domingo, 14 de janeiro de 2024

[#1219][Mar/98] STAR GLADIATOR 2: Nightmare of Bilstein (ou "Plasma Sword: Nightmare of Bilstein" no ocidente)

Após tantos anos nessa brincadeira e vendo todo tipo de história de desenvolvimento nessa vida, a esse ponto eu consigo entender como os produtores pensam e é muito raro haver um jogo que me causa uma sensação de "PRA QUE CARALHAS ESSE JOGO SEQUER EXISTE?". Usualmente eu consigo ver um metodo na loucura. 

Isso sendo dito, eis que me surge a continuação de STAR GLADIATOR: Episode 1 - Final Crusade e eu fiquei totalmente:


UÉ, É A CAPCOM LANÇANDO UMA CONTINUAÇÃO "PATCH DE UPDATE" DE UM JOGO DE LUTA. NÃO TEM COMO TER ALGO MAIS COMUM QUE ISSO.

Essa parte eu entendo, a parte que eu entendo menos é pq caralhas a Capcom gastou tempo e recursos atualizando STAR GLADIATOR: Episode 1 - Final Crusade. Isso pq esse não é apenas um jogo que não teve absolutamente nenhum impacto no cenário dos jogos de luta, como sequer era o jogo 3D que a Capcom realmente queria fazer: como eu contei em RIVAL SCHOOLS: United by FateSTAR GLADIATOR: Episode 1 - Final Crusade foi um jogo que nasceu mais pq a Capcom já tinha acertado a logistica de hardware do que era a visão da empresa mesmo para jogos de luta 3D.

 
Então suponho que a única razão desse jogo realmente existir é que ele era rápido e barato de fazer, então eles meteram um "mal não faz". E quem sabe aproveitar para treinar uma galera nova na engine Sony ZN-2 (a engine para jogos 3D desenvolvidas de uma parceria entre a Capcom e a Sony, e que estreou em RIVAL SCHOOLS: United by Fate).

E com essa introdução, suponho que já coloquei você no clima para saber o que esperar daqui pra frente e definitivamente não se surpreender que não realmente exista um Star Gladiator 3. Isso sendo dito, vamos começar do começo...

sábado, 13 de janeiro de 2024

[#1218][Jun/98] QUEST 64 (ou "Holy Magic Century" na Europa e "Eltale Monsters" no Japão")

As pessoas tem uma ideia de que o Nintendo 64 teve poucos jogos lançados - em especial se compararmos com o Super Nintendo antes dele e mais ainda se compararmos com o seu contemporaneo PS1 - porém não tem uma noção exata do quanto.

Ao todo, foram lançados 1755 jogos de Super Nintendo, quase 8 mil jogos para o PS1 durante toda sua vida útil (sim, MAIS DE OITO MIL) e mesmo o Saturn ganhou mais de 1000... enquanto para o Nintendo 64 esse número foi de 388 jogos no total, sendo desses 85 exclusivos do Japão. Sim, trezentos e oitenta e oito. É bem pouco, só de jogos revisados de PS1 nesse blog vai passar esse número tranquilamente.

E a razão é fácil de entender: devido ao seu formato único de cartucho, as desenvolvedoras não podiam simplesmente portar jogos de PS1 para o Nintendo 64, elas tinham que fazer uma versão própria para o console da Nintendo praticamente do zero. E isso demandava tempo (logo, dinheiro) que bem pouca gente achava negócio bancar. Logo era a questão de escolher entre o PS1 ou o Nintendo 64 e se você só tem uma bala na agulha é bastante óbvio onde o seu tiro vai. Some a isso os custos que a Nintendo exigia das desenvolvedoras pra publicar no seu console e o péssimo relacionamento acumulado do tempo que ela tinha monopolio dos videogames e o resultado final foi bastante óbvio.

Mas pq eu estou falando disso? Bem, pq devido a essa escaces de jogos para o Nintendo 64 alguns generos tomaram bonitaço no toba. Vc sabia, por exemplo, que até junho de 1998 não havia um único jogo de RPG para o Nintendo 64? NENHUM. Zero. Zilch. Nothing. Nada.

Como você espera sobreviver no Japão sem lançar um ÚNICO RPGzinho sequer para o seu sistema é algo que eu jamais entenderei, mas esse era o brete que o Nintendo 64 estava. DOIS ANOS sem um RPG sequer, aí fica dificil te defender Nintende...

Bem, seja como for era só questão de tempo até alguém perceber essa abominação na biblioteca do Nintendo 64... bastante tempo, verdade, mas enfim uma hora alguém ia ver. E quis o destino que esse alguém fosse a Imagineer.


Agora, se esse nome não lhe é imediatamente familiar, nada tema: vc não está ficando senil, é que não a Imagineer não tem um grande currículo. Com efeito, ele é quase inteiramente composto por ports de jogos de um sistema para o outro: por exemplo, eles fizeram a versão de Nintendinho de LEMMINGS ou a versão de Super Nintendo de SIM EARTH

Então o primeiro RPG de Nintendo 64 também é um dos primeiros jogos originais desenvolvidos pela Imagineer, é cego guiando cego, o que possivelmente poderia dar errado?


Oh Deus...

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

[#1217][Mai/98] GUILTY GEAR: The Missing Link

E se ontem falamos sobre as origens de uma das maiores desenvolvedoras da atualidade (a Treyarch que hoje é famosa por seu panbilionário Call of Duty, que começou humildemente com DIE BY THE SWORD), hoje é dia de fazer algo parecido, mas diferente.

Isso pq hoje é dia de falar daquela que é conhecida por fazer os jogos de luta mais dinamicos, coloridos, animezisticos, chocolatantes, velozes e furiosos desafio em Tóquio da atualidade: a Arc Systems. Hoje, os jogos da Arc não apenas são presença garantida em qualquer torneio de luta que preze pelo seu nome, como são referencia do que se deve esperar de um jogo de luta em termos de dinamismo, velocidade e ação.

Dragon Ball FighterZ é o jogo mais popular da Arc atualmente, e isso não é uma cutscene de abertura: é um ataque especial que rola no meio da luta mesmo. Pq é assim que a Arc rola.

Agora que estamos todos cientes de quem é a Arc Systems, cabe dizer que Guilty Gear é o jogo que colocou a empresa no mapa e uma série que eu não sabia absolutamente nada a respeito exceto que tinha um visual de anime e parecia muito maneiro. Agora, tendo não apenas jogado como tendo pesquisado a respeito da história de Guilty Gear e da Arc Systems, eu posso dizer que a história desse jogo e da própria empresa é bem mais louca do que parece inicialmente.

E olha que a coisa já parece bem louca.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

[#1216][Mar/98] DIE BY THE SWORD


E hoje, meninos e meninas do meu Brasil Baronil, é mais um daqueles dias de falar das origens humildes de um estúdio de games que é colossalmente, gargantuamente grande. Com efeito, eu realmente tenho dificuldade em pensar em muitos nomes maiores do que eles atualmente! E por isso eu estou falando, é claro, da Treyarch Games!

QUE? COMO ASSIM CARA, COMO ELES SÃO TÃO GRANDES SE EU NUNCA OUVI FALAR DESSA EMPRESA!

Bem, me permita colocar em contexto: recentemente, em 2023, quando a Microsoft tentou comprar a Activision-Blizzard em um negócio de BILEÕES DE DOLARES, teve uma franquia em particular que travou todo o brinquedo ao ponto que os órgãos reguladores americanos temeram por um monopolio da Microsoft com essa aquisição.

E que franquia era essa? Bem, acredite ou não, não era nenhum dos jogos a Blizzard: não era World of Warcraft e nem era STARCRAFT. Tambem não era nem mesmo fucking Candy Crush, que tava no pacote. Não, o que REALMENTE preocupou os regulares que pudesse formar um monopolio da Microsoft foi uma franquia tão grande, mas tão grande que o próprio nome cria suas próprias ondas gravitacionais. Estou falando, é claro, disso:


Sim, a Treyarch é a empresa por trás de Call of Duty e por isso você entender o pq eles são tão grandes. E, como eu disse, hoje é o dia de dar uma olhada no humilde começo da Treyarch: este joguetim que atende pelo nome de Morre pela Espada

domingo, 7 de janeiro de 2024

[#1215][Abr/98] SUPER TEMPO

Ao longo de todos incontáveis anos da história dos videogames, diversos protagonistas de jogos de plataforma já tiveram incontáveis super poderes. Alguns uteis, alguns quebrados, e alguns realmente pitorescos, porém dentre estes, nenhum é realmente mais pitorescos do que os poderes do nosso gafanhotinho maneiro Tempo.

E qual seus poderes, vc pergunta? Bem, acredite ou não, ele tem o super poder de se abraçar com videogames morrendo da Sega que deram catastroficamente errado - e se esse não é um dos piores poderes da história dos videogames, bem, é preciso comer muito feijão com arroz pra chegar lá.

sábado, 6 de janeiro de 2024

[#1214][Fev/98] IWATOBI PENGUIN ROCKY X HOPPER 2: Tantei Monogatari


Um fato curioso que eu aprendi nesse blog em todos esses anos é que a Ação Games não curte muito fuxicar em jogos japoneses que ninguém jamais vai considerar lançar em outro idioma que não o nihongo (salvo raras exceções, muito raramente eles metem um KAMEN RIDER SD: SHUTSUGEKI!! RIDER MACHINE da vida). Enquanto isso, já a Gamers e a Super Game Power não tem a menor vergonha em ir no balaião de descontos da Liberdade em São Paulo e catar cada perola que minha nossa senhora do henshin molhado...

Não é tão raro assim eles meterem o louco e fazerem matéria de RPGs em japonês que jamais seriam lançados por aqui (como FRONT MISSION 2 ou SHINING FORCE 3: Scenario 2 - Target: Child of God) - ou que seriam lançados/fã traduzidos apenas decadas e decadas depois. Porém isso é o de menos, porque tem dias que eles se puxam para tirar do fundo do baú uns jogos realmente REALMENTE obscuros, tipo um NOON: New Type Action Game da vida.

E o jogo de hoje é um dos mais obscuros de todos eles.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

[#1213][Jun/98] CARDINAL SYN


A sociedade é muito rápida em julgar, e muito lenta em perdoar. Passe uma vida inteira de virtudes, ajudando o próximo e sendo um cidadão exemplar que basta uma única vez você realizar atos sexuais com um cavalo em praça publica que vc será eternamente lembrado apenas por isso. Que mundo é esse tão cruel que a gente vive.

No mundo dos videogames, funciona da mesma forma. Frequentemente você vai encontrar por aí menções a trilogia do terror da Kronos - três jogos marcados na história dos videogames não por serem do genero terror, mas por serem tão ruins que evocam os sentimentos de panico mais basais da raça humana.

A saber, esses jogos são CRITICOM de 1995, DARK RIFT de 1997 e esse Cardinal Syn de 1998. Agora a parte injusta disso é que enquanto CRITICOM merece todas as críticas possíveis direcionadas a ele e mais algumas inventadas apenas para este jogo - e com efeito, o título de "pior jogo de luta de todos os tempos" não é de forma alguma injusto - os outros dois acabam levando a fama meio que de graça.


Quer dizer, DARK RIFT não é um jogo bom realmente, mas é okay-ish. E olha, ser okay-ish quando se é a continuação da abominação espaço-temporal que é CRITICOM já é bastante coisa... mas então eu entendo as pessoas terem o pé atrás desse jogo. E o terceiro jogo desenvolvido pela Kronos também recebe a mesma quantidade de merda por essas razões compreensíveis, mas a coisa é...

... Cardinal Syn é até que meio bom. Eu nunca achei que diria isso de um jogo de luta dos criadores de CRITICOM, mas é e é isso que veremos hoje!

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

[#1212][Nov/97] THE GRANDSTREAM SAGA

Começarei o texto de hoje fazendo uma revelação bombástica: jogos ruins são, bem, ruins. Sim, eu sei, eu sou um Xerox Rolmes. Mas então, muito raramente, quanto as estrelas estão certas e o vento sopra a favor, nós temos um jogo ruim... diferente.

Veja, existem alguns jogos que não são apenas ruins, eles são tão ruins que fazem as coisas de uma forma espetacularmente ruim ao ponto que vc fica hipnotizado pela ruindade e pelas escolhas pavorosas que eles tomaram. É o tipo de jogo que vc nem fica puto realmente, vc fica em choque com a mão no queixo e um sorriso nervoso de "meu deus, como eles não viram que essa ideia é uma merda"?

Em outras palavras, esse jogo é o The Room dos videogames. Simples assim, aquela coisa que é tão catastroficamente ruim que é na verdade uma perola pela sua ruindade! Isso sendo dito, vamos começar do começo...

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

[#1211][Abr/98] WARHAMMER: Dark Omen


Em 1998, o cenário dos jogos de estratégia em tempo real (RTS) era brutalmente competitivo entre a Westwood e a Blizzard, cada uma trocando golpes com a outra através de jogos cada vez mais acachapantes (sim, essa é provavelmente a giria mais anos 90 já usada ever nesse blog). O que foi a história que eu contei não muitos dias atrás, em STARCRAFT.

Pois bem, a história que eu quero contar hoje é uma inteiramente diferente: é a história da terceira força nos jogos de estratégia em tempo real. Isso pq enquanto voava sangue pelo primeiro e segundo lugar, a Microsoft tentava chegar na maciota e ficar com o terceiro lugar com seu AGE OF EMPIRES. A Eletronic Arts viu isso, esse dedo no cu e gritaria que era a disputa pelos mercados de RTS e percebeu que havia sim um bom dinheiro a ser feito ali... porém outra coisa que eles pensaram foi que também havia uma outra forma mais inteligente de fazer esse dinheiro do que bater cabeça com os gigantes do mercado e é isso que veremos hoje.

Vamos colocar da seguinte forma: quando vc pensa em RTS, obviamente vc pensa em jogos de computador. Isso é o básico do básico, já que jogar essas coisas sem mouse não é nada senão sofrimento e dor - e digo isso como um dos maiores entusiastas dos consoles ever, eu sempre vou preferir jogar qualquer coisa com um joystick na mão do que um teclado e mouse (especialmente FPS)... mas RTS não dá, jogar RTS no direcional é absurdamente desconfortável e TEM que ser feito com o mouse.

Por isso, obviamente que RTS nunca foram uma grande coisa nos consoles - e não são ainda hoje. Tá, tecnicamente existem ports de hojes como COMMAND & CONQUER: Tiberian Dawn para PS1 /Saturn e STARCRAFT para Nintendo 64, mas na moralzinha, eles são um cu molhado de se jogar. E é aqui, exatamente aqui que a Eletronic Arts viu a sua chance de ouro de fazeres muitos dinheirones.

Pq imagine E SE, veja bem, E SE houvesse um RTS que fosse super acessível para ser jogado com o controle? Um RTS que funcionasse genuinamente bem no PS1, onde a competição no genero era praticamente inexistente? Pois é aqui que entra o PRESSÁGIO SOMBRIO.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

[#1210][Mai/98] BIO F.R.E.A.K.S.

E cooooooooooooooooouuuuuuuuummmmmeeeeeeeeçççççaaaaaaaa 2024! O ano da virada! O ano do amor! Um ano que certamente promete grandes emoções! Um ano que promete grandes jogos! Um ano que promete...

COMEÇAR COM UM JOGO DE LUTA DO NINTENDO 64

Oh boy, e lá vamos nós, e não vamos só no sabado cantar...