domingo, 6 de março de 2022

[#841][SNES/MEGA] DOOM TROOPERS: Mutant Chronicles [Novembro de 1995]

Parece que foi até combinado, mas eu juro que eu não escolho a ordem dos jogos nesse projeto. Calhou de que ontem mesmo eu falei sobre DONKEY KONG COUNTRY 2: Diddy's Kong Quest, hoje eu vou falar sobre um jogo que mostra o quanto o que a Rare fez no jogo dos macacos é mais dificil do que pode parecer a primeira vista.

Isso porque fazer gráficos em computadores megapoligonais e então exportar como sprites realmente dá um efeito muito bonito, mais do que normalmente se fazia com so gráficos 3D da época por anos-luz de distancia... e se essa ideia é tão simples assim,pq todo mundo não faz isso? Bem, a resposta é Doom Troopers: não é tão simples assim.

Como eu tinha dito no jogo de ontem, para fazer essa ideia funcionar de forma convincente nos consoles da quarta geração você tem inúmeras limitações de cores e quadros de animação, mesmo a pouca quantidade de informação que você pode colocar na tela ao mesmo tempo já é um empecílio a ideia e Doom Troopers exemplifica tudo que eu estava dizendo. Isso porque o jogo tenta a mesma ideia, mas o resultado é um saco de bosta. Não tem outra forma de colocar isso, visualmente esse jogo parece uma das primeiras versões alfa de DCK - o minimo possível que eles conseguiam fazer o jogo funcionar sem que ele implodir em uma bola flamejante de bugs.


A jogabilidade de Doom Troopers consegue, de alguma forma, ser mais desinteressante que seus gráficos. Claramente inspirado em EARTHWORM JIM (que já não é lá essas coisas de jogo), também publicada pela Playmates, só que piorado. Com efeito, esse jogo faz o Jaime minhoca parecer uma fodenda obra prima em comparação.

Pra começar, a hit detection é a pior que eu já vi em um run'n gun na vida. Não apenas pq o design visual é uma bagunça e é fácil entender onde uma plataforma termina. Plataformas que estão visualmente fora de alcance podem e precisam ser agarradas para progressão. A navegação é uma bagunça completa como resultado e desencoraja a exploração (ou seja, RAYMAN feelings), mas o pior problema mesmo é que esse jogo não faz a mais remota distinção de onde te acertar ou não. Quero dizer, serião:

Olha o quão longe os tiros estão passando do personagem!

Aí então temos as batalhas de chefes, que conseguem reunir o pior dos dois: gráficos ruins com detection pior ainda e o resultado final é essa calamidade:


Mesmo todos os meus anos de videogamagem não me permitem identificar qual é o padrão aqui, porque alguns tiros acertam e outros passam direto no mesmo spot não é nada senão um retundo mistério. Ah, e assim como em EARTHWORM JIM segue a lógica de que a coisa que nunca é claro se o seu tiro acertou funciona só pros seus tiros, os adversários acertam você 100% das vezes sem esforço. Foda-se essa merda, na moral.

E de alguma forma... os controles conseguem ser pior ainda. Isso porque seu personagem só atira pra frente, pra atirar para as diagonais e para cima (que é onde seus inimigos estão 80% do tempo) você tem que segurar um botão que para o personagem e faz ele mirar e isso é a coisa mais imprática que eu já vi em um run'n gun na vida!



A decisão de relegar mirar em um botão é de estupidez que pouta que me pariu em chamas holisticas insípidas, vão se foderem véios. Ter que segurar um botão para mirar em qualquer direção que não seja reta é incrivelmente estúpido e retarda o jogo. Reposicionar-se para evitar o uso do botão leva a receber acertos quase todas as vezes. 

Ah, e suponho que a esse ponto qualquer um já parou de se importar (especialmente quem está jogando o jogo), mas eu preciso dizer que o level design é muito porco também. Todos os cenários parecem iguais e nas fases que não são apenas ir para a direita é bem confuso saber onde você tem que ir... pq todos os lugares que você tem que ir são os mesmos!


Enfim, a quantidade colossal de falhas tornam este jogo incrivelmente difícil e injusto. O jogo tenta esconder seus defeitos dando muitos itens de cura e até vidas extras, mas não ajuda muito. Na verdade, sem os power-ups constantes, seria impossível jogar o jogo. 

Sabe, normalmente em um post desses eu exploraria mais falar sobre a franquia Mutant - um RPG sueco dos anos 80 que não apenas existe até hoje como inspirou quadrinhos, um filme e jogos (além dessa abominação, em 2019 foi lançado Mutant Year Zero - aquele jogo com o cara de cabeça de pato na capa, você sabe qual é). Mas véi, na moral, não dá.


Pegar um jogo que já não é divertido de jogar como EARTHWORM JIM e fazer a versão do homem pobre de baixo orçamento, com gráficos que só existem pra mostrar que não é qualquer cara de mamão que pode fazer o que a Rare fez em DONKEY KONG COUNTRY.

Como aspectos positivos eu diria que esse jogo tem coop, mas convidar alguém para jogar um jogo que é essencialmente TIME SLIP com dois jogadores ... bem, existem formas mais simples de dizer que terminar uma amizade, sabe?

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 097


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 022