[#1058][Abr/97] THE GREAT BATTLE 6

E chegou a tão esperada hora, a hora mais aguardada por crianças e crianços de todo o Japão: a hora que a Bandai e seu braço nos videogames, a Banpresto, se juntam para dar o que todos queremos, aquela ordenhada safada na franquias de onde eles conseguiam arrancar qualquer centavo. Estou falando, é claro, do que no Japão é chamado de "Compati Hero", onde eles juntam três das franquias mais populares da Bandai na época sem nenhum outro motivo que senão grana fácil.

O que quer dizer que eles juntavam o Ultraman que estivesse no ar na época (no caso desse jogo, o Ultraman Powered), o Gundam da temporada atual (Gundam Zero aqui) e o Kamen Rider (esse tinha parado no RX mesmo até o ano 2000) para lançar todo tipo de tralha como mangas, bonecos, colecionaveis de toda sorte e, é claro, VIDGUEIMS. De vez em quando tinham participações especiais de outras marcas que a Bandai podia vender brinquedos, como Mazinger, Devilman ou Godzilla, mas o cerne da série era essencialmente esses três mesmo.

E quando eu digo que eles ordenhavam a vaca, não é brincadeira: a Compati Hero teve TRINTA E OITO jogos lançados entre 1990 e 2015, desde o Nintendinho até o último jogo para 3DS, e um desses jogos eu inclusive já falei aqui que foi THE GREAT BATTLE III para o Super Nintendo.

Três jogos depois, chegamos a sexta iteração da série "principal" do Compati Hero e o único jogo a ser lançado para Playstation, que é esse joguinho obviamente caça-niquel que conheceremos agora.

Como vc pode esperar, o jogo é um jogo de plataforma bastante simplista. Bem, talvez vc não pudesse esperar pq THE GREAT BATTLE III é um beat'm up, mas de qualquer forma é um jogo de plataforma super simples que frequentemente flerta com o run'n gun. Ou seja, algumas fases são apenas ir para a direita sem buracos ou plataformas, apenas abrindo caminho entre os inimigos na base da bala... ou do projétil, ou qualquer coisa que os heróis disparem, não muda muito realmente.

O que muda realmente é que Great Battle VI tem mais variedade do que vc poderia esperar: intercalado entre as fases de plataforma/run'n gun, o jogo tem fase fases de shmup e até mesmo um (surpresa surpresa) ultra simples jogo de luta. 

Nenhum dos modos de jogo é particularmente incrível ou mesmo vai além do que um iniciante faria em qualquer gamemaker da vida: no shmup vc desvia e atira, no de luta vc pula, chuta e soca, e tem um ataque de projétil básico. O maior mistério é realmente pq Ultraman e o Gundam precisam de uma nave para as fases shmup, já que eles poderiam enfrentar naves normalmente em seus tamanhos normais, mas whatever... vender mais brinquedos, provavelmente.

E também porque japoneses amam uma transformação, e nas fases de luta as naves do Kamen Rider, ?UItraman e Gundam se fundem para formar um robô gigante chamado Godflash, que na real tem um visual bem maneiro apesar do nome tosco.

Então olha, surpreendentemente, esse jogo se revela tendo mais esforço do que vc vc poderia esperar pq mesmo que todos os modos de jogo sejam incrivelmente básicos, é um fato que a Banpresto provavelmente venderia o mesmo número de cópias do jogo sem se dar ao trabalho de colocar os outros modos de jogo.

Afinal essa série vende pra caceta no Japão (pelo menos o suficiente para justificar TRINTA E OITO jogos) pq as crianças querem ver os seus heróis e vilões favoritos no jogo, e eu não posso negar que ver o Shadow Moon SD ou o Gundam Epyon SD são incrivelmente fofinhos, então tem isso. É um jogo que promete muito pouco e entrega levemente mais do que o absoluto minimo que ele promete.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES

Edição 117 (Julho de 1997)

MATÉRIA NA GAMERS
Edição 019 (Julho de 1997)