sexta-feira, 31 de março de 2023

[#1075][Jun/97] GUNDAM: The Battle Master


Boy oh boy... depois de jogar um dos jogos de plataforma mais esquecíveis da história da humanidade na forma de INCANTATION. Então nosso próximo jogo da lista é... um cashgrab safado da franquia MOBILE SUIT GUNDAM feito pela Bandai. Não é como se a Bandai fosse conhecida por colocar muuuuuito esforço em ordenhar suas linhas de brinquedos através de jogos, então eu suponho que já posso esperar...

... na verdade um jogo de luta até que decente que é claramente inspirado nos melhores jogos de luta da Capcom como X-MEN CHILDREN OF THE ATOM. Huh, olha só... mas, como de costume, vamos começar do começo.


"Gundão: o Maestro da Porradaria" é um jogo de luta da parceria Bandai/Natsume (a Natsume usualmente fazia os jogos licenciados da Bandai, como MIGHTY MORPHIN POWER RANGERS) para, como eu disse, ordenhar a franquia Gundam. Só que ao invés de ser o jogo licenciado de alguma série em especifica e sim eles fizeram o seguinte: pegaram vários mechas da franquia e preencheram com personagens totalmente originais.

Então o Gundam RX-78 da série original MOBILE SUIT GUNDAM, por exemplo, aqui é pilotada pelo... Mercurio? Hã, okay, suponho que colocar um X-Men para pilotar um Gundam é algo que a Marvel poderia tentar, eu acho... mas enfim.


Sendo totalmente composto de personagens originais, esse jogo tem uma história própria... seja ela qual for, porque esse jogo nunca foi lançado fora do Japão e definitivamente ninguém na internet se importa o suficiente com ele para traduzir o manual que seja.

Então vamos apenas dizer que Mercurio e seus amigos lutam entre si pelo fabuloso premio de participar da banheira do Gugu com a Luiza Ambiel, ubaubauba hey! 


Seja como for, explicar o jogo não é dificil: imagine os jogos de luta da Capcom dessa época... mas todos os personagens do jogo são os personagens "pesados". Zangief, Hulk, Juggernaut, essa galera que é lerdona na tela, sabe? Então, todos os mechas são essencialmente esse personagem com uma variação aqui e acolá.

O que até faz algum sentido de acordo com o tema de robos gigantes, mas não tem como não reparar que o jogo é lento para um jogo de luta dessa época, onde a moda era ser ultradinamico e combeiro. Alias combos é uma coisa que não existem aqui, o que é REALMENTE uma raridade para essa época.


E já que estamos nisso, tambem não existem muitos ataques especiais realmente. Existe um ou outro comando de disparar lasers ou algo que o valha, mas não espere muito disso.

MAS SE NÃO EXISTEM COMBOS OU MUITOS ATAQUES ESPECIAIS... O QUE VOCÊ FAZ NESSE JOGO ENTÃO? DÁ SOCOS E VOADORAS APENAS?

Essencialmente isso. Cada botão do controle ativa um tipo de ataque diferente que varia conforme o personagem. Um mecha pode ter soco, metralhadora, espada laser e... causar no com os trusters, eu acho, enquanto outros personagens tem... hã, essencialmente esses mesmos ataques, só que animados diferente.


VOU TE DIZER QUE ISSO NÃO SOA MUITO DIFERENTE DE DOUBLE DRAGON 5: The Shadows Fall, E ISSO NÃO É EXATAMENTE UM ELOGIO

Não, não é. Porém tem algo que esse jogo faz que o coloca um patamar acima de DOUBLE DRAGON 5: The Shadows Fall... o que não é um feito tão dificil assim, pensando sobre isso... e isso é que esse jogo é incrivelmente bonito.

Tipo, sabe como todos os ataques na letra fria da lei são essencialmente os mesmos para os personagens? Soco, espada, metralhadora e thrusters? Então, só que cada personagem é tão bem animado que parece uma coisa completamente diferente da outra. 

Tipo saca essa cena:


Ambos personagens usam suas metralhadoras, e enquanto tecnicamente elas são a mesma coisa no papel, a animação faz eles parecerem radicalmente diferentes. E isso para todos os personagens, eu tenho que dizer que a Natsume realmente colocou algum esforço aqui.


Novamente, mesmo ataque para ambos personagens, animação tão diferente que não realmente parece que é a mesma coisa. E isso adicionado ao fato que esse vai mudando os sprites dos mechas conforme eles vão tomando dano, inclusive registrando danos em partes especificas do robo, é um toque REALMENTE maneiro.

Enfim, meu ponto é que o jogo é como um todo é muito bonito, como dá pra ver, mesmo pra quem não é fã da série. Tipo eu não sou o maior especialista em Gundam do mundo e não posso me orgulhar de conhecer todos esses mechas, mas suponho que para fãs da série deve ser um enorme mechagasm. 

A outra coisa que esse jogo diferente de um tradicional jogo de luta mediocre é que os personagens são grandes na tela. E por grande eu não estou de brincadeira, os chefes principalmente nem cabem na tela!


Se vc achava que o Apocalipse em X-MEN VS STREET FIGHTER era ridiculamente grande, uau, aqui eles realmente se puxaram!


... e bem, infelizmente o jogo não tem muito mais do que isso. Ele é bonito, os robos são interessantes, a jogabilidade responde bem (se vc aceitar que os robos são lentos) mas ele não passa da primeira página do que um jogo de luta deve ser. É o seu bom e velho jogo de luta de soco e voadora, apenas uma versão bonita disso.

É okay se o seu negócio for ver os seus gundoboys favoritos num jogo de luta apenas decente, mas não espere nada além disso realmente.

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 040 (Julho de 1997)


MATÉRIA NA GAMERS
Edição 021 (Agosto de 1997)