Nos anos 80, havia apenas uma empresa capaz de fazer frente aos beat'm up da Capcom. Uma empresa praticamente esquecida hoje, porém bastante popular no começo da vida do Nintendinho e dos arcades daquela época: a Technos Japan.
Embora o nome não seja popular, seus jogos certamente foram: River City Ramson, Renegade e Double Dragon. O que eles faziam de melhor era colocar bonequinhos grandes na tela socando todos os punks que pudessem por as mãos por metro quadrado.
Via de regra são jogos legais em que é gostoso bater nos delinquentes juvenis. Tá, mas e isso com o jogo de hoje?
Bem, alguém, por algum motivo (provavelmente envolvendo saquê e hentão) decidiu só de zoas que seria divertido pegar a programação de River City Ramson e transforma-lo em um jogo de futebol. E foi exatamente o que eles fizeram. Nascia assim a série Nekketsu High School Dodgeball Club, em que os alunos delinquentes da escola Nekketsu aprontam altas confusões em vários esportes.
Então, como funciona esse jogo de briga de rua convertido em futebol?
Bem, existe uma bola e, obviamente, não existem faltas.
- Caras, a gente não devia estar tentando chutar a bola ao invés de chutar uns aos outros?
- A o que?
Pense nesse jogo como uma versão 8 bits de Shaolin Soccer, e essa honestamente é uma ideia bem bacana de se colocar em um jogo.
Isso quer dizer que cada time não apenas pode (como tem o dever moral) de sentar tanta porrada nos adversários quanto conseguir, como conta com um ataque especial disparado segurando o botão de chute. Você vê, quando você segura o botão de chute o personagem começa a liberar um ki de fogo e a quantidade de ki que você acumula é o que determina a potencia do chute especial.
Entretanto se você segurar tempo demais, seu jogador termina queimado e incapacitado por alguns segundos.
A liberdade de dar socos, voadeiras e chutes especiais não é a única coisa que faz de High School Soccer (nome com que o jogo foi lançado no Mega Drive) diferente. Os próprios campos de jogo são ... únicos. Enquanto nossos briguentos colegiais podem lutar... digo, jogar em um gramado com grama de verdade, outros campos como campos de gelo ou um terreno repleto de pedras nos quais os jogadores ficam tropeçando também estão a disposição.
Apenas uma tipica peladinha em um campinho de gelo, nada demais. |
Além dos campos únicos outra atração dos jogo são os times em si, já que eles são inspirados em coisas da sociedade japonesa. Assim, prepare-se para enfrentar o time de pescadores (cujo ataque especial a bola vira um peixe e vai se debatendo em direção ao gol) ou um time de mineiradores (que fazem a bola virar uma mina terrestre e explodir quem ficar em seu caminho), ou até mesmofantasmas do xíntoismo.
Eis a nossa seleção de craques, uma esquete altamente profissional... |
... enfrentando adversários não menos preparados e profissionais. |
Outra coisa bastante diferente nesse jogo... além da violência, do campo e dos times... é que você controla apenas um jogador do time. Quando a bola está com os outros jogadores do seu time você pode comanda-los chutar a gol ou passar para você, mas controlar mesmo apenas um. E como a camera segue a bola, as vezes você fica fora da tela e tem que se orientar pelo mapinha na parte debaixo da tela para saber onde você está.
É um pouco confuso no começo, mas logo você se acostuma.
A versão de Nintendinho permitia até quatro jogadores simultaneos, enquanto a de Mega Drive suporta apenas 2. Ainda sim, é um jogo de futebol bem simples de entender para chamar a galera e encher os coleguinhas de porradas e ataques especiais. Como toda boa partida de futebol deve ser.