terça-feira, 19 de abril de 2022

[#864][SAT] STEAMGEAR MASH [Setembro de 1995]


O jogo de hoje nunca foi lançado no ocidente, então todo manual do jogo está obviamente em japonês. Como eu sou um baka gaijin, não tenho muita certeza de qual é realmente a história desse jogo. Assim sendo, interpretarei no melhor da minha sensibilidade artistica - o que, felizmente, é imensa.

Nossa história como o professor Babiloski, sentindo a idade chegando e o aumento estatistico da chance do cancer de prostata (mas que ele não fará exame pra isso pq a geração dele é dessas), decide preparar uma surpresa especial para cuidar de sua neta Nora-li em sua inevitavel ausencia.

No começo Nora-li não entende exatamente qual é a do véio, se alguma coisa ela escolheria um bot com a aparencia do Jungkook, mas decide não ridiculizar a senilidade do seu avô. E, para sua grande surpresa, a coisa realmente liga sem matar ninguém no processo - o que já é mais do que pode ser dito da construção dos estádios na Copa do Qatar, mas divago.

Seja como for, vovô Babiloski, Nora-li e o robozinho a vapor Mash são uma família feliz e vivem para sempre cada vez mais felizes ao longo dos anos! Yay!

... ou será que não?


Bem, a aventura desse jogo quando aliens chegam do espaço espacial, com sua nave alienítica com o objetivo de ... objetivo de ... hã, o que é que os aliens querem, afinal?


Mas oi? Os inimigos desse jogo são os ... pedofilos espaciais? Bruh, essa menina não tem nem uns 10 anos, coraçãozinho véio? Na moral mesmo? Eh Japão... bem, seja como for... os pedofilos espaciais sequestram Nora-li (que tenho certeza que no manual diz que ela tem 38 anos, pq é assim que o Japão rola) e nosso herói Mash não vai deixar sua ... err, eu não quero nem pensar que tipo de relação eles tem depois dessa, minha confiança nesse jogo está abalada para sempre.

De qualquer forma, Mash não vai deixar barato!


... ou não, pq aparentemente nosso herói é um bosta. Fica cada vez melhor. Felizmente existe toda uma cultura sobre dar poder para caras bosta sem nenhum esforço, e o professor Babiloski sabe tudo sobre isso!


Ou seja, Mash ganha um trezoitão e vai meter o pipoco nos pedofilos espaciais. Hã, não é o pior plot que eu já vi na vida, meter chumbo em pedofilos é sempre uma motivação que eu posso respeitar. Isso sendo dito, vamos falar do jogo em si.

Lançado no final de setembro de 1995, Steamgear Mash conquistou o mundo dos jogos. Um sucesso completamente inesperado nas paradas de sucesso japonesas, o jogo vendeu mais rápido do que qualquer outro título de 32 bits até aquele ponto. As publishers ocidentais clamavam pelo privilégio de localizar este título inovador para o público de língua inglesa. A própria SEGA estava em negociações profundas com a desenvolvedora Tamsoft (já com alguma fama aquele ponto pelo seu sucesso com BATTLE ARENA TOSHINDENem 1996, sendo certamente um dos grandes trunfos na guerras dos consoles de 32 bits que a recem havia começado!


... e obviamente que nada disso é verdade. Steamgear Mash foi um top down shooter com visão isométrica completamente sem atrativos (quer dizer, a expressão "top down shooter com visão isométrica" já te diz tudo que vc precisa saber sobre o jogo) que no Japão meio que apenas existiu. Não é como se o jogo fosse ruim nem nada, apenas ele não é bom também.

Na hora de portar o jogo para o ocidente, entretanto, as publishers apenas riram na cara da Tamsoft. Quer dizer, um jogo cuja estética é colorida e tudo parece feito de brinquedos? No meio dos anos 90, em que os videogames estavam passando pela sua pré-adolescencia e essa insegurança era convertido em que tudo tinha que ser DARQUI TREVOSO E DUMAUUUU?

Olhe bem a cara simpática desse bastardo, agora me diz como você vai vender isso para garotos americanos de 13 anos em 1996? Bem simples, não vai.


O jogo esteticamente lembra um pouco CLOCKWORK KNIGHT, e não é dificil entender o porque: ambos os jogos usam a tecnica de DONKEY KONG COUNTRY de renderizar imagens 3D e usar o produto como sprites 2D, só que ao invés empregar opções caras como a Rare fez no jogo dos macacos (definitivamente uma empresa pequena como a Tamsoft não iria bancar empregar a tecnologia mais avançada ou passar anos desenvolvendo o jogo), os designs como os de Steamgear Mash são formas geometricas basicas para tornar a vida de todos os envolvidos mais fácil.

Quanto ao jogo em si, como eu disse não tem muito o que ser dito a respeito: você anda pela fase atirando em inimigos que respawnam, e o objetivo de cada fase é encontrar a arma especial que desbloqueia a saída - tem alguma coisa sempre bloqueando a saída e ela só pode ser destruida pela arma especial.


Não é realmente muito diferente de SPOT GOES TO HOLLYWOOD, com a diferença que o Saturn aguenta personagens maiores e mais coisas na tela - além de ter mais cores. Mas diferenças tecnicas a parte, eu diria que é essencialmente na mesma pegada que SPOT GOES TO HOLLYWOOD. As armas especiais poderiam dar um temperrô no jogo, mas não é nada muito fora de série não. Tudo funciona direitinho nesse jogo, os tiros, a hit detection, as explosões são bonitas... apenas não é particularmente interessante, meio que apenas é.

Ou, para concluir, vou reproduzir o texto da Next Generation - que rapidamente se tornou minha revista gringa de época favorita, eu acho as opiniões deles vem objetivas e realistas:

Empregando todos os elementos de um jogo de tiro side-scrolling, SteamGear Mash dá um pequeno passo na jogatina de ação adicionando jogabilidade tridimensional. Mas, infelizmente, é até onde a inovação vai. Tirando a visão isometrica, SGM é pouco mais do que um shmup com personagens fofinhos. O fato de SGM não ser inovador não quer dizer que o jogo não possa ser divertido de se jogar - com inimigos atirando constantemente e alguns puzzles inteligentes, o jogo pode ser apreciado. Embora existam problemas inerentes a perspectiva isometrica. É duvidoso, entretanto, se com seus gráficos cartunescos e cenários coloridos, esse título em particular vai chamar alguma atenção nos EUA.

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 023 (Fevereiro de 1996)