sábado, 16 de julho de 2022

[#924][MULT] SHELLSHOCK [Abr/96]


"Battle Royale" é um dos, alias "um dos" não, Ô genero mais popular da atualidade hoje em 2022. Coloque trocentos caboclos em uma arena, de armas pra eles e a luta termina quando apenas um restar. PUBG e Crossfire juntos tem mais de dois bilhões e meio de jogadores, então quando eu digo que é o genero mais popular da atualidade não é por pouca margem.

Porém antes do online ser uma coisa e até uma geladeira ter conexão 5G com a internet, bem antes disso na verdade, já existiam os avôs dos Battle Royale modernos que são os FPS de arena. Apesar do jogo ser single player, a ideia da coisa é essencialmente a mesma: largue o jogador em uma arena (geralmente aberta, não um labirinto) e a fase termina quando vc meter pipoco em todo mundo.


Como dá pra imaginar, esses jogos acabam sendo bastante parecidos dado que o level design é bastante perto do inexistente (como eu disse, é só a arena aberta mesmo) e as desenvolvedoras tentavam diferenciar isso colocando skins neles para sua temática ser diferente.

Quando coloca na ponta do lápis, existe muita pouca diferença entre IMMERCENARY e KRAZY IVAN em termos de gameplay. No máximo as armas que você tem disponível, mas isso não é tanta diferença assim realmente. Porém sua apresentação, sua temática é tão diferente um do outro que ninguém faz essa associação imediatamente de que na prática o jogo é muito parecido.

Bem, isso sendo explicado, que roupagem os nossos amigos da Core Design deram ao jogo para torna-lo realmente único? Ora qual, vc pergunta, é claro que esse é o jogo de tiro em arena mais anos 90 que jamais anos 90tou até então!

Agora o curioso é que a Core Design tem um histórico realmente merda de jogos até esse ponto, estou falando de perolas do calibre de BUBBA'N'STIXASTERIX AND THE GREAT RESCUE ou CORPORATION. Enfim, era uma produtora europeia merda que fazia jogos merda... até que esse jogo em particular foi o último jogo antes do seu grande, enorme, colossal, giganomico sucesso de todos os tempos: Tomb Raider. Pra vc ver como nunca dá pra saber de onde as coisas vão vir, heim?


Seja como for, eu dizia que Shellshock é o jogo com muita ATITUDE ANOS 90 SEU COROA tatuada na testa, e o jogo não tem a menor vergonha disso. O conceito aqui é é ridículo, embora hoje funcione por ser engraçado de tão ridiculo na época a ideia era que isso era "cool", mas basicamente você assume o papel do mais novo membro de um grupo de elite de mercenários conhecido como "Da Wardens".

Sim, não "The Wardens", mas "Da Wardens" pq são anos 90 e somos todos cools aqui. Ao som de hip hop e caras tentando ser muito maneiros (com nomes descolados como "Dog Tag" ou "911"), você tem um hub na sua base descolada em que você pode jogar um b-ball ou upgradear o seu tanque com o dinheiro recebido das missões.


Verdade seja dita, é bastante elegante que os menus do jogo estejam na sua base: além de que cada um desses gente fina da sua equipe pode ser interagida para você ouvir mais gente maneira dos anos 90, você pode salvar o jogo ou colocar passwords nos armários do vestiário.

Entrando nas missões, entretanto, o jogo é bem menos maneiro e mais o esperado: vc tem um tanque com munição infinita e geralmente tem que eliminar um determinado número de tanques para sair da fase (em algumas missões salvar um número de reféns) e... é isso. 

Eu não sou um expert em assuntos militares, mas desconfio que tanques não disparam seu canhão dessa forma

O jogo é jogado em primeira pessoa dentro do M13 Predator, onde vc tem o já citado canhão principal com munição infinita, uma metralhadora que não serve pra muita coisa já que o seu canhão tem munição infinita e eventualmente vc pode comprar misseis. Não tem muita variedade realmente.

O que esse jogo faz de particularmente diferente, entretanto, é que todos danos sofridos no tanque de uma missão precisam ser reparados no QG com o seu dinheiro pq senão vc vai começar a próxima missão sem o seu HP da forma que terminou a fase anterior. Hey, eu não disse uqe era um diferencial bom!


O jogo, como você pode esperar, é punitivamente dificil e leva cerca de apenas quatro hits do inimigo para você explodir (embora sua armadura possa ser upgradeada), não existem itens de cura  então você tem que ser extremamente cuidadoso. Felizmente o que torna o jogo jogável é que temum sistema de radar decente que mostra o posicionamento dos inimigos muito antes deles aparecerem na tela para atirar em você, então isso torna a dificuldade toleravel - ainda muito dificil, mas jogavel.

Outra qualidade de vida que torna esse jogo toleravel é que na a parte superior da tela tem uma bússola que identifica onde seu próximo objetivo esta localizado (normalmente o inimigo mais perto, no caso) e quando você terminar com todos mostra a saída também.


Graficamente, Shellshock mostra sua idade sendo um jogo 3D de 1996, porém eu tenho que elogiar o quanto tudo roda bem mesmo quando você tem vários inimigos na tela e disparos de todos os lados. Claro que o jogo essencialmente não ter cenário ajuda tudo a rodar sem engasgar, mas kudos onde kudos são devidos.

Porém se eu tivesse que apontar um fato memoravel nesse jogo, é que esse é um jogo onde você pode explodir o cenário. Muros, pequenas construções, coisas assim. Não faz tanta diferença na prática pq a arena é aberta e sempre tem espaço pra dar a volta em tudo, mas pelo menos é legal vc apenas poder passar com seu tanque por cima de tudo e se o radar mostra que tem um inimigo escondido atrás de uma casamata vc destruir o esconderijo e pegar ele com as calças na mão é cool.


O áudio é exatamente o que você esperaria de um jogo que a capa promete "Lutar a boa luta ouvindo o hip hop hardcore original do jogador dos San Francisco 49ers que se arriscou na carreira de músico"... o que não é ruim, embora o jogo realmente sofre da sindrome de STARFOX em que seu time não cala a boca. Existe apenas um determinado número de coisas descoladas que alguém aguenta ouvir enquanto leva tiros de três tanques e um navio de patrulha ao mesmo tempo, tá ligado mon?

Choque de Concha é um FPS de Arena decente, embora seja bem claro que eu não morra de amores por esse genero é bastante óbvio que a culpa não é desse título em particular. Ao que ele se propõe a fazer ele okay-ish, especialmente se vc desligar o audio durante as fases para não ficar ouvindo 10.587 vezes "YO! WAY TO GO!"

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 029 (Agosto de 1996)