sábado, 13 de maio de 2023

[#1106][Nov/95] QUEST FOR FAME STARRING AEROSMITH


Vamos começar um pouco diferente hoje. Normalmente eu não coloco a capa europeia dos jogos no inicio do texto pq, bem, eu e os jogos europeus não somos exatamente os melhores amigos. Mas dessa vez eu tive que abrir uma exceção pq porra, como não destacar toda ginga e malemolencia do m8 achando que é Steve Tyler com uma raquete de tenis e eu nem sei como chama esse casaquinho?
Apenas duas palavras: D MAIS.

Agora, se você quiser algo mais normiezinho mesmo do que você poderia esperar de um jogo sobre o Aerosmith, então sempre tem a capa americana do jogo para PC:


Porém se essa capa é ROCK'N ROLL demais pra vc e vc quer algo menos... em primeiro lugar você não deveria estar jogando um fucking jogo musical do Aerosmith... bem, então suponho que o que você quer é a capa da versão de Playstation que saiu apenas no Japão:


Uau, essa é a capa japonesa mais sem graça na história dos videogames. Ou a capa mais sem graça da história dos videogames PONTO. Bem, suponho que não é hoje que veremos uma versão waifu SD de Steve Tyler na capa de um jogo, pena.

Bem, feita essa discussão a respeito de capas, vamos falar do jogo em si que é provavelmente o jogo de ritmo musical mais básico da história da humanidade: sabe em PARAPPA THE RAPPER onde você tinha que apertar vários botões quando chegasse a hora na tela?

Aqui é tipo isso... só que com um botão só. Com efeito, a linha que você tem que acompanhar é super básica, é meio que como jogar um eletrocardiograma... é a primeira vez que eu uso essa palavra em quase 1100 reviews, não sei pq isso me chamou atenção, mas enfim... e é isso o jogo. Sério, isso é realmente tudo, saca só:


O que é isso, um jogo para plantonistas hardcore, amirite? Que jogo bosta e preguiçoso, né?

Então, como diria o grande filosofo moderno, "calma calma foguentinha". Não é bem assim, existe mais nesse jogo do que o olho pode ver e é aqui que as coisas ficam interessantes: pra começar, muitos e muitos anos do primeiro Guitar Hero esse foi o primeiro jogo de ritmo musical que eu conheço (e para os efeitos desse blog, é) a usar músicas de verdade.

Tá, não que as músicas de PARAPPA THE RAPPER não sejam "de verdade", você entendeu o que eu quis dizer. Estou falando de músicas consagradas nas paradas de sucesso (isso existe ainda?), de grandes hits do ROQUENROUBEIBE. E por isso eu quero dizer os grandes sucessos do Aerosmith como "Walk This Way", "Shut Up and Dance", "Eat the Rich", "What's Your Name" e algumas outras.

E por algum motivo o jogo também tem "Born to be Wild", que não tem nada a ver com o Aerosmith mas suponho que os produtores gostavam dessa música, eu sei lá..

Neste jogo: faremos um duelo de riffs contra Slippin Jimmy

Seja como for, o jogo não apenas possui as músicas da banda do pai da Arwen, como tem cenas gravadas deles e até mesmo uma histórinha onde você começa tocando no seu quarto, é chamado para uma banda do bairro e acaba fazendo um gig como guitarrista do Aerosmith.

O que é realmente cool se você for fã da banda, ver seus idolos digitalizados em um jogo interagindo com você e tal... não que jogos com o Aerosmith digitalizado sejam garantia de muita coisa, né REVOLUTION X? Mas enfim, é uma das fucking maiores bandas de todos os tempos e é claro que muita gente perdeu seus marmores ao ter um jogo que é essencialmente o sonho de dividir o palco com seus ídolos.

That's cool, man. That's pretty fucking cool!

TÁ, EU ENTENDI QUE O CONCEITO É MANEIRO E TAL, E CLARAMENTE A TRILHA SONORA É INDISCUTÍVEL, MAS... ISSO NÃO RESOLVE O PROBLEMA QUE A GAMEPLAY DESSE JOGO É UMA BOSTA. QUER DIZER, QUE GRAÇA TEM APERTAR UM ÚNICO BOTÃO?

Ah, mas aí é que vem o grande pulo do gato desse jogo! Ele não foi feito para você apertar um botão (embora você sim jogar desse jeito) e sim fazer algo muito mais rock'n roll: junto com o jogo vem uma palheta para você ligar ao computador e air guitarrear no ritmo da música!


A palheta na verdade é um sensor de vibração, então tecnicamente você jogar apenas dando petelecos nela, porém o produto foi feito pensando em você air guitarrear mesmo:


Mesmo a versão de Playstation teve uma palheta lançada como acessório, para que todos meninos e meninas (japoneses apenas, esse jogo nunca foi lançado para PS1 fora do Japão) pudessem rockear ferozmente:


Porém se você acha que o jogo é apenas pegar a palheta e seguir as instruções de ritmo na tela, bem, é aí que você está enganado: o jogo não é tanto de seguir as instruções na tela como PARAPPA THE RAPPER e sim que você meio tem que aprender um pouco a tocar  guitarra realmente. Mais ou menos.

O que eu quero dizer com isso é que nas primeiras fases o jogo te ensina a tocar as músicas com a instrução na tela, sim, mas então depois de algumas execuções o jogo te cobra que você toque sem a referencia na tela. 

Como você faz isso? Ora, do mesmo jeito que se aprende a tocar um instrumento: praticando, praticando e praticando até seus dedos memorizarem os movimentos. Com efeito, vc precisa praticar tanto que cabe a pergunta se não seria, você sabe, mais interessante você pegar um violão de verdade e aprender a tocar já que você vai se dar ao trabalho e tal.


Claro que aprendendo a tocar um violão de verdade no máximo você vai conseguir impressioar cocotinhas tocando Legião Urbana em festas e não tocar com Steve Tyler virtual sozinho no seu quarto, então cabe a você decidir quais são as verdadeiras prioridades da sua vida, né?

Mas hey, eu sei o que você está pensando! Eu sei EXATAMENTE o que você está pensando: "meh, uma palheta virtual não é ROQUENROU o suficiente para minhas necessidades roquísticas!", ao que eu te direi que nada tema, meu headbanger amigo, dado que a desenvolvedora Virtual Music ouviu as suas preocupações!

Como resultado, também existe a opção de jogar esse jogo em uma guitarra especial desenvolvida para ele, fazendo dele essencialmente um Guitar Hero dez anos antes de Guitar Hero existir!


Porém se comprar uma guitarra de plástico para tocar 6 músicas do Aerosmith e Born to be Wild parece... um tanto dispendioso demais... nada tema, pq a opção mais barata era tocar uma musiquinha em um fliperama mais próximo de você!

... e por mais próximo entenda-se "no Japão", dado que o arcade dessa coisa também nunca foi lançado fora de lá, então tem isso, mas hey, ao menos isso não apenas existe como tem a opção coop para o segundo jogador ser o baterista!


No fim, Quest for Fame acaba sendo um jogo bem mais complexo do que poderia parecer a uma primeira vista dado que para onde você vai a seguir depende do seu desempenho, e existem várias combinações possíveis.

Você poderia ir a um programa de perguntas e respostas na TV competindo contra Joey Kramer, ou fazer um duelo de guitarra contra Steven Tyler, como voltar para sua antiga banda ou praticar em seu quarto até que o telefone toque novamente.

O único porém que eu tenho que apontar sobre esse jogo para um fã do Aerosmith, entretanto, é que todas as músicas do jogo (exceto Born to be Wild, de Steepenwolf) são do álbum Get a Grip, que era o mais recente lançado na época. Isso quer dizer que os verdadeiros clássicos da banda estão de fora, o que demonstra o carater promocional do jogo.


O resultado final disso é que enquanto eu não sou uma pessoa particularmente musical, eu totalmente consigo ver o apelo desse jogo aos fãs de Rock'n Roll. Afinal, tanto quanto era possível para a época você está mesmo tocando com Joe Perry e seus grandes astros do rock, e se isso não é justificativa o suficiente para esse jogo existir, bem, eu não sei mais o que seria...

E, como todo mundo já sabe a esse ponto, alguns anos depois Guitar Hero pegou as ideias que Quest for Fame começou e se tornou uma das maiores febres da história dos videogames. Porém, essa é uma história para outro dia...

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 121 (Novembro de 1997)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 024 (Março de 1996)


Edição 040 (Julho de 1997)


EDIÇÃO 072 (Março de 2000)


MATÉRIA NA GAMERS
Edição 054 (Setembro de 1997)