domingo, 1 de agosto de 2021

[SNES/MEGA] THE ADVENTURES OF MIGHTY MAX (Fevereiro de 1995) [#736]


Uma das coisas boas desse projeto é que volta e meia eu acabo conhecendo coisas novas, coisas que eu jamais imaginava que existiam. Por exemplo, quando eu folheei a revista e vi Might Max, eu confundi com Wish Kid - que é aquele desenho bem feito nas coxas nos anos 90 pra capitalizar em cima do sucesso do Macaulin Culkin. Lembro de ter visto isso na Globo de manhã e mesmo na época eu já achava bem lame mesmo quando criança.

A ideia de um menino que pode realizar qualquer desejo e usa isso apenas uma vez por episódio para ter "o episódio do dia" é bem lame. Enfim, não sei pq eu achava isso já que Mighty Max é uma coisa completamente diferente: é uma linha de brinquedos que eu nunca tinha sequer ouvido falar.

Mighty Max é um conjunto de "mundos miniaturas" que vinham em estojinhos de plástico. Você abria o pacotinho e dentro tinha um cenáriozinho com algumas coisas moveis.


É bem interessante até, sendo que os brinquedos vinham em dois modelos: um mais completo com mais itens e peças moveis, e um mais simplão só que mais barato.


Eu realmente não lembro de ver isso por aqui na época, e com certeza nunca vi o desenho promocional correspondente de 27 episódios que passou acho que uma ou duas vezes na TV Colosso. Então apenas a título de curiosidade eu assisti o primeiro episódio e, acredite ou não, não é um desenho ruim.

Na verdade é bem interessante: a qualidade da animação é acima da média para a época, o protagonista é meio que aqueles "garotos com atitude" mas que não é um completo boçal e a ação é boa - o vilão até tenta efetivamente matar o herói, o que é algo muito raro para a época.

Mighty Max é o chosen one de uma profecia egipcia que ganha um boné capaz de achar fendas espaciais na continuidade espaço-tempo que o permitem teleportar para qualquer lugar do universo. Hmm, colocando por escrito parece uma premissa bem estranha, esses egipcios fazem as coisas mais estranhas. Pq um boné? Bem, não que seja a coisa mais estranha que o Egito já fez né...


Pois é. De qualquer forma, Mighty Max não parece ser um desenho ruim e até mesmo tem um esboço de continuidade entre os episódios, o que também era muito raro (pra não falar unheard of) nessa época. Então, sim, eu diria que descobrir fatos assim é uma das coisas boas desse blog.

Uma das coisas ruins é que normalmente elas são feitas pela Ocean.


Pq nós continuamos existindo? Apenas para sofrer? Pq sério... cara, pq? Assim, sério, o que eu fiz pra vcs, Ocean? Pq vcs fizeram como sua cruzada pessoal pegar todas as licenças que podiam por as mãos e fazer o pior e mais fisicamente doloroso jogo que suas mentes distorcidas e crueis conseguirem conceber? Como pode alguém destilar tanto ódio assim?

No futuro arqueologos da gerações futuras desencavarão os jogos da Ocean dos escombros da nossa sociedade e ficaram em choque tentando entender como uma cultura que produziu tamanha vilanidade conseguiu não se destruir por tempo o suficiente para fazer prédios?




Tenho que dizer que mesmo vivendo nessa socidade eu não sei explicar isso. E não acho que a Ocean saiba explicar isso.

Seja como for a ideia do jogo de Mighty Max não é a pior coisa que você poderia supor: na fase existem itens que você tem que pegar e jogar em um portal. Isso é uma tarefa menos pior do que parece porque A) as fases não são tão grandes assim e B) tem uma setinha sempre apontando para que lado o item mais proximo esta está e depois que você paga ela aponta para que lado o portal mais proximo esta.

A coisa é que carregar os itens é meio troncho (vc não pode pular enquanto carrega), então o que pega aqui é que você tem fazer um caminho até a saída para o item. É mais ou menos como um jogo de escolta, só que ao contrário de abominações como EEK THE CAT (também da Ocean, olha só) o seu "escoltado" fica paradinho.



Não é algo "minha noooooossaaaaaa que tesão esse conceito", mas é, não é a pior coisa que já vi também. Okay.

O que não é "okay" é a execução dessa ideia, porque a maldita miseravel Ocean conseguiu a façanha de errar TUDO nesse jogo. Mas eu digo TUDO mesmo, sério.

AH PARA, NÃO TEM COMO ALGUÉM ERRAR LITERALMENTE TUDO

Ah, não? Então segura o pulo desse jogo:


Santa Guacamole do Terminal Guadalupe, O QUE é isso? Desde os tempos do Atari eu não via pulos tão medonhos assim, não, corrijo, mesmo o Atari não tem essa medonhice lunar. E sabe o que é pior? É que isso não é erro de programação, é uma escolha deliberada de design.

Isso porque quando você vê o posicionamento das plataformas dá pra ver que ele foi desenhado tendo em mente essa ... COISA nos pulos.


Eu não tenho palavras para descrever o amadorismo disso, sério.

Porém a Ocean não seria a Ocean se esse fosse o fim dos problemas, é claro que não. Porque na atitude mais Oceanica possível, eles pensaram "hmm, os idiotas não estão sofrendo o suficiente, como podemos deixar pior? Ah, já sei, vamos deixar esses saltos atomicos mas lurear a galera pra jogar um coop com METADE DA TELA! MUAHAHAHAHA!".

Pois é. Muahahaha, indeed.



Colocar esse pulo DESUMANO numa tela dividida é crime segundo a convenção de Haia, sem mais.

Porém a Ocean sendo a Ocean, ela implora, ela urge a questão: como deixar isso pior? Pq se tem algo que a Ocean sabe como ninguém, é que sempre dá pra ir mais fundo no atoleiro de merda. Então, como piorar esse jogo?

Bastante simples: dê ao seu personagem o ataque mais inútil possível com inimigos minusculos demais para serem acertados por seu ataque lixoso. Ah, e faça os inimigos swarmarem pra cima de você como bem manda o manual AMIGA de jogos ensinam.


Agora imagine, apenas imagine, um jogo com esses movimentos lunares, seu ataque sendo uma pelotinha minuscula que apenas estuneia quem você der a cagada de acertar (pra matar os inimigos vc tem que agarrar eles ou jogar ele, como em Mario 2), adicione a isso bilhões de inimigos voando pra cima de você e temos aquela incrível, inenarravel, estonteante sensação de estar jogando um jogo de Amiga feito pela Ocean.

O pior de dois mundos.



Como aspecto positivo, temos... hã... bem, visualmente, não é ruim. Quer dizer, posso dizer para o que eu estou olhando - pena que as animações não são fluidas. Mesmo nas animações eu tenho o feeling de estar jogando aqueles jogos de animação cintura dura de Amiga, então é, acho que não dá pra dizer que os gráficos são um ponto positivo.

Mas vamos lá, tem que ter alguma coisa, qualquer coisa... hã... err... bem, acho que o máximo que me diverti neste jogo foi ver o quão alto Max consegue pular. Porque ele pode pular metade do comprimento da tela. Provavelmente o equivalente a seis metros. Nada mal para uma criança, hein?



Ah, e também nesse jogo temos uma visão de como Harry Potter seria se fosse uma história americana dos anos 90, sendo que o personagens selecionaveis são a Hermion, Harry e Rony versão do outro lado do Atlantico. Tá, vc pode argumentar que isso não é muito, mas... não é mesmo. Nem passa perto.

Esse jogo é uma abominação.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 065


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