quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

[#1411][Dez/1999] ARMORINES: Project S.W.A.R.M.

Então, Fuzileirarmaduras: Projeto E.N.X.AM.E. é um jogo que existe.  Mais especificamente, é um jogo da Acclaim que existe - e em caso de dúvida do que isso significa, recomendo ler minha review de SHADOW MAN - até porque Armorines é outra das HQs da Valiant adaptada para videogames, como eu expliquei naquela review.

Para aqueles com preguiça demais para faze-lo, o que você precisa saber é que esse jogo está no N64 (recebendo um port para PS1 um ano depois que consegue ser pior ainda), usa a engine de TUROK 2: Seeds of Evil, e é sobre atirar em insetos. 

E é isso, esse é basicamente todo o esforço que estou disposto a colocar nessa intro, o que ainda sim é mais esforço que a Acclaim colocou em fazer esse jogo.

Agora, como a Acclaim claramente não se importou com Armorines, eu vou fazer o mesmo e simplesmente copiar e colar a review da Next Generation. Até porque ra que escrever algo a mais se eles já disseram tudo que precisa ser dito? Aqui vai:


Se a guerra é o inferno, Armorines é algum tipo de sub-inferno horrível. Um FPS baseado na engine de Turok 2, ele tenta recriar o frenesi de matar insetos de Starship Troopers, mas acaba se aproximando mais da sensação de levar uma pancada na cabeça com um objeto contundente.

Objeto Contundente #1: Gráficos sem brilho. O modo de alta resolução do jogo, habilitado pelo Expansion Pak do N64, é desperdiçado em level após level cobertos por texturas sem graça e repetitivas. (Dito isso, os modelos dos insetos são bem desenhados e animados.)


Objeto Contundente #2: Jogabilidade sem inspiração. As fases são tiroteios lineares, do tipo "apertar um botão para abrir uma porta". Entre elas, há algumas seções de shooter on rails que parecem deslocadas em um FPS comum. A seleção de armas é bem limitada e as armas que existem são praticamente indistinguíveis.

Para seu crédito, Armorines tem um modo co-op para dois jogadores. Nesse modo, dois jogadores lutam juntos pela campanha single-player. No entanto, depois que a novidade da tela dividida passa, ainda não há muito para gostar aqui. 

Conclusão: Armorines é um grande passo para trás em relação a Turok 2. Se você está desesperado para matar insetos, compre uma lata de Baygon.


Pronto. Essa é a review. Mas já que a Acclaim claramente não se esforçou com esse jogo, eu vou me esforçar mais do que eles e adicionar alguns pensamentos extras. Porque até essa review merece mais esforço do que Armorines recebeu.

Objeto Contundente #3: Starship Troopers, mas chato

Starship Troopers é um filme gloriosamente ruim. É brega, exagerado em todos aspectos e exatamente por isso consegue ser divertido. Um jogo baseado nesse conceito deveria ser um sucesso garantido, certo? Errado. rmorines pega a ideia de lutar contra hordas de insetos alienígenas e, de alguma forma, torna isso entediante. O que, convenhamos, é quase um feito.


Objeto Contundente #4: Turok 2, mas Pior

TUROK 2: Seeds of Evil não é o melhor FPS já feito. Diabos, não é sequer um FPS que eu particularmente gosto (como dá pra ver na review). Não é GOLDENEYE 007 ou PERFECT DARK, mas então comparado a Armorines, pode muito bem ser uma obra-prima. Armorines usa a mesma engine de TUROK 2: Seeds of Evil, mas dá um passo para trás em absolutamente tudo. É como se a Acclaim pegasse o Celtinha que era a engine de Turok 2 e o transformasse num cortador de grama.

Objeto Contundente #5: Iluminação

Quem precisa ver para onde está indo? A Acclaim, com certeza, acredita que não Armorines! A iluminação é tão ruim que você frequentemente vai estar atirando só para iluminar a área. Porque, você sabe, isso era uma coisa terrível que torna TOMB RAIDER 3: Adventures of Lara Croft muito mais frustrante do que precisava ser, então é claro que a Acclaim achou que seria uma grande ideia fazer a mesma coisa num jogo infinitamente pior. Genial.


Objeto Contundente #6: Armas

As armas em Armorines são a definição de "meh". Elas não são quebradas, mas são tão genéricas que poderiam muito bem ser chamadas de "Arma 1", "Arma 2" e "Arma Um Pouco Maior". Em um jogo sobre matar insetos alienígenas, você esperaria ferramentas criativas... mas então eu suponho que estou realmente esperando muito da Acclaim.

Mas falando sério um pouco, eu comecei esse jogo achando de que esse seria um jogo de tiro OK, pelo nas primeiras fases. Só que depois as coisas ficam realmente irritantes realmente rápido, pq o jogo tem falhas de design horríveis e não são poucas. 


Uma das piores coisas que ele faz é que deixa você termine uma missão sem completar os objetivos, forçando você a rejogar a fase. E o pior: não tem como saber onde estão os pontos sem retorno. Você pode estar avançando tranquilamente quando, de repente, perde um objetivo crucial—tipo destruir um ovo alien ou algo assim—e, sem aviso, entra na passagem para o chefe. Aí, quando vence a luta, o jogo simplesmente diz que você falhou e precisa reiniciar.

Sério, caras, mas serião mesmo? Teria sido tão fácil bloquear essa passagem até que você tenha concluído os objetivos - porra, isso nem é uma sensibilidade moderna, Medal of Honor foi lançado um mês antes e não faz esse tipo de babaquice!

Além disso, o level design é um dos piores que eu já vi em um jogo 3D na vida. Você vagueia por algumas horas sem saber o que fazer, apenas para descobrir que na escuridão há uma entrada de caverna ou que você tem que dar um salto de fé de uma ponte - não raramente uma combinação de ambos.


No fim das contas, Armorines é o equivalente videogamístico de um troféu de participação. Ele existe, tecnicamente funciona (mais ou menos), e é tão memorável quanto sopa de hospital. Se você quer jogar algo realmente bom, escolha literalmente qualquer outra coisa—de preferência algo que não tenha o selo da Acclaim.

Nota Final: 3/10
Nível de esforço: Aprovado pela Acclaim.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
EDIÇÃO 144 (Outubro de 1999)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
EDIÇÃO 063 (Junho de 1999)


EDIÇÃO 078 (Setembro de 2000)


MATÉRIA NA GAMERS
EDIÇÃO 049 (Janeiro de 2000 - Semana 3)