tetris oferece algumas maneiras de experimentar a mesma jogabilidade básica, enfeitada o suficiente para justificar várias opções de menu. Aqui temos nada que senão quatro extasiantes maneiras de... bem, jogar Tetris, o que você estava realmente esperando?
- Modo Maratona – É Tetris. Você joga até perder. Sigamos.
- Modo Ultra – Você tem três minutos para acumular o máximo de pontos possível. Se você já pensou: "Gostaria que Tetris parecesse tivesse um modo time attack", este é para você.
- Modo Sprint – Limpe 150 linhas o mais rápido possível. Porque Tetris com hora para terminar, taí uma coisa que não foi pensada desde o... hã, meio que no Nintendinho já tinha isso realmente...
- Multiplayer – Até quatro pessoas podem empilhar blocos no caos da tela dividida. Este é provavelmente o único recurso genuinamente bom aqui, já que nada diz "amizade" como sabotar o jogo Tetris de outra pessoa jogando blocos de lixo nela.
E é isso. Essas são suas opções. Esse é o NOVO Tetris, é como um bufê livre onde tudo são apenas versões diferentes de torrada.
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Uma das escolhas mais estranhas em The New Tetris é sua trilha sonora. Em vez das habituais melodias alegres e cativantes que fazem Tetris parecer leve e divertido, este jogo decide que empilhar blocos deve parecer uma aventura no nível de Indiana Jones. A música é uma grande e arrebatadora mistura de batidas orquestrais e eletrônicas, projetada para fazer você se sentir como se estivesse envolvido em algum ritual antigo e místico em vez de girar blocos em uma grade virtual. É estranhamente intenso, como se limpar quatro linhas de uma vez estivesse de alguma forma reescrevendo o destino do universo.
No final das contas, o The New Tetris é apenas mais um jogo de Tetris. Claro, os gráficos são mais limpos do que a versão para Game Boy. Claro, ele tem um gimmick de ... construir marcos históricos ao redor do mundo que faz com que empilhar linhas pareça um projeto da UNESCO... e sim, o multijogador é divertido se você tem amigos que de alguma forma ainda não estão cansadas de Tetris. Ou amigos at all. Mas isso o torna realmente "novo"? Não, não realmente.
Para quem já ama Tetris, vai continuar amando pq esse jogo não muda nada. Pra quem não gosta de Tetris, vai continuar não gostando pq esse jogo não muda nada. Sendo esse o Tetris número #jáperdiacontaoqueeuestoufazendocomaminhavida desse blog, não tem mais muito a acrescentar que senão "bem, é Tetris...". Agora, se você entrar em The New Tetris esperando por alguma inovação revolucionária... você já deveria saber melhor a essa altura. Tetris não muda. Ele só continua caindo, bloco por bloco, para sempre. Mais ou menos como minha fé nos desenvolvedores para realmente reinventá-lo.
Pontuação final: 7/10 (Porque, sejamos realistas, ainda é Tetris, e Tetris é sempre pelo menos um 7.)
EDIÇÃO 066 (Setembro de 1999)
MATÉRIA NA GAMERS
EDIÇÃO 044 (Setembro de 1999)
