quarta-feira, 10 de maio de 2023

[#1103][Ago/97] DRAGON BALL GT: Final Bout



Em 1995, a Toei Animation tinha um problema - e o quão grande é esse problema depende do ponto de vista de cada um, porém a Toei considerava seu problema enorme. E que problema era esse tão colossal assim, você pergunta?

Bem, o manga de Dragon Ball finalmente terminou após ONZE anos. E isso significava que eles estavam sem mais manga para adaptar no anime mais lucrativo de todos os tempos até então, o que nos leva ao problema da Toei que eu citei: eles preferiam ganhar mais dinheiro do que menos.

O que é uma escolha totalmente compreensível, eu no lugar deles provavelmente escolheria o mesmo.

A capa japonesa e a americana do jogo são a mesma, porém em 2004 o jogo foi relançado com uma capa mais dedicada ao lado "GT" da série

ISSO NÃO PARECE UM PROBLEMA TÃO GRANDE ASSIM, É SÓ DAR MAIS DINHEIRO PARA O TORIYAMA (SE É QUE EXISTE ALGUM DINHEIRO NO MUNDO QUE JÁ NÃO SEJA DELE) E ELE ESCREVE OUTRO MANGA

Realmente, isso não apenas resolveria o problema como de facto resolveu em 2015 quando nasceu Dragon Ball Super. O problema é que não estamos em 2015, estamos em 1996 e o nosso querido mangaka respondeu ao pedido da Toei de uma forma bastante singela:


Depois de ONZE anos escrevendo o manga e ficando fucking bilionário no processo, é óbvio ululante que o cara ia querer férias com suas amantes waifus cybermaidscatgirlslolis, então mais nem fodendo que ele ia sentar e se atracar a começar toda essa loucura de novo. ONZE anos, né pai?

Nesse ponto qualquer um ficaria chateado, cabisbaixo, quem sabe até mesmo desmotivado... mas não a Toei. Por Kami-sama, não a Toei! Eles apenas mandaram na lata: 


Então assim, apenas UMA SEMANA após a exibição de Dragon Ball Z terminar na TV japonesa (em 31 de janeiro de 1996), saiu do forno essa perola (em 07 de fevereiro de 1996). Mas então vamos recapitular o que temos até aqui, sim?

Dragon Ball GT foi feito a toque de caixa com zero envolvimento do criador por nenhum motivo maior que senão dinheiro. Tá, não que exista realmente um ponto narrativo ou artistico em Dragon Ball Z, mas pelo menos o Toriyama queria entreter a galere com suas lutineas. Não é muito, mas é um trabalho honesto.


Dragon Ball GT não, a Toei apenas pegou um bando de empregados já sobrecarregados de trabalho e mandou um "faz qualquer porcaria desde que faça!"... e qualquer porcaria desde que fosse feito é o que foi feito. O que nos leva a Dragon Ball GT.

Porque não, sério, vendo minhas reviews dos jogos de Dragon Ball aqui no blog dá pra ver que eu não sou exatamente o maior fã da série, mas vá lá, eu entendo sua importancia histórica, relevancia cultural e nem particularmente odeio suas lutas nem nada (não que eu ache elas boas nem nada, mas são arrumadinhas pelo menos pra ficar passando no fundo enquanto vc faz outra coisa).

Agora, isso sendo considerado, eu assisti finalmente Dragon Ball GT para esta review e tenho apenas duas palavras: 


Vamos apenas dizer que pra chegar ao nível de ruim, DBGT tem que melhorar e é muito! Alias "vamos apenas dizer" nada, eu assisti 64 episódios dessa coisa e agora vou até o fim com isso!

Pra começar, os desenvolvedores da Toei tinham um problema bem grande ao final de Dragon Ball Z: pra onde ir depois disso? Quer dizer, não tinha onde nem mais para escalonar o poder para além da saga de Majin Boo! Como você faz um desafio maior do que um bicho que matou TODAS AS PESSOAS DO UNIVERSO? Chupa que é de uva, Thanos!


Então a ideia que a Toei queria era retroceder um pouco as coisas, desescalonar a escala de poder e voltar a um tempo mais simples... e foi exatamente o que eles fizeram. De uma forma bastante preguiçosa, mas okay a ideia de fazer Goku a ser criança e procurar as Esferas do Dragão, como era no começo. Um retorno as raízes, sabe?

Não é uma ideia que eu particularmente amo, mas vá lá, eu consigo entender a lógica por trás disso. Verdade que não ajuda muito que, como eu disse, isso foi feito da forma mais porca possível: do nada existem OUTRAS dragon balls trevosas do mal numa sala secreta e elas foram usadas para realizar o desejo de fazer Goku a ser criança... e então se espalharam pelo UNIVERSO e se elas não forem reunidas em um ano vão destruir a Terra ... por razões.

São coisas tiradas da bunda na hora apenas pra história fazer o que os escritores querem que ela faça da forma mais "tanto faz, faz qualquer coisa, só faz". Acostume-se com essa escolha de design, pq é como tudo será feito daqui pra frente.



Mas tá, os dois primeiros episódios não são tão ruins assim, eles ainda estavam na Terra e os personagens que todo mundo conhece estavam por perto, quando eles partem para viajar pelo espaço em busca das dragon balls é que a coisa descarrilha mais rápido que um caminhão carregado de melancias radioativas descendo a serra e isso é por duas razões bastante distintas. 

Em primeiro lugar, a ideia dos chefões da Toei era recuperar aquele aspecto de fantasia e inocencia das primeiras aventuras do Dragon Ball original. Até aí tudo bem, magrão! O problema é que essa série foi feita para estrear na semana seguinte ao fim de DBZ e para surpresa de absolutamente zero pessoas, depois de anos fazendo DBZ os roteiristas da Toei só entendiam de fazer DBZ, oras! Uau, temos um Xerox Rolmes aqui, hã?

Então imagine o seguinte cenário: roteiristas tendo que se forçar a escrever coisas que eles não entendem muito bem e nem gostam muito na real, isso é a fase de "aventuras" de DBGT. Para você visualizar como é a coisa, lembre dos filmes do Super Homem do Zack Snyder. O Zack Snyder tem absoluto desprezo pelo azulão pq ele não é "trevoso e sinistraaao", ele acha o Super Homem chato e que é infantil ele ser "bonzinho". Como resultado, os filmes dele são escritos de uma má vontade tentando "consertar" o conceito do personagem para ele ficar "mais cool"... e todo mundo viu no que deu...


Bem, Dragon Ball GT é nessa pegada só que com as "aventuras"... Jesus pulando de pogobol que troço chato. Porém mesmo aventuras mal escritas seriam assistiveis não fosse o segundo problema aqui: eles escolheram os piores personagens da história dos animes shonen pra isso! Sério, eu só consigo imaginar que eles juntaram numa sala as maiores mentes do Japão com o objetivo de fazer o elenco mais irritante já concebido pelo homem!

Pra começar temos, é claro, Goku só que agora criança... o que na prática significa dizer que toda personalidade dele é que ele tem fome. Sim, eu entendo que isso é uma trope comum nos animes shonen e mesmo animes realmente bons fazem isso ao ponto de ser irritante (sim, estou olhando pra vc, Luffy), mas POUTA QUE O PAREO, eu estou falando que aqui isso é literalmente TODA personalidade do Goku.

Trunks consegue, de alguma forma, ser tão ruim quanto pq ele é essencialmente um banana que por alguma razão desaprendeu a lutar. Se pelo menos o Goku tem a desculpa de que seus poderes foram limitados por ele voltar a ser criança (mesmo sendo contra o lore de Dragon Ball um pedido fazer algo contra um nível de poder muito acima do poder do dragão, mas vá lá), o Trunks sequer tenta dar muita desculpa além de "eu parei de treinar".


Então se você assiste essas aventuras e se pergunta pq eles não resolvem tudo em 0,0075 segundos com os poderes de destruir universos... bem, a resposta é que o Trunks é só bundão mesmo e não tem muito uma resposta. Se fosse só isso okay, mas a coisa é que a sua personalidade virou de um bundão também e por alguma razão ele se tornou o personagem mais boçal e burocrático de Dragon Ball inteiro. Parabéns aos envolvidos.

E então, pra completar nosso trio ternurinha, temos a Pan e ... minha nossa senhora da querupita molhada estação passaquatro... a Pan... então, a Pan nos últimos capítulos do mangá original/DBZ era uma personagem carismática e legal: ela era essencialmente uma versão feminina do Goku - o que está de acordo com o lore da série que por algum motivo os genes sayajins se tornam mais fortes a cada geração cruzados com os dos humanos, só ver como Gohan e Trunks tiveram muito menos dificuldade que o Goku e Vegetta para se transformar em Super Sayajin. 



Só que infelizmente não é ESSA Pan que é a protagonista do GT e sim uma das criaturas mais insofríveis da história dos animes. Apesar de ter bastante potencial como uma protagonista feminina em Dragon Ball, o que seria algo novo e interessante, ela é apenas relegada a ser a mocinha em perigo para ser resgatada.

Eu meio que sinto que eles quiseram fazer para ela o que a Bulma foi no Dragon Ball original, a mocinha que não luta mas faz a aventura andar ... mas lembra o que eu disse antes sobre os escritores do GT não entenderem a parte de aventuras e nem gostarem muito disso na verdade? Então, o resultado é isso. A função de Pan é se meter em perigos e ser resgatada... pelo Goku, na verdade, já que o Trunks é um bobo alegre REALMENTE inútil.


Se parasse por aí já seria bem ruim, mas calma que piora. Isso pq eles deciciram dar para ela a pior personalidade possível de uma criança mimada que é grossa com todo mundo o tempo todo por razão nenhuma. Sério, o Gyuu (um robozinho que engole o radar do dragão e passa a ser ele o radar) pode ser um personagem-mascote irritantezinho e meio bosta, mas realmente dá pena o quanto a Pan massacra ele por razão nenhuma, apenas pq ela pode.

Ele literalmente não pode dizer para que lado está a dragon ball mais próxima sem a Pan dizer que ele é um incompetente de merda (tá, não com essas palavras, mas a intenção é essa) e meter uma porrada nele. De graça assim, só pq ela é mimada e ruim como ser humano mesmo. Sabe o tipo de personagem que quando vc está em perigo de ser comida por um monstro vc torce pro monstro realmente comer ela pelo amor de deus?


Toad me representa assistindo a Pan nesse anime

Essa é a Pan do Dragon Ball GT.

Então, como dá pra ver, o nosso elenco de protagonistas não faz muitos favores a série e não é raro ver relatos que a maioria das pessoas nunca passou dos primeiros 15 episódios, pq é uma coisa PAVOROSAMENTE ruim. Sério, é top tier de piores animes shonen que eu já vi na vida e olha que eu já assisti Fire Force!


Mas bem, a boa noticia é que passando a primeira dezena e meia de episódios MEU DEUS EU NUNCA VOU CONSEGUIR EXPOR O QUÃO RUIM ISSO É de "aventuras"... a série dá uma melhorada. Não que tivesse muito para onde piorar, mas a boa notícia é que melhora e isso por vários motivos.

Em primeiro lugar, a partir do planeta M2 a Pan é meio que deixada de lado e isso por si só já melhora exponencialmente a série. Agora a parte realmente importante é que a série dá uma guinada para abandonar as "aventuras" mal escritas e passa a focar em lutas mal escritas... mas pelo menos isso é algo com o que a equipe da Toei estava familiariazada, the devil that i know, como diz o ditado. 


O resultado é que toda a saga de Baby é... interessante, até. Não é genial ou brilhante, mas então DBZ nunca é, mas você consegue ver que os escritores estavam fazendo algo com o que eles se sentiam mais confortáveis. Com efeito, eles inclusive se dão ao trabalho de encaixar Baby na mitologia do universo de Dragon Ball e explicar como faz sentido que ele seja uma ameaça mesmo para caras que lutaram contra o Majin Boo.

Por incrível que pareça, existe uma evolução de poder do vilão lógica aqui, de modo que quando chega a luta final realmente faz sentido que não apenas esse cara dê trabalho como sua motivação faça sentido. Diabos, eu diria que até o Baby é o vilão de Dragon Ball que mais tem ao menos ALGUMA motivação pra fazer o que ele faz - você sabe, além de "eu quero ser forte/sou mau" e isso é algo que eu definitivamente não esperava ver em uma série que começou tão ruim quanto DBGT.


Adicionalmente as cenas de volta na Terra com os personagens deles vivendo suas vidas são interessantes - eu particularmente gosto do Goten e da Bra como adolescentes, eu realmente queria que a série tivesse sido com eles e não com a Pan... e então como cereja do bolo temos a transformação em Super Sayajin 4 do Goku. Agora, eu nunca fui particularmente fã do visual (embora elogie por ao menos tentar algo diferente de "outro tipo de loiro"), mas o que eu não sabia é que a cena da transformação do Goku em SSJ4 é... na verdade boa. Com efeito, ela é REALMENTE boa, eu diria que é uma das melhores cenas de toda franquia Dragon Ball, e com certeza a única em toda história desse anime que realmente me emocionou.

Isso pq no meio da luta contra o Baby, quando o Goku vira SSJ4, não é pq ele tira um poder ex-machina do (go)ku para vencer e sim quando ele percebe que ele não é uma criança ou um moleque inconsequente que só existe pra lutar. A esse ponto da sua vida ele já tem mais de 50 anos de idade, ele tem uma história e uma família, ele olha pra trás e realiza que ele construiu uma vida plena cercado de pessoas que o amam de verdade, e é por essas pessoas (incluindo a Pan, que por mais desgracenta que seja ainda é a fucking neta dele e isso significa muito), é por esses momentos, é por essas pessoas que ele vira SSJ4.



É uma cena verdadeiramente bonita que ecoa não apenas com o Goku, mas FINALMENTE faz DBGT parecer como uma homenagem a essa série que já faz parte de nossas vidas a mais de uma decada ... ou apenas eu seja indescritivelmente carente por não ter nada sequer parecido com isso...

EU TENHO CERTEZA QUE É A SEGUNDA OPÇÃO...

Provavelmente, Jorge... seja como for, a transformação em SSJ4 é legal e a luta contra o Baby poderia ser parte do canone de DBZ sem maiores problemas. Esse é o único momento em que a série fica do mesmo nível que seu antecessor.

A esse ponto, estamos por volta do episódio trinta e poucos de 64, e realmente começa a fazer sentido se perguntar DBGT vai realmente ser bom... e a resposta, é óbvia: 


Eu até fui rever: a saga do Baby termina exatamente no episódio 40, ainda falta 1/3 da série pela frente. E sobre o que são os outros 24 episódios? Filler, e só.

A partir desse ponto, Dragon Ball GT desiste completamente de ter qualquer história e apenas enche linguiça da forma que precisar pra gastar tempo. Por exemplo, se eu disse que eles deram ao trabalho de fazer todo um desenvolvimento para explicar como o Baby se encaixa nas escalas de poder e como isso faz sentido... na saga do Androide 17 não.


Não faz nenhum sentido que o Androide 17 dê tanto trabalho, eles apenas colocaram ele como vilão pq o visual dele é cool e ele tem superforça por razão nenhuma realmente. A melhor coisa a respeito desse filler é que pelo menos a Pan não participa muito, então pelo menos isso.

Mas realmen tem zero esforço aqui: o Dr Myuu (o cientista maligno de DBGT) e Dr Gero se unem, os Android 17 se fundem, ele dá trabalho pros guerreiros Z por motivo nenhum que senão filler, e então acabou. Além disso, a qualidade da animação realmente deu um mergulho de boca no chão aqui.

E então temos o motivo pelo qual essa série é mais lembrada, a Saga dos Dragões Negros. Olha, eu realmente gosto da ideia dos Dragões Negros: ao longo das decadas que as esferas do Dragão foram usadas para realizar desejos, elas foram acumulando uma energia negativa até que depois de tanto tempo usando as Dragon Balls como se fosse um brinquedo sem importancia, elas racharam e essa energia deu origem a 7 inimigos-dragões.


A ideia é boa... pena que a execução foi feita com menos esforço do que eu usei para escrever esse paragrafo acima. Os Shadow Dragons aparecem, se espalham e, no próximo episódio, eles já causaram destruição. Claro que a Terra vai ser destruida se eles não forem derrotados e blablabla, mas por algum motivo ABSOLUTAMENTE ninguém se importa e apenas o Goku e a Pan vão atrás de lutar contra os dragões.

Sério, eles sequer dão uma explicação além de "ninguem liga pra esse anime, eu só quero terminar logo". Então o Goku e a desgraça da PAN lutam contra todos os dragões e a esse ponto eu preferia arrancar meu ciso com um alicate do que ver mais 24 episódios da Pan sendo a Pan. E as lutas são bem merda também, mesmo para os padrões de Dragon Ball.


A luta final contra o Dragão de Uma Estrela é melhor apenas pq a Pan não participa, mas ela meio chata e novamente não tem muita explicação de pq ele tem poder para dar trabalho aos guerreiros Z becuase filler-quem-se-importa. Suponho que alguns fãs vão ficar felizes em ver o Vegeta finalmente ter algo para realmente fazer depois de não ter feito nada por cerca de 60 episódios, mas a esse ponto ele tá ali só pra ser o saco de pancadas que o vilão usa como cartão de visitas pra mostrar o quanto ele é forte. 

Suponho que os fãs vão ficar menos felizes com essa parte, eu temo...


Bem, a melhor coisa que eu tenho a dizer a respeito da saga dos dragões negros é que ela termina. A possibilidade de nostalgia é desperdiçada com cada dragão ser associado a um desejo realizado no passado e isso não ser usado senão o Goku dizer "ah tá, legal", a luta é bem bosta e o escalonamento de poder é apenas "foda-se, já desisti de me importar" por parte da Toei. Mas hey, ao menos depois disso Dragon Ball GT termina e DOBBY É UM ELFO LIVRE!

... sério, que desperdício de vida é esse anime e olha que eu nem tenho a coisa de "DBZ é uma obra prima, como você se ousa se comparar a ele!" nem nada. DBZ pra mim é um anime 6/10, e de alguma forma GT conseguiu ser tipo 2/10 ou algo assim. É realmente medíocre, com exceção por volta do episódio 25-40 que nesse ponto consegue alcançar algo perto do 6/10 de DBZ com a saga do Baby.



Se eu tivese que tirar algo de genuinamente bom desse anime para apontar, o máximo que eu posso fazer é falar da trilha sonora. As músicas são realmente boas, digo a um nível Domestic Girlfriend de "é um crime uma música tão boa desperdiçada em um anime tão bosta". 

Um exemplo: a esse ponto absolutamente todo mundo conhece a grande música que é Dan Dan Hikareteku, mas eu queria apresentar pra vcs o encerramento 3 de Dragon Ball GT que em sua animação de ending é uma homenagem INFINITAMENTE maior a tudo que Dragon Ball representa, toda sua história do que os 64 episódios de Dragon Ball GT:


Mesmo eu que não sou fã de Dragon Ball me arrepio com esse encerramento, é um legado que não pode ser desconsiderado afinal. Se ao menos DBGT fosse como Blue Velvet... mas não é.

Ao invés disso é esse cashgrab tão esquecível e tão feito de qualquer jeito no bumba meu boi que mesmo o jogo baseado nele caga pra essa série. Eu to falando sério, o que você esperaria ver de personagens em Dragon Ball GT Final Bout para PS1? Baby e os Dragões Negros, pelo menos, né?


Só que não. Os vilões desse jogo são Freeza, Cell e Majin Boo. O jogo de DBGT CAGOU para o anime e apenas usou os personagens que todo mundo se importava. A única coisa que esse jogo usa de DBGT é o Goku criança e ... deus me ajude... a abominação da Pan. 

E é isso. Porra, eu esperava ver ao menos a porcaria do Super Sayajin 4, que é a única coisa realmente iconica dessa série, mas necas. Sério, o próprio jogo licenciado do anime finge que ele não existe, isso significa muita coisa, né?

Não fosse a inclusão do Goku criança e da Pan, você nem desconfiaria que essa é a abertura do jogo de Dragon Ball GT... embora a música seja pika, Hironobu Kageyama nunca falha

Mas sabe o que é REALMENTE pior? O Goku SSJ4 e o Baby estão no jogo, apenas o jogo decidiu não mostrar isso na abertura ou nos personagens jogaveis iniciais pq... bem, parece que eles tem vergonha do anime, e eu não posso realmente dizer que os culpo... E bem, agora que eu mencionei o jogo... e supondo que essa é a razão desse post existir... eu suponho que deva falar algo a respeito dele. Eu acho.

Então, vamos colocar assim: é seguro dizer que Final Bout não envelheceu bem, mas então ele nunca foi realmente bom mesmo na época. Claro, tem que ser considerado que foi o primeiro jogo de Dragon Ball lançado para PS1 no ocidente - DRAGON BALL Z: Ultimate Battle 22 nunca saiu do Japão, o que o mundo agradece - e que muita gente tem memórias afetivas com esse jogo dado que o lançamento foi no auge da febre de DBZ no ocidente.


Mas mesmo que esse seja o seu caso... você já tentou jogar desde então? Agora que você realmente sabe a diferença entre um bom jogo e um ruim?

Dragon Ball: Final Bout é um desastre. É um jogo de luta verdadeiramente terrível em quase todos os níveis, desde os controles incrivelmente sem resposta até a dublagem americanamente ruim mesmo para os padrões já baixos americanos. O sistema de combate mal funciona, e mesmo quando você consegue fazer um kamehameha ou flash final, consegue de alguma forma menos satisfatório do que eram as animações de especial em DRAGON BALL Z: SUPER BUTOUDEN.


Alias DRAGON BALL Z: SUPER BUTOUDEN resolve muitos problemas que o jogo não sabe lidar aqui, como por exemplo quando os personagens voam é muito dificil conectar os ataques pq claramente o jogo não foi feito pensando nisso. Então se ambos os personagens não estiverem no chão é muito frequente os socos e chutes apenas não conectarem... yay...

E todos os deuses de todos os multiversos te proibam de um dia visualizar o que é tentar acertar a hitbox dos personagens crianças... é uma coisa lovecraftiana, para dizer o minimo.


A melhor parte do jogo é, de longe, sua trilha sonora - o que nunca é algo bom de dizer sobre um jogo de luta, já uqe a melhor parte deveria... eu sei lá, jogar o jogo? Ainda sim, a trilha é ótima e não apenas por causa da abertura do mestre Kageyama.

Veja, por exemplo, a música-tema do Freeza nesse jogo:


Ou mesmo o tema de encerramento do jogo:


Tal qual o anime, são puta grandes músicas desperdiçadas em um produto sofrível...

Hey, ao menos os gráficos são... não terriveis, especialmente considerando que esse é o primeiro jogo 3D da TOSE. Com efeito, para o padrão do PS1 ne época eles são simples mas aceitáveis. Eu queria poder dizer o mesmo dos controles, entretanto, dado que o lag entre apertar o botão e o boneco se mexer na tela fode com o goleiro, especialmente em um jogo de luta.

Sério, só olha o quanto demora pro personagem demora pra virar:


Cês tão de sacanagem comigo, né?

Não é de admirar que os jogos de Dragon Ball tenham desaparecido dos consoles até que Dragon Ball Budokai apareceu no PlayStation 2... CINCO anos depois. Mas então, depois de Dragon Ball GT, Dragon Ball também ficou desaparecido dos animes por quase VINTE ANOS. Se for olhar por esse angulo, é uma adaptação bem fiel ao matérial fonte, então tem isso...

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 121 (Novembro de 1997)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 044 (Novembro de 1997)


MATÉRIA NA GAMERS
Edição 021 (Agosto de 1997)


Edição 023 (Outubro de 1997)