Se tem uma coisa da qual é impossível disassociar os jogos de imagens digitalizadas, os famigerados FMV, é a sensação de estar assistindo um filme de baíxissmo orçamento. Provavelmente porque eles tem de efato efeitos especiais de baixo orçamento e atuação risível de atores que provavelmente são apenas transeuntes que cairam na chamada de "sanduíche grátis para ler algumas falas na frente de uma camera".
Bem, a boa notícia é que diferente do que normalmente acontece no genero, esse FMV tem uma atriz de verdade participando. Tia Carrere é o grande nome neste jogo. Você pode se lembrar dela de filmes como
WAYNE'S WORLD,
TRUE LIES e ummm... o que mais... Wayne's World 2, eu acho?
Ainda assim, ela e a co-estrela Christian Bocher (que depois viria a ficar popular em Stargate SG-1 e Stargate Atlantis) ajudam a esclarecer a diferença entre atores reais e as pessoas que geralmente aparecem nesses jogos. De longe, a milhas náuticas de distancia a melhor coisa a respeito desse jogo são as cenas deles e a coisa boa é que metade do jogo é sobre isso.
A história aqui começa nos ultimos dias da guerra entre humanos e... e... hmm, eu não acho que é dito contra quem é a guerra realmente, mas podemos afirmar que o bicho tá pegando e o pipoco laser tá comendo:
Quanto a isso, bem, eu tenho uma noticia boa e uma ruim. A noticia boa é que dá tudo certo e a sua tripulação vence a batalha, fazendo os aliens voltarem para a grande gosma do céu da onde eles vieram!
A noticia ruim é que os destroços da nave alien atingem a sua, e a tripulação é obrigada a ejetar. O que não seria muito problema, não fosse o fato que você é o filho da puta mais azarado do espaço e sua capsula de fuga é atingida por destroços no processo. Quer dizer, o espaço é infinitamente grande, mais grande que ir daqui a Blumenau! Quais as chances?
O seu personagem sobrevive (que bom, pq senão esse seria o jogo de 4 CDs mais mal aproveitado da história), mas os médicos precisam fazer algumas... hã... gambiarras cibernéticas para te manter vivo.
VOCÊ QUER DIZER QUE O MEU PERSONAGEM NESSE JOGO É UM CIBORGUE TIPO O ROBOCOP?
Hããããã... não exatamente. O que sobrou dele foi mais... bem, isso:
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A cara de constrangimento da sua colega ao te mostrar o que você se tornou já devia ter dado a deixa. |
Okay, sério, eu realmente preferia ter deixado a oportunidade passar. Morrer em uma batalha espacial é algo com que eu posso viver (ou deixar de viver, nesse caso), mas continuar existindo como... um videocassete? Sério, gente? Na moralzinha, mesmo?
Uau... é realmente ... algo... para processar em apenas cinco minutos de jogo. Mas seja como for o universo não se importa muito com a sua condição... eu ia dizer deploravel, mas teria que melhorar muito pra ser apenas isso... e a história prossegue. Seus colegas te informam que a guerra acabou, o que é bom, mas por isso agora vocês estão sem emprego, o que é ruim (e também a razão pela qual ISSO que você se tornou foi o melhor que deu pra pagar).
Então agora você é parte da Artemis, uma salvaging vessel que... resgata coisas para vender. Bem, é o que salvaging significa e eu não conheço uma tradução pra isso, eu poderia dizer que você é um catador espacial mas isso não soa glamuroso. Não que você seja qualquer coisa perto de glamuroso.
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Alguém ao menos lê essas coisas em voz alta antes de seguir o projeto adiante? |
Tá, okay, pode parecer que eu ainda não superei a aparencia do personagem, mas sério, em todos esses anos nessa indústria vital eu já joguei todo tipo de jogo e já experimentei todo tipo de situação (ontem mesmo eu era um zumbi renascido do inferno e atormentado por isso), mas... ser reduzido a uma máquina de dialise é mais do que eu posso processar imediatamente.
Bem, mais especificamente sua equipe salvageia coisas de naves que vocês "desabilitaram" em primeiro primeiro lugar... e sob qualquer outra situação eu diria que ser um pirata espacial é cool, mas eu não realmente me sinto no mood para piratear espacialmente enquanto eu sou apenas um cerebro em... espera, um cerebro em um tanque, piratas espaciais? O que é isso, a versão Netflix de zero orçamento de
SUPER METROID?
Eu realmente estou overthinking esse conceito mais do que ele merece, SEJE como for, a coisa aqui é que você pode operar a sonda da nave... yay... e tem um número de funções a sua disposição como tal.
Agora ISSO pode ser um conceito original para um gameplay, e eu totalmente vejo funcionando em um point'n click cinemático ao estilo de
Roberta Williams' PHANTASMAGORIA. Você sabe, andar por aí, recolher itens, suas suas funções de probe para resolver puzzles, all the good stuff.
Até pq o cenário é bem interessante: sua nave bate e fica presa em uma nave alien colossal a deriva que está sendo atraída por uma estrela. Mas não são os mesmos aliens com quem os humanos estavam em guerra até a pouco e sim uma raça totalmente desconhecida que, pelo que dá para entender dos fragmentos que você encontra na nave, se comunica através de cores.
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Eu nem vou tentar entender da onde ela tirou essa salsicha gigante ou o que isso deveria ser |
Não ironicamente isso poderia dar certo mesmo como um walking simulator com resolução de puzzles como ou
THE 7TH GUEST ou The Turing Test. Apenas me deixe andar por aí, descobrir o que aconteceu, como salvar minha raba de maquina de dialise antes que a nave caia no sol (e por isso é apelidada de Dedalus - da mitologia de grega, eu não posso explicar tudo pra vc também- já que eles precisavam chamar a nave de alguma coisa e eles não leem ciano-magenta).
Sim, esse Encontro Dedalico poderia ser realmente um jogo interessante sem grandes mudanças... ou, você sabe, eles podiam se inspirar basicamente em
THE LAWNMOWER MAN. Te dou um doritos se você adivinhar qual caminho eles escolheram aqui.
Porque sério, é do seu orificio anal ser atraído pela gravidade de dentro dos seus gluteos. De todas as coisas de todos os multiversos, a grande inspiração desse jogo foi fucking
THE LAWNMOWER MAN... não dá pra ser real um negócio desses. Mas o que eu quero dizer com isso?
Quer dizer que o jogo funciona essencialmente assim: rola um videozinho, normalmente de avançar em corredores, e então volta e meia o jogo para pra te fazer um puzzle mocorongo - usualmente de mexer em coisas até que uma combinação randomica se alinhe. E... é isso basicamente. 90% do "jogo" é isso. Porque se ainda fossem puzzles divertidos, mas é literalmente "vai mexendo até acontecer alguma coisa", você termina o jogo sem entender a lógica de metade deles.
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Sério, esse puzzle dos planetas eu não consigo sequer começar a entender como isso deu certo |
Embora no final você ganha alguma liberdade para roaming por algumas salas, 90% do jogo é video, puzzle imbecil, video. Ah, e quando você efetivamente troca de sala o jogo pede pro 3DO trocar o CD... uau, super divertido heim guys? Taqueopareo, eu quase senti falta dos puzzles ruins tendo que trocar o CD a CADA SALA. Vc troca de CD nesse jogo por volta de umas 30 vezes - isso se você souber o que tem que fazer e ir nos lugares de primeira, sem exagero. E sem piada, eu recomendo que você jogue sentado do lado do 3DO de tanto que você precisa trocar o CD. Tomanocu essa desgraça, eu já joguei muitos jogos de multidiscos e nunca vi uma atrocidade desse tamanho! Sério, não existem palavras em qualquer idioma para descrever o quão estúpido, idiota, arruaceiro, pestilento, gato polar, maldito Mccoy é o gerenciamento de informações nesses discos.
Os atores fazem um trabalho decente considerando todas as coisas, e Tia Carrera é uma boa atriz e Zack ainda tem algumas falas engraçadas, mas com o material ralo que foi dado a eles não tinha muito que eles pudessem fazer para salvar esse jogo
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Puzzles bosta, puzzles bosta everywhere... |
Deadalus Encounter começa interessante (apesar do seu personagem ser uma cafeteira), mas não demora muito para o jogo perder completamente sua atenção. Pior que isso, DE é o pior tipo de jogo ruim: aquele que podia ter sido genuinamente bom sem mudanças muito radicais. Tem dias que é muito dificil, sabe?
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 096
MATÉRIA NA SUPER GAME POWEREdição 012