quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

[#1410][Mar/2000] KIRBY 64: The Crystal Shards


Então... Kirby 64: Os Estilhaços de Cristal... é Kirby. Mais precisamente, é Kirby em 3D. Quer dizer, quase 3D.

NOSSA, SÉRIO? KIRBY 64 É UM JOGO DO KIRBY NO NINTENDO 64? 

Sim, eu sei, eu sou um Xerox Rolmes. Mas o que mais você esperava que eu dissesse, Jorge? Quer dizer, Kirby 64 é Kirby com uma camada extra de polimento, alguns truques novos e um número no título dizendo que ou ele está no Nintendo 64, ou existem outros 63 jogos antes desse — provavelmente ambos. Seja como for, eu já escrevi sobre dois jogos do Kirby nesse blog (KIRBY'S DREAM LAND 3 e KIRBY SUPER STAR) e posso dizer que um muda muito pouco mecanicamente para o outro, e menos ainda para esse terceiro.

O que Kirby 64 NÃO é, no entanto, é ser uma grande evolução da série ou uma reinvenção revolucionária da fórmula da bolinha rosa. Mas... o que você esperava, EXATAMENTE? Kirby é Kirby. É fofo, é rosa, é simples e tão desafiador quanto tirar um cochilo numa rede num sabado de tarde no meio de janeiro depois de bater 5 pratos de feijoada da mais potente.


Dito isso, vamos começar pelo óbvio: esse jogo É adorável. Absolutamente tudo nesse jogo é ultra fofinho, coloridos e dá vontade de apertar até explodir.  Os cenários são variados, desde campos açucarados até fortalezas espaciais, mas sempre mantêm uma estética de livro infantil. A música é igualmente encantadora, com melodias animadas e cativantes que grudam na sua cabeça como caroço de pipoca no seu dente. 


Após colocar isso, eu suponho que vou surpreender um total de zero pessoas ao dizer que Kirby 64 é um jogo feito para crianças pequenas. Mas é o que ele é: muitas das fases podem ser terminadas apenas apertando pra direita, os inimigos são apenas cenográficos 
e a habilidade clássica do Kirby de engolir tudo e copiar poderes o torna quase invencível. E agora ele está mais poderoso do que nunca, porque é claro que ele estaria.

Desta vez você pode combinar dois poderes absorvidos, dando ao Kirby ataques básicos que não só o deixam invulnerável, mas vários deles também limpam a tela de inimigos. Em outras palavras, basta spammar o botão B para vencer. Claro, a grande graça do jogo é experimentar essas combinações, e nisso a HAL Laboratory — mesmo sem o mestre Sakurai na direção — fez um trabalho no padrão de qualidade da Nintendo: são mais de uma dezena de combinações possíveis, todas visualmente criativas e interessantes. Afinal, quem não gostaria de transformar o Kirby em um meteoro flamejante da morte mortífera?


Então, sim, combinar power-ups é divertido, mas eles são tão absurdamente fortes que só reforçam o quão fácil o jogo é. Funciona bem para o público-alvo, mas não espere que isso adicione qualquer profundidade real à jogabilidade.

E é isso que define Kirby 64: é Kirby. É um jogo de plataforma que é mais sobre vibes do que desafio, mais sobre charme do que complexidade. As fases são curtas e fofoletes, os chefes são previsíveis, e a história—algo sobre coletar fragmentos de cristal para salvar uma fada ou sei lá—é tão profunda quanto você esperaria que fosse. É o tipo de jogo que você pode zerar em duas horas enquanto está assistindo alguma coisa no celular - o que não é necessariamente uma coisa ruim, mas não deixa de ser um lembrete de que os jogos do Kirby são, e sempre foram, voltados para um público mais jovem.


Então, Kirby 64: The Crystal Shards é um jogo ruim? De jeito nenhum. 
Com certeza. Kirby 64 não está tentando ser o próximo DONKEY KONG COUNTRY 2: Diddy's Kong Quest ou SUPER MARIO WORLD 2: Yoshi's Island—ele só quer ser um jogo do Kirby, e faz isso com perfeição. É um jogo de plataforma perfeitamente aceitável, com muito charme e algumas ideias divertidas. Mas ele é algo mais do que isso? Não realmente. 

É fofo, é fácil, mas no fim do dia ainda é só Kirby. E sinceramente, o que mais você esperava?

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
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