Bem, para começar os trabalhos eu preciso ser sincero: Harvest Moon 64 é um jogo muito, muito difícil para mim analisar. A questã aqui é que eu nunca joguei um Harvest Moon na minha vida. Nenhum. Nem por acidente. Nunca sequer vi uma gameplay... MAS... eu gastei mais de 300 horas em Stardew Valley. Eu sei, eu sei. É como admitir que você só viu O Despertar da Força e agora vai julgar Uma Nova Esperança. Heresia da mais alta ordem.
E é exatamente isso que torna isso difícil a analise. Eu sabia antes de jogar que Harvest Moon 64 era a semente. A planta-baixa. O Éden pixelado de onde todos os simuladores de fazenda aconchegantes sairam com a enxada na mão. Eu também sabia que me depararia com um campo minado de momentos em que diria: "Nossa, isso é meio desajeitado... em Stardew Valley essa parte é bem melhor feita...", mas essa seria uma maneira injusta de encarar a situação. Harvest Moon 64 não está tentando ser Stardew — está tentando ser a melhor tentativa de 1999 de simular a alegria rústica de ignorar suas plantações e se casar com a bibliotecária local.
Então, aqui está minha promessa a você, caro leitor: farei o meu melhor para evocar a mentalidade do ano 2000. A era das TVs de tubo, memory cards do tamanho de um McLanche e o medo constante de que a bateria do seu cartucho acabasse no meio de um save. Eu vou fazer o melhor para ver este jogo como ele deve ser visto. E se eu fraquejar? Se eu ousar comparar? Peço apenas perdão aos fantasmas dos antigos avós que deixam fazendas de herança, que agora me julgam silenciosamente de seus celeiros celestiais no céu.