NOSSA, SÉRIO? KIRBY 64 É UM JOGO DO KIRBY NO NINTENDO 64?
Sim, eu sei, eu sou um Xerox Rolmes. Mas o que mais você esperava que eu dissesse, Jorge? Quer dizer, Kirby 64 é Kirby com uma camada extra de polimento, alguns truques novos e um número no título dizendo que ou ele está no Nintendo 64, ou existem outros 63 jogos antes desse — provavelmente ambos. Seja como for, eu já escrevi sobre dois jogos do Kirby nesse blog (KIRBY'S DREAM LAND 3 e KIRBY SUPER STAR) e posso dizer que um muda muito pouco mecanicamente para o outro, e menos ainda para esse terceiro.
O que Kirby 64 NÃO é, no entanto, é ser uma grande evolução da série ou uma reinvenção revolucionária da fórmula da bolinha rosa. Mas... o que você esperava, EXATAMENTE? Kirby é Kirby. É fofo, é rosa, é simples e tão desafiador quanto tirar um cochilo numa rede num sabado de tarde no meio de janeiro depois de bater 5 pratos de feijoada da mais potente.
E é isso que define Kirby 64: é Kirby. É um jogo de plataforma que é mais sobre vibes do que desafio, mais sobre charme do que complexidade. As fases são curtas e fofoletes, os chefes são previsíveis, e a história—algo sobre coletar fragmentos de cristal para salvar uma fada ou sei lá—é tão profunda quanto você esperaria que fosse. É o tipo de jogo que você pode zerar em duas horas enquanto está assistindo alguma coisa no celular - o que não é necessariamente uma coisa ruim, mas não deixa de ser um lembrete de que os jogos do Kirby são, e sempre foram, voltados para um público mais jovem.
Então, Kirby 64: The Crystal Shards é um jogo ruim? De jeito nenhum. Com certeza. Kirby 64 não está tentando ser o próximo DONKEY KONG COUNTRY 2: Diddy's Kong Quest ou SUPER MARIO WORLD 2: Yoshi's Island—ele só quer ser um jogo do Kirby, e faz isso com perfeição. É um jogo de plataforma perfeitamente aceitável, com muito charme e algumas ideias divertidas. Mas ele é algo mais do que isso? Não realmente.
É fofo, é fácil, mas no fim do dia ainda é só Kirby. E sinceramente, o que mais você esperava?
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
EDIÇÃO 144 (Outubro de 1999)
EDIÇÃO 152 (Junho de 2000)